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2975074 | A INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE E A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM ENFERMIDADES ONCOHEMATOLÓGICAS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Flávia da Encarnação Alves ; Juliana Bezerra do Amaral ; Graziele Barbosa de Oliveira |
Resumo: **A INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE E A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM ENFERMIDADES ONCOHEMATOLÓGICAS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA**
Flávia da Encarnação Alves[1]
_Graziele Barbosa de Oliveira_2
Juliana Bezerra do Amaral3
**Introdução: **O projeto de extensão “Educação em saúde para pessoas com enfermidades oncohematológicas: ações para a promoção do autocuidado” é uma atividade de educação popular em saúde desenvolvida por docentes e estudantes da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (EEUFBA), pautada na integração ensino-serviço-comunidade, realizado no âmbito hospitalar e em um ambulatório especializado do serviço de oncohematologia de um hospital universitário do município de Salvador, por meio da Liga Acadêmica de Enfermagem Oncológica (LAEO-UFBA) e com o apoio do Programa Permanecer da UFBA. A construção desta extensão foi motivada pelos resultados de uma pesquisa que objetivou apreender as práticas educativas em saúde desenvolvidas pela(o) enfermeira(o) no contexto do cuidado da pessoa hospitalizada em uma unidade de Oncohematologia, que possibilitou por meio do discurso dos pacientes e enfermeiras (os) conhecer as práticas e os instrumentos utilizados pelos profissionais para a educação em saúde, assim como perceber a influência destas para o autocuidado. Nesta investigação evidenciou-se a inexistência de instrumentos específicos de educação em saúde direcionados às necessidades dos pacientes da unidade em questão, além da realização de práticas educativas, em sua maioria, de cunho verbal e desenvolvidas no ato da admissão. Diante do exposto, foi definido como **Objetivo: **relatar a experiência das práticas educativas desenvolvidas por estudantes de enfermagem à pacientes e familiares atendidos em um serviço de oncohematologia.** Metodologia: **estudo descritivo exploratório do tipo relato de experiência. As práticas educativas foram desenvolvidas no período de outubro de 2017 a março de 2018, semanalmente, com pacientes e familiares atendidos em um serviço de referência no tratamento de enfermidade oncohematológica de um hospital universitário da cidade de Salvador-BA, sendo construída conforme a lógica da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)¹, que compreende as seguintes etapas: coleta de dados de enfermagem; diagnóstico de enfermagem; planejamento de enfermagem; implementação da assistência de enfermagem; e avaliação de enfermagem. Foram utilizados instrumentos para o planejamento e avaliação das atividades, além de materiais didáticos já existentes, sendo o principal uma cartilha digital com orientações ao autocuidado, e materiais produzidos pelas próprias estudantes. **Resultados/Discussão: **O referido projeto, inovador no âmbito hospitalar, se encontra em constante processo de construção e aperfeiçoamento, consequentemente os resultados estão sendo obtidos de forma gradativa. A coleta de dados foi realizada através de diálogos com os usuários previamente escolhidos pelas enfermeiras do serviço, utilizando-se de um questionário estruturado, organizado pelas estudantes. Este serviu como facilitador no direcionamento da conversa, pois além de permitir a aproximação com os pacientes possibilitou conhecer a realidade e analisar o nível de conhecimento e entendimento dos mesmos. Destaca-se que este instrumento ainda tornou possível o acompanhamento dos usuários, visto que as intervenções nem sempre ocorriam no mesmo momento. Com base nas respostas, partia-se para a etapa de diagnóstico, na qual eram identificadas as principais demandas daquele indivíduo e, então, seguia-se para o planejamento da atividade educativa, a qual era enfocada em uma determinada temática. A implementação era realizada ainda nos primeiros encontros ou em subsequentes. Nos casos de intervenções em encontros seguintes, os pacientes mostraram-se receptivos por já conhecerem as proponentes. Durante a intervenção, os usuários recebiam orientações e eram sanadas suas dúvidas referentes à doença, ao tratamento, aos