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2688283 | ATUALIZAÇÃO CURRICULAR DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Cleide Oliveira Gomes ; Edilene Rodrigues da Silva ; Maria Lúcia Azevedo Ferreira de Macedo ; Francisca Idanésia da Silva ; Anna Katyanne Arruda Silva E Souza |
Resumo: A atual política de desenvolvimento e valorização da educação profissional,
notadamente no Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004, através da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – LDB nº 9.394/96 que estabelece as Diretrizes
Curriculares e Bases da Educação Nacional, nos instrumentaliza no sentido de
otimizar a organização e orientação na oferta de cursos técnicos de nível
médio, especificamente na área da saúde (BRASIL, 2004). O estudo apresenta uma
atualização da matriz curricular com nova organização dos componentes
curriculares de modo a atender as reformulações do mundo do trabalho e da
inovação tecnológica na saúde e enfermagem. Trata-se, portanto, de um Estudo
descritivo, tipo relato de experiência utilizando documentos e publicações
institucionais, cujo objetivo é descrever o contexto, os fatores
influenciadores e as implicações da reformulação curricular do curso técnico
em enfermagem da Escola de Saúde/UFRN (ESUFRN). Comumente, o currículo deste
curso vinha sofrendo contínuas atualizações no que tange aos componentes
curriculares ofertados, entretanto, só no ano de 2016, após reflexões
pedagógicas internas que fundamentaram e levaram ao redimensionamento da
matriz curricular no que tange aos módulos, componentes curriculares e
respectivas cargas horárias. A nova proposta curricular contempla a
organização do Curso Técnico em Enfermagem, com conteúdos descritos em forma
de competências e habilidades, integrando os módulos, com uma abordagem
metodológica que pressupõe a interação do aluno com a realidade na qual está
inserido. Pretende, portanto, trabalhar a formação do cidadão voltada para uma
concepção de educação centrada em competências, preparando-o para o trabalho,
sem, contudo, reduzir o processo educativo às flutuações do mercado. Adota
para tanto, o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, buscando conjugar
questões técnicas com uma formação crítica e humanística, numa perspectiva de
romper com padrões mecanicistas, possibilitando ao estudante uma melhor
compreensão da sociedade, do trabalho e de suas diversidades. Vislumbra um
profissional preparado para prestar um cuidado que atenda à integralidade da
assistência à saúde como um direito de cidadania. O curso técnico em
enfermagem da ESUFRN, constituinte do eixo tecnológico ambiente e saúde,
compreende os módulos, básico, comum aos demais cursos técnicos da ESUFRN com
carga horária de 330 horas e dois específicos da enfermagem que somados
compreendem 1470h, perfazendo uma carga horária total de 1.800h. Nos dois
módulos específicos são contemplados Fundamentos e Processo de Trabalho em
Enfermagem e Enfermagem nos Ciclos de Vida, Enfermagem em Saúde Coletiva e
Cuidado a Pessoas em Estado Grave e quatro blocos de Estágios Supervisionados
com carga horária total de 600h. Quanto ao perfil profissional de conclusão, o
egresso atende ao que rege a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, com
senso crítico-reflexivo e autocrítico, iniciativa, flexibilidade, senso de
observação, capacidade de autogestão, abstração e raciocínio lógico, além de
aplicar as habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas, fundamentadas nos
conhecimentos técnico-científicos, éticos, políticos e educativos, e de
organização do processo de trabalho que contribuem para o alcance da qualidade
do cuidar em enfermagem, buscando transformar a realidade social na qual está
inserido; e desempenhar atividades profissionais com responsabilidade, justiça
e competência, considerando os princípios básicos de universalidade, equidade
e integralidade da assistência à saúde. A avaliação durante o curso é
processual e considera aspectos relacionados ao desempenho cognitivo,
psicomotor e afetivo desenvolvidos pelos mesmos, sendo estabelecidos critérios
de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores, pautados na
legislação vigente da UFRN e da ESUFRN. As práticas e estágios supervisionados
no curso, presentes nos instrumentos de planejamento curricular, são
desenvolvidos em serviços de saúde, público e/ou privados, sob
responsabilidade da Escola de Saúde e concebidos como prática educativa e
atividade curricular intencionalmente planejada, integrando o currículo do
curso e carga horária acrescida ao mínimo estabelecido legalmente para a
habilitação profissional, mantendo uma correspondência com os conhecimentos
teórico-práticos adquiridos pelo estudante no decorrer do curso. O estágio é
acompanhado por professor orientador para cada grupo de no máximo cinco
alunos, em função da área de atuação do estágio, sendo de competência do
coordenador de estágios planejar, conjuntamente com os coordenadores de curso,
as atividades inerentes aos estágios, de acordo com o planejamento didático-
pedagógico visando à integralização do currículo. A oferta do curso ora
implementada, busca assegurar o acesso, permanência e êxito na educação,
vislumbrando formar o jovem estudante com uma qualificação profissional de
qualidade para atuar na melhoria das condições de saúde e de vida da população
além de, gerar novo significado para a formação em nível técnico. Este Plano
de Curso considera os saberes e as experiências incorporados, superando a
tradicional e ultrapassada redução da preparação para o trabalho ao seu
aspecto meramente operacional, simplificado e linear, através de uma formação
plena de um profissional ético, crítico e criativo, com ferramentas que os
permita enfrentar o mundo do trabalho atual. Desse modo, a transição do
currículo antigo para o novo foi marcada pela atualização dos conhecimentos e
habilidades para os discentes e docentes da Escola, especialmente pela
inserção de novos componentes curriculares que vem ampliar os saberes nos
campos da promoção à saúde, considerando a necessidade de integrar os
conhecimentos do ensino médio e do mundo em que vive. Portanto, o panorama da
área da saúde, os avanços e retrocessos da consolidação do SUS, as exigências
do mercado globalizado e competitivo. as desigualdades e iniquidades sociais
vivenciadas no Brasil, onde a população carece de uma atenção qualificada e
humanizada que atendam aos princípios do SUS impõem a necessidade de pessoal
qualificado. A reformulação curricular se configura como uma premissa básica
para essa formação qualificada em saúde, especialmente no Estado do Rio Grande
do Norte, que vive uma situação de sucateamento e deterioração da assistência
à saúde prestada à população, desde ao que tange a aspectos quantitativos de
oferta de serviços e atendimentos a aspectos qualitativos, relacionados com a
qualidade dessa assistência.
Referências: 1. Castro JC, Clapis MJ. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2005; 13 (6): 960-967, 2. Koettker JG. Parto domiciliar planejado assistido por enfermeiras. Florianópolis. Dissertação [Mestrado em Enfermagem] - Universidade Federal de Santa Catarina; 2010.
3. Rodgers BL. Concept Analysis: an evolutionary. In: Rodgers BL, Knafl KA. Concept developmente in nursing. 2ª ed. Philadelphia: Saunders; 2000. p. 77-101. |