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3398542 | AS TECNOLOGIAS DIAGNÓSTICAS E OS CUIDADOS INOVADORES DAS PRÁTICAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA: CONTRIBUIÇÃO PARA A SAE | Autores: Carla Tatiana Garcia Barreto ; Alessandra Sant Anna Nunes ; Camilla da Silva Dias ; Valéria de Oliveira Monteiro ; Cláudia Elizabeth de Almeida |
Resumo: Introdução: A Atenção Secundária é formada por um serviço especializado, com
ações diagnósticas e terapêuticas, oferece serviços para a população portadora
de doença crônica que já se encontra em alto ou muito alto risco. A equipe de
Enfermagem destaca-se nesse cenário em instituições públicas de cunho nacional
e internacional que oferecem esse serviço especializado e complexo, pela
atuação com os exames diagnósticos, tais como: polissonografia, espirometria,
retinografia e teste do hidrogênio. Portanto, configura-se uma inovação para a
prática assistencial que precisa ser pautada em conhecimento técnico-
científico para a minimização de possíveis complicações. O Protocolo
Operacional Padrão (POP) possibilita uma assistência de enfermagem mais
segura, além de organizar o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e
instrumentos favorecendo uma assistência qualitativa. Objetivos: Descrever os
principais Procedimentos Operacionais Padrão (POP) para a realização de exames
diagnósticos numa policlínica universitária. Discutir a atuação da enfermagem
na realização de exames diagnósticos numa policlínica universitária. Descrição
Metodológica: Estudo descritivo com abordagem qualitativa. A coleta dos dados
correu no período de janeiro à junho de 2017 numa Policlínica Universitária do
município do Rio de Janeiro, o local de estudo oferece atendimento
ambulatorial especializado, possui um centro cirúrgico ambulatorial,
laboratórios, atendimento diagnóstico e terapêutico. A equipe de enfermagem
atua em 16 unidades de atendimento ambulatorial. Os setores de Pneumologia,
Diabetes e Gastroenterologia foram selecionados por realizarem exames
diagnósticos pela equipe de enfermagem. Para a elaboração dos POPs foi
composta uma comissão para estabelecer as atividades a serem desenvolvidas
pela equipe de enfermagem nos exames diagnósticos. Primeiramente pautou-se em
conhecimento técnico-científico, éticos e legais para com respaldo da
profissão. Num segundo momento, a fim de sistematizar a assistência de
enfermagem, avaliaram os setores em que estavam sendo implantadas as novas
tecnologias diagnósticas. Posteriormente identificou a necessidade de
capacitação sobre os exames diagnósticos. Essa pesquisa está inserida no
Projeto Assistência, Gestão e Ensino na Perspectiva dos Cuidados Inovadores de
Enfermagem ao Portador de Doenças Crônicas, aprovado no Comitê de Ética em
Pesquisa, parecer número 2.250.579. Resultados: O estudo permitiu a elaboração
de quatro POPs, sendo dois para a Pneumologia, sobre o exame de espirometria e
polissonografia, um para Diabetes do exame de retinografia e um para a
Gastroenterologia, do teste de hidrogênio. Os POPs foram descritos a partir de
quadros compostos com as seguintes categorias: definição do procedimento
diagnóstico, recursos materiais necessários, intervenções de enfermagem e
cuidados especiais durante a realização dos exames diagnósticos. O POP
desenvolvido no setor de Pneumologia é responsável por diagnosticar e tratar
as doenças respiratórias crônicas que são doenças crônicas tanto das vias
aéreas superiores como das inferiores. A asma, a rinite alérgica e a doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são as mais comuns. Neste setor é realizado
o exame diagnóstico da Espirometria, também chamado de Prova de Função
Respiratória. Considera-se a principal ferramenta para avaliar a função
respiratória e apesar de suas limitações nas faixas etárias extremas, crianças
e idosos, é um exame de fácil aplicabilidade e alta reprodutibilidade e possui
um papel ímpar no diagnóstico de doenças respiratórias. No POP específico da
espirometria foi descrito o tempo estimado para o treinamento dos técnicos na
área de espirometria, que deverá ser de pelo menos 80 horas, com realização de
até 200 exames, cabe citar que o certificado deve ser dado pelo médico
responsável ao final do treinamento. No POP do exame diagnóstico da
