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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2194278

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2194278

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA: UM INSTRUMENTAL DE TRABALHO PARA A INTEGRALIDADE EM SAÚDE

Autores:
Raquel Vicentina Gomes de Oliveira da Silva ; Daniela Salomé de Andrade

Resumo:
Introdução No âmbito da Atenção Primária em Saúde, através de conquistas institucionais, foi criado pelo Ministério da Saúde a Estratégia Saúde da Família (ESF) que visa à reorganização da atenção à saúde no país, de acordo com os preceitos do SUS.¹ Dentre os profissionais que compõem as equipes de ESF está o enfermeiro, que deve exercer um processo de trabalho diferenciado nas mais diversas áreas da atenção à saúde, centrado na relação entre equipe, comunidade e família.¹ O processo de trabalho dos profissionais em saúde possui como finalidade, a ação terapêutica de saúde; como objeto, o indivíduo que necessita de assistência curativa, preventiva, e ou preservação da saúde; como instrumental de trabalho, “os instrumentos e as condutas que representam o nível técnico do conhecimento que é o saber de saúde” e como produto final, a assistência de saúde que é produzida.² Por sua vez, a organização do trabalho de Enfermagem implica dentre outros pontos, com o conhecimento e as tecnologias disponíveis em saúde e na enfermagem, e com o modelo de gestão da instituição³.  Ressalta- se aqui os protocolos em saúde, um rico instrumental de organização. Neste sentido, acredita-se que a implantação da ESF contribuirá em uma mudança no modelo assistencial, se atrelado à ela estiver presente  uma mudança na forma de produzir o cuidado em saúde por parte dos profissionais envolvidos. Desta forma, a efetiva implantação da ESF e seu processo de trabalho contribuem para a construção de um dos princípios do SUS: a integralidade. A integralidade expressa uma das bandeiras de luta do movimento sanitário e indica características desejáveis do sistema de saúde e de suas práticas. Possui três conjuntos de sentidos: um relacionado às práticas dos profissionais de saúde, outro se refere à organização dos serviços e às respostas aos problemas de saúde.(4)   Neste contexto, a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis em compromisso com suas responsabilidades e pactuações da gestão dos serviços de saúde, vem investindo em protocolos de enfermagem e capacitações de seus profissionais enfermeiros, o que vem certamente qualificando o processo de trabalho desses profissionais no município, bem como contribuindo na construção da integralidade. Em um grande passo na trajetória da enfermagem do município, um grupo de enfermeiros foram empossados em uma comissão permanente de Sistematização da Assistência de Enfermagem, no sentido de promover a organização do trabalho .(5) Amparados na Lei Federal que dispõe sobre a regulamentação do Exercício profissional de Enfermagem, na Política Nacional da Atenção Básica ¹, e na Resolução do COFEN nº 358/2009, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), onde ressaltam as atribuições específicas do enfermeiro, este profissional vem executando e qualificando seu processo de trabalho com a SAE, através de protocolos de enfermagem, construídos por enfermeiros no município de Florianópolis. Desde então estes enfermeiros assumiram o desafio de contribuir na organização do processo de trabalho de enfermagem e vêm sendo capacitados e estimulados nesta reorganização. Objetivo: Relatar a experiência da Sistematização da Assistência de Enfermagem como um instrumental para a construção da integralidade em Centro de Saúde no Município de Florianópolis. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência sobre a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem pelos enfermeiros atuantes em um Centro de Saúde, do Município de Florianópolis, do estado de Santa Catarina. O município de Florianópolis possui quatro Distritos Sanitários, 50 Centros de Saúde e 131 equipes cadastradas na Estratégia Saúde da Família. A Comissão da Sistematização da Assistência de Enfermagem é formada um grupo técnico-consultivo para a tomada de decisões da Secretaria Municipal da Saúde envolvendo as ações e Serviços de Enfermagem .(5)  A CSAE possui três subcomissões, a saber: sistematização da assistência, protocolos, e perfil da enfermagem e tem como responsabilidade realizar acompanhamento, apoio e monitoramento do processo de implementação da SAE no município de Florianópolis. Esta Comissão produziu até o momento quatro volumes de protocolos de Enfermagem, e a subcomissão de protocolos tem como responsabilidade acompanhar, analisar, revisar sempre que necessário, no sentido de validar sua aplicação no domínio da Secretaria Municipal de Saúde, buscando as melhores evidências .(5) Os volumes dos protocolos produzidos são referentes às seguintes temáticas: Hipertensão, Diabetes e Outros Fatores Associados a Doenças Cardiovasculares (Volume 1);  Infecções Sexualmente Transmissíveis e Outras Doenças Transmissíveis de Interesse em Saúde Coletiva - Dengue/Tuberculose (Volumes 2); SAÚDE DA MULHER: Acolhimento às demandas da mulher nos diferentes ciclos de vida (Volume 3); Atenção à Demanda Espontânea de Cuidados no Adulto (Volume 4) .(5) Após a edição de cada volume dos protocolos os enfermeiros foram capacitados em cada temática abordada, podendo assim levantar questionamentos e sanar possíveis dúvidas. Cada volume respalda as ações do enfermeiro em suas consultas. No cotidiano do processo de trabalho de enfermagem, durante suas consultas, os enfermeiros deste Centro de Saúde fazem uso dos protocolos, disponibilizados on-line, o que tem aumentado sua resolutividade no manejo de suas consultas. Quando necessário, em caso de dúvidas quanto à alguma conduta,  estes possuem acesso à alguns membros da subcomissão dos protocolos para discussão de caso. Através da construção de protocolos de Enfermagem e capacitação dos enfermeiros, temos como resultado, o processo de trabalho de enfermagem vem sendo reorganizado e ampliado. Ao fazer uso dos protocolos as consultas de enfermagem resultam em um maior atendimento resolutivo aos usuários, no sentido que este auxilia às equipes de ESF, e principalmente os enfermeiros em suas condutas, uniformizando o processo de trabalho no município como um todo. Dentre os volumes utilizados, no CS de Saúde em questão, está o relacionado à saúde da mulher, principalmente as consultas de pré-natal e às relacionadas às vaginoses e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Conclusão: Os protocolos de enfermagem são considerados ferramentas orientadoras, qualificadoras do trabalho de enfermagem e contribuem para a integralidade da assistência.  No âmbito da saúde, o uso dos protocolos pelos enfermeiros ainda é considerado um desafio. Entretanto, fazer uso desses protocolos como instrumental de trabalho, tem mostrado resultados positivos no cotidiano das equipes de ESF, quando como produto final temos uma assistência integral à saúde.  Contribuições e implicações para Enfermagem: A participação do processo de implantação dos protocolos, é enriquecedor, quando este instrumental  de trabalho empodera o enfermeiro do saber em saúde, do exercício de sua profissão e o estimula à pesquisa.


