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3466017 | CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PRÁTICA CLÍNICA EM TRAUMATO- ORTOPEDIA | Autores: Ana Caroline Façanha ; Elielza Guerreiro Menezes ; Natália Guedes de Melo Silva ; Thais Gomes Oliveira ; Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira |
Resumo: Introdução: No atendimento de paciente traumatizado, o tempo é fundamental e
uma abordagem sistematizada do doente traumatizado permite otimizar o tempo,
não deixar passar desapercebidas lesões graves e, em última análise, melhorar
o prognóstico do doente, diminuindo a incidência das chamadas mortes evitáveis
e do "segundo trauma", que corresponde ao agravamento das lesões já existentes
ou ao surgimento de novas lesões, em decorrência do atendimento inadequado1. É
importante que o atendimento seja bem executado, pois a assistência e
reabilitação desses pacientes são procedimentos mais onerosos que a maior
parte dos procedimentos médicos rotineiros2. Para tanto, é essencial que se
conheça os pacientes para melhor planejamento e organização de sua
assistência3. A população majoritária de internação hospitalar das enfermarias
de traumato-ortopedia é composta por homens, jovens, envolvidos em acidentes
motociclísticos4. Para a aplicação do processo de enfermagem, o enfermeiro
deverá ter um corpo de conhecimentos específicos para adequada tomada de
decisão, o que exigirá uma boa formação profissional. Para que os futuros
enfermeiros trabalhem com segurança, será necessário identificar dados
essenciais que sinalizem mudanças no estado de saúde, identificar e priorizar
os problemas que necessitam de cuidados imediatos daqueles que poderão ser
abordados subsequentemente, implementar ações para corrigir ou minimizar os
riscos à saúde e saber priorizar as intervenções do cuidado5. Objetivo:
Identificar o conhecimento dos enfermeiros sobre a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) em um Hospital público da cidade de Manaus
referência em Traumato-ortopedia. Descrição Metodológica: Pesquisa de natureza
aplicada, de abordagem quantitativa e uso do método descritivo, desenvolvida
no período de maio a dezembro de 2015, com aplicação de um formulário de
questões objetivas. A amostra foi de 27 enfermeiros assistenciais lotados nas
Unidades de Internação de um Hospital público da cidade de Manaus que atendiam
o critérios de inclusão: atuação nas clinicas de traumato-ortopedia e ser
efetivo, foram excluídos aqueles que atuam em trabalho voluntário. A pesquisa
obedeceu às exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, norteadas pela
Resolução Nº 466/2012. O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado
do Amazonas (CEP/UEA), recebeu, analisou e emitiu o parecer consubstanciado de
aprovação por meio protocolo 36877414.7.0000.5016. Foram trabalhados métodos
de análise descritiva, com cálculo das frequências e medidas de posição e
variabilidade (desvio-padrão). A diferença entre as proporções, comparando as
variáveis quantitativas, foi utilizando o Teste de Qui-Quadrado. Utilizou-se o
programa MINITAB Release 14 Versão 3.1.0. Para todas as análises foi fixado um
nível de significância igual a 0.05 e um coeficiente de confiança de 95%.
Resultados: Durante o período de desenvolvimento do projeto foram avaliados 27
profissionais enfermeiros, sendo 09 (33,3%) de gênero masculino e 18 (66,7%)
de gênero feminino. Desses, 20 (74,1%) eram Especialistas, 04 (14,8%) eram
mestres, 01 (3,7%) era doutor e 02 (7,4%) não informaram sua titulação. Os
profissionais avaliados tinham entre 02 e 30 anos de formação, com média de 12
± 7 anos. Quanto ao tempo de experiência em Enfermagem, houve variação entre
02 e 26 anos, com tempo médio de trabalho de 11 ± 8 anos. A jornada semanal
dos Enfermeiros variou entre 12 e 40 horas semanais, com média de 34,7 ± 6,2
horas. Quanto ao tempo de SAE variou entre 01 e 10 anos, com média 04 ± 3 anos
de conhecimento sobre SAE. A área de titulação mais frequente foi UTI (07;
25,0%). O programa de educação em SAE mais relatado pelos profissionais foi
Palestras (19; 40,4%). No cotidiano, 17 (63,0%) profissionais relataram que
praticam os cuidados aos pacientes internados de vez e quando, sendo essa a
resposta mais frequente entre eles. Quanto à ocorrência de treinamento, 16
(59,3%) dos profissionais afirmaram não receberem treinamentos acerca da SAE,
sendo essa a resposta mais frequente entre eles. Quanto às etapas da SAE, 19
(51,4%) relataram que não encontram dificuldade em nenhuma delas. Ao serem
questionados sobre a importância da SAE, 25 (92,6%) relataram que conhecem a
importância da mesma. Em relação a existência de formulários padronizados para
a realização da SAE, 26 (96,3%) relataram que existem os mesmos na instituição
há mais de 5 anos, estando desatualizados. Tempo para realizar todas as etapas
da SAE foi a dificuldade mais frequente entre as relatadas pelos profissionais
avaliados, pelo excesso de pacientes para poucos enfermeiros
assistencialistas, relataram também que há um grande gasto de tempo com
processos burocráticos. Conclusão: Os resultados deste estudo, juntamente com
conhecimento adquirido dentro das expectativas dos enfermeiros quanto à SAE na
instituição, e o levantamento da qualidade da assistência de enfermagem
prestada nesta fundação, torna possível um plano de trabalho voltado a
educação continuada e permanente com os profissionais enfermeiros, buscando a
melhor aplicabilidade da sistematização e a possibilidade de operacionalizar
na pratica clinica os cuidados específicos em traumato ortopedia.
Contribuições para a Enfermagem: É importante que o atendimento seja bem
executado, pois a assistência e reabilitação desses pacientes são
procedimentos mais onerosos que a maior parte dos procedimentos rotineiros.
Para tanto, é essencial que se busque realizar o processo de Enfermagem para o
melhor planejamento e organização de sua assistência. É necessário desenvolvê-
lo através da individualização da assistência ao paciente e assim proceder à
aplicação de medidas preventivas que ajudem a evitar limitações físicas que
levam o indivíduo à incapacidade funcional.
Referências: 1 – Siqueira ILCP, Kurcgant P.Passagem de plantão: falando de paradigmas e estratégias. Acta Paul Enferm. 2005;18(4):446-51
2 - WEIL P, Tompakov R. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal. 31a ed. Petrópolis: Vozes; 1993.
3 - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde. Assistência Segura: Uma reflexão Teórica Aplicada à Prática. Brasília, 2013.
4 – COSTA, C.M. PAES, F.S. MUÑOZ. A.L.G. et al. Modelo de Passagem de plantão no HUB. Revista Eletrônica Gestão & Saúde Vol.05, Nº. 03, Ano 2014
p.1139-49
5 - Silva EE, Campos LF. Passagem de plantão na enfermagem: revisão da literatura, Rev. Cogitare Enferm, 2007 Out/Dez; 12(4):502 7 |