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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2778904

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2778904

TEORIA DO AUTOCUIDADO DE OREM APLICADA A UMA GESTANTE ADOLESCENTE COM SÍNDROME HIPERTENSIVA: ESTUDO DE CASO

Autores:
Darliane Alves da Silva ; Francisca Maria Maciel de Oliveira Côrtes ; Thamilly Joaquina Picanço da Silva ; Clodoaldo Tentes Côrtes ; Karoline Sampaio da Silva

Resumo:
INTRODUÇÃO: O estudo de caso envolve uma gestante adolescente com síndrome hipertensiva. Uma reflexão crítica sobre a gravidez na adolescência permite associar esse fenômeno a diversos fatores, tais como: vulnerabilidade individual e social, gravidez não planejada, falta de informação apropriada e de acesso aos serviços de saúde e o status das adolescentes mulheres na sociedade1. OBJETIVO: Compreender o estado de saúde-doença apresentado pela gestante, associando seu diagnóstico com a aplicação da teoria de enfermagem de DOROTHEA E. OREM, desenvolvendo um plano de cuidado através da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Estudo de caso clínico, que consiste em uma abordagem metodológica de investigação apropriada quando procura-se compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos. Desenvolvido durante a disciplina Estágio Supervisionado, em área hospitalar, embasado pela teoria de Dorothea Orem, aplicada a uma adolescente gestante internada na enfermaria do serviço de alto risco do Hospital da Mulher Mãe Luzia, no município de Macapá/Ap. RESULTADOS: O caso clínico refere-se a uma tercigesta de 14 anos, com 32 semanas e 4 dias de gestação, solteira, com ensino fundamental incompleto, admitida com quadro clínico de edema  (+/+++) e PA: 140x100 mmHg. Hipótese diagnóstica: Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez (SHEG). Antecedentes clínicos e familiares de hipertensão arterial sistêmica e diabetes Mellitus. O exame obstétrico revelou: abdômen gravídico, com feto em situação longitudinal, apresentação cefálica, com dorso à direita, BCF: 156 bpm; bolsa amniótica íntegra e 1cm de cervico-dilatação. Na anamnese, com a caderneta da gestante, não observou-se elevação da pressão arterial no decorrer do pré- natal. No entanto revela uma baixa frequência nas consultas, o que pode dificultar a identificação deste agravo. Ao ser internada à equipe acolheu a gestante e iniciou a monitorização da pressão arterial, frequência cardíaca fetal (FCF) e intervenções para promover o bem estar da mesma, que associadas à terapêutica medicamentosa apresentaram resultado positivo na redução dos níveis pressóricos. Identificou-se que as condutas de enfermagem necessárias para o caso, levando em consideração sua idade, seriam: promover o bem estar materno-fetal (através do diálogo com a paciente e sua acompanhante, manutenção de um ambiente na penumbra e auxílio em qualquer dor ou incomodo apresentado), redução de edemas (através de massagens e elevação dos membros inferiores para o melhor retorno venoso) e atenção aos sinais de alerta (cefaléia, dor epigástrica, oligúria e distúrbios visuais). Apesar de todos os procedimentos realizados para estabilização do quadro clínico, foi necessária a interrupção da gravidez, por parto cesariano, para a preservação da vida materna e fetal. Na análise das possíveis causas da patologia apresentada, em acordo com literatura científica, foi possível identificar pontos convergentes para este caso. O fato de ser uma adolescente, de baixo nível socioeconômico, hábitos distorcidos e apresentar histórico familiar de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), pode ter contribuído para o estabelecimento da doença. É fato que grande parte dos casos de SHEG pode surgir devido à falta de cuidados com a alimentação, o que foi observado também nesta gestante. Além disso, a adolescente apresentava também inquietação e ansiedade com a alta hospitalar, revelando incomodo com a internação tratamento. Diante do quadro clínico apresentado foi possível identificar cinco diagnósticos reais de enfermagem, de acordo com a North American Nursing Diagnosis Association (Nanda), sendo eles: controle da saúde familiar ineficaz (00080), tendo como definição: padrão de regulação e integração aos processos familiares de um programa de tratamento de doenças e suas sequelas que é insatisfatório para atingir objetivos específicos de saúde. Caracterizado por: aceleração dos sintomas da doença de um membro da família; atividades familiares inadequadas para atingir os objetivos de saúde; dificuldade com o regime prescrito; falha em agir para reduzir fatores de risco e redução da atenção à doença; Fatores relacionados: conflito familiar, conflito de decisão e dificuldades econômicas; Manutenção