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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3301979

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3301979

METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: OPINIÕES, CONHECIMENTOS E ATITUDES DOCENTES.

Autores:
Autoras Lorenna dos Santos Soares ; Nair Chase da Silva ; Ana Carolina Scarpel Moncaio

Resumo:
**Introdução:** O ensino de graduação na área da saúde envolve aspectos humanísticos, críticos e filosóficos que fundamentam a construção do saber. Diante da complexidade de formar profissionais na área da saúde, as Instituições de Ensino Superior (IES) devem construir propostas que considerem as atuais exigências do mundo do trabalho e a formação integral desses profissionais. No entanto, ainda há o predomínio de uma visão pedagógica direcionada ao modelo tradicional(1). A contemporaneidade demanda competências profissionais, como a iniciativa, flexibilidade, criatividade entre outras. Esse cenário vem colocando em dúvida as formas tradicionais de ensino(1). Desse modo, temos as tendências pedagógicas interativas, dentre as quais podemos citar as metodologias ativas (MA), que configuram um meio que possibilita o aprender a aprender, focalizando nos princípios da pedagogia crítica, reflexiva e transformadora. É necessária, nessa perspectiva, a utilização de MA que fundamentem as concepções pedagógicas, inerentes à formação de professores de modo que venham a fortalecer a relação teoria e prática, a atender às carências da sociedade na resolução dos problemas que emergem do cotidiano e coloquem o estudante como protagonista do seu aprendizado(2). Métodos tradicionais, também conhecidos como métodos bancários de ensino e aprendizagem, não atendem mais as necessidades dos jovens estudantes e o desenvolvimento de competências e habilidades para a vida profissional, para a aprendizagem contextualizada, e para a visão interdisciplinar do conhecimento(3). Nesse sentido, é pertinente conhecer quais as opiniões, conhecimentos e atitudes sobre as metodologias ativas, de docentes dos cursos de graduação da área da saúde? **Objetivo:** examinar as opiniões, conhecimentos e atitudes sobre as metodologias ativas, dos docentes dos cursos de graduação da área da saúde. **Descrição Metodológica:** Tratou-se de uma Revisão Integrativa (RI) estruturada em seis passos: a) estabelecimento da questão de pesquisa; b) busca na literatura; c) coleta de dados; d) avaliação dos estudos incluídos; e) interpretação e discussão dos resultados; f) apresentação da revisão. Desse modo, o primeiro passo foi o estabelecimento da questão de pesquisa: quais as opiniões, conhecimentos e atitudes sobre as metodologias ativas, de docentes dos cursos de graduação da área da saúde? A busca na literatura científica ocorreu utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e o _Medical Subjetic Headings_ (MeSH). Utilizou-se também, as palavras-chave: metodologias ativas, metodologias inovadoras. Tanto nos DeCS/MeSH como nas palavras-chave foram utilizados vocábulos correspondentes na língua inglesa. A busca de artigos foi realizada entre dezembro de 2016 a fevereiro de 2017, utilizando a biblioteca virtual _Scientific Electronic Library On-line_ (SciELO), a base de dados  Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS) e o Portal de Publicações de Artigos Médicos (PubMed). Os critérios de inclusão definidos foram: artigos originais, de reflexão e relato de experiência disponíveis _online_ na íntegra, com acesso livre nos idiomas português, inglês e espanhol. Após leitura dos títulos e resumos, foram pré-selecionados 57 artigos. Nessa etapa, foi utilizado um roteiro de extração dos dados construído e validado. Após a extração dos dados, foi realizada análise dos dados, na qual se utilizou a análise temática de conteúdo e a sistematização temático-categorial em todo _corpus_ da produção científica selecionada. **Resultados: **Dos 25 artigos que compuseram a amostra deste estudo, 6 (24%) são internacionais, sendo a Espanha o país com maior produção científica sobre a temática, apresentando dois (8%) artigos; na sequência Portugal, Canadá, Arábia Saudita e Chile, com um (16%) artigo cada, envolvendo a relação metodologias ativas e professores da área da saúde no ensino superior. O Brasil foi o país com maior número de publicações, com 19 trabalhos (76%). Os cursos de graduação na área da saúde que apresentaram produção científica envolvendo a temática do estudo