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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2677988

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2677988

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM: IMPACTO EM RELAÇÃO A SÍFILIS, REALIDADE DE UMA UNIDADE DE SAÚDE

Autores:
Izabel Cristina Martendal Conrat ; Camila Ester Fuentes Olmos ; Amanda Priscila de Souza Pereira ; Renata Campani Pereira ; Neura Mello Berka

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** A elevação dos casos de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita no Brasil desafia a saúde pública, uma doença antiga e curável, que já deveria estar controlada. Revela que devemos estar constantemente repensando nossas estratégias de enfrentamento a este agravo.1 De acordo com a Organização Mundial de Saúde a ocorrência de aproximadamente 357 milhões de novas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) ao ano, no mundo.2 Segundo o Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde do último ano, a elevação da taxa de incidência de sífilis congênita e as taxas de detecção de sífilis em gestante por mil nascidos vivos aumentaram cerca de três vezes nos últimos cinco anos no Brasil.2 A sífilis adquirida a partir da implantação de notificação compulsória em 2010, aumentou sua taxa de detecção de 2,0 casos por 100 mil habitantes para 42,5 casos por 100 mil habitantes em 2016. Florianópolis foi a capital que apresentou a taxa mais elevada de detecção de sífilis adquirida, 244,5 por 100 mil habitantes. E a elevação da taxa de detecção em sífilis em gestante em Florianópolis também se evidencia, estando entre as capitais que apresentaram elevadas taxas em 2016. O enfermeiro na atenção primária exerce diversas funções em relação às IST’s, com importante papel no acolhimento à demanda espontânea. É imprescindível que o enfermeiro  esteja devidamente capacitado e legalmente amparado para a identificação, tratamento e orientação das IST’s mais comuns, propiciando ao usuário menor constrangimento e maior privacidade,  já que na primeira escuta terá este problema resolvido.  Diante do exposto, os  profissionais da atenção  primária,  têm a necessidade de amplo conhecimento com abordagem fácil, rápida e efetiva no tratamento e seguimento aos portadores dessas doenças.1 A Prefeitura Municipal de Florianópolis através da Comissão Permanente de Sistematização da Assistência de Enfermagem institui aos Enfermeiros os protocolos clínicos que integram a Sistematização da Assistência de Enfermagem, viabilizando o cuidado profissional de Enfermagem com a operacionalização do processo de enfermagem.3 O volume 2 - Infecções sexualmente transmissíveis e outras doenças transmissíveis de interesse em saúde coletiva (dengue/tuberculose) traz um guia simples para consulta  do  profissional  de  enfermagem  no tocante a prescrição  de medicamentos e solicitação de exames  referentes  às condições descritas. Visando a  melhoria  da  qualidade  da  assistência  à  saúde  da  população  de Florianópolis,  com ampliação  do  acesso  aos  serviços  de  saúde  e  valorização  dos  profissionais. Tal ampliação visa dinamizar o atendimento ao usuários, favorecer o trabalho em equipe e racionalizar/valorizar as competências técnicas de cada profissional.3** OBJETIVO: **Identificar o impacto de um Protocolo de Enfermagem sob a sífilis em uma unidade de saúde. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **Trata-se de um estudo descritivo e exploratório. A coleta de dados foi realizada através do acesso ao banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram pesquisados casos notificados de sífilis adquirida e gestacional nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017; identificando qual profissional notificador e prescritor. O desenvolvimento desta pesquisa ocorreu nos meses de fevereiro e março do ano de 2018, em um Centro de Saúde pertencente ao Distrito Norte da Cidade de Florianópolis. **RESULTADOS: **Durante o ano de 2014 foram notificados dois casos no centro de saúde estudado, os dois