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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3290087

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3290087

IMPLICAÇÕES DA APLICAÇÃO DO EXAME CLÍNICO OBJETIVO ESTRUTURADO (OSCE) NO DESEMPENHO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores:
Maria da Graça Oliveira Crossetti ; Lucas Henrique de Rosso ; Carolina Giordani da Silva

Resumo:
Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacional do Curso de Graduação em Enfermagem dentre seus objetivos propostos, retrata a formação de enfermeiros que sejam dotados de competências e habilidades gerais e específicas para o exercício da profissão. Frente a isso, se faz necessário adotar métodos avaliativos que sejam voltados para avaliar esses aspectos e inovar os exames tradicionais. Neste sentido, destaca-se o Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE)1 que é considerado um método para a avaliação de competências clínicas, o qual é realizado de forma planeja, organizada e estruturada tendo em vista a objetividade do exame. O OSCE se estrutura em estações que podem serem práticas ou escritas, que se caracterizam por apresentar um caso clínico e uma tarefa a ser realizada, de modo simultâneo em um tempo padrão. Os casos clínicos podem ser simulados por atores que desempenham o papel de paciente padronizado. Cada estação conta com um ou dois examinadores que tem consigo um _checklist_ de avaliação, após o término da atividade o(s) mesmo(s) realiza(m) um _feedback_ com o acadêmico. A produção de pesquisas utilizando o OSCE com acadêmicos de enfermagem encontra-se em constante desenvolvimento e aprimoramento, deste modo, demonstra-se a importância de analisar os resultados que este método esta proporcionando no que tange a avaliação de competências e habilidades clínicas. Objetivo: Analisar as implicações da aplicação do OSCE no desempenho de acadêmicos de enfermagem. Método: Trata-se de uma Revisão Sistemática (RS) orientada pelas recomendações do _Preferred Reporting Itens for Systematic Reviews and Meta-Analyses_ (PRISMA). A coleta de dados ocorreu no período de novembro a dezembro de 2017, sendo a busca realizada nas bases de dados PubMed, Web of Science, Scopus, CINAHL e SciELO, utilizando-se os seguintes descritores controlados, segundo o DeCS: _“clinical competence”_, _“simulation”_, _“learning”_, _“problem solving”_, _“educational measurement”_ e _“evaluation”_. O descritor não controlado aplicado foi “OSCE”. Foram realizadas estratégias de busca e utilizado o operador booleano _AND_ entre os descritores. O recorte temporal estabelecido foi do ano de 1990 a 2017, devido a primeira aplicação do OSCE ocorrer em meados dos anos 90 no Brasil. Incluiu-se artigos primários publicados em periódicos nacionais e internacionais realizados com acadêmicos de enfermagem, que encontravam-se disponíveis no formato online e gratuito, nos idiomas inglês, espanhol e português, que utilizaram diferentes métodos de pesquisa com abordagens quantitativas ou qualitativas ou métodos mistos, cujo foco principal dos estudos foi a utilização do OSCE com acadêmicos da área da enfermagem. Foram excluídos editoriais, cartas, estudos teóricos e reflexivos, resumos de eventos científicos, manuais, projetos de pesquisa, teses, dissertações, monografias, revisões integrativas e sistemáticas. A questão de pesquisa foi formulada com base no acrômio PICO - Paciente, Intervenção, Comparação e “_Outcomes_” (desfecho), sendo que não houve comparação (letra C), desta forma, frente ao objetivo deste trabalho, resultou-se na seguinte questão: Quais as principais implicações da aplicação do OSCE em acadêmicos de enfermagem?. Este estudo foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS, sob o número: 2.465.369. Resultados: A busca dos estudos nas bases de dados eletrônicas resultou em 533 artigos, dos quais 114 foram duplicados e após aplicação dos testes de relevância resultou-se na amostra de 16 estudos. Houve a prevalência de pesquisas realizadas na Europa (n = 6 – 37,5%), América (n = 4 – 25%) e Ásia (n = 4 – 25%). Destaca-se que apenas uma pesquisa foi realizada no Brasil. Referente aos anos das publicações sobre o tema prevaleceu 2012 (n = 4 – 25%) e 2014 (n = 4 – 25%), seguidos dos anos de 2016 (n = 3 – 18,75%) e 2017 (n = 2 – 12,5%), os anos de 2010, 2011 e 2013 tiveram somente um artigo publicado cada (n = 1 – 6,25%). Em reposta a questões da RS deste trabalho, identificou-se que existem diferenças no desempenho dos acadêmicos entre as estações, pois o melhor desempenho da habilidade representa em um maior conhecimento sobre determinado conteúdo1. A utilização de pacientes padronizados aponta resultados mais significativos em relação ao emprego de manequins de baixa, média e alta fidelidade, uma vez que reduz o medo dos acadêmicos em cometer erros quando adentrarem a prática real2. O OSCE foi avaliado positivamente como um ambiente que replica a prática clínica factual, facilita a aquisição de novos conhecimentos e motiva o processo de ensino-aprendizagem3, em razão de fornecerem um âmbito seguro e controlado que permite o desenvolvimento de uma série de habilidades de graus de complexidade variados por meio de uma atmosfera interativa, segura e realista². Devido à metodologia OSCE ocorrer em ambiente simulado, verificou- se que este aspecto auxilia na preparação para o enfrentamento de situações cotidianas reais1. Desta forma, o exame possibilita aos acadêmicos uma experiência de aprendizado inovadora, proporcionando a melhora das habilidades críticas na resolução de problemas4, além de possibilitar que os mesmos reconheçam suas fraquezas e pontos a serem melhorados, sendo visto o exame como uma oportunidade de aprender5. O _feedback_ foi considerado um momento que permite a discussão de conceitos, correções de erros e simulação de processos de pensamentos reflexivos1. Ressalta-se que os quesitos confiabilidade e validade foram destacados como os principais benefícios do OSCE, sendo considerado um método aceitável e confiável para avaliar as competência e habilidades clínicas3. Conclusão: As implicações da aplicação do OSCE no desempenho de acadêmicos de enfermagem revelaram que o exame apresenta-se como um método avaliativo inovador e válido para a avaliação, desenvolvimento e aprimoramento de competências e habilidades clínicas, além de promover segurança aos mesmos para quando adentrarem a prática clínica real. Contribuições/implicações para enfermagem: A utilização do OSCE ainda encontra-se incipiente na área da enfermagem, principalmente, na realidade brasileira. Desta maneira, a introdução do exame nas grades curriculares dos cursos de graduação da área afim possibilita que sejam observados o processo de ensino-aprendizagem dos acadêmicos e estratégias possam ser realizadas com intuito de preparar estes futuros enfermeiros para a prática profissional. Frente ao perfil a ser formado, o qual os enfermeiros devem deter de um caráter generalista, crítico e reflexivo e que disponham de competências e habilidade, acredita-se que a implantação e implementação do OSCE possa auxiliar no desenvolvimento e preparação destes futuros profissionais.


Referências:
1. Scheil-Adlung, X. Global evidence on inequities in rural health protection: New data on rural deficits in health coverage for 174 countries. International Labour Office: Geneva, 2015. 2. Lea, J.; Cruickshank, M. Supporting new graduate nurses making the transition to rural nursing practice: views from experienced rural nurses. Journal of Clinical Nursing, 2015 24: 2826–2834. 3. Galvão, C.M.; Sawada, N.O.; Trevisan, M.A. Revisão sistemática: recurso que proporciona a incorporação das evidências na prática da enfermagem. Revista latino Americana de Enfermagem 2004 12(3): 540-556. 4. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e Floresta. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. 52p. 5. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 26p.