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2778904 | TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM APLICADA A UMA GESTANTE ADOLESCENTE COM SÍNDROME HIPERTENSIVA: ESTUDO DE CASO | Autores: Darliane Alves da Silva ; Francisca Maria Maciel de Oliveira Côrtes ; Thamilly Joaquina Picanço da Silva ; Clodoaldo Tentes Côrtes ; Karoline Sampaio da Silva |
Resumo: INTRODUÇÃO: O estudo de caso envolve uma gestante adolescente com síndrome
hipertensiva. Uma reflexão crítica sobre a gravidez na adolescência permite
associar esse fenômeno a diversos fatores, tais como: vulnerabilidade
individual e social, gravidez não planejada, falta de informação apropriada e
de acesso aos serviços de saúde e o status das adolescentes mulheres na
sociedade1. OBJETIVO: Compreender o estado de saúde-doença apresentado pela
gestante, associando seu diagnóstico com a aplicação da teoria de enfermagem
de DOROTHEA E. OREM, desenvolvendo um plano de cuidado através da
Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:
Estudo de caso clínico, que consiste em uma abordagem metodológica de
investigação apropriada quando procura-se compreender, explorar ou descrever
acontecimentos e contextos complexos. Desenvolvido durante a disciplina
Estágio Supervisionado, em área hospitalar, embasado pela teoria de Dorothea
Orem, aplicada a uma adolescente gestante internada na enfermaria do serviço
de alto risco do Hospital da Mulher Mãe Luzia, no município de Macapá/Ap.
RESULTADOS: O caso clínico refere-se a uma tercigesta de 14 anos, com 32
semanas e 4 dias de gestação, solteira, com ensino fundamental incompleto,
admitida com quadro clínico de edema (+/+++) e PA: 140x100 mmHg. Hipótese
diagnóstica: Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez (SHEG). Antecedentes
clínicos e familiares de hipertensão arterial sistêmica e diabetes Mellitus. O
exame obstétrico revelou: abdômen gravídico, com feto em situação
longitudinal, apresentação cefálica, com dorso à direita, BCF: 156 bpm; bolsa
amniótica íntegra e 1cm de cervico-dilatação. Na anamnese, com a caderneta da
gestante, não observou-se elevação da pressão arterial no decorrer do pré-
natal. No entanto revela uma baixa frequência nas consultas, o que pode
dificultar a identificação deste agravo. Ao ser internada à equipe acolheu a
gestante e iniciou a monitorização da pressão arterial, frequência cardíaca
fetal (FCF) e intervenções para promover o bem estar da mesma, que associadas
à terapêutica medicamentosa apresentaram resultado positivo na redução dos
níveis pressóricos. Identificou-se que as condutas de enfermagem necessárias
para o caso, levando em consideração sua idade, seriam: promover o bem estar
materno-fetal (através do diálogo com a paciente e sua acompanhante,
manutenção de um ambiente na penumbra e auxílio em qualquer dor ou incomodo
apresentado), redução de edemas (através de massagens e elevação dos membros
inferiores para o melhor retorno venoso) e atenção aos sinais de alerta
(cefaléia, dor epigástrica, oligúria e distúrbios visuais). Apesar de todos os
procedimentos realizados para estabilização do quadro clínico, foi necessária
a interrupção da gravidez, por parto cesariano, para a preservação da vida
materna e fetal. Na análise das possíveis causas da patologia apresentada, em
acordo com literatura científica, foi possível identificar pontos convergentes
para este caso. O fato de ser uma adolescente, de baixo nível socioeconômico,
hábitos distorcidos e apresentar histórico familiar de Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS), pode ter contribuído para o estabelecimento da doença. É fato
que grande parte dos casos de SHEG pode surgir devido à falta de cuidados com
a alimentação, o que foi observado também nesta gestante. Além disso, a
adolescente apresentava também inquietação e ansiedade com a alta hospitalar,
revelando incomodo com a internação tratamento. Diante do quadro clínico
apresentado foi possível identificar cinco diagnósticos reais de enfermagem,
de acordo com a North American Nursing Diagnosis Association (Nanda), sendo
eles: controle da saúde familiar ineficaz (00080), tendo como definição:
padrão de regulação e integração aos processos familiares de um programa de
tratamento de doenças e suas sequelas que é insatisfatório para atingir
objetivos específicos de saúde. Caracterizado por: aceleração dos sintomas da
doença de um membro da família; atividades familiares inadequadas para atingir
os objetivos de saúde; dificuldade com o regime prescrito; falha em agir para
reduzir fatores de risco e redução da atenção à doença; Fatores relacionados:
conflito familiar, conflito de decisão e dificuldades econômicas; Manutenção
do lar prejudicado (00098), definido pela incapacidade de manter de forma
independente um ambiente imediato seguro e que promova o crescimento. Fatores
relacionados: conhecimento deficiente, doença, planejamento familiar
insuficiente e sistemas de apoio inadequados; Manutenção ineficaz da saúde
(00099), definido por incapacidade de identificar, controlar e/ ou buscar
ajuda para manter a saúde. Caracterizado por: apoio social insuficiente,
ausência de interesse em melhorar comportamento de saúde e incapacidade de
assumir a responsabilidade de atender as praticas básicas de saúde; Ansiedade
(00146), com definição: vago e incomodo sentimento de desconforto ou temor,
acompanhado por resposta autonômica (a fonte é frequentemente não específica
ou desconhecida para o indivíduo), sentimento de apreensão causada pela
antecipação de perigo. É um sinal de alerta que chama a atenção para um perigo
iminente e permite ao indivíduo tomar medidas para lidar com a ameaça.