Referências:
1. Albuquerque DC, Neto JDS, Bacal F,Rohde LEP, Pereira SB, Berwanger O, Almeida DR.I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca- Aspectos Clínicos, Qualidade Assistencial e Desfechos Hospitalares. Arq Bras Cardiol. 2014:[online].ahead print, PP.0-0 2. Boisvert S, Proulx-Belhumeur A, Gonçalves N, Dorê M, Francoeur J, Gallani MC. Revisão Integrativa sobre intervenções de enfermagem voltadas para a promoção do auto-cuidado entre pacientes portadores de insuficiência cardíaca.Rev Lat-Am Enfermagem.2015;23(4): 753-68. 3. PelegrinoVM, Dantas RAS, Clark AM. Determinantes da qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca. Rev Lat-Am Enfermagem.2011;19(3): [07telas] 4.Black JT, Romano PS, Sadeghi B, Auerbach AD, Ganiats TG, Greenfield S et al. A remote monitoring and telefone nurse coaching intervention to reduce readmissions among patients with heart failure: study protocol for the Better Effectiveness AfterTransition- Heart Failure (BEAT-HF) randomized controlled trial.Trials.2014; 15:124. 5.Hoban MB, Fedor M, Reeder S, Chernick M. The effect of telemonitoring at home on quality of life and self-care behaviors of patients with heart failure.Home Health Now.2013;31(7):368-377.