Polissonografia, foi definido, como um exame considerado padrão ouro para o
diagnóstico dos distúrbios do sono, também deverá ser feito por profissional
habilitado, sendo necessário acompanhar todas as reações do paciente e
assegurando a boa qualidade do registro. Após, os dados são analisados por um
médico especialista, que emitirá um laudo. A ausência ou distúrbio do sono
pode acarretar transtornos fisiológicos às pessoas tais como: desequilíbrio no
sistema imunológico, alterações no metabolismo, distúrbios na termoregulação,
distúrbios psicológicos e redução na qualidade de vida do indivíduo, o que
pode ser demonstrado pela realização correta do diagnóstico. Cabe destacar que
aqueles pacientes que não estejam em seu estado habitual, ou apresentem:
quadro gripal, febre ou após viagem internacional com mudança de fuso horário;
o exame diagnóstico não será indicado. O POP elaborado no ambulatório de
Diabetes descreveu a equipe de enfermagem responsável por desenvolver as
seguintes: consulta de enfermagem, ações educativas (sala de espera e grupos),
pesquisa em enfermagem baseada em indicadores e a realização de retinografia
para rastreamento da Retinopatia Diabética (RD). A RD pode ser diagnosticada
através do exame diagnóstico da Retinografia, um exame de imagem que fotografa
as áreas do fundo do olho, como a retina, a coróide, o nervo óptico e os vasos
sanguíneos. O exame tem o objetivo de detectar mudanças no padrão regular da
pigmentação e no trajeto regular dos vasos da retina. Pode ser realizado por
técnicos em enfermagem, devidamente capacitados por um oftalmologista, e
posteriormente analisado por um médico especialista. Já o POP elaborado no
ambulatório de Gastroenterologia, com o intuito de padronizar a realização do
Teste do hidrogênio Expirado (TRHE), este exame é de extrema importância que o
profissional que realizará o exame, sabia distinguir a diferença entre
intolerância a alimentos e alergia alimentar, a fim de realizar adequadamente
o exame diagnóstico. Portanto, as intolerâncias alimentares são reações
adversas aos alimentos que e podem ser diagnosticadas através do TRHE. O
enfermeiro que atua no setor da Gastroenterologia precisa ter mente o papel da
alimentação na vida do indivíduo, pois em muitas situações a nutrição
ultrapassa seu papel de gerar saúde e bem-estar e pode torna-se um obstáculo
por estar associado a sinais e sintomas que dificultam o estabelecimento de
uma rotina de vida, por isso o exame TRHE, se configura uma importante
ferramenta para esse diagnóstico. Conclusão: O desenvolvimento do estudo
possibilitou entender a aplicabilidade da SAE com foco nas tecnologias
diagnósticas, além de fornecer subsídios para a futura implementação da SAE na
instituição. Destaca-se uma escassez de conhecimento científico sobre o papel
desempenhado pelo enfermeiro e a sua equipe na Atenção Secundária em Saúde,
incluindo as suas atividades desenvolvidas nas policlínicas. Com a elaboração
e posterior validação dos POPs permitiram não somente conhecer, mas também a
execução dos exames diagnósticos bem como as rotinas, equipe e materiais
necessários. Portanto, para que possa ser utilizado de forma eficaz e robusta
precisa ser acompanhado do treinamento periódico da equipe para realização dos
exames diagnósticos. Ao enfermeiro cabe ainda a responsabilidade de
atualização dos POPs a cada 2 anos, ou sempre que houver modificações não
procedimento técnica realizado pela equipe de enfermagem. Contribuições e
Implicações para Enfermagem: A atuação da enfermagem na área de exames
diagnósticos requer que o profissional realize a padronização e
aperfeiçoamento de suas ações, a fim de viabilizar uma assistência de
excelência. Dessa forma, a elaboração do POP, é uma importante ferramenta para
a organização do serviço de enfermagem com intuito de padronizar os
procedimentos, diminuindo os erros e falhas em sua realização, permitindo a
todos os profissionais prestar um cuidado padronizado para todos os pacientes
respeitando os princípios técnicos e científicos de cada exame diagnóstico.
Referências: 1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Caderno do gestor do PSE. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.
2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. |