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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2729387

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2729387

BOAS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS: ESTRATÉGIAS EMANCIPATÓRIAS COLETIVAS

Autores:
Monyka dos Santos Nunes ; Claudia Gabert Diaz ; Cássia Souza Antunes ; Simone Barbosa Pereira ; Daniela de Oliveira Pendeza

Resumo:
**BOAS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS: ESTRATÉGIAS EMANCIPATÓRIAS COLETIVAS** Monyka dos Santos Nunes[1] _Cássia Souza Antunes_² Daniela de Oliveira Pendeza3 Simone Barbosa Pereira4 Claudia Gabert Diaz5 Dirce Stein Backes6 **Introdução:**Evidências científicas apontam que o emprego das boas práticas de atenção ao parto e nascimento, embora incipientes, podem ser consideradas essenciais para o desenvolvimento deuma nova cultura na assistência obstétrica. As boas práticas, dentre outros benefícios, desvinculam o modelo tecnocrático de atendimento ao binômio mãe-bebê e estimulam as práticas baseadas em evidências científicas, as quais impactam positivamente tanto na qualidade da assistência prestada à mulher quanto ao recém-nascido1.Qualificar a atenção obstétrica e reduzir a mortalidade infantil, conforme proposto pela Organização das Nações Unidas, somente será possível mediante o repensar do modelo obstétrico hegemônico e, principalmente, mediante o fomento de tecnologias apropriadas para o parto e o nascimento. As boas práticas obstétricas se traduzem em atitudes e posturas profissionais que podem ser caracterizadas nas práticas demonstrativamente úteis e que devem ser estimuladas; nas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser evitadas; naquelas com poucas evidências e que devem ser utilizadas com cautela; e, nas que frequentemente são utilizadas inapropriadamente2. Tais práticas sugerem o (re)pensar do modelo de gestão e intervenção em saúde, o qual necessita transcender ações pontuais e lineares para alcançar as práticas avançadas3.Com base no exposto, questiona-se: Quais estratégias devem/podem ser desenvolvidas para o alcance das boas práticas obstétricas? **Objetivo**: Objetivou-se identificar estratégias coletivas para o fomento de boas práticas obstétricas, a partir da sistematização de atividades regulares em um grupo de gestantes.**Metodologia**: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório-descritivo, desenvolvida com integrantes de um grupo de gestantes – GESTAR, a partir da sistematização de atividades regulares e propositoras de novas práticas em saúde materno-infantil. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 1.432.420. Participaram do estudo graduandos e mestrandos dos cursos de enfermagem, odontologia, fisioterapia e farmácia, bem como residentes do Curso de Residência em Enfermagem Obstétrica. Os encontros quinzenais do GESTAR foram sistematizados em dias e horários previamente agendados, abertos ao público em geral, e contaram com debates temáticos participativos/interativos de interesse dos cerca de vinte participantes ativos.  Os dados de pesquisa foram coletados por meio de entrevistas, sempre após os encontros temáticos, no período de agosto a dezembro de 2017, com base nas seguintes questões norteadoras: como você avalia os encontros realizados? Quais elementos contribuíram para o (re)pensar e o fomentar das práticas obstétricas? Dos vinte participantes ativos, participaram da pesquisa apenas 15 integrantes, com base em critérios previamente delineados pelos pesquisadores. Dentre as temáticas abordadas, destacam-se:  O processo de morte e morrer de neonatos; Experiência de parto no Brasil e na Alemanha; Boas práticas no período puerperal; Espiritualidade no processo de gestação; Vantagens e desvantagens do parto normal e cesáreo, dentre outros. Os dados foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo temática4.**Resultados**: Os dados analisados resultaram em dois eixos temáticos: GESTAR - espaço de construção multidisciplinar das boas práticas e GESTAR - estratégia metodológica participativa. Os eixos temáticos demostram, em síntese, que os encontros de gestantes se constituem em importantes espaços de (des)contrução, (re)construção e transformação das práticas obstétricas, na medida em que os estudantes, profissionais e comunidade encontram espaço para a discussão coletiva. De modo geral, todos os participantes reconheceram a necessidade de (re)pensar as boas práticas obstétricas, por meio de encontros periódicos de caráter multiprofissional e metodologias ativas de construção do conhecimento. Reconhecem que neste contexto, também o usuário é sujeito ativo e participativo das transformações necessárias. **Conclusão**: Os resultados deste estudo demonstraram que a multiprofissionalidade, as abordagens interativas e participativas dos encontros de gestantes, bem como as diferentes atividades que estimulam o protagonismo da mulher e de seu acompanhante, se constituem em estratégias coletivas para o fomento das boas práticas obstétricas. Sugere-se, nessa direção, a realização de novas pesquisas, no intuito de ampliar as discussões em relação à temática e possibilitar a participação da mulher como protagonista do processo de parto e nascimento. **Contribuições/implicações para a Enfermagem**: Os resultados deste estudo demostram, que a superação do modelo tradicional de intervenção na área obstétrica é resultado de ações participativas e do fomento de metodologias ativas capazes de respaldar “o ser e o fazer” profissional em âmbito obstétrico e neonatal. Considera-se que, para além das iniciativas governamentais, é preciso que os profissionais de saúde protagonizem e se corresponsabilizem em assumir as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento como possibilidade de transformação do modelo obstétrico vigente. **Referências:** 1. Victora CG, Aquino EM, Carmo Leal M, Monteiro CA, Barros FC, Szwarcwald CL. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. Lancet. 2011; 377(9780):1863-76. 2. Carvalho Elisabete Mesquita Peres de, Göttems Leila Bernarda Donato, Pires Maria Raquel Gomes Maia. Adherence to best care practices in normal birth: construction and validation of an instrument. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2015 Dec [cited 2018 Mar 09]; 49(6):889-897. 3. Pasche DF, de Albuquerque Vilela ME, Martins CP. Humanização da atenção ao parto e nascimento no Brasil: pressupostos para uma nova ética na gestão e no cuidado. Tempus Actas Saúde Colet. 2010;4(4):105-17. 4. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70; 2011. **Descritores**: Humanização de assistência ao parto; Enfermagem obstétrica; Equipe de assistência ao paciente. **TEMA 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem.** * * * 1 Estudante do Curso de Graduação de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. Bolsista de Iniciação Científica da Unifra. 2Estudante do Curso de Graduação de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano- UNIFRA.Bolsista voluntária de Iniciação Científica. E-mail: [cassiasouza_@live.com](mailto:cassiasouza_@live.com) 3Estudante do Curso de Graduação de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano- UNIFRA. Bolsista voluntária de Iniciação Científica. 4 Enfermeira. Mestre pelo Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil do Centro Universitário Franciscano – Unifra. 5 Doutora em Enfermagem. Professora do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. 6 Doutora em Enfermagem. Professora do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Coordenadora do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil.


Referências:
1. Alves Vânia Sampaio. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface (Botucatu) [Internet]. 2005 Feb [cited 2018 Mar 01] ; 9( 16 ): 39-52. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832005000100004&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832005000100004. 2-BARBA, P.; MARTINEZ, C.; CARRASCO, B. Promoção da saúde e educação infantil: caminhos para o desenvolvimento. Paidéia, v. 13, n. 26, p. 141 146, 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0103- 863X2003000300002 3-Monteiro AI, Santos ADB, Macedo IP, Gurgel PKF, Cavalcante JMP. Nurse’s autonomy monitoring child growth and development. Rev enferm UERJ [Internet];19(3):426- 31. Available from: http://www.facenf.uerj.br/v19n3/v19n3a15.pdf