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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2752807

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2752807

PROCESSO DE ENFERMAGEM E SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE ENFERMAGEM EM ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE DE MANAUS

Autores:
Elielza Guerreiro Menezes ; Edinilza Ribeiro dos Santos ; Érica Patrícia Azevedo Souza ; Isabella Cristina Amaral Dantas

Resumo:
**INTRODUÇÃO. **Com a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) e o fortalecimento da Atenção Básica em Saúde, em especial com a implantação do modelo Estratégia Saúde da Família (ESF), emergiram novas práticas voltadas à intervenção nas condições de saúde-doença na comunidade, incluído ações privativas do profissional enfermeiro, como a Consulta de Enfermagem1 e/ou o Processo de Enfermagem, também chamado de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)2. Para sistematizar a assistência de enfermagem é essencial a padronização da linguagem. Nessa perspectiva, desde 1919 vem sendo criados modelos de classificação de “termos de enfermagem”. O mais relevante deles foi de Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem, comandado pelo Grupo Norte Americano de Classificação de Diagnósticos de Enfermagem3,4. A utilização de sistemas de classificação de diagnósticos, intervenções e resultados de Enfermagem (_North American Nursing Diagnoses Association_ – NANDA, _Nursing Interventions Classification – NIC, _e a _Nursing Outcomes Classification – NOC) _conduziram à necessidade de unificação ou internacionalização de uma taxinomia em enfermagem. O Conselho Internacional de Enfermeiros – CIE (_International Council of Nursing – ICN_), mediante a sugestão exposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), orientou a partir de 1996 o projeto internacional de elaboração do Sistema de Classificação Internacional para a prática de Enfermagem (CIPE®). A CIPE® corresponde a uma terminologia multiaxial combinatória que permite formular diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem, sendo o marco unificador de todos os sistemas de classificação da enfermagem5. O processo de enfermagem (consulta de enfermagem) configura-se como atividade unificadora da profissão, pode potencializar e qualificar a assistência de enfermagem, constituindo-se como uma unidade entre teoria, tecnologia e interação com o usuário.  Com seu uso deliberadamente, a enfermagem pode cuidar das pessoas de maneira singular, humana e técnica, além de manter melhor qualidade de seus registros. Entretanto, o uso do processo de enfermagem, utilizando-se dos sistemas de classificação de enfermagem é ainda pouco aplicado na atenção primária à saúde, apesar das recomendações legais para seu uso2. **OBJETIVO**.  Avaliar o conhecimento sobre sistemas de classificação de enfermagem e uso do processo de enfermagem entre enfermeiros que atuam na atenção básica de um distrito sanitário do município de Manaus. **MÉTODO**. Foi um estudo exploratório descritivo com abordagem quantitativa. Os sujeitos elegíveis eram todos os enfermeiros assistenciais (N=76) que atuavam nas 57 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um Distrito Sanitário de Manaus. Os dados foram obtidos por autopreenchimento de um questionário semiestruturado com as seguintes seções: perfil do profissional (sexo, idade, tempo de formado, tempo de atuação na atenção primária), qualificação profissional (especialização e área), consulta ou processo de enfermagem (tempo de experiência, qualificação profissional nos últimos três anos), conhecimento e uso de sistemas de classificação (NANDA, NIC, NOC, CIPE® e CIPESC®) e benefícios e dificuldades relacionadas ao uso do processo de enfermagem com utilização de sistemas de classificação. Realizou-se análise descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas e obteve anuência expressa da Comissão de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus. **RESULTADOS**. Do total de sujeitos elegíveis (n=76), 55,3% responderam ao questionário. Os motivos relacionados à não participação do estudo foram férias (11,8%), afastamento por licença médica ou maternidade (7,9%), ausência nas ocasiões em que os pesquisadores visitaram os serviços (15,8%), recusas (5,3%) e falta temporária de enfermeiro na equipe de saúde (3,9%). Dos participantes, a maioria era mulher (73,8%), a idade variou de 26 a 61 anos (dois terços com idade entre 30 e 49 anos) e 52,4% era de equipe da ESF. Quanto a formação, a maioria tinha 5 anos ou mais de conclusão da graduação (81%), atuava há 5 anos ou mais (61,9%) e tinha título de especialista (85,7%). Eram especialistas nas áreas de saúde do adulto, gerontologia, urgência/emergência, obstetrícia (57,1%), saúde pública ou saúde coletiva (31%), gestão (14,3), outras áreas (16,7%). Os resultados relativos à qualificação complementar nos últimos três anos mostraram que somente um terço dos participantes teve conteúdos e práticas sobre consulta de enfermagem e/ou sobre processo de enfermagem (33,3%) e sobre sistemas de classificação de diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem (23,8%). Quanto às práticas atuais, 97,6% dos participantes realizam consultas de enfermagem, no entanto, somente 9,5% deles usam sempre pelo menos um dos sistemas de classificação de enfermagem (diagnósticos e intervenções), os demais nunca utilizaram (23,8%), esporadicamente (66%). Os sistemas pontuados como sendo utilizados foram NANDA (66,7%), NIC (9,5%) e NOC (9,5%).  Para 76,2% dos participantes o uso dos sistemas de enfermagem facilita a execução do processo de enfermagem; favorece o registro e documentação do trabalho do enfermeiro e o desenvolvimento do raciocínio clínico na consulta de enfermagem e, também, ajudam a estabelecer os procedimentos para as situações identificadas. Contrariando essas constatações, mais da metade dos participantes (54,8%) encontra dificuldade na utilização dos sistemas de classificação de diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem. **CONCLUSÃO**. Embora a formação acadêmica (graduação e pós-graduação) e complementar dos participantes tivessem oferecido conteúdos e práticas sobre processo de enfermagem, sobre os sistemas de classificação de enfermagem e quase a totalidade dos participantes realizassem consulta de enfermagem o uso de sistemas de classificação de diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem é subutilizado na atenção básica. **CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM. **Os resultados apontaram para a necessidade de qualificação dos enfermeiros que atuam na atenção básica de Manaus para o uso de sistemas de classificação de enfermagem, sobre sua importância para o exercício da profissão e para os destinatários do cuidado: indivíduo, família e comunidade.


Referências:
1. Pinheiro JES, Barbosa MT. Doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento em idosos. IN: FREITAS, EVde; PY, L. Tratado de Geriatria e Gerontologia – 4. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 2. Barreto MAM, Fermoseli AFO. A importância do acompanhamento psicológico sobre os indivíduos portadores de doença de Parkinson e parkinsonismo usuários de l-dopa. Alagoas. Rev. Ciências Humanas e Sociais. 2017, 4 (2): 30-38. 3. Alvarez AM, Gonçalves LIT, Schier J, Hammerschmidt KSA, Souza BC, Valcarenghi RV. Grupo De Apoio Às Pessoas Com Doença De Parkinson E Seus Familiares. Revista Eletrônica de Extensão. 2016; 13(22): 92-101