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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2266537

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2266537

ENSINO DA REABILITAÇÃO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL

Autores:
Soraya Maria de Medeiros ; Bertha Cruz Enders ; Gleyce Any Freire de Lima Carvalho ; Dândara Nayara Azevêdo Dantas ; Cecília Nogueira Valença

Resumo:
ENSINO DA REABILITAÇÃO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL _Dândara Nayara Azevêdo DantasI_ Gleyce Any Freire de Lima CarvalhoII Bertha Cruz EndersIII Cecília Nogueira ValençaIII Soraya Maria de MedeirosIII **INTRODUÇÃO:** A reabilitação é definida como um processo dinâmico, que envolve o paciente, cuidador, familiares e equipe multiprofissional. Dessa forma, tem a finalidade de prevenir, retardar e compensar à perda de uma função por meio da recuperação ou manutenção de uma função atual, e possibilitar a participação da pessoa com deficiência na comunidade(1). A mudança nos padrões de viver das pessoas somadas ao desenvolvimento tecnológico e da globalização, tem provocado uma alteração no perfil demográfico e epidemiológico da população mundial. E ainda, o aumento considerável de pessoas idosas no cenário global e predominância de doenças crônicas, tem despertado uma expansão da necessidade de cuidados de reabilitação e ampliação dessa prática profissional(2-3). Em alguns países, como Portugal e Estados Unidos a prática de enfermagem na reabilitação é regulamentada. O enfermeiro tem como competência o cuidado das pessoas com necessidades de reabilitação durante as diversas fases da vida, e em todos os contextos de atuação profissional. Esse profissional realiza intervenções que proporcionam melhora de uma função residual, e atua na manutenção e recuperação da independência dos indivíduos para as atividades de vida diária o que reduz o impacto das incapacidades fisiológicas instaladas(4). No Brasil, entretanto, a enfermagem de reabilitação não tem sido reconhecida como especialidade uma vez que não consta na lista de especialidades publicadas pelo Conselho Federal de Enfermagem(5). O que pode dificultar a inserção de enfermeiros com conhecimentos mais aprofundados para atuação na área. A reabilitação da saúde deveria ser uma área de atuação do enfermeiro generalista no país, uma vez que, as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em enfermagem no Brasil determinam que o enfermeiro deva ter competência e habilidade para atuar na reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Contudo, observa-se que poucos cursos, ao longo das últimas décadas, incluíram disciplinas na grade curricular que abordassem o papel do enfermeiro no contexto da reabilitação. Isso reflete a dificuldade dos profissionais para cuidar de clientes em processo de reabilitação. Ademais, contribui para o desconhecimento desses profissionais acerca do seu papel e importância na equipe multiprofissional de reabilitação. **OBJETIVO:** analisar o conhecimento produzido acerca do ensino da reabilitação nos cursos de graduação em enfermagem no Brasil. **METODOLOGIA:** Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, coleta de dados realizada em outubro de 2017, por meio de consulta on-line avançada nas bases de dados Scientific Electronic Library On-line (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), International Nursing Index (MEDLINE), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Scopus Info Site (SCOPUS). Foram utilizados os seguintes descritores controlados em português e seus correspondentes em língua inglesa, a fim de revisar o acervo nacional e internacional acerca da temática pesquisada: “Enfermagem”, “Reabilitação”, “Enfermagem em Reabilitação”, “Ensino em Enfermagem”, “Bacharelado em Enfermagem”, e os mesmos termos em língua inglesa existentes na lista de descritores do Medical Subject Headings (MeSH): “Nursing”, “Rehabilitation Nursing”, “Education Nursing”, “Nursing Baccalaureate”. Utilizou-se o operador booliano "AND" no processo de cruzamento dos descritores supracitados. Foram localizados estudos na bibliografia dos artigos encontrados, bem como por meio de busca manual. Também se consideraram, para efeito de embasamento teórico/histórico e aprofundamento da discussão, livros, busca no banco de teses e dissertações da CAPES e de dados