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2565807 | O PROCESSO DE ENFERMAGEM NA VIVÊNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Vagner José Lopes ; Izabela Andréa da Silva ; Marli Aparecida Rocha de Souza |
Resumo: **Introdução**: A proposta contida nas diretrizes curriculares para os cursos de graduação em enfermagem privilegia a formação do enfermeiro crítico e reflexivo com competência técnico-científico-ético-político-social-educativa. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um método organizado, planejado e quando executado de forma efetiva, permite o cuidado integral e individualizado. A Resolução 358/2009 considera a SAE uma atividade privativa do enfermeiro, utilizando de estratégia e métodos de trabalho científico para identificar as situações de saúde/doença, assim norteando as ações que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, por meio do Processo de Enfermagem (PE). O PE é a atividade intelectual pelo qual a prática é realizada por meio de um instrumento metodológico com o intuito de aprimorar a qualidade da assistência. O PE requer conhecimentos que envolvem conceitos e teorias de Enfermagem que embasam a tomada de decisão nos julgamentos e intervenções de Enfermagem. Por meio da aplicação do PE, o enfermeiro promove um processo de cuidar pautado na cientificidade voltado ao indivíduo, família e coletividade, nos diferentes cenários de atuação. O PE é composto por 05 fases, sendo elas: 1. Investigação: coleta de dados históricos e atuais do paciente por meio de um roteiro sistematizado e do exame físico; 2. Diagnóstico: analisa os dados coletados, identifica as necessidades do usuário; 3. Planejamento: esclarece os resultados esperados, estabelece as prioridades e determina as intervenções de enfermagem; 4. Implementação: aplicação do plano assistencial, realização das intervenções determinadas na etapa de planejamento de enfermagem; 5. Avaliação: Fazer uma investigação abrangente para decidir se os resultados esperados foram alcançados ou se surgiram novos problemas. Para o enfermeiro o PE é imprescindível, assim como o pensar na utilização de uma teoria de enfermagem para o embasamento nas tomadas de decisões nos julgamentos e intervenções de enfermagem. Neste contexto também é importante o raciocínio clínico, a interpretação, o trabalho em equipe e a comunicação. Na formação do enfermeiro, além dos conteúdos teóricos e práticos desenvolvidos ao longo de sua formação, os cursos são obrigados pela instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, pela Resolução do Conselho Nacional de Educação - CNE/CNES nº 3 de 7 de novembro de 2001, a incluir no currículo os estágios supervisionados, a serem desenvolvidos em hospitais e serviços de saúde pública. Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Enfermagem estão relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão e da comunidade, proporcionando a integralidade das ações do cuidar em Enfermagem, portanto, enfatizando as atividades práticas como ponto importante na formação profissional do enfermeiro, incluindo-se nesta área os conteúdos técnicos metodológicos e os meios e instrumentos inerentes ao trabalho do enfermeiro. O estágio curricular supervisionado é um dos momentos que permite estreitar as relações do processo de formação com o processo de trabalho em saúde, cuja prática deve responder às necessidades de saúde da população, em consonância com os princípios de universalidade, equidade, hierarquização, integralidade e resolutividade das ações de saúde, em todos os níveis de assistência. Neste sentido, o estágio curricular é desenvolvido sob a supervisão e avaliação de um docente, e conta com a participação do enfermeiro dos serviços de saúde onde se realiza o referido estágio. O estágio curricular supervisionado do urso de enfermagem tem como objetivos proporcionar aos alunos: o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo da realidade de saúde do país levando-os a assumir atitudes e comportamentos efetivos para sua transformação por meio da sua ação profissional; a compreensão do trabalho da enfermagem como ciência; condições de aplicar o Processo de Enfermagem em sua prática profissional. Neste contexto, no início dos estágios curriculares obrigatórios é revisto o PE e o mesmo é desenvolvido e aplicado pelos acadêmicos de enfermagem como uma atividade rotineira supervisionada pelo enfermeiro do setor e semanalmente pelo professor que acompanha o estágio. **Objetivo:** Estabelecer a conexão entre a utilização do PE com base teórica e a vivência do acadêmico na prática cotidiana. **Método:** Trata-se de um relato de experiência, com a participação de 10 acadêmicos da disciplina estágio curricular obrigatório, do 8º período, com carga horária total de 400h, de uma Instituição de Ensino Superior, na Cidade de Curitiba - Paraná, durante o 2º semestre letivo no ano de 2017. Essa pesquisa foi constituída em quatro fases: 1. Criação de um instrumento de coleta de dados com base em uma teoria de enfermagem; 2. Aplicação do instrumento de coleta de dados durante a realização do estágio; 3. Apresentação aos acadêmicos e aos professores a experiência da coleta de dados com a utilização de uma teoria de enfermagem; 4. Elaboração dos Diagnósticos de Enfermagem (DE), com base em sua coleta e apresentar aos acadêmicos e aos professores, para discussão e avaliação da relação no aprendizado teórico. Nessa fase todos os envolvidos avaliaram por meio da discussão sobre a teoria, o raciocínio clínico e estes frente aos diagnósticos apresentados e pautados em bases científicas, dando suas opiniões e sugestões de mudanças; 5. Reorganizar o DE quando necessário, e proceder com as próximas etapas o planejamento, implementação e evolução. É importante salientar que as fases do PE eram apresentadas para todos os envolvidos e discutidas as associações teórico-prática. **Resultados:** Por meio da metodologia implantada, foi possível constatar que os acadêmicos apresentaram gradativamente facilidades no entendimento quanto da utilização de uma teoria de enfermagem, em síntese a cada discussão estes tinham que buscar o aprofundamento na teoria e na construção de cada etapa do PE. Toda essa reflexão favoreceu o entendimento quanto à clareza e objetividade ao formular um instrumento de coleta de dados, e consequentemente os diagnósticos que são gerados a partir da identificação das necessidades do paciente, o que irá possibilitar o desenvolvimento de intervenções direcionadas e individualizadas. As intervenções devem ser focadas nos diagnósticos e nos resultados, desta forma o enfermeiro organiza e realiza o cuidado, isso se dá por ser o PE composto de fases dinâmicas de ações que são sistematizadas e inter-relacionadas para gerar o registro, uma evolução pautada em resultados. **Conclusões:** A associação teórico-prática no desenvolvimento do PE junto aos acadêmicos no período da vivência do estágio curricular obrigatório, os fortalecem para o crescimento profissional e a sua responsabilidade no processo de cuidar.
Referências: 1. Hinkle JL,Cheever KH. Brunner e Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica.V. 2. Tradução: Patrícia LydieVouex...[et al].-13ªEd.- [Reimpr.]- Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2017. 2. Sociedade Brasileira de Nefrologia.Diretrizes de litíase urinária.Heilberg IP, Schor N, Duarte RJ,et al. 2015 Disponível em: Acesso em: 29/12/17 às 18:00. 3. Martins AEP. Tratamento Cirúrgico de Litíase Urinária. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 2014. Disponível em: Acesso em: 29/12/17 às 21:00. 4. Horta WA. Processo de Enfermagem/Wanda de Aguiar Horta com colaboração de BrigittaE.P.Castellanos.-São Paulo: EPU, 1979. 5. Nanda Internacional. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definções e Classificações 2015-2017, Editora Artmed, 10ªEd, |