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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3210039

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3210039

IMPLANTAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NA CLÍNICA MÉDICA: FERRAMENTA PARA O CUIDADO

Autores:
Leila Zanatta ; Vanessa Nalin Vanassi ; Denise Antunes de Azambuja Zocche ; Adriane Karal ; Larissa Evangelista Ferreira

Resumo:
**IMPLANTAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NA CLÍNICA MÉDICA: FERRAMENTA PARA O CUIDADO ** _Adriane Karal_1, Vanessa Nalin Vanassi2, Denise Antunes de Azambuja Zocche3, Leila Zanatta4, Larissa Evangelista Ferreira5 **Introdução**: o planejamento da assistência de enfermagem é uma imposição legal desde 1986, presente na Lei nº 7498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem1. Em complemento, a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 358/09 dispõe sobre a obrigatoriedade da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a implementação do Processo de Enfermagem (PE) em ambientes públicos ou privados em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem2. O cenário hospitalar configura-se com um importante ponto da rede de atenção a saúde, onde a enfermagem representa grande parte do contingente de profissionais. O enfermeiro, para exercer sua prática profissional, deve estar fundamentado em uma metodologia de trabalho científica, tornando, assim, suas atividades sistematizadas e constituídas de argumentos e evidências científicas que possibilitem a assistência segura aos usuários da rede de atenção hospitalar3. A SAE organiza o trabalho profissional tornando possível a operacionalização do PE2. A organização do trabalho de enfermagem a partir do PE permite ao enfermeiro organizar suas ações, utilizando modelos adaptáveis à sua realidade e subsidiando a tomada de decisão, e traz inúmeros benefícios, não apenas aos pacientes, mas para as instituições e para os demais profissionais da equipe multidisciplinar envolvidos no processo de cuidado3. O PE organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, inter-dependentes e recorrentes, sendo estas: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem2. O DE é a segunda etapa do processo de enfermagem e, considerado uma fonte de conhecimento científico para a profissão, tornando-se fundamental para o planejamento da assistência ao paciente. Esta etapa é válida quando representa realmente o problema inferido pelos enfermeiros. Segundo a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), o diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, família ou comunidade aos problemas de saúde reais ou potenciais ou processos vitais4. A implementação da SAE através do PE acontece de forma gradual em várias instituições de saúde, sendo a implementação da etapa de DE um grande desafio para os enfermeiros, pois demanda conhecimento sobre o perfil dos pacientes e utilização de diversas bases de conhecimentos para a construção do raciocínio clínico para elucidar os diagnósticos de enfermagem.  Apesar de desafiador, a consolidação desta etapa do PE facilita o planejamento da assistência, direciona os cuidados para a resolutividade das condições do paciente e padroniza a linguagem. **Objetivo: **descrever a experiência prática vivenciada por profissionais de enfermagem durante a implementação da etapa de Diagnóstico de Enfermagem no setor clínica médica de um hospital de média complexidade do Extremo Oeste de Santa Catarina. **Descrição metodológica**: o presente trabalho trata-se de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência, elaborado a partir de uma prática de intervenção pautada no referencial teórico da SAE e na linguagem padronizada da NANDA. A implementação dos DE no hospital abrange a estratégia de reorientação dos serviços de saúde. O setor clínica médica, no referido hospital, tem 18 leitos cadastrados. Participaram da construção desta prática assistencial um total de quatro enfermeiras que atuam na clínica médica, sendo uma a Responsável Técnica e que conduziu o trabalho. A construção dos DE foi realizada através da classificação da NANDA. Iniciou no mês de janeiro de 2018, finalizando em fevereiro de 2018. **Resultados**: inicialmente as enfermeiras foram sensibilizadas sobre a importância da implementação da etapa dos DE na instituição por meio de roda de conversa. Este método foi utilizado por ser uma técnica que permite os participantes expressarem suas opiniões e conceitos sobre o tema proposto, favorecendo o diálogo e momentos de reflexão do grupo, além de estimular a construção da autonomia dos sujeitos através da problematização e da reflexão para a ação5. O instrumento Histórico de Enfermagem e Exame Físico, já vinham sendo utilizados na instituição e, seguindo o processo de implementação do PE, realizou-se o levantamento dos DE através de estudos de casos de prontuários. Ao total foram analisados 100 prontuários, escolhidos de modo aleatórios, de pacientes que internaram no setor clínica médica da instituição, no ano 2017. Considerou-se ainda, estudo anterior do perfil de pacientes atendidos no setor de clínica médica do Hospital. Através de estudos de casos dos prontuários, foram levantados 65 Diagnósticos de Enfermagem, utilizando a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association – Internacional (NANDA), versão 2015-2017, sendo estabelecidas 12 divisões diagnósticas: alimentos/líquidos, atividade/repouso, circulação, dor/desconforto, eliminação, ensino/aprendizagem, higiene, integridade do ego, interação social, neurossensorial, respiração e segurança. Para testar a aplicabilidade dos DE levantados, foram aplicados os instrumentos Histórico de Enfermagem e Exame físico, em 20 pacientes da clínica médica e verificou-se a aplicabilidade dos diagnósticos elencados, que serão reavaliados após seis meses do início da utilização, considerando a frequência de utilização. Os DE que obtiverem uma frequência de utilização maior, permanecerão no roteiro do PE da instituição e os muito pouco ou não utilizados serão excluídos. Os DE levantados foram validados pela equipe de enfermeiras do hospital e representante legal e administrativo.** Conclusão**: as instituições que prestam assistência em saúde devem fornecer atendimento de qualidade considerando a integralidade do paciente e, para tanto, precisam desenvolver instrumentos facilitadores desse processo, que sejam capazes de garantir um planejamento voltado para necessidades reais e, para tanto, precisam conhecer o perfil da instituição de saúde e dos pacientes atendidos3. A implementação dos DE na clínica médica de um hospital de média complexidade, apresentada neste relato, vai a esse encontro, como potencial para a reorientação dos serviços de saúde e forma de aperfeiçoar a gestão da assistência ao paciente do setor clínica médica. Os DE que foram elencados considerando o perfil dos pacientes atendidos na clínica médica do hospital foram implantados e estão sendo utilizados. Este relato apresenta apenas parte de um trabalho focado na reorientação dos serviços de saúde e cumprimento com Resolução do COFEN nº 358/09 em uma instituição hospitalar. **Contribuições/implicações para enfermagem:** a implementação dos DE na clínica médica contribui de forma significativa para o planejamento de um cuidado pautado na integralidade do paciente, facilitando a avaliação do plano de cuidados. Favorece a tomada de decisão do enfermeiro e sua autonomia sobre os cuidados prescritos, além de fortalecimento da discussão de caso em equipe para garantir qualidade dos cuidados e maior visibilidade da atuação profissional.


Referências:
1. Campos GWS. Humanização na Saúde: um projeto em defesa da vida? Interface - Comunicação, Saúde, Educação. 2005; 9 (17): 339-406. 2. Nogueira MDP. Manual sobre a extensão universitária para o aluno da UFMG. Belo Horizonte: UFMG; 2005.126p. 3. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1996. 4. Carneiro, JA, Costa, FM, Lima, CC, Otaviano, MR, Fróes, GJ. Unimontes solidária: interação comunitária e prática médica com a extensão. Revista Brasileira de Educação Médica, 2011, 35(2), 283-288.