foram: enfermagem com onze (44%) artigos; medicina: cinco (20%); odontologia: três (12%); farmácia: dois (8%); nutrição: um (4%); fisioterapia: um (4%); o curso de medicina produziu um (4%) artigo envolvendo professores dos cursos de enfermagem, nutrição, medicina; e um (4%) envolvendo professores dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Embora a maioria dos artigos apresentassem aspectos mais abrangentes das opiniões, conhecimentos e atitudes de docentes da área da saúde sobre a utilização de metodologias ativas no ensino de graduação, foi possível identificar nos achados de cada um, fatores associados às dificuldades na utilização das mesmas. As “Opiniões de docentes da área da saúde sobre a utilização de MA” apontam para a prevalência do modelo bancário de ensino e as fragilidades das IES quanto à infraestrutura e gestão didático-pedagógica. Quanto aos “Conhecimentos de docentes da área da saúde sobre a utilização de metodologias ativas”, foi detectada a Necessidade de conhecer as MA e a Necessidade de instrumentalização para o uso das mesmas. No que tange às “Atitudes de docentes da área da saúde sobre a utilização de metodologias ativas”, percebeu-se o imobilismo dos docentes diante das mudanças necessárias; atitude favorável à utilização das MA e o impacto da atuação docente na formação dos acadêmicos. As publicações mostram que grande parte dos docentes não priorizam as MA e utilizam a abordagem tradicional, por jugar esta última como sendo mais fácil(4). Porém, está ocorrendo um movimento de mudança e ruptura com o paradigma tradicional em vários cursos da área da saúde, principalmente em decorrência dos processos avaliativos governamentais. Os estudos evidenciam uma fase de transição com maior ênfase do uso das MA e rompimento com o modelo tradicional de ensino. Há uma constante motivação somada à oferta de treinamentos do corpo docente o que gerou um impacto positivo na realização das aulas, desempenho e satisfação dos alunos. Ainda há muitas dificuldades, como resistência de alguns professores e alunos à mudança, porém os estudos mostram uma visão otimista quanto a responsabilidade para projeção social da docência em saúde(5).  A falta de qualificação formal e específica para a docência é um fator de singular relevância na área da saúde. Por isso, é necessário que os docentes se dediquem intensamente em seu preparo pedagógico a fim de compreender as características das MA para enfrentar os desafios que levam ao preparo de alunos analíticos; Nessa perspectiva, os estudos aqui analisados evidenciaram a necessidade de investimento em processos pedagógicos que favoreçam a sensibilização e reflexão docente para mudança. **Conclusão:** Esta revisão identificou que é imprescindível o rompimento com as metodologias tradicionais da reprodução, consideradas arcaicas, e a orientação para a produção do conhecimento. Porém, essa mudança requer associação com a oferta de melhores instrumentais didáticos que norteiem a ação docente; e ao apoio das instituições de ensino por meio da reorganização do projeto pedagógico, que conduzam a um currículo integrado e um sistema de avaliação baseado em competências e habilidades. A adoção das MA ainda é um desafio, haja vista que, dos artigos analisados, emergiram mais dificuldades que facilidades por parte dos docentes no que tange ao uso das MA. **Contribuições para a Enfermagem: **Os resultados dessa RI poderão estimular e fundamentar a prática dos docentes da área da saúde à adoção de MA no processo de ensino-aprendizagem, levando ao aperfeiçoamento dos estudantes, incentivando o trabalho em equipe, de modo a favorecer muitos aspectos para a melhoria da atenção à saúde de acordo com os princípios éticos, com a compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo suas ações para transformação do meio em que vivem, servindo melhor à sociedade.


Referências:
1. Kleinman A. Rethinking psychiatry from cultural category to personal experience. New York: The Free Press. 1988. 2. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 60 p. 3. Boldrini II. Et al. Bioma Pampa: diversidade florística e fisionômica. Porto Alegre: Pallotti, 2010. 64 p. 4. Lima A. Et al. Alternativas para a saúde: fitoterápicos populares produzidos por um grupo de agricultoras. Rev enferm UFPE [online]. 2016 10(9):3320-8. 5. Menéndez EL. Modelos de atención de los padecimientos: de exclusiones teóricas y articulaciones prácticas. Ciênc saúde colet [online]. 2003 8(1):185-207.