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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2688283

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2688283

ATUALIZAÇÃO CURRICULAR DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Cleide Oliveira Gomes ; Edilene Rodrigues da Silva ; Maria Lúcia Azevedo Ferreira de Macedo ; Francisca Idanésia da Silva ; Anna Katyanne Arruda Silva E Souza

Resumo:
A atual política de desenvolvimento e valorização da educação profissional, notadamente no Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB nº 9.394/96 que estabelece as Diretrizes Curriculares e Bases da Educação Nacional, nos instrumentaliza no sentido de otimizar a organização e orientação na oferta de cursos técnicos de nível médio, especificamente na área da saúde (BRASIL, 2004). O estudo apresenta uma atualização da matriz curricular com nova organização dos componentes curriculares de modo a atender as reformulações do mundo do trabalho e da inovação tecnológica na saúde e enfermagem. Trata-se, portanto, de um Estudo descritivo, tipo relato de experiência utilizando documentos e publicações institucionais, cujo objetivo é descrever o contexto, os fatores influenciadores e as implicações da reformulação curricular do curso técnico em enfermagem da Escola de Saúde/UFRN (ESUFRN). Comumente, o currículo deste curso vinha sofrendo contínuas atualizações no que tange aos componentes curriculares ofertados, entretanto, só no ano de 2016, após reflexões pedagógicas internas que fundamentaram e levaram ao redimensionamento da matriz curricular no que tange aos módulos, componentes curriculares e respectivas cargas horárias. A nova proposta curricular contempla a organização do Curso Técnico em Enfermagem, com conteúdos descritos em forma de competências e habilidades, integrando os módulos, com uma abordagem metodológica que pressupõe a interação do aluno com a realidade na qual está inserido. Pretende, portanto, trabalhar a formação do cidadão voltada para uma concepção de educação centrada em competências, preparando-o para o trabalho, sem, contudo, reduzir o processo educativo às flutuações do mercado. Adota para tanto, o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, buscando conjugar questões técnicas com uma formação crítica e humanística, numa perspectiva de romper com padrões mecanicistas, possibilitando ao estudante uma melhor compreensão da sociedade, do trabalho e de suas diversidades. Vislumbra um profissional preparado para prestar um cuidado que atenda à integralidade da assistência à saúde como um direito de cidadania. O curso técnico em enfermagem da ESUFRN, constituinte do eixo tecnológico ambiente e saúde, compreende os módulos, básico, comum aos demais cursos técnicos da ESUFRN com carga horária de 330 horas e dois específicos da enfermagem que somados compreendem 1470h, perfazendo uma carga horária total de 1.800h. Nos dois módulos específicos são contemplados Fundamentos e Processo de Trabalho em Enfermagem e Enfermagem nos Ciclos de Vida, Enfermagem em Saúde Coletiva e Cuidado a Pessoas em Estado Grave e quatro blocos de Estágios Supervisionados com carga horária total de 600h. Quanto ao perfil profissional de conclusão, o egresso atende ao que rege a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, com senso crítico-reflexivo e autocrítico, iniciativa, flexibilidade, senso de observação, capacidade de autogestão, abstração e raciocínio lógico, além de aplicar as habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas, fundamentadas nos conhecimentos técnico-científicos, éticos, políticos e educativos, e de organização do processo de trabalho que contribuem para o alcance da qualidade do cuidar em enfermagem, buscando transformar a realidade social na qual está inserido; e desempenhar atividades profissionais com responsabilidade, justiça e competência, considerando os princípios básicos de universalidade, equidade e integralidade da assistência à saúde. A avaliação durante o curso é processual e considera aspectos relacionados ao desempenho cognitivo, psicomotor e afetivo desenvolvidos pelos mesmos, sendo estabelecidos critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores, pautados na legislação vigente da UFRN e da ESUFRN. As práticas e estágios supervisionados no curso, presentes nos instrumentos de planejamento curricular, são desenvolvidos em serviços de saúde, público e/ou privados, sob responsabilidade da Escola de Saúde e concebidos como prática educativa e atividade curricular intencionalmente planejada, integrando o currículo do curso e carga horária acrescida ao mínimo estabelecido legalmente para a habilitação profissional, mantendo uma correspondência com os conhecimentos teórico-práticos adquiridos pelo estudante no decorrer do curso. O estágio é acompanhado por professor orientador para cada grupo de no máximo cinco alunos, em função da área de atuação do estágio, sendo de competência do coordenador de estágios planejar, conjuntamente com os coordenadores de curso, as atividades inerentes aos estágios, de acordo com o planejamento didático- pedagógico visando à integralização do currículo. A oferta do curso ora implementada, busca assegurar o acesso, permanência e êxito na educação, vislumbrando formar o jovem estudante com uma qualificação profissional de qualidade para atuar na melhoria das condições de saúde e de vida da população além de, gerar novo significado para a formação em nível técnico. Este Plano de Curso considera os saberes e as experiências incorporados, superando a tradicional e ultrapassada redução da preparação para o trabalho ao seu aspecto meramente operacional, simplificado e linear, através de uma formação plena de um profissional ético, crítico e criativo, com ferramentas que os permita enfrentar o mundo do trabalho atual. Desse modo, a transição do currículo antigo para o novo foi marcada pela atualização dos conhecimentos e habilidades para os discentes e docentes da Escola, especialmente pela inserção de novos componentes curriculares que vem ampliar os saberes nos campos da promoção à saúde, considerando a necessidade de integrar os conhecimentos do ensino médio e do mundo em que vive. Portanto, o panorama da área da saúde, os avanços e retrocessos da consolidação do SUS, as exigências do mercado globalizado e competitivo. as desigualdades e iniquidades sociais vivenciadas no Brasil, onde a população carece de uma atenção qualificada e humanizada que atendam aos princípios do SUS impõem a necessidade de pessoal qualificado. A reformulação curricular se configura como uma premissa básica para essa formação qualificada em saúde, especialmente no Estado do Rio Grande do Norte, que vive uma situação de sucateamento e deterioração da assistência à saúde prestada à população, desde ao que tange a aspectos quantitativos de oferta de serviços e atendimentos a aspectos qualitativos, relacionados com a qualidade dessa assistência.


Referências:
1. Castro JC, Clapis MJ. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2005; 13 (6): 960-967, 2. Koettker JG. Parto domiciliar planejado assistido por enfermeiras. Florianópolis. Dissertação [Mestrado em Enfermagem] - Universidade Federal de Santa Catarina; 2010. 3. Rodgers BL. Concept Analysis: an evolutionary. In: Rodgers BL, Knafl KA. Concept developmente in nursing. 2ª ed. Philadelphia: Saunders; 2000. p. 77-101.