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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2367718

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2367718

RACIOCÍNIO CLÍNICO DO ENFERMEIRO: ESTRATÉGIA PARA A QUALIDADE DO CUIDADO E SEGURANÇA DO PACIENTE EM EMERGÊNCIA

Autores:
Sabrina Regina Martins ; José Luís Guedes dos Santos ; Fernando Henrique Antunes Menegon

Resumo:
**Introdução: **O trabalho dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar é realizado de maneira coletiva, pois compartilha os saberes e tem como objetivo final o atendimento aos pacientes1. Com o desenvolvimento do trabalho do enfermeiro nos diferentes serviços de saúde, evidencia-se sua atuação nos serviços de emergência e o uso do raciocínio clínico nesse setor. Os serviços de emergência possuem características peculiares que influenciam o trabalho desses profissionais2. Tendo como uma de suas características principais do serviço, a emergência funciona como a porta de entrada para os pacientes, o que influencia o trabalho dos enfermeiros. Percebe-se que os enfermeiros que atuam no setor de emergência hospitalar necessitam de habilidades apuradas, um raciocínio clínico mais apurado, disponibilidade de recursos e de uma equipe qualificada para tomar decisões assertivas, uma vez que esse profissional prestará cuidados complexos a pacientes críticos. Para isto, neste ambiente ressalta-se a importância do desenvolvimento da gerência do cuidado, ferramenta que exerce um papel fundamental na prática hospitalar e principalmente no serviço de emergência. A articulação dos processos de trabalho assistencial e gerencial caracteriza o gerenciamento do cuidado, o qual é compreendido como um processo essencial para o desenvolvimento de uma assistência de qualidade e qualificada nos diferentes cenários de cuidado. Com o aumento da necessidade de cuidados mais imediatos e de maior complexidade centrados no paciente, o raciocínio clínico apresenta-se como uma ferramenta complexa e que permite uma assistência baseada em evidências3. Para alcançar esse objetivo, os enfermeiros utilizam como estratégia o estabelecimento de prioridades de atendimento. No setor de emergência, é eminente a importância que o enfermeiro reconheça e priorize as ações e decisões acerca das funções delegadas e dos cuidados prestados aos pacientes do serviço. O raciocínio clínico pode ser considerado como um processo de pensamento por meio de interpretações indutivas e dedutivas que possuem base nas experiências pessoais e profissionais que devem levar a conclusões assertivas e a uma tomada de decisão3-4. Esse pensamento crítico permite o desenvolvimento de uma assistência qualificada e por isto deve ser um processo continuo no cotidiano na prática profissional do enfermeiro4. O raciocínio clínico tem grande importância para o exercício profissional de enfermagem, pois permite uma prática mais autônoma frente à tomada de decisão. Em especial no setor de emergência, o raciocínio clínico é essencial para a realização de uma assistência mais segura5. **Objetivo: **Compreender a utilização do raciocínio clínico pelos enfermeiros como estratégia para a qualidade do cuidado e segurança do paciente em um serviço hospitalar de emergência. **Método: **pesquisa qualitativa com uso do referencial metodológico da Teoria Fundamentada nos Dados, que visa entender os significados entre as relações dos participantes e do contexto estudado. O cenário da pesquisa foi o setor de emergência de um hospital universitário do Sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu em um período de tempo de março a julho de 2017, por meio de entrevistas abertas e semiestruturadas. A pesquisa constou com uma amostragem teórica composta por 21 participantes, sendo nove enfermeiros, duas enfermeiras consideradas experientes, cinco docentes, cinco técnicos de enfermagem e duas médicas. A análise de dados ocorreu concomitante a coleta de dados, mediante a codificação substantiva que se divide em codificação aberta e seletiva e a codificação teórica. Os aspectos éticos foram respeitados conforme a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e o estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº: 