Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2628884

E-Pôster


2628884

ROLE PLAYING COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Autores:
Cristine Maria Pereira Gusmão ; Gabrielle Leite Pacheco Lisbôa

Resumo:
**Introdução: **A profissão de Enfermagem é reconhecida no Brasil e regulamentada por meio da Lei 7.498/86, na qual o Enfermeiro é descrito como o profissional detentor do diploma conferido pela instituição de ensino. Assim, sua formação é pautada nas Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem que traçam, entre outros aspectos importantes, um perfil generalista condizente as necessidades da população baseado principalmente no perfil epidemiológico, social e econômico nacional e regional onde esse profissional se forma e atuará1. Ao se referir a um profissional generalista e formado com base no perfil nacional de acometimento de saúde da população e preparado para atuar nos mais diversificados cenários de saúde, vê-se a necessidade de uma graduação que ofereça condições de desenvolver habilidades e competências que alcance um egresso crítico-reflexivo, capaz de compreender a complexidade do sistema de saúde e suas imbricações, assistir ao paciente, gerenciar sua equipe e aparelho de saúde, entre outras. Habilidades e competências cada vez mais necessárias, visto que o Sistema Único de Saúde - SUS, atualmente organiza-se em rede e integra os vários componentes de saúde, nos seus diversos níveis, para atender integralmente os usuários do sistema. Exigindo assim preparo dos profissionais inseridos no atendimento direto e indireto ao usuário2**. **Para alcançar o perfil almejado é necessário uma aprendizagem significativa e que traga consigo a aplicabilidade do conceitual ao cenário real, para tanto, estratégias de ensino e aprendizagem que contemplem vivências reais ou simuladas, assumem papel fundamental para a apreensão, pois possibilitam ao discente uma maior aproximação do que é aprendido na graduação para o que é exequível.** Objetivo: **Descrever um relato de experiência da aplicação do role playing em uma disciplina prática de Urgência e Emergência na graduação em Enfermagem. **Metodologia: **Trata-se de um relato de experiência baseado no ensino prático de Urgência e Emergência na graduação em Enfermagem, aplicado em uma instituição de ensino superior de Alagoas, com o uso do role Playing como estratégia de ensino-aprendizagem. Tal estratégia foi desenvolvida em cinco etapas: A primeira etapa foi a escolha da vítima para cena a ser trabalhada; a segunda etapa foi a escolha do tema e da cena a ser executada pela vítima, voluntária representada por uma professora da instituição; a terceira etapa foi a montagem de cena, inicialmente com a caracterização da vítima, seguida da caracterização do cenário e organização de informações relevantes para a tomada de decisão do grupo para prestar a assistência; a quarta etapa foi a execução, onde os alunos atuaram no atendimento local à vítima da situação inicial e do agravamento da mesma. A quinta e última etapa ocorreu com a discussão sobre os diversos pontos do atendimento entre o grupo atuante junto à professora da disciplina e à vítima voluntária. **Resultados**: A experiência relatada foi proposta a uma turma da disciplina de Urgência e Emergência, a qual foi composta por seis alunos. Cotidianamente essa técnica é empregada na sétima aula prática, onde os alunos já tiveram a oportunidade de aprender e praticar técnicas de atendimento ao doente traumatizado e já a realizam com situações e vítimas já conhecidas por eles. Desta vez buscou-se fazer com uma situação e vítima diferentes das que já são habituados. A vítima foi uma professora voluntária, que ao presenciar outras aulas e momentos de role playing interessou-se em participar ativamente da estratégia, mas no papel de vítima. O tema foi sugerido pela vítima e acatado pela professora da disciplina, neste caso, uma situação que envolvesse queimadura de primeiro, segundo e terceiro grau. No dia marcado para a turma executar o role playing, foi realizado, inicialmente, a caracterização da vítima, etapa na qual foram utilizados materiais e maquiagens que davam a ilusão ótica de realidade, algumas lesões com efeito 3D, além do efeito de roupa queimada, que juntos davam maior realidade à situação. Essa etapa teve duração de 1h40 minutos. Logo mais, ao chegar no horário e local marcado, a vítima foi posicionada e orientada para simular alguns sintomas e sinais para que fosse possível o grupo identificar as prioridades e realizar o atendimento. Os alunos ao serem informados onde a vítima estaria e a causa do acidente, logo providenciaram o material de atendimento pré-hospitalar e seguiram até o local indicado, foi unânime a surpresa que tiveram ao se depararem com a professora caracterizada, inclusive com expressão de espanto em reconhecer as lesões e a situação, se simulação ou se real. Logo iniciaram o atendimento, após detectarem segurança da cena, e a vítima executou a simulação conforme planejado. Após o atendimento realizado, que durou 20 minutos entre atendimento inicial, atendimento às complicações e transporte, o grupo sinalizou diversos pontos, dentre eles: o sentimento de atender uma pessoa conhecida; a melhor compreensão do contexto do atendimento diante de uma simulação que traz mais realismo para prática; além de referirem ser necessário mais oportunidades como a que foi proporcionada com essa estratégia, uma vez que os instigou a mobilizar para aplicar no referido atendimento diversas áreas do conhecimento, assim como habilidades e competências adquiridas e desenvolvidas na graduação como a tomada de decisão, reconhecimento de cena, segurança e biossegurança, trabalho em equipe, cuidados críticos a pacientes, habilidades clínicas, sinais vitais, administração de medicamentos, atendimento inicial ao doente traumatizado entre outros. Ao final as professoras colocaram seus apontamentos e fizeram o fechamento das técnicas e da experiência vivenciada.** Conclusão: **O resultado dessa experiência evidenciou o role-playing como excelente ferramenta para o ensino-aprendizagem dos conteúdos abordados pela disciplina de Urgência e Emergência, pois proporcionou aos discentes a percepção de que apenas o conhecimento científico é insuficiente para o cuidado em enfermagem, exigindo-se portanto habilidades e atitudes que podem ser potencializadas no estudante através desse tipo de dramatização. **Contribuições/ Implicações para a enfermagem: **Este relato ratifica a necessidade da constante busca por estratégias de ensino capazes de estimular a aprendizagem discente de maneira ao desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes condizentes com a prática profissional da enfermagem, a realidade loco-regional de morbidade, em consonância ainda com as DCNs. Aponta ainda para a utilização do role-playing como estratégia de ensino-aprendizagem passível de ser utilizada não só nas disciplinas de urgência e emergência. **Referências: **1. Brasil, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 3**, **de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. **Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, **Brasília, DF, 9  nov. 2001. Seção 1, p. 37. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2017. 2. Brasil, Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação N 3, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as redes do Sistema único de Saúde. **Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, **Brasília, DF, 3  out. 2017. Seção 1, suplemento, p. 192. Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2018.


