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2260465 | ASSOCIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE COM AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E SÓCIO-DEMOGRÁFICAS DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA | Autores: Juliana de Melo Vellozo Pereira ; Bruna Lins Rocha de Padua ; Paula Vanessa Peclat Flores ; Glaucia Cristina Andrade Vieira ; Ana Carla Dantas Cavalcanti |
Resumo: **Introdução:** A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa que ocasiona inadequado suprimento sanguíneo para atender necessidades metabólicas do organismo. É um problema frequente em todo mundo, levando a hospitalizações repetidas, redução da qualidade de vida, perda da independência e redução da expectativa de vida(1). No quadro clínico os pacientes podem apresentar sinais e sintomas incapacitantes de realizar suas atividades de vida desejadas (2). Por esse motivo, em clínicas especializadas, enfermeiros investigam a presença destes sinais e sintomas nas consultas de enfermagem. Sendo confirmados, fica evidente o diagnóstico de enfermagem intolerância a atividade da NANDA International(3). **Objetivos**: Caracterizar o diagnóstico de enfermagem intolerância a atividade da NANDA-Internacional em pacientes com insuficiência cardíaca em uma clínica especializada de insuficiência cardíaca. **Descrição Metodológica**: Estudo transversal realizado na “Clínica de Insuficiência Cardíaca Coração Valente”, da Universidade Federal Fluminense (UFF), a partir da avaliação dos prontuários de 56 pacientes. A amostra foi por conveniência e os dados foram coletados do registro de consultas de enfermagem realizadas no período entre agosto de 2015 e junho de 2016. Foram incluídos neste estudo prontuários de pacientes com IC crônica com idade superior a 18 anos, que tiveram pelo menos uma consulta de enfermagem no período da pesquisa. Foram excluídos prontuários que não tinham informações sobre as variáveis sexo, idade, tempo de doença, tempo da última internação, comorbidades, classe funcional (NYHA), pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, frequência cardíaca, frequência respiratória e índice de massa corporal (IMC). Para coleta de dados foi utilizado o instrumento de consulta de enfermagem baseado nos domínios da NANDA Internacional. Como não estavam descritos nos prontuários os diagnósticos de enfermagem, os instrumentos de consultas de enfermagem foram encaminhados para inferência diagnóstica de 05 enfermeiros peritos. Para a inclusão como avaliadores, estes deveriam ser graduados, ter pesquisas publicadas em uma das áreas de pesquisa de insuficiência cardíaca e sistematização da assistência de enfermagem, além de ter prática docente ou na Clínica de Insuficiência Cardíaca por pelo menos dois anos. Além disso, todos os peritos se reuniram e decidiram que a estratégia utilizada para diminuir o viés na inferência diagnóstica seria a realização de um consenso pelos cinco avaliadores e pesquisadores para estabelecer um tutorial para avaliação do instrumento. A presença ou ausência do diagnóstico de enfermagem intolerância à atividade foi considerada quando houve concordância a partir de três enfermeiras peritas. Este estudo contou com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Antônio Pedro/UFF sob o número CAAE: 0072.0.258.000-11. **Resultados:** Os peritos determinaram a presença ou ausência do diagnóstico de enfermagem intolerância à atividade nos 56 pacientes do estudo. Destes, 34 pacientes foram diagnosticados com intolerância à atividade. Dos 56 pacientes estudados, o sexo masculino foi prevalente em 64,3% pacientes. As comorbidades que se destacaram foram a hipertensão, síndromes coronarianas e diabetes mellitus. A classe funcional NYHA com maior frequência foi a III e os sinais e sintomas mais frequentes foram: cansaço, edema, fadiga, nictúria e dor. A média das idades entre os grupos de pacientes com o diagnóstico e sem o mesmo mantiveram-se próximas. O sexo feminino e o masculino apresentaram distribuições iguais no grupo com diagnóstico, no entanto pacientes do sexo feminino apresentaram grande prevalência no grupo com intolerância a atividade. A classe Funcional de NYHA III demonstrou-se prevalente em pacientes com Intolerância à atividade e o período da última internação apresentou uma discrepância em relação aos pacientes portadores ou não do diagnóstico, sendo de 3,5 e 42 meses respectivamente. Dentre as características definidoras (CD) e fatores relacionados (FR) do diagnóstico de enfermagem intolerância à atividade os que se destacam são Desconforto aos esforços e Dispneia aos esforços como CD mais presentes e Desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio como FR mais prevalente. **C****onclusão:** Este estudo identificou pela primeira vez a prevalência do diagnóstico de enfermagem intolerância à atividade, bem como as variáveis clínicas e sócio demográficas em pacientes com Insuficiência Cardíaca atendidos em consulta de enfermagem. O diagnóstico de intolerância à atividade demonstrou-se prevalente na amostra do estudo, atrelado as características definidoras desconforto aos esforços e dispneia aos esforços e do fator relacionado desequilíbrio entre a demanda e a oferta de oxigênio. A classe funcional de NYHA III apresentou maior frequência no grupo com intolerância a atividade, desta maneira, sugere-se que a classe funcional pode ser uma peça chave no momento de diagnosticar esses pacientes, e poderia ser utilizada como um indicador para a inferência do diagnóstico. Diante da possibilidade de conhecer esses pacientes e ressaltar as dificuldades encontradas em manter suas atividades de vida diárias, situação esta condicionada pelo diagnóstico de intolerância à atividade, será possível criar estratégias e intervenções voltadas para que a prevalência desses fatores seja reduzida. **Contribuições/implicações para enfermagem: **Estudos pautados em diagnósticos de enfermagem promovem base para um raciocínio clínico mais crítico e reflexivo, permitindo aplicar uma prática mais exata baseada em evidências científicas. Esse estudo trará contribuição para futuras pesquisas no campo da enfermagem, já que se trata de um modelo que leva a resultados com maior clareza e a uma prática de enfermagem baseada em evidências mais estruturada. Além disso, contribuirá com maior suporte para a equipe multidisciplinar das clínicas de insuficiência cardíaca, uma vez que, as respostas demonstradas pelos pacientes com diagnóstico de intolerância à atividade são fatores que os impedem de desenvolverem suas atividades diárias desejadas, levando-os a limitações e diminuição na qualidade de vida. Como limitação do estudo destaca-se a amostra do estudo que foi pequena, assim, sugere-se a realização de novos estudos com amostras maiores e a diversificação de cenários para avaliar as respostas de forma mais ampla.
Referências: 1Silva, KL; Sena, RR. A educação de enfermagem: buscando a formação crítico-reflexiva e as competências profissionais Rev Latino-am Enfermagem; setembro-outubro; 14(5) 2006
2Ceccim, RB; Feuerwerker, LCM. O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 14(1):41- 65, 2004
3Sena, RR et al. Healthcare at work: implications for nurse training. Interface - Comunic.,Saúde, Educ., v.12, n.24, p.23-34, jan./mar. 2008 |