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2360395 | (RE) ESTRUTURAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DO TOCANTINS: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Allison Barros Santana ; Maria da Penha Rosa de Alencar ; Nelma do Socorro Chaves dos Santos |
Resumo: **INTRODUÇÃO: **O Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR) foi criado em junho de 1999. É a única maternidade pública da capital do Estado, referência em atendimento de urgências/emergências gineco-obstétricas, alta complexidade em neonatologia, vítimas de violência sexual, gestação de alto risco, cirurgias eletivas ginecológicas, laqueaduras tubárias e cirurgias neonatais. Além disto, é a única referência para atender partos em toda a região de saúde do Capim Dourado, com população aproximada de 300 mil habitantes. Frente a esses dados e em obediência a resolução COFEN 358/2009, foi realizado no ano de 2014 uma revisão e atualização dos instrumentos atinentes a Sistematização da Assistência de Enfermagem para a maternidade, que se perdura aos dias atuais. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de organização, planejamento e implementação da assistência prestada ao paciente, que através de uma visão integral e holística proporciona qualidade e eficácia ao atendimento. O método requer consciência da importância da sistematização e conhecimento acerca da temática para identificação das necessidades individuais, resolutividade dos problemas e maior segurança e credibilidade com o paciente, equipe e instituição1. Esta metodologia da assistência permite ao profissional aplicação dos conhecimentos científicos e o desenvolvimento de seu potencial, uma vez que este tem autonomia para avaliar, tomar decisões e estabelecer parâmetros de resultados de qualidade2. O relato pretende destacar a dinâmica das ações realizadas na maternidade para a (re) estruturação da SAE.** OBJETIVO: **Relatar a experiência da construção e revisão dos instrumentos para a aplicação do Processo de Enfermagem nos setores da maternidade, como também a validação dos Protocolos Assistenciais. **METODOLOGIA: **Trata-se de um Relato de experiência acerca da (re) estruturação da SAE no HMDR, com foco na Pesquisa Convergente Assistencial (PCA)3. Os instrumentos foram formulados com base na literatura vigente, tendo como eixo norteador a teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta e as taxonomias da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) para os diagnósticos de enfermagem, Classificação das intervenções de Enfermagem (NIC) e Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). Os formulários foram revisados e modificados de acordo com a especificidade setorial. Elaborou-se um diagnóstico situacional junto aos coordenadores, tendo como base as principais necessidades a serem sanadas referentes à SAE/PE, e foi pensando, no decorrer do ano, mensalmente, cursos que abrangessem cada lacuna. Buscou-se na literatura os Diagnósticos, Resultados e Intervenções de Enfermagem validados; estes foram confrontados com os achados dos setores da maternidade e construído os instrumentos utilizados na prática assistencial. **RESULTADOS: **A primeira etapa da (re) estruturação se deu com o conhecimento do fluxo do serviço para entender a dinâmica própria do lugar, as atribuições dos profissionais ali inseridos, bem como a atuação do enfermeiro. Assim, foi realizado o acompanhamento inicial por meio da observação das atividades realizadas pelos profissionais da ala, seguida da passagem de plantão; como também de conversas com a equipe de Enfermagem e coordenadores para o alinhamento do processo de trabalho. Foi solicitada, a cada coordenador, uma minuta do formulário, construída em conjunto com a equipe de Enfermagem. A versão final do formulário para a Coleta de Dados foi ratificada pela coordenação e equipe de Enfermagem setorial. Foram encontrados, na literatura, Diagnósticos de Enfermagem (DE) validados na prática clinica na assistência materno-infantil e vinculados à realidade do HMDR, somados aos DE usualmente aplicados à dinâmica de cuidados no HMDR. Depois de ratificados os DE nos setores, foi feito um levantamento dos resultados e das intervenções de Enfermagem usuais e validadas para a realidade de cada setor, à luz da NOC e NIC, respectivamente. Para cada DE foram selecionados resultados e intervenções de Enfermagem compatíveis e consolidados em um livro de consulta para a equipe de Enfermagem, a fim de direcionar o cuidado e facilitar o acesso às Taxonomias. Todos os membros da equipe de Enfermagem foram capacitados a manusearem os formulários e a familiarizar-se com a Taxonomia, por meio de curso e atualização, que aconteceu durante todo o ano de 2017 e permanecerá em andamento no ano de 2018. Cada etapa do PE foi evidenciada, contextualizada e exemplificada, mediante utilização de estudo de casos, exemplificação do cotidiano assistencial do HMDR, sob o uso das metodologias ativas. **CONCLUSÃO**: Entende-se que a SAE é o melhor caminho para reunir ações, tidas como peculiares, no desenvolvimento de tarefas de maneira humanizada e integral, em prol do atendimento das necessidades humanas básicas alteradas, além de possibilitar o desenvolvimento crítico do papel do enfermeiro para com a unidade, paciente e família. A fragmentação das etapas do PE, anteriormente vivenciada no cotidiano assistencial no HMDR, passa a não mais existir; vê-se um processo em construção, alicerçado em bases científicas e experiências exitosas, cujos frutos confluem para o fortalecimento e qualidade assistencial da equipe de Enfermagem, tendo como base as relações que fortalecem as práticas educativas: Enfermeiro e população; Enfermeiro e outros Enfermeiros; Enfermeiros e outros estudantes; Enfermeiros e equipe multiprofissional4. Em cada relação um aprendizado e uma interação modificadora de processos terapêuticos. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **Observando o pressuposto norteador da relação simbiótica entre a SAE e a resposta na assistência direta ao paciente, os membros da equipe de Enfermagem saem favorecidos, entendendo-os como grupo pertencente a um campo fértil de saberes. A SAE se configura como mola propulsora para um manejo clínico adequado a clientela, e permitem ao Enfermeiro ser o multiplicador desse saber no seu processo diário de cuidado.
Referências: 1. Smeltzer SC, Bare BG, Hinkle JL, et al. Brunner & Suddart, Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
2. Athanazio RA, Filho LVRFS, Vergara AA, et al. Diretrizes brasileiras de diagnóstico e tratamento da fibrose cística. J Bras Pneumol. 2017. 43(3):219-245.
3. Tavares KO, Carvalho MDB, Pelloso SM. Dificuldades de mães de pessoas com fibrose cística. Texto contexto – Enferm, v.23, n.2, p.294-300, 2014.
4. Gordon M. Nursing diagnosis: process and aplication. St. Louis. 1994.
5. NANDA Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015. |