Referências:
1-FREITAS, S M B; CHAVES, T L; CARVALHO, M L S; COSTA, CHRISTEFANY R B; MAYNART, WILLAMS H C. Dificuldades vivenciadas na construção do TCC: percepção de estudantes egressos de um curso de graduação em enfermagem. 2013. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000601164&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 out. 2017. 2-FARIAS F F. G.; ARAÚJO, CLAUDIALYNE S; CARVALHO K P; SILVA H S A.; DIAS, TATYANE E. O. BRITO, S VD. Dificuldades no desenvolvimento das monografias: depoimentos dos alunos concluintes no momento da defesa pública. X encontro de iniciação à docência, 2013. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000601164&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 out. 2017. 3-BISCARDE, D G DOS; PEREIRA-SANTOS, M; SILVA, NITTENCOURT L. Formação em saúde, extensão universitária e Sistema Único de Saúde (SUS): conexões necessárias entre conhecimento e intervenção centradas na realidade e repercussões no processo formativo. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 18, n. 48, p. 177-186, 2014. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000601164&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 out. 2017. 4-CASTRO, M C A. O Papel da Pesquisa na Formação do Aluno da Graduação. Revista Gestão Tecnológica e Social, São Paulo, v. 1, n. 0, p.1-17, jul./dez. 2011. Dec. 2015. . Acesso em: 20 de ago. 2017. 5-BARDIN, L. . Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011 Dec. 2015. . Acesso em: 20 de ago. 2017.