casos foram de sífilis em gestantes e notificados por médicos de família e comunidade. Em 2015 os casos notificados aumentaram para 13, sendo 6 destes em gestantes. Neste ano, ainda não haviam lançado os  protocolos de enfermagem no município, mas  os enfermeiros já mostram um importante papel de vigilantes do cuidado, sendo responsáveis por 46% dos casos notificados de sífilis. No ano de 2016 foram notificados 33 casos de sífilis adquirida e 7 sífilis em gestantes, somando um total de 40 casos de sífilis no centro de saúde. Desse total, 45% de casos notificados e 12,5% dos casos tratados foram realizados por enfermeiros, nenhum dos casos tratados por enfermeiros foram em gestantes. Destaca-se que em abril do mesmo ano, foi publicado o Protocolo de Enfermagem: Infecções sexualmente transmissíveis e outras doenças transmissíveis de interesse em saúde coletiva (dengue/tuberculose)1, no qual permite o enfermeiro atuante na atenção primária a realizar o tratamento de sífilis adquirida em adultos, incluindo gestantes. Podemos ressaltar que houve um aumento significativo de casos notificados não apenas por enfermeiros, como também por médicos. Em 2017 o número total de casos notificados cresceu para 60, sendo 51 de sífilis adquirida e 9 casos de sífilis em gestantes. Os Enfermeiros notificaram 41,6% dos casos. Quanto ao tratamento, 25% foram realizados por enfermeiros, sendo 2 casos em gestantes. Podemos identificar um considerável aumento de casos de sífilis de 2014 para 2017. Estes dados corroboram com outros estudos, que mostram um constante aumento de casos de sífilis nos últimos anos.2 O Ministério da Saúde sugere que este número crescente pode ser devido o aumento de casos de sífilis, ampliação da cobertura de testagem, resistência dos profissionais de saúde à administração da penicilina na Atenção Básica, desabastecimento mundial de penicilina, como também a sensibilização dos profissionais em investigar a doença.2 **CONCLUSÃO:** Este trabalho identificou o impacto que o Protocolo de Enfermagem teve sob a sífilis em uma unidade de saúde, no que diz respeito ao diagnóstico e tratamento. Conclui-se que vivenciamos um aumento de medidas que permitem a autonomia profissional diante dos desafios enfrentados pela saúde pública no Brasil. Observamos um status de coerência entre os novos problemas e novas práticas resolutivas, ainda assim há de se questionar porque ainda lutamos contra a cadeia de transmissão desta infecção. Embora esse questionamento tenha diversas vertentes de explicações, esta pesquisa evidencia que, enquanto profissionais enfermeiras (os) de Florianópolis temos aportes legais e técnicos para reagir ao cenário da sífilis na região, e temos caminhado de maneira cautelosa e por vezes receosa, na utilização desses aportes. **IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **Espera-se que este trabalho, estimule outras cidades e estados à implementação de Protocolos de Enfermagem. para que o profissional enfermeiro atue cada vez mas de forma autônoma, a fim de reagirmos de maneira mais combativa diante do cenário da sífilis na região.Sugere-se novas pesquisas que busquem identificar as dificuldades enfrentadas por enfermeiras (os) relacionadas ao enfrentamento da epidemia da sífilis.


Referências:
1- Roldan JMD, Gonzales PEJ, Chacón JMB, Alfaro CG, Barbosa O, Trindade Filho G. Diagnóstico de Morte Encefálica. Cuidados Neurointensivos. 18. ed. São Paulo: Atheneu; 2013. 2- Freire SG, Freire ILS, Pinto JTJM, Vasconcelos QLDAQ, Torres GDV. Alterações fisiológicas da morte encefálica em potenciais doadores de órgãos e tecidos para transplantes. Esc Anna Nery [Internet]. 2012 [citado em 01 de março de 2018]; 16(4): 761-766. 3- Araújo S, Cintra EA, Bachega EB. Manuntenção do potencial doador de órgãos. São Paulo: Atheneu; 2005. 4- Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 292/2004. Normatiza a atuação do Enfermeiro na Captação e Transplante de órgãos e Tecidos. [Internet]. 2004 [cited 2017 May 02]; Available from: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2922004_4328.html