Caracterizado por: inquietação, hipervigilância, preocupações devido a
mudanças em eventos da vida, agonia, nervosismo, medo, apreensão e
preocupação; Débito cárdico diminuído (00029), definido pela quantidade
insuficiente de sangue bombeado pelo coração para atender às demandas
metabólicas corporais. Caracterizado por: variações nas leituras de pressão
arterial, débito cardíaco diminuído e edema. CONCLUSÕES: Foi possível
evidenciar que o conhecimento da gestante sobre a SHEG é escasso e resultante
de informações do senso comum, sendo assim um conhecimento insatisfatório.
Esse desconhecimento é comum nessa faixa etária e aumenta os problemas, haja
vista que só passam a serem percebidos quando necessitam de um atendimento de
serviço de maior complexidade o que agravam e possibilitam a instalação de
condições que poderiam ser evitadas ou amenizadas com a alteração de hábitos
cotidianos. Percebe-se a relação entre a teoria de Orem e a sua aplicabilidade
a gestante em questão, sendo assim possível destacar a necessidade de intervir
para a mudança não somente do quadro patológico apresentado, mas também e
principalmente na realidade da adolescente. A utilização da teoria de Dorothea
Orem como subsídio para a construção e implementação da sistematização da
assistência de enfermagem e do processo de enfermagem, possibilitou um
planejamento assistencial e de cuidados, que abrangeu e se adequou as
principais necessidades enfrentadas pela adolescente estudada. IMPLICAÇÕES
PARA ENFERMAGEM: Faz-se necessário que os profissionais de saúde interajam com
as gestantes no sentido de sensibilizá-las para a importância do autocuidado,
conscientes de que o cuidado educativo é uma importante ação para tal, uma vez
que desenvolve a promoção da qualidade de vida e a prevenção de complicações e
contribui para a manutenção do bem-estar. Destarte, destaca-se também, a
atenção que o profissional de enfermagem deve dar ao planejar seus cuidados
através da utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem, uma vez
que, é esta prática embasa pelo arcabouço teórico-científico que respalda a
profissão e aumenta o seu reconhecimento social.
1BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas e
Estratégicas. Marco teórico e referencial: saúde sexual e saúde reprodutiva de
adolescentes e jovens. Brasília, 2006.
## DESCRITORES: Gravidez na adolescência, Complicações na gravidez e Cuidados
de Enfermagem
Referências: Referências
1. Mata LRF, Souza CC, Chianca TCM, Carvalho EC. Elaboração de diagnósticos e intervenções à luz de diferentes sistemas de classificações de enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2012 Mai 04. 46(6):1512-18. [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n6/31.pdf
2. Garcia TR, Nóbrega MML. A terminologia CIPE® e a participação do Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação. Rev. bras. enferm. 2013 Set. 6(spe). [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000700018&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
3. Cubas MR, Silva SH, Rosso M. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®): uma revisão de literatura. Rev Eletr Enf. 2010;12(1):186-94. [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/9536/6606
4. Nóbrega MML, Garcia TR. Perspectivas de Incorporação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) no Brasil. Rev Bras Enf. 2005 Mar-Abr. 58(2):227-30. [Acesso em: 09/03/2018] Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2670/267019629020/
5. Garcia TR, Nóbrega MML.Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem: inserção brasileira no projeto do Conselho Internacional de Enfermeiras*. Acta Paul Enferm. 2009. 22(Especial - 70 Anos):875-9. [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22nspe/06.pdf |