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2466865 | LESÃO DE PÉ DIABÉTICO: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E INTERVEÇÕES SUBSIDADAS NA METODOLOGIA DOS 5 AS. | Autores: Diego Quaresma Ferreira ; Cecilia Rafaela Ferreira Salles ; Jéssica Monteiro Cunha ; Amanda Lucas ; Francineide Pereira da Silva Pena Franci |
Resumo: **Introdução:** O diabetes mellitus-DM promove importantes efeitos que são tidos como prejudiciais à saúde dos pés: fluxo sanguíneo reduzido para membros inferiores e neuropatia periférica1. A lesão no pé da pessoa com DM resulta da presença de dois ou mais fatores de risco associados, principalmente, a neuropatia diabética. A neuropatia causa insensibilidade seguida de deformidade do pé, com possibilidade de marcha anormal. E a doença vascular periférica associada a pequeno trauma pode resultar em dor e úlcera puramente isquêmicas2. Com isso, criam-se possibilidades de complicações, como surgimento de úlceras acompanhadas de infecção, e a mais trágica das complicações nos pés é a amputação. 65% das pessoas com DM, nunca tiveram seus pés examinados. Dessa forma, demonstra-se que a falta de comprometimento do profissional acaba influenciando na prevenção das lesões1. Neste sentido, o enfermeiro como elemento da equipe multiprofissional de saúde promove cuidado preventivo de enfermagem ao portador de pé diabético, que envolve muitos níveis, mas começa pela identificação do risco, através de exame clínico detalhado, que contempla: avaliação estrutural, investigação de neuropatia e aferição dos pulsos distais. Uma vez identificado como pé em risco, o mesmo deve ser orientado em relação aos fatores de risco e ao apropriado manejo3. O cuidado e tratamento da ferida devem consistir em eliminar os fatores que impedem a cicatrização, como a presença de tecido desvitalizado, proporcionando condições cada vez mais favoráveis para o processo de cicatrização e cura da ferida4. Neste contexto, o uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem-SAE para seguimento do cuidado com a pessoa com lesão no pé é método essencial para ampliar o cuidado e favorecer desfechos positivos para cicatrização da úlcera. Uma úlcera diabética está associada a custo elevado2; restrições em atividades cotidianas e profissionais, baixa autoestima, danos psicológicos, apoio familiar, gastos hospitalares.3 **Objetivo:** aplicar a SAE associada a metodologia 5As5 para o cuidado de enfermagem à pessoa com lesão diabética. **Metodologia: **relato de experiência pelo estudo de caso, descritivo, coleta de dados pela consulta de enfermagem, em ambulatório de hospital de clínicas em sala de procedimento. N.R., 78 anos de idade, com diagnóstico de DM tipo 2 à 30 anos, em uso de antidiabéticos orais (metformina 850mg e glibenclamida 5mg), família informa que faz a medicação mas não tem cumpre com o tratamento não farmacológico, em especial o plano alimentar. Sofreu acidente com perfuro (prego) no pé Esquerdo, em novembro 2017, buscou atendimento na atenção primária, onde realizaram curativos por 15 dias (limpeza com sol. Fisiológico e cobertura com gaze) e receitado nimesulida 100mg/2x ao dia por 5 dias. A estratégia saúde da família que cobre a região onde reside encaminhou ao ambulatório ao ouvir queixas de dor e a presença de edema, temperatura quente e hiperemia no pé afetado. No ambulatório dia 11/12/2017: chegou nervoso, com medo de perder o pé, chorando, referindo dor, local da furada latejante. Os familiares também nervosos, sentindo-se culpados pelo estado de saúde do idoso. Porém todos perguntando muito e mostrando interesse em contribuir para resolução do problema. Família composta de três filhos (duas mulheres e um homem) a esposa, e quatro netos e dois bisnetos. Ao exame físico: couro cabeludo, cavidade auricular, cavidade nasal preservados e boa higiene. Cavidade oral: arcadas dentarias incompletas, e presença de tártaro, língua limpa, tórax com presença de cicatriz grande devido cirurgia cardiológica (duas safenas), abdome globoso, porém sons e movimentos peristálticos