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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3398542

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3398542

AS TECNOLOGIAS DIAGNÓSTICAS E OS CUIDADOS INOVADORES DAS PRÁTICAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA: CONTRIBUIÇÃO PARA A SAE

Autores:
Carla Tatiana Garcia Barreto ; Alessandra Sant Anna Nunes ; Camilla da Silva Dias ; Valéria de Oliveira Monteiro ; Cláudia Elizabeth de Almeida

Resumo:
Introdução: A Atenção Secundária é formada por um serviço especializado, com ações diagnósticas e terapêuticas, oferece serviços para a população portadora de doença crônica que já se encontra em alto ou muito alto risco. A equipe de Enfermagem destaca-se nesse cenário em instituições públicas de cunho nacional e internacional que oferecem esse serviço especializado e complexo, pela atuação com os exames diagnósticos, tais como: polissonografia, espirometria, retinografia e teste do hidrogênio. Portanto, configura-se uma inovação para a prática assistencial que precisa ser pautada em conhecimento técnico- científico para a minimização de possíveis complicações. O Protocolo Operacional Padrão (POP) possibilita uma assistência de enfermagem mais segura, além de organizar o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos favorecendo uma assistência qualitativa. Objetivos: Descrever os principais Procedimentos Operacionais Padrão (POP) para a realização de exames diagnósticos numa policlínica universitária. Discutir a atuação da enfermagem na realização de exames diagnósticos numa policlínica universitária. Descrição Metodológica: Estudo descritivo com abordagem qualitativa. A coleta dos dados correu no período de janeiro à junho de 2017 numa Policlínica Universitária do município do Rio de Janeiro, o local de estudo oferece atendimento ambulatorial especializado, possui um centro cirúrgico ambulatorial, laboratórios, atendimento diagnóstico e terapêutico. A equipe de enfermagem atua em 16 unidades de atendimento ambulatorial. Os setores de Pneumologia, Diabetes e Gastroenterologia foram selecionados por realizarem exames diagnósticos pela equipe de enfermagem. Para a elaboração dos POPs foi composta uma comissão para estabelecer as atividades a serem desenvolvidas pela equipe de enfermagem nos exames diagnósticos. Primeiramente pautou-se em conhecimento técnico-científico, éticos e legais para com respaldo da profissão. Num segundo momento, a fim de sistematizar a assistência de enfermagem, avaliaram os setores em que estavam sendo implantadas as novas tecnologias diagnósticas. Posteriormente identificou a necessidade de capacitação sobre os exames diagnósticos. Essa pesquisa está inserida no Projeto Assistência, Gestão e Ensino na Perspectiva dos Cuidados Inovadores de Enfermagem ao Portador de Doenças Crônicas, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, parecer número 2.250.579. Resultados: O estudo permitiu a elaboração de quatro POPs, sendo dois para a Pneumologia, sobre o exame de espirometria e polissonografia, um para Diabetes do exame de retinografia e um para a Gastroenterologia, do teste de hidrogênio. Os POPs foram descritos a partir de quadros compostos com as seguintes categorias: definição do procedimento diagnóstico, recursos materiais necessários, intervenções de enfermagem e cuidados especiais durante a realização dos exames diagnósticos. O POP desenvolvido no setor de Pneumologia é responsável por diagnosticar e tratar as doenças respiratórias crônicas que são doenças crônicas tanto das vias aéreas superiores como das inferiores. A asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são as mais comuns. Neste setor é realizado o exame diagnóstico da Espirometria, também chamado de Prova de Função Respiratória. Considera-se a principal ferramenta para avaliar a função respiratória e apesar de suas limitações nas faixas etárias extremas, crianças e idosos, é um exame de fácil aplicabilidade e alta reprodutibilidade e possui um papel ímpar no diagnóstico de doenças respiratórias. No POP específico da espirometria foi descrito o tempo estimado para o treinamento dos técnicos na área de espirometria, que deverá ser de pelo menos 80 horas, com realização de até 200 exames, cabe citar que o certificado deve ser dado pelo médico responsável