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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3362068

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3362068

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL: REVISÃO DA LITERATURA

Autores:
Siane Santos Reis ; Érika de Cássia Lima Xavier ; Elizama Nascimento Pastana ; Antonio Jorge Silva Correa Júnior ; Mary Elizabeth de Santana

Resumo:
**Introdução: **O transplante renal é empregado nos casos de insuficiência renal terminal mediando complicações metabólicas e eletrolíticas dos receptores. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos por intermédio do Registro Brasileiro de Transplantes, o número de transplantes de rim no Brasil entre janeiro e setembro de 2017 foi equivalente a 4.429 procedimentos, sendo 870 de doador vivo e 3.559 de doadores falecidos(1). Diante desta expressividade devem-se manter os padrões funcionais do enxerto e não permitir surgimento ou agravamento de possíveis infecções e danos à qualidade de vida na assistência pós-operatória. É necessário identificar as evidências científicas para os cuidados de enfermagem e no que concerne a complicações ocasionadas pela medicação imunossupressora além de outros contribuintes para possível rejeição. **Objetivo: **Analisar quais as complicações e cuidados de enfermagem no pós-transplante renal conforme a literatura científica entre 2012 e 2016. **Metodologia:** Revisão da literatura contando com etapas que compreendem definição de informações a serem exploradas, descrição das características do processo de análise e dos artigos, ordenamento e categorização com foco nos padrões semelhantes e dissemelhantes(2). A questão norteadora: “Quais as complicações e intervenções de enfermagem no período do pós-transplante renal?”, para tanto os Descritores em Ciências da Saúde (DECS) empregados: Transplante de Rim; Rejeição de Enxerto (sinônimo em português: Rejeição de Transplante); Desequilíbrio Hidroeletrolítico; Infecção; Cuidados Pós-Operatórios e o qualificador Enfermagem, utilizando-se o operador booleano “AND” nas combinações. As bases consultadas foram Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); o motor de busca Public Medline (PubMed) e periódico CAPES. Os critérios de inclusão: artigos completos, na linha temporal entre 2012 e 2016 e filtrados em concordância com os objetivos: “nursing care” no motor PubMed. Como critérios de exclusão eliminaram-se os artigos sem relação com o objetivo (não tratava de transplante renal ou de complicações pós-transplante), outras revisões de literatura integrativas ou sistemáticas. Utilizou-se uma ficha modelo validada para a extração de informações, o nível de evidência foi avaliado nesta etapa. **Resultados: **A busca resultou em 15 artigos completos destes 80% (12) no idioma inglês e 20% (3) no idioma português. O nível de evidência ficou centrado majoritariamente no VI (n=7/46,66%), IV (n=5/33,33%), e níveis I, II e VII com 1 artigo cada (6,66%). Consideraram-se apropriadas no tocante às complicações pós-transplante renal as práticas assistenciais e de educação em saúde que perpassam as etapas do processo de enfermagem, subsidiando a construção de uma sistematização da assistência que organiza metas e intervenções cabíveis. Em relação as condiçoes que influenciam na perda do enxerto renal identificou-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)(3,4), sobrecarga de fluidos (desequilíbrio hidroeletrolítico) e erros de medicação relacionados aos regimes imunossupressores. Os diuréticos de alça são empregados no tratamento de hipertensos com edema e/ou hipercalemia, acompanhados com orientações sobre o estilo de vida no pós-operatório com modificações no estilo de vida, perda de peso, aumento do exercício regular e restrição de sódio, embora as últimas recomendações não sejam apoiadas por evidências de ensaios clínicos após o transplante(4). A rejeição aguda é a imediata, contornada pelos fármacos imunossupressores, difere-se da rejeição crônica por não ocorrer vasculopatia. A rejeição, infecção, necrose tubular aguda, trombose, ruptura de anastomose arterial, além de nefrectomia, nefrostomia, ureteroplastia e safenectomia são complicações. Os sítios prevalentes das infecções são o trato urinário, ferida operatória, cateter venoso central, trato respiratório. Foram notáveis dois