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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2438091

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2438091

FORMAÇÃO ACADÊMICA DO ENFERMEIRO NA PERSPECTIVA ECOSSISTÊMICA

Autores:
Hedi Crecencia Heckler de Siqueira ; Diana Cecagno

Resumo:
**FORMAÇÃO ACADÊMICA DO ENFERMEIRO NA PERSPECTIVA ECOSSISTÊMICA** _Diana Cecagno_[1]__, Hedi Crecencia Heckler de Siqueira[2] **Introdução**: A formação acadêmica do enfermeiro no Brasil está alicerçada nas Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCN/ENF). A proposta das DCN/ENF tem como objetivo formar enfermeiros, por meio  de estratégias planejadas, com competências, habilidades e atitudes pautadas na cientificidade, com coerência ética e política para o cuidado direcionado à saúde do indivíduo, a fim de melhorar as condições de vida da população1. A formação é conduzida visando seis competências gerais: atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento e educação permanente. Essa proposta pode servir de âncora para oportunizar a substituição do modelo cartesiano/biomédico especializado, fragmentado, linear e hierarquizado para uma abordagem mais flexível, horizontalizada e participativa que enfatiza uma formação voltada,  a capacitar o profissional enfermeiro, para atuar na promoção da saúde e prevenção da doença1. Apreender o contexto sistemicamente, conduz à vertente que leva ao entendimento de que existem interconexões e inter-relações entre os elementos bióticos (vivos) e abióticos (meio físico) de um determinado ambiente resultando em redes do _habitat _humano, formando o ecossistema, ou seja a unidade funcional da ecologia  que, de maneira contínua, troca energia e matéria entre si, possibilitando constantes mudanças informações2. Pautado no pensamento sistêmico, entende-se que a formação acadêmica do enfermeiro por competências preconizadas pelas DCN/ENF, envolve a articulação e a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes, princípios e valores, em inter-relação com o espaço em que se situa e se desenvolve, considerando o tempo em que se operacionaliza pois,  trata-se de um processo dinâmico que em conjunto, produz algo maior do que a soma das partes. **Objetivo:**  analisar os projetos pedagógicos das Instituições de Ensino Superior  que oferecem Cursos de Enfermagem da Região Sul do RS/Brasil e os principais resultados alcançados com essas propostas. **METODOLOGIA: **estudo qualitativo exploratório, descritivo3 realizado em 05 Instituições de ensino superior (IES), que oferecem cursos de Enfermagem na Região Sul do Rio Grande do Sul.  Participaram dois docentes  e dois acadêmicos de cada uma das Instituições, totalizando vinte participantes. A coleta de dados, por meio de entrevista semiestruturada, aconteceu no período de novembro de 2013 à julho de 2014, com parecer  favorável do Comitê de ética nº 166/2013.  Cada participante foi identificado com a letra D para os docentes e A para os acadêmicos, respectivamente, seguida de números arábicos,  conforme ordem de realização das entrevistas. A entrevista foi escrita/digital, pois cada entrevistado digitou, pessoalmente, suas respostas num _Leptop_, disponibilizado pela pesquisadora, juntamente com o roteiro das questões e assistida/dialogada, porque o entrevistador permaneceu junto ao entrevistado para esclarecer possíveis dúvidas, além de assegurar a emissão das respostas. Posteriormente a cada entrevista, os dados foram transferidos para um arquivo do _word_ a fim de dar seqüência na organização, análise e interpretação dos dados que seguiu o recomendado pelo método de análise de conteúdo3. **Resultados:  **A análise das categorias foi essencial para compreender e refletir a cerca de cada um dos contextos estudados, revelando a estrutura e a dinâmica organizativa do processo de ensino aprendizagem nas IES pesquisadas. Foram evidenciadas características comuns e, também, as especificidades de cada IES em estudo. A categoria Perfil dos Participantes possibilitou conhecer as características dos participantes e a relação destas com o tema da pesquisa. As categorias  Base  Filosófica Institucional,  Fundamentação Epistemológica dos  PPC e Base Legal dos PPs na formação acadêmica do enfermeiro possibilitaram o entendimento das vertentes  que subsidiaram e direcionaram a implementação dos atuais PPC dos cursos e seu suporte no poder decisório. A categoria Base Metodológica dos PPC na formação acadêmica do enfermeiro  permitiu o emergir do contexto sócio-demográfico-cultural, administrativo e didático-pedagógico de cada uma das Instituições estudadas.   