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3122129 | APRIMORAMENTO DA UTILIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NA CONSULTA DO ENFERMEIRO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Ariane de Melo Alvarenga ; Ana Maria Bim Gomes ; Ana Cristina Magalhaes Fernandes Bafica |
Resumo: Introdução: O diagnóstico de enfermagem como parte da sistematização da
assistência de enfermagem (SAE) se traduz numa ferramenta de suma importância
na efetivação de todo o processo assistencial. Esta ferramenta vem sendo
trabalhada de maneira mais incisiva em Florianópolis nos últimos 3 anos e tem
demonstrado um crescimento na percepção dos profissionais sobre o potencial do
trabalho desempenhado pelo enfermeiro na equipe de saúde. A SAE, a partir de
métodos, diretrizes, normativas, instrumentos orientativos, torna possível a
operacionalização do Processo de Enfermagem. Este é um instrumento
metodológico que orienta o cuidado profissional e a documentação necessária da
prática, tornando evidente a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da
população.1 O Processo de Enfermagem se organiza em cinco etapas inter-
relacionadas, interdependentes e recorrentes, sendo o diagnóstico de
Enfermagem o processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados que
culmina com a tomada de decisão e constituem a base para a seleção das ações
ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.2
Dentro deste contexto, o Centro de Saúde Monte Serrat foi escolhido para
compor o grupo piloto do monitoramento da utilização de diagnósticos de
enfermagem a partir da CIPE® (Classificação Internacional para Prática de
Enfermagem ) entre maio e outubro de 2016, no âmbito da APS ( Atenção Primária
à Saúde). Objetivos: Relatar a experiência de introdução da ferramenta dos
diagnósticos de enfermagem na prática clínica dos enfermeiros da unidade de
saúde da família do bairro Monte Serrat, no município de Florianópolis-SC no
ano de 2016. Metodologia: A implementação dos diagnósticos de enfermagem junto
a referida unidade de saúde, apresentou algumas etapas as quais estão listadas
a seguir: 1) Discussão junto a Comissão Permanente de Sistematização da
Assistência de Enfermagem da Secretaria Municipal de Florianópolis, para
escolha de unidades piloto, sendo a unidade do Monte Serrat uma das
escolhidas; 2) Participação na Capacitação de todos enfermeiros das unidades
pilotos; 3) Alimentação e compartilhamento da planilha de diagnósticos, a qual
estava linkada aos protocolos de enfermagem volume I (Saúde do adulto) e
volume II (Infecções Sexualmente Transmissíveis/Tuberculose/Dengue) no período
de 5 meses; 4) avaliação e diagnóstico de demanda proporcionado pela
alimentação do referido sistema de informação. Resultados: A oportunidade de
fazer parte de um grupo piloto para o referido monitoramento, oportunizou a
sensibilização dos enfermeiros no sentido de repensarem a sua prática, assim
como o raciocínio clínico a partir de uma terminologia reconhecida
internacionalmente. Tivemos também a percepção, ao longo do período, sobre o
número de diagnósticos novos que foram elaborados a partir desta
sensibilização. Iniciamos com 234 diagnósticos no mês de maio de 2016 e
concluímos com 320 no mês de outubro de 2016, um aumento equivalente a 36,7%
sendo a unidade piloto do Distrito Centro que mais utilizou a planilha de
monitoramento no atendimento de demanda espontânea e programática. Além disso,
iniciamos a sensibilização no mês de maio com 78 vezes de utilização e
chegamos em junho com 578 vezes, o equivalente a mais de 700% de aumento no
uso da ferramenta do piloto.3 Conclusão: O presente trabalho possibilitou
evidenciar a fundamental importância da sistematização da assistência de
enfermagem na prática clínica do enfermeiro, a qual realizada de maneira
organizada e tendo o diagnóstico de enfermagem como eixo norteador, serviu não
só para qualificar a assistência aos usuários, mas também colaborou numa
avaliação inicial da demanda espontânea e programática desta unidade de saúde.
Além disso, a utilização dos diagnósticos de enfermagem possibilitou uma
reflexão sobre a importância da ressignificação da prática do enfermeiro para
um processo de construção de um plano de cuidados que tem como foco o usuário
e suas necessidades, resgatando, desta forma, a aplicabilidade do Processo de
Enfermagem na APS.
Referências: 1 - Soares Marcos Hirata, Luís Margarita Antonia Villar, Hirata Andréia Gonçalves Pestana. Adaptação transcultural do instrumento “Nursing Students’ Attitudes Toward Mental Health Nursing and Consumers” no Brasil. Rev. Bras. Enferm. [Internet]. 2015 Abr [citado 2018 Mar 18] ; 68( 2 ): 198-205.
2 - Gonçalves Angélica Martins de Souza, Santos Manoel Antônio dos, Chaves Erika de Cássia Lopes, Pillon Sandra Cristina. Adaptação transcultural e validação da versão brasileira da Treatment Spirituality / Religiosity Scale. Rev. Bras. Enferm. [Internet]. 2016 Abr [citado 2018 Mar 18] ; 69( 2 ): 235-241.
3 - Resolução n. 358 de 15 de outubro de 2009 (BR). Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília (DF): Conselho Federal de Enfermagem; 2009. |