artigos que abordavam a provável incidência de complicações durante o pós-transplante renal de sujeitos soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana, nestes a terapia antiretroviral deve ser de elevada eficiência a fim de elevar a taxa de sobrevida durante o tratamento dialítico, adscrito a isto um regime imunossupressor (com tacrolimus, micofenolato de mofetil e glicocorticoides aliado a terapia de indução de anticorpos anti-células T combate o risco de rejeição aguda. Considera-se que esquemas imunossupressores modernos têm diminuído a rejeição aguda, mas podem ter aumentado o risco de perda de enxerto devido a reações adversas e pela reativação de hepatites e infecção por citomegalovírus. Apurou-se no que diz respeito aos medicamentos o uso de imunossupressores e aqueles relacionados a desordens cardiovasculares e metabólicas, tais como: tacrolimo, micofenolato de sódio e micofenolato mofetil, prednisona, ciclosporina A e sirolimus/rapamicina. O enfermeiro sempre focaliza a aderência ao esquema farmacológico como prioritária, tanto nos pós-operatório como no momento da alta hospitalar, as instruções de adesão devem ser registradas no prontuário: adesão, modificação da dose, os estímulos para tomar medicamentos, embalagens especiais, monitoramentos (pressão arterial, peso, produção de urina). Encontraram-se alguns subsídios nos diagnósticos da NANDA International: devido as anormalidades no metabolismo mineral o enfermeiro deve inspecionar o risco para sobrecarga de fluidos preventivamente e avaliá-la por meio do diagnóstico Risco de desequilíbrio eletrolítico (hidroeletrolítico). Existe uma diferença quanto a quantidade de água corporal total de pacientes transplantados renais em uso de um medicamento anti-hipertensivo versus aqueles com mais de um fármaco, indicando que mesmo pacientes no pós-transplante com função estável de enxerto renal podem sofrer com retenção de líquidos, por conta disto a verificação dos sinais vitais, turgor cutâneo e avaliação do débito urinário com o balanço hídrico. Risco para infecção é outro diagnóstico cabível a fim de nortear intervenções para reduzir os fatores de risco. Em relação aos efeitos adversos dos fármacos a diarreia e as náuseas são os mais corroborados, os diagnósticos Diarreia e Náuseas preveem a investigação de fatores etiológicos, eliminação de fatores causadores, manutenção da hidratação e da integridade da pele e o estimulo a recuperação das funções intestinais(5). **Conclusão: **Ao analisar quais as complicações e cuidados de enfermagem no pós-transplante renal identificou-se a perda do enxerto renal dentre outros focos para a assistência, assim como a existência de HAS, hepatites, infecção, septicemia, a sobrecarga de fluidos (desequilíbrio hidroeletrolítico). **Contribuições/implicações para a enfermagem: **Trabalhar junto ao paciente a importância da aderência medicamentosa, avaliando condicionantes para a baixa e alta aderência, investigando corretamente sinais de proteinúria, hipocalcemia, hipercalcemia e creatinina sérica elevada, o que significa dano renal e prediz o prognóstico do paciente, refletem-se diretamente nas condutas.


Referências:
1. WHO. Conceptual framework for the international classification for patient safety. Version 1.1. Final Technical Report. 2009. [Cited 2017 Apr 12]. Available from: http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/icps_chapter1.pdf 2. Donaldson L, Philip P. Patient safety – a global priority. Bull World Health Organ. 2004; 82(12):892. [Cited 2017 Apr 12]. Available from: http://www.who.int/bulletin/volumes/82/12/editorial11204html/en/ 3. Urbanetto JS, Gerhardt LM. Segurança do paciente na tríade assistência ensino pesquisa. Rev Gaúch Enferm. 2013; 34(3): 8-9. [Citado 2017 Abr 12]. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/43294/27285 4. Lima CSP, Barbosa SFF. Ocorrência de eventos adversos como indicadores de qualidade assistencial em unidade de terapia intensiva. Rev Enferm. UERJ. 2015; 23(2): 222-8. [Citado 2017 Abr 12]. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v23n2/v23n2a13.pdf 5. Koerich C, Erdmann AL. Gerenciando práticas educativas para o cuidado de enfermagem qualificado em cardiologia. Rev Bras Enferm. 2016; 69(5):872-80. [Citado 2017 Abr 12]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n5/0034-7167-reben-69-05-0872.pdf