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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3069468

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3069468

O CONTEXTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE ÀS ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS APRESENTADAS PELO POTENCIAL DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS

Autores:
Neide da Silva Knihs ; Aline Lima Pestana Magalhães ; Aderson Ribeiro ; Ana Elisa Magozzo dos Santos ; Fábio Luciano Voss

Resumo:
INTRODUÇÃO: A determinação do diagnóstico de Morte Encefálica (ME) é o que caracteriza o paciente como potencial doador de órgãos e tecidos, no entanto, a condição para que este diagnóstico seja realizado é o estado hemodinâmico estável(1-2). Sabe-se que a ME pode repercurtir ao organismo efeitos como instabilidade cardiovascular, disfunções endócrinas, poliúria e perda da função termoreguladora, efeitos estes que se não tratados ou prevenidos, podem ocasionar parada cardiorespiratória e até perda do potencial doador(3). O enfermeiro, por sua vez, tem papel significativo neste processo, sendo ele que identifica precocemente qualquer alteração que possa vir a ocorrer e também desenvolve estratégias de cuidado ao paciente por meio da sistematização da assistência, como determinado na Resolução 292 de 2004 do Conselho Federal de Enfermagem(4). Dito isto, é importante ao profissional identificar quais as principais alterações hemodinâmicas que podem ocorrer ao potencial doador de órgãos e tecidos e também saber avaliar as principais intervenções de enfermagem frente essas alterações. OBJETIVO: apresentar as principais alterações hemodinâmicas desenvolvidas pelos pacientes e as respectivas ações de enfermagem no cuidado a essas alterações. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Este estudo está vinculado ao macroprojeto intitulado: “Ferramentas de gestão para analisar as causas de perda de possíveis e potenciais doadores de órgãos e tecidos” do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, prospectiva e descritiva; desenvolvido em dois hospitais de referência em doação de órgãos e tecidos no sul do país, nos prontuários de pacientes com diagnóstico de ME que foram notificados a Central de Transplantes como possíveis doadores de órgãos. A amostra do estudo foi composta por todos os prontuários de pacientes que foram notificados à Central de Transplantes entre janeiro de 2016 a janeiro de 2017, totalizando 69 prontuários. A definição deste período está relacionado com o período em que se dá início a sistematização do cuidado a esses pacientes nas referidas instituições. Após definição dos prontuários foi desenvolvida uma análise das informações pelos próprios pesquisadores com o auxílio da ferramenta de gestão, a qual busca analisar as principais alterações que ocorreram com o paciente neste período, tais como: a alteração na pressão arterial, hipotermia, débito urinário, alteração da glicemia, presença de diabetes insípido e outros. Durante a avaliação dos prontuários, buscou-se identificar quais os cuidados de enfermagem registrados foram desenvolvidos frente a essas alterações. RESULTADOS: As principais alterações hemodinâmicas identificadas foram: 1) temperatura tendo como média geral 36,15ºC; 2) pressão arterial com média geral de 126x72mmHg; 3) diurese com média geral de 1088,99 ml e 4) glicemia apresentando uma média geral de 168,30 mg/dl. Já os principais cuidados de enfermagem para os pacientes com alteração hemodinâmica foram: 1) cuidados com a temperatura: uso de manta térmica (69,57%); 2) cuidados com a dirurese: uso do hormônio antidiurético (33,33%); 3) cuidados com a pressão arterial: início de drogas vasoativas conforme prescrição médica (85,50%) e 4) cuidados com a glicemia: administração de insulina conforme alteração (33,33%). Os cuidados com menor índice de realização pelos enfermeiros foram: 1) cuidados com a temperatura: termômetro central (71,01%), ambiente aquecido (75,36%) e fluidos aquecidos (76,81%); 2) cuidados com a dirurese: balanço hídrico de 1 em 1 hora (89,90%), controle de diurese conforme peso 1 ml por kilo de peso (95,60%) e reposição de volume conforme balanço hídrico (95,60%); 3) cuidados com a pressão arterial: avaliação da pressão arterial média de 1 em 1 hora (68,12%), infusão conforme alteração da pressão arterial (95,60%) e 4) cuidados com a glicemia: controle de glicemia a cada seis horas (68,12%). CONCLUSÃO: Os resultados do estudo apontam as principais alterações hemodinâmicas encontradas nos pacientes em ME, sendo elas: hipotensão, poliúria e alteração da glicemia. Mostram também a necessidade de cuidados de enfermagem que envolvem o controle rigoroso dos sinais vitais, exames laboratoriais, diurese e glicemia capilar. Para tanto, é relevante que o enfermeiro conheça e acompanhe aevolução destas alterações e oriente a equipe de enfermagem sobre os cuidados. Ainda nesse sentido, destaca-se a importância dos programas de educação continuada referente ao potencial doador de órgãos e tecidos. Desta forma, os profissionais estarão habilitados técnica e cientificamente para agir e coordenar situações complexas com tranquilidade e segurança. CONTRIBUIÇÕES E IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Este estudo traz aos enfermeiros as principais alterações hemodinâmicas em um paciente em ME, bem como, os principais cuidados de enfermagem para estas alterações. Sendo assim, acredita-se que é possível desenvolver ações de melhorias voltadas para a prevenção de alterações hemodinâmicas, protocolos assistenciais e um planejamento mais efetivo da enfermagem junto a esses pacientes, viabilizando órgãos mais saudáveis e possibilitando o aumento na doação de órgãos e tecidos.


Referências:
1. Ministério da Saúde (MS). Agenda estratégica de prevenção ao suicídio. Brasil: Brasília; 2017. [Acessado em 15 out 2017]. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/Coletiva-suicidio-21-09.pdf 2. North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015. 3. O’Connor RC. Towards an integrated motivational–volitional model of suicidal behaviour. In International Handbook of Suicide Prevention: Research, Policy and Practice. Ed. Wiley; 2011:181-198. 4. Pasquali L et al. Instrumentação Psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed; 2010.