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2802298 | INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA COM CEFALÉIA PÓS ANESTESIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA PRÁTICA ACADÊMICA | Autores: Suely Lopes de Azevedo ; Angela Maria E Silva |
Resumo: Resumo: A anestesia obstétrica é uma das principais e mais difundidas práticas
entre os obstetras no mundo. O seu uso está relacionado com o alívio da dor do
parto e ao alto índice de satisfação entre as parturientes1. Entretanto, ainda
persistem muitas controvérsias a respeito do seu uso. As técnicas utilizadas
para analgesia de parto são epidural, espinhal e combinada espinhal-epidural.
A analgesia é realizada por meio da colocação de um cateter no espaço epidural
para administração contínua ou intermitente de anestésicos locais e/ou
opioides. A técnica duplo-bloqueio, espinhal-epidural é realizada
administração única de anestésicos locais e/ou opioides no espaço
subaracnóideo e colocação de um cateter no espaço epidural para administrações
posteriores, esta técnica vem sendo a mais utilizada 1. Entretanto, em ambas
técnicas é necessário um profundo conhecimento das alterações fisiológicas que
acompanham a gestação e de suas interações com a modalidade anestésica
escolhida. Falhas em considerar tais fatores podem gerar consequências
catastróficas para a mãe e o feto 1. Diversos ensaios clínicos randomizados e
estudos observacionais têm investigado os efeitos das diferentes estratégias
analgésicas sobre desfechos maternos e fetais 1. A cefaleia é uma agressão ao
organismo, de ordem geral ou neurológica e tem como um dos fatores etiológico
a lesão expansiva do Sistema Nervoso Central (SNC), tendo como uma das causas
a perda de líquido cefalorraquidiano (LCR) pelo orifício de perfuração durante
a punção da duramáter/aracnóide intencional com fins operatória e alívio da
dor no parto 2. O sistema nervoso central é sustentado e envolvido pelo LCR,
sendo desta forma protegido, por aproximadamente 150 ml. A cada oito horas são
produzidos e renovados cerca de 500 ml. Quando a perda do LCR é maior que a
sua produção, aproximadamente 0,35 ml/min dá início a diminuição de sua
pressão, resultando em tração das estruturas cerebrais como meninges, nervos e
vasos cranianos, agravando-se na posição ereta 2. A cefaléia por hipotensão do
LCR é a complicação mais freqüentemente após realização da raquianestesia e
após perfuração acidental da dura-máter, na tentativa de realização da
anestesia peridural, com desenvolvimento de um tipo de cefaleia que chega a
ser incapacitante, podendo chegar entre 50 a 70%. Em concordância com esta
fisiopatologia, o Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade
Internacional de Cefaléia classifica a CPR como cefaléia secundária, atribuída
a transtorno intracraniano não vascular por hipotensão do LCR, que aparece ou
se agrava, em menos de quinze minutos, após assumir a posição ortostática e
desaparece ou melhora muito, em menos de quinze minutos, após assumir a
posição dorsal e desaparece em cinco dias, em 90% dos casos 2. Pelo fato do
puerpério se tratar de um período pós-parto, merece considerações especificas
de adaptação fisiológica, marcado pelo processo de involução do organismo à
situação pré-gravídica e do início da amamentação, é importante que a
enfermeira tenha sensibilidade o bastante para identificar quais são as reais
necessidades desta mulher no ambiente hospitalar. Na assistência de enfermagem
à puérpera o enfermeiro deve ter como foco a obtenção de dados e a
identificação das respostas aos problemas, de forma a planejar um cuidado
individualizado. A enfermagem pode contribuir significativamente quando
elabora intervenções focadas nas necessidades reais ou potenciais apresentados
pela puérpera, qualificando assim o cuidado dispensado. Nesta perspectiva o
atendimento de enfermagem sistematizado deve ser planejado e avaliado buscando
a qualidade da assistência prestada à essa clientela. Os sistemas de
classificação são instrumentos tecnológicos que nos fornecem uma linguagem
padronizada a ser utilizada no processo de enfermagem e na documentação da
prática profissional. Os conceitos incluídos nesses sistemas de classificação
fazem parte da linguagem profissional de enfermagem. Para uma ciência como
Enfermagem, as classificações representam uma contribuição para a construção
do conhecimento e acumulação deste conhecimento. As classificações são
ferramentas necessárias para a comunicação de uns com os outros. Enfermeiros,
como outras pessoas, pensam com palavras, então elas necessitam de palavras
para pensar acerca de fenômenos pelos quais elas respondem legalmente4.
