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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3154083

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3154083

INFLUENCIA DO HISTÓRICO DE ENFERMAGEM PARA O CUIDAR NA UTI GERAL DE UM HOSPITAL CATARINENSE

Autores:
Alexsandra Martins da Silva ; Maritania Orlandi ; Leoni Zenevicz ; Tatiana Gaffuri da Silva ; Katia Cilene Godinho Bertoncello

Resumo:
Introdução: O Processo de Enfermagem (PE) tem como primeira etapa, o histórico de enfermagem (HE), que consiste na coleta de dados referente ao estado do paciente, da família e da comunidade, tendo por objetivo identificar necessidades, problemas, preocupações e reações dos sujeitos às condições vitais e às impostas pelo dia a dia.  Esta fase de coleta de dados constitui- se como elemento chave, fundamental para embasar os demais passos do PE, ferramenta de extrema relevância que possibilita ao enfermeiro prestar um cuidado individualizado na direção das necessidades dos envolvidos, denominados como paciente/cliente/usuário1. Cientes desta importância, os enfermeiros devem procurar formas de envolver, sensibilizar e estabelecer parcerias com a equipe de enfermagem, buscando assegurar práticas assistenciais que primam por um cuidado integral, fundamentado e sistematizado cientificamente. Rememorando, desde a década de 50, com o avanço da ciência em enfermagem, o cuidado passa a ser refletido considerando como proposição a utilização de métodos e teorias próprias de seu escopo2. Nesta direção, o PE tem representado, ao longo dos anos, o modelo metodológico para o desenvolvimento da prática de enfermagem que concede ao enfermeiro uma assistência qualificada e diferenciada3. Para seu desenvolvimento, são necessárias habilidades técnicas e incessante capacitação dos profissionais2. Objetivo: Identificar como enfermeiros percebem a influência do histórico de enfermagem para o cuidado em enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral de um Hospital Catarinense. Descrição metodológica: Estudo de cunho qualitativo, desenvolvido na UTI Geral de um Hospital público Catarinense, com 85% de seus leitos disponíveis para o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde. Referência em alta complexidade em diversas especialidades, assim como no serviço de UTI Geral. A UTI conta com 17 leitos de internação e serve de campo de prática para Instituições de Nível Superior e Técnico. A amostra foi por conveniência, sendo que dos onze enfermeiros atuantes na UTI adulto, todos atendiam aos critérios de inclusão, que consistia em atuar na UTI por tempo maior que 30 dias e ter aplicado o histórico implantado na UTI, por no mínimo 30 dias.  Apenas um dos enfermeiros integrava ao critério de exclusão, que era estar em licença no momento da coleta, porém oito enfermeiros participaram do momento coleta de dados, com duas faltas não justificadas. A etapa da coleta de dados ocorreu através da técnica do grupo focal, onde os enfermeiros foram instigados a dialogar/discutir sobre suas percepções quanto à Influência do HE para o cuidado de enfermagem. O grupo foi conduzido pelo pesquisador tendo como questão disparadora: Como o HE influencia no cuidado oferecido pela enfermagem? O encontro foi realizado em uma sala da instituição, conforme acordado previamente, com duração de 120 minutos. Para garantir fidedignidade das informações, utilizou-se um diário de campo e gravador de voz, com prévia autorização dos participantes. Posteriormente as informações foram transcritas e validadas junto aos participantes. Foi utilizado como método de análise o Discurso do Sujeito Coletivo, a fim de dar conta da discursividade, característica própria e indissociável do pensamento coletivo.  Para a confecção do discurso, as falas foram organizadas seguindo as etapas metodológicas: extração de expressões chave, ideias centrais, a ancoragem e o Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: A análise dos dados deu origem ao seguinte discurso: O HE influencia muito no nosso cuidado, saber os dados do paciente, se é tabagista, se não é, que medicações faz uso, como medicações para dormir, pois ficam mais calmos quando damos prosseguimento há alguns medicamentos, saber que o paciente fumou 40 anos da vida dele, quando chegou dentro da UTI. A implantação do HE, com certeza melhorou o atendimento, reverteu na qualidade do cuidado e no tratamento, foi de grande valia.” O discurso evidencia que a utilização do histórico, organiza a assistência individualizando e qualificando o cuidado. Ao coletar dados, o profissional enfermeiro, reconhece necessidades e consegue intervir de forma mais efetiva, garantindo ao usuário e sua família maior resolutividade, supervisionando, avaliando e prestando a assistência necessária4. O HE possibilita o desenvolvimento de ações individualizadas pela equipe de enfermagem que favorecem o atendimento humanizado capaz de oferecer conforto aqueles que estão em condição de vulnerabilidade, entendidas como um ser humano que precisa ser cuidado por uma equipe profissional de saúde. Neste sentido, amplia o olhar do profissional na identificação das necessidades humanas, sejam elas do paciente, família ou comunidade, a fim de proporcionar um cuidado que considere o todo indivisível do ser humano4. Como instrumento metodológico e tecnológico o histórico exige raciocínio clínico, além de empatia, experiência e habilidade no relacionamento interpessoal. Além do mais, é amparado  pela Resolução do COFEN nº 272/2002, revogada pela Resolução do COFEN nº 358/2009 que tornou obrigatório à implantação e implementação do PE de modo deliberado e sistemático em todos os ambientes em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, incluindo hospitais, serviços ambulatoriais, escolas e domicílio; sendo que deve ser organizado em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem5. Pode-se dizer que a assistência aos pacientes na UTI está relacionada ao cuidado direto e intensivo, com monitoramento permanente, proporcionando um cuidado humanizado e de qualidade. Conclusão: O estudo evidencia a organização e qualificação do cuidado com a utilização do HE. Contribuições/implicações para a Enfermagem: Quando implantado e aplicado pela equipe, valoriza além da própria enfermagem, a instituição de saúde, evidenciando o compromisso dos profissionais na prestação de cuidados a saúde, buscando a qualificação do serviço prestado a sociedade.


Referências:
Ministério da Saúde. Portaria no 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília: Diário Oficial da União 2011; 24 out. ALFRADIQUE, Maria Elmira at all; Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil). In Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(6):1337-1349, jun, 2009. BRASIL, Conselho Nacional de Educação Câmara da Educação Superior. Parecer n° 1.33, de 07 de agosto de 2001. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares da Medicina, Enfermagem e Nutrição. Brasília (DF): Ministério da Educação e Cultura; 2001. Programa de Educação pelo trabalho (PET-Saúde/GraduaSUS - 2016/2018, Acesso em 30 de maio de 2016, saite: http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2082;