Por outro lado, a categoria  Aplicabilidade de um PPC emergente ecossistêmico  na formação acadêmica do enfermeiro, por meio dos resultados, vislumbrou sinalizações, ainda que   tênues, mas  capazes de influenciar na transformação do processo de ensino aprendizagem. Embora didaticamente as categorias estejam separadas, não foi possível percebê-las de forma isolada ou individualmente, pois formam uma totalidade/unidade, isto porque, ecossistemicamente, para entender o contexto é necessário abandonar a idéia fragmentada da análise objeto em si e apreender  o processo e as inter-relações dos elementos que formam o seu conjunto como um todo. Esse conjunto de elementos constituem a totalidade/unidade que se encontra intrinsecamente interligada, influenciando-se mutuamente, num movimento constante e dinâmico, na busca da formação acadêmica do enfermeiro. A contextualização das  IES pesquisadas, em relação ao tempo e espaço no qual se encontram, facilitou a compreensão da formação oportunizada cada uma. A apreensão dos pressupostos sistêmicos, permitiu enxergar as bifurcações sinalizando possíveis tendências para mudanças no processo da formação4. **Conclusão**: A análise dos PPC, com base nos princípios ecossistêmicos, evidenciou  que o processo de ensino aprendizagem,  quanto as inovações realizadas e as transformações alcançadas ainda necessitam  adequações em cada uma das IES para tornar-se mais dinâmicas, criativas, centrando o processo ensino aprendizagem no acadêmico, levando em consideração o contexto no qual a IES se insere. Ressalta-se que o pensamento ecossistêmico, embora a literatura específica seja escassa, possibilita transformações positivas no processo ensino aprendizagem, ao constituir-se como base filosófica orientadora desse processo. Ainda,  pode ser um suporte, um guia norteador para atender as   necessidades emergentes do Sistema Único de Saúde e atender as especificidades locais e regionais de saúde da população. **Contribuição para a enfermagem:** o estudo oportuniza uma reflexão acerca das possibilidades de transformar a verticalidade, a fragmentação e a linearidade operacional  do PPC  numa proposta horizontal, flexível, dinâmica, ecossistêmica, e os seus benefícios, que, de forma lenta e gradual, são capazes de possibilitar o emergir de  idéias inovativas. **Referencias: **1.Ministério da Educação (BR). Resolução nº 03/2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Diário Oficial da União. Brasília: Ministério da Educação; 2001. 2. Santos, M.C.; Siqueira, H.C.H.; Silva, J.R.S. Saúde coletiva na perspectiva ecossistêmica: uma possibilidade de ação do enfermeiro. **Rev Gaúcha Enferm**, v.30, n. 4, p.437-44, 2009. 3.Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011. 4. Cecagno, D. **Formação acadêmica do enfermeiro na perspectiva ecossistêmica. **2015. 273p. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Universidade Federal do Rio Grande. Escola de Enfermagem. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Rio Grande, RS **Descritores:** Enfermagem, ensino, ecossistema **TEMA 1: Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem** * * * [1] Enfermeira.  Doutora em Enfermagem. Docente da Faculdade de Enfermagem Fen/UFPEL. cecagnod@yahoo.com.br [2] Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Emérita da FURG. Docente do PPGENF/FURG


Referências:
1. Mitre SM et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, suppl.2, pp.2133-2144. ISSN 1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232008000900018. 2. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e. Terra, 1996. – (Coleção Leitura). ISBN 85-219-0243-3 3. Morin E. O problema epistemológico da complexidade. 3.ed. Mira-Sintra: Publicações. Europa-América, 2002. 4. Reibnitz KS; Prado NL. Inovação e Educação em Enfermagem. Florianópolis: Cidade Futura; 2006.