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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3244723

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3244723

EDUCAÇÃO CONTINUADA SOBRE A UTILIZAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

Autores:
Karyme Lucila Jabra ; Aline Aparecida Bianchi ; Michelly Kim de Oliveira Rosa Guimarães

Resumo:
**Introdução: **A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma atividade privativa do enfermeiro segundo a Lei do Exercício Profissional nº 7.498/861e a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 358/20092. Sua implantação deve ser realizada em toda a instituição de saúde pública e privada, sendo este processo constituído por várias etapas apoiadas nas teorias de enfermagem, sendo uma das formas de sistematizar o cuidado. O processo de enfermagem consiste em cinco fases sequenciais: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento, Implementação e Evolução de Enfermagem3. A SAE mostra-se como importante elemento articulador e mobilizador de processos de melhoria no contexto interdisciplinar da saúde, desde que ampliada e visualizada para além da organização da enfermagem 4. Com a efetuação da SAE espera-se que seja desenvolvido o Processo de Enfermagem para melhorar a comunicação Inter profissional, prevenir erros, omissões e repetições desnecessárias, obtendo-se com isso uma satisfação nos resultados esperados.**Objetivo: **Relatar a experiência de estagiários e docentes de enfermagem quanto à realização de educaçãocontinuada sobre a utilização da SAE em uma Unidade de Pronto Atendimento do Município de Várzea Grande.**Metodologia: **A Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) do Ipase, localizada em Várzea Grande- MT começou a ser construída em 2013 e no ano de 2014 a parte estrutural ficou pronta e com isso teve a inauguração da obra no mês de julho de 2016. Trata-se de uma unidade de pronto atendimento (UPA) construída e habilitada para atender porte III, sendo um dos requisitos para o credenciamento da unidade, o efetivo funcionamento da unidade. A unidade tem capacidade média de atendimentos para 350 pacientes/dia, assistidos de acordo com acolhimento com classificação de risco. Conta com 20 leitos distribuídos entre masculino, feminino, infantil e isolamento; um Box de urgência, consultórios, sala de inalação e de medicação. Dispõe de seis médicos no preenchimento dos turnos (4 clínicos e 2 pediatra) e ainda atendimento odontológico, totalizando 130 servidores, dos quais 19 são enfermeiros. Desde sua inauguração a unidade recebe alunos do Curso de Enfermagem da Universidade de Várzea Grande para estágio acadêmico do 9º semestre com foco na gestão do cuidado e de unidades de saúde. Diante da proposta de estágio e parceria ensino-serviço, os acadêmicos de enfermagem realizaram o diagnóstico situacional e neste levantamento vislumbraram a dificuldade enfrentada pelos setores na utilização da SAE para o atendimento de enfermagem. Através do plano de ação aprovado pela coordenação da Unidade Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Ipase propôs uma atividade de educação continuada sobre a conscientização do uso correto da SAE, foi elaborado um projeto para sensibilizar os enfermeiros a utilizarem a SAE uma vez que o prontuário eletrônico comporta campo específico para o registro de enfermagem.  A atividade foi realizada no dia 23 de novembro de 2017, em sala de reunião contendo seis enfermeiros dos setores em grupos alternados de três enfermeiros. A ação abordou o marco legal da atuação da enfermagem, estrutura da SAE, sensibilizações dos profissionais depois oportunizaram um momento de reflexão e esclarecimento acerca das dúvidas pertinentes ao tema e vivência dos profissionais. Ao final foram entregues aos profissionais material produzidos pelos acadêmicos que abordava a  SAE suas etapas alguns diagnósticos identificados  no perfil dos pacientes que foram levantados no momento do diagnóstico situacional .**Resultados**: Durante a execução do projeto de educação continuada os profissionais relataram a dificuldade de realizar a SAE ao paciente em atendimento do Box pela dinâmica e rotatividade dos pacientes que inviabiliza a construção da SAE completa, já os profissionais da observação discutiram a utilização da SAE como suporte a assistência de qualidade e respaldo a equipe profissional. De acordo com estudo realizado por Felix3 em unidade de Pronto atendimento de São Paulo, essas dificuldades também se assemelham ao que encontramos em nosso cenário, o autor identificou a falta de tempo, a alta rotatividade de pacientes, o tipo de instrumento para a SAE, pouco conhecimento teórico pelos enfermeiros, a alta demanda de pacientes e resistência por parte dos enfermeiros como obstáculos, os quais podem ser superados diante de oportunidade de aprendizado e melhor dimensionamento dos profissionais de enfermagem.  Após a atividade desenvolvida na UPA, os acadêmicos de enfermagem que ficaram nos setores acompanharam os enfermeiros na construção e implementação da SAE dos pacientes da observação e do BOX, observou-se maior implementação do setor de observação pela característica de permanência dos pacientes, essa implementação conferiu qualidade ao atendimento prestado pela enfermagem como também possibilitou aperfeiçoar a organização da equipe pelas necessidades sinalizadas pela sistematização.  Os demais setores que sentiram dificuldades de utilizar a SAE pelas suas características apresentaram maior detalhamento dos registros de enfermagem, sinalizando efeito positivo da intervenção dos acadêmicos **Conclusão: **O projeto possibilitou aos alunos de enfermagem analise da realidade proporcionado o desenvolvimento do senso crítico como maior apropriação teórica quanto o processo de enfermagem. A compreensão de que assistência e a administração dos processos de trabalhos em enfermagem andam de mãos dadas, se complementam e estão intimamente interligadas, deixam de estarem presentes apenas no campo teórico para fazerem parte da prática dos alunos que contribuem significativamente para a formação, mas tais estratégias somente são possível pela articulação dos conhecimentos adquiridos durante o curso e a vivencia pratica da atuação dos profissionais. Além disso, a aplicação de estratégias de desenvolver pessoas dentro de um serviço de saúde, utilizando metodologias de ensino de forma ativa, através de dinâmicas, possibilitou reflexões por parte dos enfermeiros.  Na execução do projeto de educação evidenciou-se que a qualidade de assistência teve uma melhora pela utilização do instrumento como também a qualidade dos registros dos pacientes nos prontuário eletrônico.**Contribuições/implicações para a Enfermagem**: A SAE proporciona uma maior autonomia para o enfermeiro, um respaldo seguro através do registro, que garante a continuidade/complementaridade multiprofissional, além de promover uma aproximação enfermeiro – usuário. Faz-se necessário que os enfermeiros que atuam em unidades de urgência e emergência desenvolvam estratégias de incorporação dessa ferramenta em seu cotidiano. Para isso, deve-se investir em dimensionamento de enfermagem adequado às necessidades do serviço para que os enfermeiros disponham de maior tempo para elaborar o processo de enfermagem dos pacientes que ficam observação na UPA.


Referências:
Wiggleton C, Petrusa E, Loomis K, et al. Medical Students’ Experiences of Moral Distress: Development of a Web-Based Survey. Academic Medicine 2010; 85(1) : 111-117. Wojtowicz B, Hagen B, Daalen-Smith CV. No place to turn: Nursing students’ experiences of moral distress in mental health settings. Int J Ment Health Nurs 2014; 23(3):257-264 Comrie RW. An analysis of undergraduate and graduate student nurses’ moral sensitivity. Nurs Ethics 2012; 19(1):116-27. Rennó HMS, Brito MJM, Ramos FRS. Estágio curricular e o sofrimento moral do estudante de enfermagem. Enferm Foco 2015; 6 (1/4): 51-55