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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2646020

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2646020

EXACERBAÇÃO PULMONAR EM CRIANÇA COM FIBROSE CÍSTICA: CUIDADO SISTEMATIZADO

Autores:
Daniel Lemos Soares ; Igor Kaue Lima do Prado ; Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim ; Isabelle Diniz Fonseca Sousa

Resumo:
EXACERBAÇÃO PULMONAR EM CRIANÇA COM FIBROSE CÍSTICA: CUIDADO SISTEMATIZADO _Daniel Lemos Soares1 _ Igor Kaue Lima do Prado2 Isabelle Diniz Fonseca Sousa3 Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim4 **Introdução:** A fibrose cística (FC) é uma das doenças pulmonares hereditárias mais comuns, sendo a doença mais grave que acomete preferencialmente a raça branca. Possui etiologia genética autossômica recessiva que altera os canais de cloro, levando a prejuízos nos transportes de cloro e fluxo de água nas superfícies epiteliais. Em consequência da falha de transporte ocasionado no epitélio traqueobrônquico, há um prejuízo na função mucociliar, assim como na produção de secreções que são mais viscosas e espessas nos pulmões, pâncreas, fígado, trato reprodutivo e intestino1. Nas últimas décadas, avanços no diagnóstico e tratamento da FC mudaram drasticamente o cenário dessa doença, com aumento da sobrevida e melhor qualidade de vida2. O diagnóstico é feito pela avaliação do quadro clínico, nível de cloro no suor ou por meio da triagem neonatal, utilizando o teste da tripsina imunorreativa (teste do pezinho); outros exames como a radiografia, tomografia computadorizada de tórax configuram-se como importantes métodos diagnósticos e detecção de lesões pulmonares de FC3. O tratamento convencional é antibioticoterapia, eliminações de secreções dos pulmões e vias aéreas e compensação pancreática, com reposição de enzimas e administração de vitaminas lipossolúveis. Objetiva manter os pulmões limpos e o bom estado nutricional, para maior conforto do paciente. Faz necessário, consecutivas hospitalizações, já que a terapêutica é bastante complexa3. Suplementação vitamínica, mineral e ingesta hídrica auxiliam em um melhor controle e prognóstico. **Objetivos: **Relatar a experiência na assistência de Enfermagem para o tratamento com exacerbação pulmonar aguda moderada do paciente com Fibrose Cística.** Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo de caso vivenciado na prática da disciplina Doenças Transmissíveis do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão em um hospital de referência no setor de doenças transmissíveis. A coleta dados se deu no mês de novembro de 2017. Os dados foram coletados a partir da observação ativa, entrevista com a mãe do paciente, levantamento documental no prontuário dados clínicos e de enfermagem, realização de exame físico e acompanhamento nas visitas com a equipe de saúde e visita de enfermagem Após a coleta de dados passou-se para o processo de elaboração e inferência dos diagnósticos de enfermagem, seguiu-se as etapas preconizadas por Gordon4, foi utilizado a Taxonomia II da _North Ameican Nursing Diagnosis Association5_ e em seguida passou-se para etapa de planejamento e implementação das intervenções. **Resultados: **Paciente do sexo masculino, com 2 anos e 10 meses de idade, natural e residente de Santa Luzia de Paroá – MA,  proveniente do ambulatório de pneumologia do próprio hospital. Peso: 11,200 Kg, SC = 0,51. A queixa principal relatada pela mãe era de “Cansaço há 15 dias e febre há 6 dias.” Foi diagnosticado com FC desde os 2 meses de idade, realizando acompanhamento ambulatorial rotineiro no próprio hospital do estudo. Apresentou dispneia nos 15 dias anteriores, tosse produtiva com expectoração mucosa, predominantemente noturna. Na data do início do estudo, havia evoluído nos 6 dias anteriores com febre (37,5 – 38°C, aferida pela mãe), intermitente, que cedia com uso de antitérmicos. Apresentava insônia e inapetência. Diurese e eliminações fisiológicas normais. A mãe, 20 anos, e o pai, 30 anos, ambos hígidos. Contudo, possuía irmão mais velho falecido aos 4 meses em decorrência de FC e irmão mais novo com 1 ano e 6 meses, apresentou enterocolite, uma das exacerbações da FC. Ao exame físico, as alterações identificadas no aparelho respiratório foram murmúrios vesiculares rudes e crepitações difusas bilateralmente. A terapêutica utilizada foi uso de antibióticos (oxacilina+amicacina+ceftazidima), condizente com a terapêutica tradicional para a exacerbação pulmonar. Durante o estudo, evoluiu hemodinamicamente estável, lúcido e