do lar prejudicado (00098), definido pela incapacidade de manter de forma independente um ambiente imediato seguro e que promova o crescimento. Fatores relacionados: conhecimento deficiente, doença, planejamento familiar insuficiente e sistemas de apoio inadequados; Manutenção ineficaz da saúde (00099), definido por incapacidade de identificar, controlar e/ ou buscar ajuda para manter a saúde. Caracterizado por: apoio social insuficiente, ausência de interesse em melhorar comportamento de saúde e incapacidade de assumir a responsabilidade de atender as praticas básicas de saúde; Ansiedade (00146), com definição: vago e incomodo sentimento de desconforto ou temor, acompanhado por resposta autonômica (a fonte é frequentemente não específica ou desconhecida para o indivíduo), sentimento de apreensão causada pela antecipação de perigo. É um sinal de alerta que chama a atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar medidas para lidar com a ameaça. Caracterizado por: inquietação, hipervigilância, preocupações devido a mudanças em eventos da vida, agonia, nervosismo, medo, apreensão e preocupação; Débito cárdico diminuído (00029), definido pela quantidade insuficiente de sangue bombeado pelo coração para atender às demandas metabólicas corporais. Caracterizado por: variações nas leituras de pressão arterial, débito cardíaco diminuído e edema. CONCLUSÕES: Foi possível evidenciar que o conhecimento da gestante sobre a SHEG é escasso e resultante de informações do senso comum, sendo assim um conhecimento insatisfatório. Esse desconhecimento é comum nessa faixa etária e aumenta os problemas, haja vista que só passam a serem percebidos quando necessitam de um atendimento de serviço de maior complexidade o que agravam e possibilitam a instalação de condições que poderiam ser evitadas ou amenizadas com a alteração de hábitos cotidianos. Percebe-se a relação entre a teoria de Orem e a sua aplicabilidade a gestante em questão, sendo assim possível destacar a necessidade de intervir para a mudança não somente do quadro patológico apresentado, mas também e principalmente na realidade da adolescente. A utilização da teoria de Dorothea Orem como subsídio para a construção e implementação da sistematização da assistência de enfermagem e do processo de enfermagem, possibilitou um planejamento assistencial e de cuidados, que abrangeu e se adequou as principais necessidades enfrentadas pela adolescente estudada. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: Faz-se necessário que os profissionais de saúde interajam com as gestantes no sentido de sensibilizá-las para a importância do autocuidado, conscientes de que o cuidado educativo é uma importante ação para tal, uma vez que desenvolve a promoção da qualidade de vida e a prevenção de complicações e contribui para a manutenção do bem-estar. Destarte, destaca-se  também, a atenção que o profissional de enfermagem deve dar ao planejar seus cuidados através da utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem, uma vez que, é esta prática embasa pelo arcabouço teórico-científico que respalda a profissão e aumenta o seu reconhecimento social. 1BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Marco teórico e referencial: saúde sexual e saúde reprodutiva de adolescentes e jovens. Brasília, 2006. ## DESCRITORES: Gravidez na adolescência, Complicações na gravidez e Cuidados de Enfermagem


Referências:
Referências 1. Mata LRF, Souza CC, Chianca TCM, Carvalho EC. Elaboração de diagnósticos e intervenções à luz de diferentes sistemas de classificações de enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2012 Mai 04. 46(6):1512-18. [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n6/31.pdf 2. Garcia TR, Nóbrega MML. A terminologia CIPE® e a participação do Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação. Rev. bras. enferm. 2013 Set. 6(spe). [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000700018&lng=en&nrm=iso&tlng=pt 3. Cubas MR, Silva SH, Rosso M. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®): uma revisão de literatura. Rev Eletr Enf. 2010;12(1):186-94. [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/9536/6606 4. Nóbrega MML, Garcia TR. Perspectivas de Incorporação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) no Brasil. Rev Bras Enf. 2005 Mar-Abr. 58(2):227-30. [Acesso em: 09/03/2018] Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2670/267019629020/ 5. Garcia TR, Nóbrega MML.Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem: inserção brasileira no projeto do Conselho Internacional de Enfermeiras*. Acta Paul Enferm. 2009. 22(Especial - 70 Anos):875-9. [Acesso em: 09/03/2018]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22nspe/06.pdf