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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2608509

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2608509

CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores:
Gisele Magnabosco ; Alessandra Souza Machado Evangelista ; Renata da Rosa Turatti Fetzner ; Ana Izabel Jatobá de Souza ; Carolina de Araujo Belcorso Bressan

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** As habilidades e potencialidades humanas são desenvolvidas, em sua grande maioria, na infância.  Espera-se que até os três anos de idade, a criança tenha atingido marcos importantes do crescimento e desenvolvimento, como a fala, o caminhar, o controle de esfíncteres, o raciocínio, entre outros. Além disso, nesse período, é possível observar intensas mudanças físicas e comportamentais, o que torna a infância uma fase decisiva para a formação da personalidade do indivíduo. Para que a criança possa crescer e desenvolver seus potenciais, bem como enfrentar todas as transformações da infância, faz necessário o desenvolvimento de políticas que definam determinados cuidados, com o objetivo de promover seu bem-estar físico e prevenir situações que possam interferir na sua saúde (1). A Estratégia de Saúde da Família (ESF), criada em 1993, vem se consolidando como eixo estruturante da Atenção Primária à Saúde (APS) no que diz respeito ao atendimento da população, melhorando o acesso aos serviços de saúde e oferecendo ações e serviços de acordo com as necessidades locais. Referente ao atendimento infantil, o Ministério da Saúde preconiza a consulta de puericultura, que consiste na avaliação integral da criança de 0 a 6 anos, de forma sistemática e contínua, durante a qual se avalia o crescimento e desenvolvimento, vulnerabilidades e riscos sociais que possam interferir no seu bem-estar físico e emocional. A consulta de puericultura é uma das responsabilidades das equipes de saúde da família, onde médicos, enfermeiros e demais profissionais, através de consultas individuais ou atividades educativas, têm a responsabilidade de acompanhar a criança, interagir com as famílias e intervir precocemente nas situações que possam ofertar riscos ao seu desenvolvimento. Neste contexto, a consulta de enfermagem à criança apresenta como proposta a prestação de uma assistência sistematizada de enfermagem, de forma global e individualizada, objetivando a identificação de potenciais riscos, execução de cuidados que possam contribuir com a promoção e proteção, bem como com intervenções adequadas que permitam uma melhor recuperação e reabilitação de sua saúde. **OBJETIVO:** Descrever a experiencia profissional de enfermeiras referente a rotina de atendimento, através da consulta de enfermagem, voltadas à criança em uma unidade básica de saúde.  **METODOLOGIA: **Trata-se de um relato de experiência, realizado junto ao Centro de Saúde Trindade, localizado no bairro Trindade, município de Florianópolis / SC. Esta unidade básica de saúde possui cinco equipes de saúde da família responsáveis pelo atendimento de cerca de 22.300 habitantes(2) e atualmente é o cenário de desenvolvimento da prática assistencial das autoras. **DISCUSSÃO E RESULTADOS: **A consulta de enfermagem é regulamentada pela Lei nº 7.498/86 (3), que estabelece essa atividade como privativa do enfermeiro, dentro das definições do Exercício Profissional da Enfermagem e pela Resolução 159/93(4), onde legaliza a obrigatoriedade desta prática em todos os níveis de assistência à saúde em instituição pública e privada e estabelece as ações do enfermeiro na consulta, prescrição de medicamentos e solicitação de exames. A partir da Resolução COFEN 358/2009, o Processo de Enfermagem (PE) passa a integrar as ações de enfermagem, devendo ser realizado de maneira sistemática e dinâmica, como maneira de organizar e documentar o cuidado de enfermagem. O PE deve estar organizado em 5 etapas:  Coleta de Dados de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem (5). A sistematização da assistência em enfermagem (SAE), por sua vez, atribui o caráter científico à prática, possibilitando atuar não só na assistência individual, como também promovendo alterações no ambiente familiar e no quadro epidemiológico da comunidade atendida. Na prática assistencial voltada a criança é possível observar que existe uma sequência sistematizada de ações, principalmente no que se refere a coleta de dados e o planejamento de enfermagem, sendo possível observar isto nos registros do prontuário eletrônico. Alguns indicadores são de mensuração obrigatória na consulta, como dados antropométricos (peso, estatura, perímetro cefálico), marcos do desenvolvimento neuropsicológico (observação das atividades próprias da idade), situação vacinal, anamnese incluindo aspectos relacionados à integridade física, vulnerabilidades e riscos à saúde. O PE desenvolvido pelas enfermeiras também contempla ações de promoção e prevenção da saúde, onde é possível perceber a estimulação ao aleitamento materno, orientações relacionadas à prevenção de acidentes, alimentação saudável, higiene, vínculos afetivos e participação da família no processo de desenvolvimento.  Percebe-se que as enfermeiras da unidade realizam o preenchimento da caderneta da criança, principalmente o registro dos dados antropométricos e a avaliação das curvas de crescimento. A prática assistencial voltada à criança conta com o apoio matricial em pediatria, que se configura em um suporte técnico especializado, realizado por um médico pediatra, cujo principal objetivo é a qualificação dos cuidados e o fortalecimento da assistência prestada. Em encontros programados, é estimulada a discussão de casos, o estudo de diferentes temas e a troca de experiências entre as enfermeiras. **Considerações Finais:** A oferta de um atendimento abrangente, sistematizado e humanizado pode promover importantes mudanças no que diz respeito à saúde da criança e sua família. No Centro de Saúde Trindade é notável a atuação das enfermeiras frente ao atendimento em puericultura e acredita-se que os fatores facilitadores estejam relacionados à organização do processo de trabalho e o estabelecimento de rotinas, o que permite a continuidade do acompanhamento e o fortalecimento de vínculos. O reconhecimento do papel do enfermeiro, a relação de confiança e respeito, entre as diferentes categorias profissionais, também propiciam uma prática assistencial de enfermagem proativa e com maior aceitação por parte das famílias, principalmente no que diz respeito às condutas e intervenções A consulta de enfermagem possibilita a percepção da dinâmica familiar, o contexto a qual estes usuários estão inseridos e o estreitamento de vínculos entre profissionais e famílias, permitindo o desenvolvimento de uma assistência personalizada, pautada na corresponsabilidade e na integralidade do cuidado, contribuindo para o aumento da qualidade e expectativa de vida das crianças. **Contribuições / Implicações para a Enfermagem: **A reflexão sobre o processo de trabalho e atuação profissional do enfermeiro relacionado ao atendimento da criança deve fazer parte da rotina dos serviços, fomentando assim a qualidade da assistência ofertada.


Referências:
CARVALHO IM. Processo Didático. Rio de Janeiro: FGV, 1972. ANASTASIOU LGC. ALVES LP. Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 5. ed. Joinville: Univille, 2009. Cap.3, p. 67-99. SOBRAL FR, CAMPOS CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. São Paulo: Rev. esc. enferm. USP; vol.46 no.1 fev. 2012.