cuidados e demais temas importantes ou de interesse do usuário. A atividade educativa permitia que o usuário e/ou seu acompanhante refletisse sobre o seu cotidiano e identificasse as atitudes positivas e negativas referentes ao seu autocuidado. Com base nas reflexões de Freire², sabe-se da importância de indivíduos ativos que sejam capazes de modificar sua própria realidade a fim de promover sua saúde e prevenir agravos. Para o empoderamento destes indivíduos, é necessário que estes sejam conscientes de sua condição de saúde e possuam conhecimento. Neste contexto, a Educação em Saúde aparece como uma das principais ferramentas para a promoção da saúde, prevenção de agravos e recuperação para o câncer. Durante o desenvolvimento das atividades do projeto os usuários se mostraram receptivos ao diálogo, o que proporcionou uma interação positiva entre as proponentes e o público-alvo, e, ainda, tornou-se notório que estes não possuíam interesse em conhecer detalhes sobre sua enfermidade. Visto que um dos principais pontos no tratamento das enfermidades oncohematológicas é a prevenção de infecção, ressaltou-se o cuidado com a higiene pessoal, principalmente a lavagem das mãos, e cuidados com a alimentação. Também foi dado um destaque especial à temática da febre, pois estes indivíduos apresentam o sistema imunológico comprometido e a elevação da temperatura pode sinalizar a ocorrência de uma infecção. Desta forma, foi realizada demonstração de verificação adequada de temperatura, uma vez que muitos tinham consciência de que a febre é um sinal de alerta, mas não sabiam a partir de qual temperatura deveriam ficar atentos. O auxílio da cartilha digital facilitou a condução da atividade educativa, já que ao proporcionar um momento lúdico a interatividade aumentava. Ao final da atividade era realizada a avaliação, através de um instrumento, pelo qual os pacientes qualificaram a contribuição da atividade realizada. Percebeu-se que os participantes conseguiram sanar suas dúvidas, o que traz repercussões positivas ao projeto e também ao serviço. Além do contato com pacientes e familiares, as atividades vem possibilitando o exercício das relações interpessoais com a equipe de saúde, principalmente com as enfermeiras. Ressalta-se que o envolvimento desta profissional no projeto contribuiu para o auxílio nas atividades, bem como para o aprendizado das estudantes. **Conclusão: **A articulação entre o ensino, o serviço e a comunidade torna possível identificar precocemente e atuar nas necessidades de saúde da população. Fazendo-se uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem, esse processo pode se tornar organizado e facilitado, garantindo assim maior eficácia e eficiência. Neste sentido, pretende-se dar continuidade às atividades de extensão dada a importância da prática educativa no processo de empoderamento destes usuários em relação à sua saúde. Além de ser um espaço privilegiado de aprendizado para aqueles estão em formação acadêmica na área da saúde. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A partir deste projeto de extensão, espera-se estimular os profissionais de Enfermagem para que exerçam as competências e as habilidades relacionadas à realização de ações educativas que favoreçam a reflexão do indivíduo sobre sua condição de saúde e, a partir de sua realidade, construir soluções que irão promover o seu autocuidado ao longo do tratamento.
Descritores: Educação em Saúde; Autocuidado; Processo de Enfermagem.
**Referências:**
1. Conselho Regional de Enfermagem da Bahia. SAE - Sistematização da assistência de enfermagem: Guia prático. Salvador: COREN - BA, 2016.
2. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2002.
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[1] Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia. Email:
flavia.alves014@gmail.com
2 Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia. Email:
grazioliveira-@hotmail.com
3 Docente da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia. Email:
julianabamaral@yahoo.com.br
Referências: Costa, SA.; Tavares, F.G. Aspectos epidemiológicos das meningites no estado do rio de janeiro de 2007 a 2015. In: X Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Florianópolis, 2017
Machado, D.R.; Tavares, R.E.; Tavares, F.G. Mortalidade por agressões em idosos no Brasil: 2003-2014. In: X Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Florianópolis, 2017. |