presentes, membros inferiores ausência de edema, pulsos poplíteo (D e E), tibial posterior (D e E) e pedial (D e E) presentes. Órgãos urogenital limpos e sem alterações. Informou funções urinárias e intestinais presentes e regulares. Pé afetado apresentou: temperatura quente, hiperemia do retro até médio pé, edema (+/+++), pulsos tibial posterior cheio e com batimentos fortes, pedial cheio e batimentos fracos. ITB > 0,9. Não foi feito teste de monofilamentos devido edema que possibilitaria um negativo falso. **Resultados: **Após consulta de enfermagem, foi tentado drenar o local lesado, ao exame constatou-se presença de secreção purulenta com odor fétido, porem dor intensa acompanhada de sudorese fria, não foi possível completar o procedimento. Identificados os seguintes DE e seus domínios: Segurança/Proteção: 00046 integridade da pele prejudicada por alteração da integridade relacionada à fator mecânico e alteração na sensibilidade. Promoção da Saúde: 00080-controle de saúde familiar ineficaz relacionada regime de tratamento complexo caracterizada dificuldade com o regime prescrito; 00162-disposição para o controle da saúde melhorado caracterizada por expressar desejo de melhorar o controle dos regimes prescritos. Percepção/Cognição: disposição para conhecimento melhorado expressa desejo de melhorar aprendizagem. Enfrentamento/Tolerância ao Estresse: 00212-disposição para resiliência melhorada caracterizada por demonstra perspectiva positiva. **Intervenções:** realizadas com auxilio dos 5 As: **Avaliação**: conhecimento deficiente sobre lesão e diabetes; crença na melhora e família com bom suporte social. **Aconselhamento: para todos:** o que gostariam de saber sobre a lesão? Causa, tempo para cicatrizar. O que mais incomoda? dificuldades: cuidar das coisas, de fazer as atividades de vida diária sozinho e, ir as compras. **Acordo**: Metas/conjunto: cicatrização (lesão); controle (glicemia e grau de infecção da lesão), encontro com a nutricionista, e com o medico cirurgião vascular (drenagem e desbidramento cirúrgico)**. Assistência:** auto monitoramento (controle glicemia e sinais de complicações na lesão); visita nutrição (plano alimentar) roda de conversa com a família em conjunto. **Acompanhamento**: Cuidados de enfermagem com a lesão (curativos 24h/20 dias, a cada 36h/ate a cicatrização) Participação na reunião familiar para observar o uso das orientações. **Conclusão: **O uso da SAE subsidiada na metodologia dos 5As contribui sobremaneira o cuidado de enfermagem ás reais necessidades e possibilidades da pessoa assistida com lesão no pé, viabilizando a cicatrização da lesão e promovendo sustentação nas disposições evidenciadas no cliente e família cuja a resiliência se coloca como foco central dos potenciais identificados neste caso. **Implicações para Enfermagem**: o uso da metodologia genuína da enfermagem –SAE, favorece a autonomia do enfermeiro nas intervenções de sua responsabilidade, a associação da proposta metodologia dos 5 As, favoreceu o alcance do desfecho positivo planejado como resultado da assistência de enfermagem.
Referências: Referências:
1.Brasil, Ministério da Saúde -Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do SUS. Disponível em: http://www.foa.unesp.br/home/pos/ppgops/portaria-n-2436.pdf. Acesso em: 16 de Março de 2018.
2.Medeiros JB, Holmes ES, Albuquerque SGE, Santos SR. O e-sus atenção básica e a coleta de dados simplificada: relatos da implementação em uma estratégia saúde da família. Rev. APS. 2017 Jan-Mar; 20(1):145-149.
3. Silva JP, Garanhani ML, Peres AM. Sistematização da Assistência de Enfermagem na graduação: um olhar sob o Pensamento Complexo. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2015 Jan-Fev; 23(1):59-66.
4.Martins C, Lima SM. Vantagens e desvantagens do prontuário eletrônico para instituição de saúde. Rev. RAS. 2014 Abr-Jun; 16(63): 61-66.
5.Branco CSN, Mendes RS, Oliveira SKP, Pamplona YAP. Consulta de Enfermagem ao paciente com hipertensão na Estratégia de Saúde da Família. Rev. Enfermagem Contemporânea. 2013 Dez; 2(1):196-208. |