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2862689 | O BANHO E A PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA | Autores: Deise Ferreira de Souza¹ , Ana Márcia Nascimento de Melo Chaves², Zenith Rosa Silvino³ , Suely Lopes de Azevedo4, Sueli Oliveira da Silva5 |
Resumo: Introdução: O banho no leito tem como objetivo a promoção da higiene e do
conforto do paciente bem como a manutenção da integridade cutânea. Trata-se de
procedimento que gera bem-estar, remove sujidades que causam doenças e
infecções, melhora o sistema biofuncional e fortalece a autoimagem. Esse
cuidado não pode ser realizado com percepção limitada do ato em si, sendo de
suma importância que os profissionais de enfermagem se atentem a
individualidade dos pacientes e que tenham a percepção do cuidado para além da
técnica. Objetivo: correlacionar o banho ou higiene do paciente hospitalizado
na prevenção de infecção. Pretendeu-se apresentar as boas praticas que
minimizem os ricos de infecção à saúde e garantam a segurança do paciente,
ressaltando a responsabilidade ética da equipe de enfermagem. Método:
realizou-se uma busca na Biblioteca Virtual de Saúde, realizada em fevereiro
de 2018, com os descritores “banhos” (baths), “higiene da pele” (Skin Care),
“Segurança do paciente” (Patient Safety) e “controle de infecções” (infection
control) que foram combinados de diferentes formas para se ampliar a busca. Os
critérios de inclusão foram artigos publicados no período de 2007 a 2017, nos
idiomas inglês, francês, espanhol e português, que abordassem o banho em
pacientes adultos e idosos, totalizando 231 artigos distribuídos 223 na
MEDLINE, 4 na BDENF e 4 na LILACS. Após retirar os artigos duplicados e
leitura dos títulos e resumos restaram 25 para uma leitura mais aprofundada,
mas somente dois relacionavam o banho ao controle de infecção e 23 artigos
abordavam soluções de poderiam ser utilizadas na higienização da pele como um
complemento para prevenção de infecção antecedendo procedimento cirúrgico.
Resultados: Foram identificado somente dois artigos relacionado ao banho dos
pacientes hospitalizados e a prevenção e controle de infecção. Os artigos que
travam da higiene corporal ou banho referiam-se a diversos temas como a
redução de ansiedade do paciente, hidratação da pele, carga de trabalho da
enfermagem, adaptação da tecnica do banho para pacientes com problemas
traumato ortopédicos ou a visão dos estudantes de enfermagem sobre o banho no
leito, dentre outros aspectos. Num primeiro aspecto é importante abordar que a
necessidade do banho no leito em pacientes críticos necessita ser avaliada
pelo enfermeiro tendo em vista que, a higienização completa pode ser
desaconselhada por as repercussões oxi-hemodinâmicas podem oscilar
significativamente e algumas condições aumentam esse risco tais como: banho em
menos de quatro horas após a cirurgia cardíaca, posicionamento prolongado do
paciente em decúbito lateral e tempo de banho superior a 20 minutos. Como
fator de proteção recomenda-se a manutenção da temperatura da água em 40°C.1
De qualquer forma, a higiene corporal deve ser supervisionado ou realizado
pelo próprio enfermeiro tendo em vista que é também um momento fundamental
para avaliação das condições da pele do paciente. Os serviços de saúde devem
ter suas ações padronizadas através do Procedimento Operacional Padrão (POP),
considerando como um instrumento organizacional que demonstra o planejamento
do trabalho que deve ser executado e descreve detalhadamente todas as medidas
necessárias para a realização de uma tarefa/procedimento junto ao paciente. O
preparo de todo material necessário, com as medidas de proteção ao paciente e
equipe envolvida e o registro do procedimento efetuado, com todas as
observações que se fizerem necessário. Ressalta-se também no POP os possiveis
riscos relacionados à assistencia como queda e higiene inadequada, os riscos
ocupacionais como contaminação do profissional e problemas ergonômicos e os
riscos ambientes em face de possibilidade de contaminação do meio ambiente por
descarte inadequado de resíduos. Em relação ao controle de infecção deve-se
considerar que a pele funciona como barreira aos microorganismos, mas também
abriga agentes patogenicos que podem causar infecção do síto cirúrgico (ISC).
Principalmente no que se referem às cirurgias, os microrganismos como o
Staphylococcus aureus e o Staphylococcus coagulase negativo são os causadores
de infecções e se localizam na pele ou vísceras abertas. Entre as intervenções
que poderão contribuir para a redução dos microrganismos sobre a pele próximo
da incisão cirúrgica e assim minimizar o risco de infecção, destaca-se o banho
pré-operatório. Com o advento dos antissépticos e com as suas propriedades de
inibir o crescimento microbiano por determinado período, os serviços de saúde
passaram a recomendar a sua utilização em tecidos vivos e objetos inanimados.
Dessa forma, o preparo da pele do paciente no pré e transoperatório com
solução antisséptica tem sido adotado para retirar sujidades, diminuir a carga
microbiana e minimizar a ISC. Para minimizar a ISC, a indústria farmacêutica
tem realizado investimentos em recursos para a preparação da pele do paciente
que vai submeter-se à cirurgia. Os lenços impregnados com soluções de
clorexidina 2% e mantidos na pele são utilizados e considerados eficazes por
alguns pesquisadores, mas em estudo que avaliou o efeito do banho pré-
operatório na prevenção de ISC, não foi encontrada diferença estatística
quando se comparou o banho com sabão sem antisséptico e clorexidina 4% e PVP-I
10% na redução de ISC, em cirurgias eletivas de artroplastia do quadril”.
Particularmente em pacientes que serão submetidos à cirurgia, estudos apontam
a eficácia da higiene corporal a noite que antecede ao ato cirurgico e há
controvérsias quanto ao uso da solução antisséptica mais adequada. O último
guideline do CDC-P (2017) reforça que o banho pré-operatório tem forte
recomendação na prevenção de ISC, lavando todo o corpo pelo menos na noite
anterior à cirurgia. Entretanto, em relação à solução antisséptica, não
existem comprovações para padronizar o tipo de solução usada no banho, bem
como o número de aplicações no corpo e o momento ideal para o banho pré-
operatório. Para realização do banho alguns cuidados devem ser observados e o
enfermeiro, responsável pela gerência do cuidado, deve atentar-se para os
aspectos relacionados à técnica, aos dispositivos, as condições respiratórias
e os eventuais riscos ao paciente. Para previnir riscos de infecções, os
materiais utilizados no banho devem ser de uso individual e, prioritariamente,
recomenda-se utilizar produtos descartáveis e não reutilizar água da bacia que
contenha sujidade de substâncias orgânicas para a lavagem das demais partes do
corpo. Conclusão: Os enfermeiros desempenham um papel importante no controle
de infecção dos pacientes e é muito importante otimizar a sua condição
fisiológica pois a capacidade de resposta do paciente é uma variável
importante que influencia na taxa de infecção. O dimensionamento adequado de
pessoal e do ambiente de trabalho contribui significativamente para se evitar
eventos adversos para com os pacientes e profissionais.
Contribuições/implicações para a Enfermagem: O desenvolvimento de infecções
hospitalares podem acarretar transtornos de grande gravidade aos pacientes e
familiares e eleva consideravelmente os custos da instituição. Todo cuidado de
enfermagem envolve conhecimento e atitudes dos profissionais que reduzam ao
máximo a incidência de infecções.
Referências: Referências:
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