E-Pôster
2442841 | APLICAÇÃO DA SAEP DURANTE PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA COMO EXPERIÊNCIA NO ENSINO DE CENTRO CIRÚRGICO UTILIZANDO METODOLOGIA ATIVA.
APLICAÇÃO DA SAEP DURANTE PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA COMO EXPERIÊNCIA NO ENSINO DE CENTRO CIRÚRGICO UTILIZANDO METODOLOGIA ATIVA. | Autores: Marisa Dibbern Lopes Correia ; Fabio L Montanari ; Elaine Ribeiro ; Ráisa Camilo Ferreira |
Resumo: **Introdução:** O centro cirúrgico trata-se de um setor fechado, isolado e de maior complexidade dentro do contexto hospitalar, dinâmico, estressante, hostil, apresentando um ambiente físico frio e fechado, estimulando o silêncio e o distanciamento da equipe multidisciplinar do paciente. Nesse contexto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) é um valioso instrumento para que o cliente seja assistido de forma integralizada, contínua, segura e humanizada pela enfermagem. Esta pode ser conceituada como um instrumento metodológico que sistematiza a prática e proporciona a percepção, interpretação e antecipação das respostas individuais às alterações de saúde, bem como a intervenção adequada, planejada e fundamentada dos problemas identificados e a avaliação dos resultados. Dessa forma, a SAEP é uma ferramenta que auxilia o paciente e a família a compreenderem e se prepararem para o tratamento anestésico-cirúrgico; diminuindo ao máximo os riscos decorrentes da utilização dos materiais e equipamentos necessários para os procedimentos; é fundamental ainda, para previsão, provisão, para o controle dos recursos materiais e humanos, diminuindo assim ao máximo os riscos inerentes ao ambiente do Centro Cirúrgico (CC) e da sala de recuperação pós-operatória. No entanto, infelizmente a qualidade e a segurança da assistência cirúrgica ainda oferecem riscos em todas as partes do mundo. Sabendo da complexidade que envolve a área cirúrgica, é crescente a preocupação com essa clientela, relacionado à alta frequência de erros e eventos adversos que muitas vezes poderiam ser evitados. A segurança é um dos critérios básicos para garantir a qualidade da assistência. Preocupando-se com esta situação a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2008, lançou oficialmente a campanha “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, como um dos desafios propostos pela Aliança Mundial para Segurança do Paciente. O protocolo deve ser aplicado em todos os locais dos estabelecimentos de saúde em que sejam realizados procedimentos, terapêuticos, diagnósticos, endoscópicos, que impliquem a incisão no corpo humano, dentro ou fora de CC, por qualquer profissional de saúde. Nesse contexto, direcionando a prática docente no curso de graduação em Enfermagem na disciplina de Centro Cirúrgico, houve a prática de aplicação do Protocolo de Cirurgia Segura sob a forma de Simulação exercitando o aluno no que se refere à implementação da SAEP, tendo em vista que a não visualização imediata da pratica em CC no ensino teórico e aplicabilidade da SAEP nesse ambiente, dificulta o exercício do raciocínio critico e inferência diagnostica por parte do enfermeiro(a) além do entendimento e a realização dos procedimentos na prática assistencial. **Objetivo:** Relatar a experiência de uso do ensino teórico/prático acerca da aplicação do Protocolo de Cirurgia Segura com ênfase na SAEP, por meio de Simulação do processo de ensino-aprendizagem na graduação de Enfermagem, permitindo aos estudantes o desempenho prático de habilidades em um ambiente cirúrgico seguro preparado em laboratório de enfermagem. **Descrição Metodológica:** Trata-se de um relato de experiência de simulação, realizada no Laboratório da Faculdade de Enfermagem do Instituto de Ensino Superior de Itapira (IESI). Os 24 estudantes foram divididos em dois grupos de 12, onde um tinha em mãos o estudo de caso cirúrgico proposto pelo docente para simulação e o outro grupo permaneceu em outra sala de aula com outro estudo de caso diferente para simularem após a apresentação do primeiro. O