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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2235417

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2235417

DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COM ADOLESCENTES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR

Autores:
Paula Monick Silva de Castro ; Antonio Jorge Silva Correa Júnior ; Thais Cristina Flexa Souza

Resumo:
**Introdução: **Os direitos sexuais são garantidos constitucionalmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), constando dentre estes o direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência e discriminações, a escolha do parceiro (a) sexual, vivenciar a sexualidade sem falsas crenças, direito à livre condição sexual, manter relação sexual independente da reprodução e acesso a métodos para prevenção da gravidez indesejada e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) /Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O planejamento familiar é válido no oferecimento de recursos para evitar a concepção ou mesmo para auxiliá-la, respaldado por evidências científicas sólidas e pela liberdade de escolha dos usuários, tais métodos constituem-se como maneiras, medicamentos, objetos e cirurgias diferindo entre femininos e masculinos, reversíveis ou irreversíveis(1). Sabe-se que a adolescência é etapa da vida cujos jovens frequentemente iniciarão sua vida sexual, portanto quatro aspectos devem ser realçados ao abordar-se contracepção: a importância do uso de contraceptivos na primeira relação sexual e conhecimento destes, formas de vencer a baixa auto-eficácia em relação ao uso, negociação de preservativos e a possibilidade de abuso de substâncias durante o sexo(2). Com base nisto a abordagem de direitos sexuais e reprodutivos e métodos contraceptivos quando voltada para adolescentes deve ser depreendida com vistas na quebra de tabus e paradigmas no diálogo acessível por parte dos profissionais da saúde. **Objetivo: **Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem durante ação educativa sobre planejamento familiar direcionada a adolescentes. **Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado pelos acadêmicos de enfermagem sobre a ação desenvolvida por meio do Projeto de extensão desenvolvido pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará desde 2014 – Ludicidade como ferramenta para promoção da saúde de crianças e adolescentes no espaço escolar, especificamente no auditório de uma escola pública na periferia de Belém em outubro de 2017 com adolescentes na faixa etária de 13 a 17 anos. Uma tecnologia educativa configurada como jogo foi empregada nesta ação (Tabuleiro dos Métodos Contraceptivos) com o devido auxílio dos acadêmicos, a fim de dinamizar o trabalho e o pensamento em grupo, no qual figuras dos métodos contraceptivos como pílula, Dispositivo Intra Uterino (DIU), camisinha, dentre outros deveriam ser dispostas de maneira a formar um trio na vertical, diagonal ou horizontal, analogamente ao “jogo da velha”. A ação deu-se em duas etapas, a primeira foi uma aula dialogada na qual os acadêmicos de enfermagem relataram sobre a importância de vários métodos contraceptivos expondo aos educandos a camisinha masculina/feminina, DIU, pílula do dia seguinte, anticoncepcional oral/ injetável, dentre outros, ressaltando sempre a importância da sua utilização para a prevenção da gravidez precoce, abordando sua utilização correta e incentivando-os a participação dos mesmos ou de seus familiares no programa de planejamento familiar do sistema único de saúde. Para a segunda etapa da atividade foi proposta a divisão em times, os alunos optaram-se por dividir-se em quatro equipes, cada uma elegeu seu representante para o jogo de Tabuleiro dos Métodos Contraceptivos e ao final foi dado brinde para todos os membros da equipe vencedora. **Resultados: **A ação visou expor que estes métodos estão disponíveis de maneira gratuita no SUS, podendo ser acessados no programa de planejamento familiar. Os adolescentes foram estimulados a participar durante toda a ação e houve a interação entre os estudantes e os acadêmicos por intermédio de perguntas e respostas. Os alunos mostraram-se extremamente participativos no tocante ao assunto, notaram-se questionamentos em relação ao programa de planejamento familiar que a maioria deles não conhecia e surgiram perguntas até mesmo sobre a laqueadura. Nesta fala deles, a laqueadura era o método mais eficaz por ser definitivo, porém explicou-se que se tratava de um procedimento cirúrgico, que só poderia ser feito por mulheres acima de 25 anos com no mínimo dois filhos nascidos vivos e também se enfatizou que a laqueadura não previne as IST’s. Dentre os métodos contraceptivos disponíveis no SUS, o único que era de conhecimento dos adolescentes era a camisinha masculina, eles ficaram surpresos ao descobrirem variados métodos contraceptivos serem disponíveis pelo SUS de forma gratuita. Outro fato importante foi a opinião dos alunos quanto aos métodos contraceptivos disponíveis pelo SUS, a maioria atribui como produtos de baixa qualidade, devido não acreditarem que seja distribuído gratuitamente possa vir a ter qualidade. Os estudantes afirmaram que ao chegar em casa, informariam os pais sobre o método contraceptivo e importância da participação no programa de planejamento familiar, com isto é possível afirmar que a ação foi proveitosa, pois houve a disseminação da informação para além dos muros do ambiente escolar. Para os acadêmicos também foi uma experiência ímpar, mediar este tema cercado de preconceitos e tabus com adolescentes foi desafiante e esta experiência contribuiu para o crescimento e futura prática profissional. **Conclusão:** Notou-se que a participação dos educandos na estratégia de ação educativa foi facilitada pela conduta acolhedora dos acadêmicos. Infere-se o potencial transformador destas ações quando bem dialogadas com o público alvo e quando se utiliza de tecnologias educativas, no caso o jogo de tabuleiro. Dúvidas ainda são frequentes quando se referem ao acesso aos métodos, o planejamento familiar e a inserção do enfermeiro neste tema. Além disto, iniciativas de projetos de extensão universitários dentro do ambiente escolar transformam tanto os alunos quanto famílias e a comunidade escolar, pois ocorre a difusão de informações de saúde e a troca de conhecimentos entre a academia e comunidade, contribuindo para o autocuidado da população. **Implicações para enfermagem:** Os acadêmicos de enfermagem creem que a aproximação por intermédio de jogos de tabuleiro e oficinas possa ser um meio verossímil para promoção da saúde sexual e reprodutiva entre adolescentes desta escola(3). É importante que o enfermeiro venha se inserir em atividades de educação em saúde dentro do espaço escolar, pois a escola é o local no qual ocorre o processo formal de ensino-aprendizagem que se oportunizando disto, pode ser considerada um espaço para ensinar e debater sobre saúde.


