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3154083 | INFLUENCIA DO HISTÓRICO DE ENFERMAGEM PARA O CUIDAR NA UTI GERAL DE UM HOSPITAL CATARINENSE | Autores: Alexsandra Martins da Silva ; Maritania Orlandi ; Leoni Zenevicz ; Tatiana Gaffuri da Silva ; Katia Cilene Godinho Bertoncello |
Resumo: Introdução: O Processo de Enfermagem (PE) tem como primeira etapa, o histórico
de enfermagem (HE), que consiste na coleta de dados referente ao estado do
paciente, da família e da comunidade, tendo por objetivo identificar
necessidades, problemas, preocupações e reações dos sujeitos às condições
vitais e às impostas pelo dia a dia. Esta fase de coleta de dados constitui-
se como elemento chave, fundamental para embasar os demais passos do PE,
ferramenta de extrema relevância que possibilita ao enfermeiro prestar um
cuidado individualizado na direção das necessidades dos envolvidos,
denominados como paciente/cliente/usuário1. Cientes desta importância, os
enfermeiros devem procurar formas de envolver, sensibilizar e estabelecer
parcerias com a equipe de enfermagem, buscando assegurar práticas
assistenciais que primam por um cuidado integral, fundamentado e sistematizado
cientificamente. Rememorando, desde a década de 50, com o avanço da ciência em
enfermagem, o cuidado passa a ser refletido considerando como proposição a
utilização de métodos e teorias próprias de seu escopo2. Nesta direção, o PE
tem representado, ao longo dos anos, o modelo metodológico para o
desenvolvimento da prática de enfermagem que concede ao enfermeiro uma
assistência qualificada e diferenciada3. Para seu desenvolvimento, são
necessárias habilidades técnicas e incessante capacitação dos profissionais2.
Objetivo: Identificar como enfermeiros percebem a influência do histórico de
enfermagem para o cuidado em enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) Geral de um Hospital Catarinense. Descrição metodológica: Estudo de
cunho qualitativo, desenvolvido na UTI Geral de um Hospital público
Catarinense, com 85% de seus leitos disponíveis para o atendimento de
pacientes do Sistema Único de Saúde. Referência em alta complexidade em
diversas especialidades, assim como no serviço de UTI Geral. A UTI conta com
17 leitos de internação e serve de campo de prática para Instituições de Nível
Superior e Técnico. A amostra foi por conveniência, sendo que dos onze
enfermeiros atuantes na UTI adulto, todos atendiam aos critérios de inclusão,
que consistia em atuar na UTI por tempo maior que 30 dias e ter aplicado o
histórico implantado na UTI, por no mínimo 30 dias. Apenas um dos enfermeiros
integrava ao critério de exclusão, que era estar em licença no momento da
coleta, porém oito enfermeiros participaram do momento coleta de dados, com
duas faltas não justificadas. A etapa da coleta de dados ocorreu através da
técnica do grupo focal, onde os enfermeiros foram instigados a
dialogar/discutir sobre suas percepções quanto à Influência do HE para o
cuidado de enfermagem. O grupo foi conduzido pelo pesquisador tendo como
questão disparadora: Como o HE influencia no cuidado oferecido pela
enfermagem? O encontro foi realizado em uma sala da instituição, conforme
acordado previamente, com duração de 120 minutos. Para garantir fidedignidade
das informações, utilizou-se um diário de campo e gravador de voz, com prévia
autorização dos participantes. Posteriormente as informações foram transcritas
e validadas junto aos participantes. Foi utilizado como método de análise o
Discurso do Sujeito Coletivo, a fim de dar conta da discursividade,
característica própria e indissociável do pensamento coletivo. Para a
confecção do discurso, as falas foram organizadas seguindo as etapas
metodológicas: extração de expressões chave, ideias centrais, a ancoragem e o
Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: A análise dos dados deu origem ao
seguinte discurso: O HE influencia muito no nosso cuidado, saber os dados do
paciente, se é tabagista, se não é, que medicações faz uso, como medicações
para dormir, pois ficam mais calmos quando damos prosseguimento há alguns
medicamentos, saber que o paciente fumou 40 anos da vida dele, quando chegou
dentro da UTI. A implantação do HE, com certeza melhorou o atendimento,
reverteu na qualidade do cuidado e no tratamento, foi de grande valia.” O
discurso evidencia que a utilização do histórico, organiza a assistência
individualizando e qualificando o cuidado. Ao coletar dados, o profissional
enfermeiro, reconhece necessidades e consegue intervir de forma mais efetiva,
garantindo ao usuário e sua família maior resolutividade, supervisionando,
avaliando e prestando a assistência necessária4. O HE possibilita o
desenvolvimento de ações individualizadas pela equipe de enfermagem que
favorecem o atendimento humanizado capaz de oferecer conforto aqueles que
estão em condição de vulnerabilidade, entendidas como um ser humano que
precisa ser cuidado por uma equipe profissional de saúde. Neste sentido,
amplia o olhar do profissional na identificação das necessidades humanas,
sejam elas do paciente, família ou comunidade, a fim de proporcionar um
cuidado que considere o todo indivisível do ser humano4. Como instrumento
metodológico e tecnológico o histórico exige raciocínio clínico, além de
empatia, experiência e habilidade no relacionamento interpessoal. Além do
mais, é amparado pela Resolução do COFEN nº 272/2002, revogada pela Resolução
do COFEN nº 358/2009 que tornou obrigatório à implantação e implementação do
PE de modo deliberado e sistemático em todos os ambientes em que ocorre o
cuidado profissional de Enfermagem, incluindo hospitais, serviços
ambulatoriais, escolas e domicílio; sendo que deve ser organizado em cinco
etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: histórico de
enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem,
implementação e avaliação de enfermagem5. Pode-se dizer que a assistência aos
pacientes na UTI está relacionada ao cuidado direto e intensivo, com
monitoramento permanente, proporcionando um cuidado humanizado e de qualidade.
Conclusão: O estudo evidencia a organização e qualificação do cuidado com a
utilização do HE. Contribuições/implicações para a Enfermagem: Quando
implantado e aplicado pela equipe, valoriza além da própria enfermagem, a
instituição de saúde, evidenciando o compromisso dos profissionais na
prestação de cuidados a saúde, buscando a qualificação do serviço prestado a
sociedade.
Referências: Ministério da Saúde. Portaria no 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília: Diário Oficial da União 2011; 24 out. ALFRADIQUE, Maria Elmira at all; Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil). In Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(6):1337-1349, jun, 2009. BRASIL, Conselho Nacional de Educação Câmara da Educação Superior. Parecer n° 1.33, de 07 de agosto de 2001. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares da Medicina, Enfermagem e Nutrição. Brasília (DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001. Programa de Educação pelo trabalho (PET-Saúde/GraduaSUS - 2016/2018, Acesso em 30 de maio de 2016, saite: http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2082; |