1.960.256/2017). **Resultados: **Destaca-se nos achados dessa pesquisa a categoria “Prestando assistência com qualidade e segurança para o paciente”. Essa categoria refere-se ao desenvolvimento da assistência do enfermeiro no serviço hospitalar de emergência. Por meio da consolidação do raciocínio clínico, o enfermeiro presta assistência mais qualificada a qual resulta em uma maior segurança para paciente. A categoria é composta por subcategorias como preconiza o método, sendo: 1) Prestando cuidados mais seguros para os pacientes e 2) Desenvolvendo uma assistência mais qualificada. A primeira subcategoria relata que após o desenvolvimento do raciocínio clínico do enfermeiro no setor de emergência, os profissionais prestam cuidados com mais domínio técnico para os pacientes. Em relação ao desenvolvimento e aprimoramento do raciocínio clínico, os enfermeiros destacaram a importância das  experiências profissionais e a valorização da tomada de decisão por meio de evidências científicas. Os participantes relatam que possíveis erros são impedidos devido à utilização do raciocínio clínico e que por isso sentem-se mais seguros quanto sua prática profissional. Na subcategoria Desenvolvendo uma assistência mais qualificada, os participantes destacaram que com um raciocínio clínico mais desenvolvido e apurado os profissionais conseguem atribuir uma maior qualidade na assistência prestada aos pacientes. Ressalta-se nas falas dos participantes a melhora nas relações interpessoais entre os profissionais da equipe multiprofissional, visto que o enfermeiro é reconhecido como um profissional importante e referência para a equipe e passam a confiar na tomada de decisão desse profissional. **Conclusão:** No contexto da enfermagem, o pensamento crítico é considerado uma estratégia essencial e de responsabilidade criteriosa, que assegura uma prática profissional de qualidade para o enfermeiro.  O raciocínio clínico torna-se uma ferramenta para a prática profissional do enfermeiro. Para realizar os cuidados nesses setores, é fundamental que o enfermeiro reconheça e priorize ações e decisões acerca das funções delegadas e dos cuidados prestados aos pacientes no serviço de emergência. Para isso, os enfermeiros desenvolvem seu raciocínio clínico com a prática profissional, possibilitando a conquista de autonomia**, **reconhecimento profissional e assim gerando uma tomada de decisão mais qualificada no serviço de emergência. **Contribuições para enfermagem: **A atuação do enfermeiro em serviços hospitalares de emergência engloba diferentes especificidades e articulações que são indissociáveis à gerência do cuidado a pacientes com necessidades complexas e agudas. O raciocínio clínico é fundamental para a assistência em enfermagem, sendo assim os resultados das categorias apresentadas podem contribuir para a compreensão do uso do raciocínio clínico dos enfermeiros no serviço hospitalar de emergência, bem como a sua importância no cenário de pacientes críticos. O raciocínio clínico do enfermeiro está cada vez mais presente no cotidiano desses profissionais, possibilitando o desenvolvimento de uma prática profissional mais segura para o enfermeiro, consequentemente e qualificada para os pacientes.


Referências:
1- Amante LN, Rossetto, AP, Schineider, DG. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva sustentada pela Teoria de Wanda Horta. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(1):54-64. 2- BRUNNER, S. C. S; SUDDARTH, B. B. Tratado de enfermagem, 9 ed, v 4, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 3- FERRARINI, M. A. G.; SCATTOLIN, M. A. A.; RODRIGUES, M. M.; RESENDE, M. H. F.; SANTOS, I. C. L. dos; IAZZETTI, A. V. Síndrome de GuillainBarré em associação temporal com a vacina Influenza A. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, Vol. 29, pág. 685-688, 2011. 4- Pithadia AB, Kakadia N. Guillain-Barré syndrome (GBS). Pharmacol Rep 2010;62:220-32. 5- LEILA, D. C. S. L; MICHELE, H. F.; GIZELDA, K.; Protocolo de Vigilância de Síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas associadas com arbovírus. Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo, São Paulo, 2016.