**OBJETIVO**: Relatar experiência de acadêmicos de enfermagem na identificação
dos diagnósticos e intervenções de enfermagem relacionados aos cuidados com a
puérpera e RN com cefaleia pós analgesia de parto. **METODOLOGIA**: Estudo
baseado no relato de experiência cujo foco foi o cuidado individualizado e o
bem-estar da puérpera e do seu filho. O estudo ocorreu durante a prática
clínica com a participação de 2 alunos do 4º período de graduação de
enfermagem da disciplina de Cuidado de Enfermagem Expectante da Universidade
Federal do Rio de Janeiro na Unidade de alojamento conjunto de uma Maternidade
Escola do Rio de Janeiro em setembro de 2017. Utilizou-se a SAE como
estratégia de ensino durante a prática de enfermagem com implementação das
linguagens padronizadas das Classificação de diagnósticos de enfermagem da
NANDA5-Internacional, e Classificação de intervenções NIC6 como referencial.
como referencial **RESULTADOS**: Após a coleta de dados, a primeira etapa do
PE, os dados subjetivos e objetivos obtidos de forma deliberada e sistemática
foram analisados pelos alunos. Através do uso das taxonomias da NANDA, que
favoreceu a precisão diagnóstica e da classificação dos resultados (NIC) foi
possível estabelecer o plano de ação junto a clientela em questão. Assim, os
**Diagnostico de Enfermagem identificados foram**: Dor aguda; Padrão ineficaz
de alimentação do lactente; Ansiedade; Padrão de sono prejudicado; Conforto
prejudicado; Tensão do papel de cuidador e Conhecimento deficiente.
Encontrados indícios de novos diagnósticos no segundo momento: Disposição para
melhora do autocuidado; Risco de integridade da pele prejudicada; Risco de
glicemia instável do RN. **Intervenções de Enfermagem**: Melhora da dor;
Aconselhamento para a lactação; Promoção de vinculo, melhora do enfrentamento,
Aumento da segurança; Controle da hipoglicemia do lactente; Assistência com
lactente e Redução da ansiedade. **CONCLUSÃO**: Os diagnósticos e as
intervenções de enfermagem elencados neste estudo, permitiram elaborar plano
de assistência ao binômio mãe e filho por meio de uma linguagem profissional
padronizada, tendo como base as respostas da puérpera aos problemas reais e de
risco relacionados a anestesia para alivio da dor do parto. Pode se observar
que a cefaleia no pós-parto aumenta a ansiedade materna e prejudica a
capacidade do lactente no processo de aleitar, o que reflete na eficácia da
amamentação. As intervenções de enfermagem possibilitaram individualizar a
assistência e melhorar o conforto materno e a capacidade de amamentar.
**IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM**: O reconhecimento da cefaleia pós anestesia é
de grande importância e deve ser realizado o mais precocemente no pós-parto. A
elaboração de plano de assistência sustentada no conceito, no julgamento e no
conhecimento clínico, melhora os resultados e qualificação da assistência de
enfermagem à puérpera. Além de conferir a possibilidade da aplicabilidade das
ações de enfermagem e a visibilidade profissão.
Referências: 1. Petros RSB, Ferreira PEV, Petros RSB. Influence of proximal femur fractures in the autonomy and mortality of elderly patients submitted to osteosynthesis with cephalomedullary nail. Rev Bras Ortop [Internet]. 2017[cited 2018 Mar 22]; 52(Suppl.1):57-62. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0102361617302655
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5. Henderson V. The concept of nursing. J Adv Nurs [Internet]. 2006 [cited 2018 Mar 15]; 53(1):21-34. Available from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/j.1365-2648.2006.03660.x
7. Queiroz SMB. Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem em idosos com traumas musculoesqueléticos de membros inferiores: fundamentos para a prática clínica do enfermeiro [dissertação]. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará; 2014. |