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2739657 | CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO AMAZÔNICO SOBRE O HPV – PAPILOMAVÍRUS HUMANO: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Alcinea Marinho Correa ; Susane Moraes de Souza ; Francisco Jadson Silva Bandeira ; Rithiely Lima de Jesus ; Gleidson Santos Coelho |
Resumo: **Introdução:** O papilomavírus humano, conhecido também como HPV, é um vírus que se instala na pele ou em mucosas e afeta tanto homens quanto mulheres. Atualmente, a infecção por HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente, ou seja, é a principal infecção viral transmitida pelo sexo. Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas e é eliminado pelo organismo espontaneamente. Entretanto, entre os mais de 100 tipos diferentes de HPV existentes, 30 a 40 podem afetar as áreas genitais de ambos os sexos, provocando diversas doenças, como as verrugas genitais, os cânceres de colo do útero, vagina, vulva, ânus e pênis. Além disso, provocam tumores na parte interna da boca e na garganta (orofaringe), tanto benignos (como a papilomatose respiratória recorrente) quanto malignos, como os cânceres de orofaringe. Quatro tipos de HPV são mais frequentes e causam a grande maioria das doenças relacionadas à infecção. Os HPV tipos 16 e 18 causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero em todo o mundo (cerca de 70%). Eles são responsáveis também por até 90% dos casos de câncer de ânus, até 60% dos cânceres de vagina e até 50% dos casos de câncer vulvar. Já os tipos 6 e 11 causam aproximadamente 90% das verrugas genitais, um dos problemas de saúde mais comuns e com taxas crescentes em todo o planeta, e cerca de 10% das lesões de baixo grau do colo do útero. A transmissão ocorre por contato direto com a pele infectada. O HPV é altamente contagioso, sendo possível contaminar-se com uma única exposição. Qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de atividade sexual, incluindo o contato genital, pode contrair o HPV. Embora seja raro, o vírus pode propagar-se também por meio de contato com mão, pele, objetos, toalhas, roupas íntimas e até pelo vaso sanitário. Como muitas pessoas portadoras do HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo.1 **Objetivos:** Descrever a experiência em realizar análise quantitativa do conhecimento dos alunos sobre o HPV; Relatar a experiência de acadêmicos na realização de uma ação educativa; Executar a promoção da saúde e prevenção de uma infecção sexualmente transmissível. **Descrição Metodológica:** Estudo do tipo relato de experiência, com análise quantitativa, realizada em maio de 2017 por dois acadêmicos de enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior da Rede Privada do estado do Pará, baseada em coleta de dados sobre o conhecimento de alunos do Ensino Técnico Subsequente do terceiro turno da Rede Pública do mesmo estado, sobre o HPV. A faixa etária dos alunos envolvidos foi de 18 a 65 anos de idade, de ambos os sexos. Foram entregues 30 fichas com itens sobre a temática pré-elaboradas, antes da palestra, e como método visual, para repassar de forma eficiente o assunto, utilizou-se Slide contendo diversos tipos de informações e imagens úteis para esse público, relacionando com as consequências, como Câncer do Colo de Útero, Câncer de Ânus, verrugas genitais, dentre outros. Como complemento foram distribuídos camisinhas como método preventivo das DST´s. **Resultados:** Após recolher os questionários, muitas dúvidas comuns e pertinentes foram surgindo e assim se prosseguiu a palestra. Ao serem analisados os dados, algumas observações foram feitas. O público alvo abrangeu a maioria dos indivíduos sexualmente ativos, chegando próximo à faixa etária idosa, que no século de hoje, vem se tornando cada vez mais sexualmente ativa, e vítima de IST’s e cânceres. Foi perceptível durante a experiência, que no contexto amazônico, os indivíduos quase nunca fazem uso de preservativos nas suas relações sexuais, referiam desconforto, impotência sexual, influência de amigos de que dizem diminuir a libido, e o próprio nível de conhecimento sobre IST’s, fazendo alusão somente ao HIV. Dados evidenciaram que as pessoas confundem HPV com HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana, dentre outras observações. Considerando a faixa etária dos envolvidos, e que alguns possuíam filhos menores, buscou-se evidenciar a importância da vacinação para crianças, conforme preconizado pelo ministério da saúde, percebeu-se então o questionamento e resistência de alguns pais em vacinar seus filhos contra o HPV. **Conclusão:** Vem se fortalecendo a compreensão da extensão universitária como processo educativo, cultural e científico, que articula o ensino e a pesquisa viabilizando encontros e diálogos entre alunos, professores e com a sociedade indicando a possibilidade de produção de novos conhecimentos, de caráter emancipador constituídos a partir do movimento de troca e construção entre os saberes científico e popular. Dessa forma o conhecimento considerado emancipador seria o conhecimento que pensa a consequência de seus atos, no qual a relação sujeito-objeto é substituída pela reciprocidade entre os sujeitos e onde a solidariedade e a participação estão presentes. O estudo permitiu que através de dados quantitativos, pôde-se analisar o grau de conhecimento dos alunos, e a partir destes, desenvolvida a palestra, relacionando o que foi abordado nas perguntas e as informações contidas na apresentação sobre a infecção. As ações de saúde nas escolas são meios estratégicos de fazer busca ativa de grupos de risco. **Contribuições/implicações para a Enfermagem:** O campo e a produção de conhecimentos em Enfermagem têm aproximações a esse debate, já tendo em algumas experiências incorporado em sua prática o desenvolvimento de outras formas de saber que tenham como princípio a ideia de conhecimento-emancipação a partir das experiências de extensão. As ações educativas nas escolas são práticas fundamentais na Atenção Básica, pois irão promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes. Aposta-se que a educação em saúde estabeleça a participação de todos na procura por uma vida saudável, visando a escola como um meio para promover ações educativas em saúde, levando assim, à uma visão ampla do que é ter uma vida saudável. A enfermagem objetiva o cuidado do ser humano, seja no coletivo ou individualmente, considerando de extrema importância a promoção da saúde nas escolas como um intermédio da qualidade de vida das pessoas. Essa forma de pensar a ciência e a produção de conhecimentos propõe a ideia de um saber não apenas voltado para as necessidades do mercado, para uma racionalidade cognitivo-instrumental, mas abre-se à importância da experiência, do compartilhamento de saberes ampliando os cenários de geração de novos conhecimentos.
Referências: 1 World Health Organization (WHO). Conceptual framework for the international classification for patient safety [Internet]. Geneva; 2011 [cited 2018 Mar 16]. Available from: http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/icps_full_report.pdf.
2 Trindade L, Lage MJ. A perspectiva histórica e principais desenvolvimentos da segurança do paciente. In: Sousa P, Mendes W, organizadores. Segurança do Paciente: Conhecendo os Riscos nas Organizações de Saúde. Rio de Janeiro: EAD/ENSP, 2014.
3 Ministério da Saúde (BR). Portaria no. 2436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) [Internet]. [cited 2018 Mar 18]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017. Available from: http://www.foa.unesp.br/home/pos/ppgops/portaria-n-2436.pdf. |