Referências:
1-International Diabetes Federation. Diabetes Atlas, 7th ed. Brussels, Belgium: International Diabetes Federation [Internet] 2015 [cited 2017 julho 16]. Available from: http://www.fundaciondiabetes.org/upload/publicaciones_ficheros/95/IDF_Atlas_2015_SP_WEB_oct2016.pdf. 2-Afshar M, Memarian R, Mohammadi E. The Effect of group Discussion on the Quality of life and HbA1c Levels of adolescentes with diabetes . Iranian Red Crescent. Medical jornal [Internet] 2014 Ago. [ cited 2017 jul. 14] 16(8): 2110. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4222020/pdf/ircmj-16-21110.pdf 3- Winocour PH. Care of adolescentes and Young adults with diabetes-much more than tranitional care: a personal view. Clinical Medicine. [Internet]2014 [ cited 2017 jul. 17] 14(3): 274 – 8. Available from: < http://www.clinmed.rcpjournal.org/content/14/3/274.full.pdf+html 4- Lopes JSO, Dutra LRS, Lima NMM, Moura DJM. Perfil sócio econômico e clínico de adolescentes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 atendidos em um Centro de Referência de Fortaleza-CE. Revista Diálogos Acadêmicos. [Internet] 2015 jul/dez.[cited 2017 jul 17] 4(2). Available from: http://revista.fametro.com.br/index.php/RDA/article/view/99/104 5-Wangnoo SK. Initiating insulin therapy in children and adolescents with type 1 diabetes mellitus. Indian Journal of Endocrinology and Metabolism.[Internet] 2015 apr. [cited 2017 jul17] 19(1): 68-9. Available from: https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez2.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC4413396/