orientado, taquipneico, normocárdico, em ar ambiente, sem tiragem subcostal, ativo dentro e fora do leito e afebril. Ao exame físico apresentou murmúrio vesicular rude em todo o tórax. Linfonodomegalia em regiões submandibular esquerda de aproximadamente 2cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação e inguinal esquerda, móvel, consistência fibroelástica, indolor à palpação, de 0,5cm x 1,5cm. Evoluiu com melhora parcial da tosse produtiva. Diurese e evacuações normais. Não houve vômitos, febre, astenia, dispneia ou outras queixas. O exame de cultura de secreção faríngea apresentou _Staphylococcus aureus_. Os diagnósticos de Enfermagem identificados foram: _Padrão respiratório ineficaz_ caracterizado por dispneia, batimentos das asas do nariz, taquipneia, uso de musculatura acessória para respirar, relacionada à patologia associada (FC). _Desobstrução ineficaz das vias aéreas_ caracterizada por alteração do padrão respiratório, escarro em excesso, mudanças na frequência respiratória, relacionada à patologia associada (FC), muco excessivo; _Troca de gases prejudicada _caracterizada por dispneia, batimento das asas do nariz, inquietação, taquipneia, taquicardia, relacionada à patologia associada (FC), mudança na membrana alveolocapilar; _Integridade tissular prejudicada _caracterizada pelo tecido lesado, relacionada ao acesso venoso periférico; _Risco de quedas, _fatores de risco: extremo de idade, ambiente desorganizado, cenário pouco conhecido**; **_Conforto prejudicado_ caracterizado por alteração no padrão de sono, choro, inquietação, relacionada a estímulos ambientais nocivos, regime de tratamento, sintomas relativo a doença. Diante dos referidos diagnósticos foram implementadas as intervenções atividades de promoção de saúde correlacionadas à vigilância constante da equipe de enfermagem e familiar quanto aos sintomas pulmonares, orientação quanto aos fatores de risco associados às infecções respiratórias a fim de evitar ou reduzir complicações. Explicação a todos os procedimentos, diminuindo a ansiedade e a surpresa do paciente frente ao novo, estimulando sua colaboração, permitindo a tomada de decisão, amenizando o medo do desconhecido. Controle de infecção, supervisão, prevenção contra quedas, administração de medicamentos. Ensino da mãe quanto aos sinais e sintomas que a doença evidência nas vias aéreas e estimulando a necessidade de uma ingesta hídrica e nutricional adequada. **Conclusão: **O paciente apresentou melhora do quadro respiratório e obteve alta hospitalar após 35 dias de internação. Com a realização do trabalho, foi possível vivenciar a manifestações e possíveis complicações da FC como a exacerbação pulmonar, além implementar cuidado técnico científico no acolhimento, intervenção,  monitoramento do paciente e dos seus familiares. Proporcionando assim, condições para melhor prognóstico e melhoria da qualidade de vida.** Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A FC é uma situação que deve ser tratada com responsabilidade social, sobretudo quando o portador é uma criança, observando o processo saúde-doença. O profissional de enfermagem tem papel fundamental ao realizar ações de promoção e prevenção do agravo. **Descritores: **Fibrose Cística. Diagnósticos de Enfermagem. Criança. **Referências: ** 1. Smeltzer SC, Bare BG, Hinkle JL, et al. Brunner & Suddart, Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2. Athanazio RA, Filho LVRFS, Vergara AA, et al. Diretrizes brasileiras de diagnóstico e tratamento da fibrose cística. J Bras Pneumol. 2017. 43(3):219-245. 3. Tavares KO, Carvalho MDB, Pelloso SM. Dificuldades de mães de pessoas com fibrose cística. Texto contexto – Enferm, v.23, n.2, p.294-300, 2014. 4. Gordon M. Nursing diagnosis: process and aplication. St. Louis. 1994. 5. NANDA Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015.


Referências:
1. Lopes MJM, Leal SMC. A feminização persistente na qualificação profissional da enfermagem brasileira. cadernos pagu2005: 105-125. 2. Almeida ABP et al. Avaliação do comportamento alimentar de estudantes universitários. Nutrire. 2013, 38: 411 3. Quadros TM et al. The prevalence of physical inactivity amongst brazilian university students: its association with sociodemographic variables. Rev SaludPública. 2009, 11(5):724-733. 4. Araujo MFM et al. Avaliação da qualidade do sono de estudantes universitários de Fortaleza – CE. Texto Contexto Enferm. 2013, 22( 2 ): 352-360 5. Leite ACB et al. Qualidade de vida e condições de saúde de acadêmicos de nutrição. Revista Espaço para a Saúde. 2011, 13(1):82-90.