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2383470 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA: UMA FERRAMENTA FACILITADORA PARA A SAÚDE DA CRIANÇA | Autores: Cristiane Cardoso de Paula ; Clécia Sampaio ; Daiani Cherubim ; Polyana de Lima Ribeiro ; Tamiris Ferreira |
Resumo: **Introdução: **Saúde e educação caminham juntas quando se refere à melhora da saúde do indivíduo. A interação entre elas, em qualquer ocasião, reflete em uma melhor qualidade de vida. Na escola, o profissional enfermeiro possui inúmeras possibilidades para atuar frente à saúde dos estudantes e da comunidade. Portanto, a construção de práticas pedagógicas que favoreçam essa interação representa um desafio às demandas que as escolas enfrentam. Para facilitar a participação do profissional de saúde no meio escolar, o governo federal criou o Programa de saúde na escola (PSE). O PSE é uma das principais políticas públicas para infância e adolescência e tem suas ações essenciais compreendidas em três componentes que abordam a Avaliação das condições de saúde, a Promoção da saúde e prevenção das doenças e agravos e a Capacitação permanente dos profissionais de saúde e educação.¹ Dentre seus componentes destaca-se a avaliação clínica, nutricional, promoção da alimentação saudável, avaliação oftalmológica bem como as ações de educação permanente em saúde, atividade física e saúde, promoção da cultura da prevenção no âmbito escolar e inclusão das temáticas de educação em saúde no projeto político pedagógico das escolas.² O desenvolvimento de ações no PSE oportuniza melhor integração entre **ensino-serviço-comunidade contribuindo para formação profissional dos estudantes em saúde.** Dessa forma, este trabalho tem como **objetivo** relatar a experiência de docência orientada da pós-graduação desenvolvida nas aulas práticas no campo da escola.** Método: **Trata-se de um relato de experiência, ocorrido no primeiro semestre de 2017, em atividades com estudantes do 4º semestre de graduação em enfermagem da UFSM, matriculados na disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher e Pediátrica na Atenção Básica, sob supervisão de professor responsável. A disciplina oportuniza o desenvolvimento de atividades em quatro campos práticos que abordam: puericultura, pré-natal, consulta se enfermagem com foco em planejamento reprodutivo e programa saúde na escola (PSE). Para tanto, os alunos são divididos também em quatro grupos de aproximadamente cinco pessoas, os quais desenvolvem suas ações por um período de vinte dias a fim de vivenciar, conhecer e aperfeiçoar o trabalho em todos os locais oportunizados pela disciplina. As atividades no PSE eram desenvolvidas pautadas na parceria entre a Unidade Básica de Saúde abrangente da escola e os professores que nela, visualizavam questões a serem trabalhadas na infância. Por se tratar de uma demanda que amplia o conhecimento dos profissionais em saúde, principalmente os enfermeiros, é viável que se tenha esta opção como campo prático na formação dos profissionais em enfermagem. Nesse sentido, as ações realizavam-se todas as terças-feiras a tarde e quartas-feiras de manhã. Assistia-se, portanto, crianças de 3 a 5 anos estudantes de uma escola de educação infantil localizada na periferia do município de Santa Maria**. **Esta escola acolhe em torno de 45 crianças por turno e tem seis turmas de aproximadamente 15 alunos cada. Trabalhava-se um dia específico com cada turma quando o assunto abordado permitia esta metodologia, em casos de maior abrangência dos temas, foi possível somar as turmas e desenvolver a atividade conjuntamente. **Resultados: **As atividades foram realizadas conforme as demandas apontadas pela escola, pautadas nas recomendações do PSE. No primeiro dia de atividade de cada grupo, pautadas na premissa de que ainda não havia outro tipo de conhecimento sobre o campo prático, que não fosse o abordado em teoria na sala de aula, realizava-se um momento de reconhecimento do local e seu funcionamento a partir da observação prévia das crianças ao desenvolverem suas atividades conforme rotina da escola. No decorrer do dia, era possível levantar como é o comportamento de cada estudante, além de oportunizar a aproximação entre os professores da escola, alunos de graduação em enfermagem e as crianças. Posteriormente, realizava-se uma conversa com os professores procurando levantar as questões de maior necessidade da população a fim de que o tema fosse abordado. A partir da demanda apontada, a proposta era avaliada e planejada entre todos os integrantes do grupo de forma dinâmica e lúdica para que houvesse melhor compreensão das crianças. As crianças recebiam post informativo sobre a atividade a ser desenvolvida a fim de que fosse apresentado aos pais. É importante ressaltar que diferentes temáticas podem ser abordadas durante o semestre. Os temas de maior repercussão abordados foram pediculose, prevenção de acidentes, higiene bucal, alimentação saudável e utilização de temperos naturais, verminoses, higiene corporal com ênfase em lavagem das mãos e limpeza perineal. Para que os assuntos fossem apreendidos pelas crianças, utilizaram-se diferentes abordagens práticas, dentre elas cartazes interativos, teatro, massinha de modelar e atividades de pintura. Essas atividades trouxeram uma resposta positiva para a escola, visto que foi o primeiro semestre de inserção de alunos de enfermagem no referido campo prático. Após cada atividade, era observado que as crianças reproduziam, tanto na escola quanto em casa, o que haviam aprendido. Observou-se melhora na higiene corporal e oral, na alimentação, pois as crianças começaram a trocar seus lanches industrializados por frutas, assim como, a formação de vínculo entre os profissionais.** Conclusões: **As atividades realizadas no campo prático repercutiram tanto para as crianças e suas famílias, escola e professores, quanto para os estudantes de graduação que visualizaram na prática como a atuação profissional, por meio da educação em saúde, pode contribuir à saúde da criança no âmbito da atenção básica. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Este tipo de ação permite integrar ensino-serviço e comunidade, de forma que o cuidado em enfermagem se torne ainda mais efetivo, tendo em vista que ao exercer educação em saúde com população infantil, é possível abranger, a partir das orientações, cuidadores, família e comunidade na qual a criança está inserida. Ações como essa contribuem na formação do profissional enfermeiro ao oportunizar o exercício de planejamento, execução e avaliação das atividades de cuidado.
Referências: 1- BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 4/2009. Diário Oficial da União. Brasília (DF), 7 abr 2009. Seção 1, p. 27.
2 – FALCÓN, G.S; ERDMANN, A.L; MEIRELLES,B.H.S. A complexidade na educação dos profissionais para o cuidado em saúde. Texto & Contexto Enferm. 2006;15(2):343-51.
3 – MORIN, E. Os Sete Saberes necessários à educação do futuro. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011. 120 p.
4- CHRISTOVAM, B. P; PORTO, I. S; OLIVEIRA, D. C. Gerência do cuidado de enfermagem em cenários hospitalares: a construção de um conceito. Rev. Esc. Enferm. USP; jun. 2012. 46(3):734-741.
5- ERDMANN, A. L; BACKES, D. S.; MINUZZI, H. Care management in nursing under the complexity view. Online Brazilian Journal of Nursing, [S.l.], v. 7, n. 1, dec. 2007. ISSN 1676-4285 |