docente estipulou um tempo (50 minutos) para cada grupo se preparar, sendo que o primeiro grupo que permaneceu no laboratório faria a primeira simulação e vice e versa. Quando o grupo do laboratório encontrava-se com cenário preparado o docente convidava o outro grupo para assistir a simulação do caso. Após apresentação de cada caso cirúrgico o docente propunha ao grupo que estava assistindo o levantamento das evidencias clinicas-cirúrgicas apresentadas pelo paciente durante todo o período cirúrgico a fim de discutir, a partir do fenômeno de enfermagem, os possíveis diagnósticos de enfermagem para o paciente. Para finalizar, o grupo seguinte se preparava para a nova simulação do outro caso, também proposto pelo docente, para que todos os discentes pudessem passar pelos dois momentos, participando como atores da simulação e avaliando a cena. Após finalização da dinâmica, os estudantes foram orientados a falar sobre a dinâmica proposta pelo docente numa folha em branco depositando essa, numa caixa deixada no laboratório de enfermagem com a Técnica de Laboratório responsável por esse ambiente. **Resultados:** Ao final de cada simulação percebe-se a satisfação por parte do estudante em participar de uma atividade prática em ambiente cirúrgico, o que muitas vezes é difícil por questões inerentes às instituições de saúde, além de exercitar de maneira pratica a aplicabilidade da SAEP como ferramenta da Cirurgia Segura. É valido ressaltar ainda, que sendo o ensino para estudantes de Enfermagem um desafio, principalmente quando apenas oportunidades aleatórias de aprendizagem estão disponíveis nas Instituições de saúde e experiências clínicas-cirúrgicas geralmente estão vinculadas ao cenário de prática, não há garantias de aquisição de conhecimentos em relação a vários conceitos vitais. A estratégia de simulação realizada oportunizou assim, a prática de habilidades em ambiente seguro permitindo o aperfeiçoamento das competências e habilidades cirúrgicas além de proporcionar ao estudante um momento de reflexões para o exercício do raciocínio critico, realizando a SAEP por meio da avaliação das evidencias apresentadas durante a simulação. As respostas dos discentes em relação a pratica proposta foi extremamente positiva (100% das respostas). No entanto, acredita-se que a limitação dessa pratica foi o tempo estipulado pelo docente em aula, talvez se os estudos de caso fossem entregues antes da aula aos grupos a Simulação poderia ter sido melhor preparada e assim mais explorada. **Conclusão:** A prática em saúde no Centro Cirúrgico demanda estudos de intervenção para que os conceitos já desenvolvidos possam ser validados no cotidiano da assistência, explicitando suas contradições e possibilidades, os quais representam um desafio para o enfermeiro, possível e essencial. Nesse contexto, acredita-se, a partir de relatos dos estudantes, que a experiência se mostrou exitosa, destacando para a necessidade de ampliação desta metodologia em outras temáticas e disciplinas. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **É notório ainda, diante dos relatos que a implementação da SAEP é um desafio para o enfermeiro cirúrgico, entretanto, possibilita a melhoria da assistência prestada, permitindo ao enfermeiro a coleta do histórico do paciente e a identificação de suas particularidades para tornar a assistência de enfermagem individualizada e eficaz, minimizando riscos e complicações no pós-operatório.
**Palavras Chaves:** Enfermagem, processos de enfermagem, metodologia ativa.
Referências: 1. Silva J P, Garanhani M L, Peres A M. Sistematização da Assistência de Enfermagem na graduação: um olhar sob o Pensamento Complexo. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2015;23(1):59-66.
2. Bedim, J G L. Metodologias participativas na extensão universitária: instrumento de transformação social. Revista Agenda Social. 2012;6(1):1-14.
3. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA NANDA: definições e classificação. 2015-2017.São Paulo: Artmed; 2015 (10). 496p. |