ao final do treinamento. No POP do exame diagnóstico da Polissonografia, foi definido, como um exame considerado padrão ouro para o diagnóstico dos distúrbios do sono, também deverá ser feito por profissional habilitado, sendo necessário acompanhar todas as reações do paciente e assegurando a boa qualidade do registro. Após, os dados são analisados por um médico especialista, que emitirá um laudo. A ausência ou distúrbio do sono pode acarretar transtornos fisiológicos às pessoas tais como: desequilíbrio no sistema imunológico, alterações no metabolismo, distúrbios na termoregulação, distúrbios psicológicos e redução na qualidade de vida do indivíduo, o que pode ser demonstrado pela realização correta do diagnóstico. Cabe destacar que aqueles pacientes que não estejam em seu estado habitual, ou apresentem: quadro gripal, febre ou após viagem internacional com mudança de fuso horário; o exame diagnóstico não será indicado. O POP elaborado no ambulatório de Diabetes descreveu a equipe de enfermagem responsável por desenvolver as seguintes: consulta de enfermagem, ações educativas (sala de espera e grupos), pesquisa em enfermagem baseada em indicadores e a realização de retinografia para rastreamento da Retinopatia Diabética (RD). A RD pode ser diagnosticada através do exame diagnóstico da Retinografia, um exame de imagem que fotografa as áreas do fundo do olho, como a retina, a coróide, o nervo óptico e os vasos sanguíneos. O exame tem o objetivo de detectar mudanças no padrão regular da pigmentação e no trajeto regular dos vasos da retina. Pode ser realizado por técnicos em enfermagem, devidamente capacitados por um oftalmologista, e posteriormente analisado por um médico especialista. Já o POP elaborado no ambulatório de Gastroenterologia, com o intuito de padronizar a realização do Teste do hidrogênio Expirado (TRHE), este exame é de extrema importância que o profissional que realizará o exame, sabia distinguir a diferença entre intolerância a alimentos e alergia alimentar, a fim de realizar adequadamente o exame diagnóstico. Portanto, as intolerâncias alimentares são reações adversas aos alimentos que e podem ser diagnosticadas através do TRHE. O enfermeiro que atua no setor da Gastroenterologia precisa ter mente o papel da alimentação na vida do indivíduo, pois em muitas situações a nutrição ultrapassa seu papel de gerar saúde e bem-estar e pode torna-se um obstáculo por estar associado a sinais e sintomas que dificultam o estabelecimento de uma rotina de vida, por isso o exame TRHE, se configura uma importante ferramenta para esse diagnóstico. Conclusão: O desenvolvimento do estudo possibilitou entender a aplicabilidade da SAE com foco nas tecnologias diagnósticas, além de fornecer subsídios para a futura implementação da SAE na instituição. Destaca-se uma escassez de conhecimento científico sobre o papel desempenhado pelo enfermeiro e a sua equipe na Atenção Secundária em Saúde, incluindo as suas atividades desenvolvidas nas policlínicas. Com a elaboração e posterior validação dos POPs permitiram não somente conhecer, mas também a execução dos exames diagnósticos bem como as rotinas, equipe e materiais necessários. Portanto, para que possa ser utilizado de forma eficaz e robusta precisa ser acompanhado do treinamento periódico da equipe para realização dos exames diagnósticos. Ao enfermeiro cabe ainda a responsabilidade de atualização dos POPs a cada 2 anos, ou sempre que houver modificações não procedimento técnica realizado pela equipe de enfermagem. Contribuições e Implicações para Enfermagem: A atuação da enfermagem na área de exames diagnósticos requer que o profissional realize a padronização e aperfeiçoamento de suas ações, a fim de viabilizar uma assistência de excelência. Dessa forma, a elaboração do POP, é uma importante ferramenta para a organização do serviço de enfermagem com intuito de padronizar os procedimentos, diminuindo os erros e falhas em sua realização, permitindo a todos os profissionais prestar um cuidado padronizado para todos os pacientes respeitando os princípios técnicos e científicos de cada exame diagnóstico.


Referências:
1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Caderno do gestor do PSE. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. 2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.