disponíveis eletronicamente no cadastro dos estabelecimentos de saúde, documentos do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, entre outros. **RESULTADOS:** Foram identificadas oito publicações, cujas análises textuais permitiram a construção de quatro abordagens temáticas: Ensino da reabilitação nos cursos de graduação em enfermagem no Brasil; Fatores que influenciam o ensino da reabilitação nos cursos de graduação em enfermagem no Brasil; Aspectos culturais contribuintes para o ensino da reabilitação nos cursos de enfermagem no Brasil e contribuição do sistema capitalista para o ensino da prática de enfermagem na reabilitação no Brasil**. **Para tanto, percebeu-se que os aspectos que permeiam o ensino da prática de enfermagem na reabilitação da saúde no Brasil, envolvem a falta de interesse das esferas acadêmicas, ausência de especialidade em enfermagem de reabilitação no país, pouca inserção do enfermeiro no mercado de trabalho especializado em reabilitação da saúde, desconhecimento dos enfermeiros acerca do seu papel na equipe multiprofissional de reabilitação, frente às relações de trabalho e do capitalismo. **CONCLUSÃO:** A análise do conhecimento produzido acerca do ensino da reabilitação nos cursos de graduação em enfermagem no Brasil revelou a falta de docentes universitários preparados para o ensino da reabilitação, necessidade de inclusão de disciplinas que abordem o papel do enfermeiro na reabilitação, falta de reconhecimento por parte do Conselho Federal de Enfermagem, deficiência de venda de livros que abordem esse conteúdo, bem como a falta de inclusão do enfermeiro no mercado de trabalho da reabilitação no Brasil. **CONTRIBUIÇÕES PARA ENFERMAGEM:** Portanto o ensino da reabilitação nos cursos de enfermagem no Brasil respalda mudanças necessárias, seja na educação, nas relações de trabalho, no capitalismo e adequações nos modelos assistenciais de saúde que precisam preparar profissionais para enfrentar as mudanças ocasionadas pela transição demográfica em relação aos atuais perfis de saúde, respaldados em conhecimento e qualificação para assistir as pessoas em condições crônicas de saúde que necessitam de reabilitação. Espera-se que as mudanças curriculares previstas pela Associação Brasileira somada aos achados desse estudo, possam subsidiar pesquisas futuras e contribuir para o ensino da reabilitação nos cursos de graduação em enfermagem no Brasil e fortalecer a prática de enfermagem na reabilitação da saúde. **Descritores: **Educação em enfermagem; Bacharelado em enfermagem; Reabilitação. **TEMA 1: Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem** **REFERÊNCIAS: ** 1. WHO (World Health Organization). World report on disability 2011. Am J Phys Med Rehabil Assoc Acad Physiatr [Internet]. 2011;[cited 2017 out 12]; 91:549. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22726850 2. Martin LG, Schoeni RF. Trends in disability and related chronic conditions among the forty-and-over population: 1997–2010. Disability and health journal [Internet].2014; [cited 2017 out 12]; 7(1): S4-S14. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4151570/ 3. Chatterji S, Byles J, Cutler D, Seeman T, Verdes E. Health, functioning, and disability in older adults - Present status and future implications. Lancet [Internet]. 2015; [cited 2017 out 12]; 385(9967):563–75. Available from: 4. Regulamento n.º 350/2015 de 22 de junho de 2015 (POR): Dispõe sobre o regulamento dos Padrões de qualidade dos cuidados especializados em enfermagem de reabilitação. Diário da República: Ordem dos enfermeiros. Lisboa (POR), 22 jun de 2015: série 2: 119 5. Resolução nº 389, de 18 de outubro de 2011. Dispõe sobre atualização no âmbito do Sistema e Conselhos Regionais de Enfermagem os procedimentos para registro de título de pós-graduação lato e stricto-sensu concedido a Enfermeiros e lista as Especialidades. _Diário oficial da união, Brasília (DF), 20 de outubro de 2011, seção 1, p. 146._


Referências:
1. Cardoso RB, et. al. Juri Simulado como estratégia de ensino-aprendizagem de políticas indutoras da formação profissional em saúde: o caso do programa mais médicos. In: Luiz-Moreno, et. al. (org). Cadernos de teorias e práticas educativas em saúde. Vol II. São Paulo; 2015. 2. Hannas T, et. al. (Org). Metodologias ativas de ensino: manual de aplicação. Belo Horizonte: 3i Editora; 2017.