E-Pôster
2187564 | SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO IMPRESSO MANUAL PARA UM ELETRÔNICO. | Autores: Marina Prearo ; Cassiana Mendes Bertoncello Fontes |
Resumo: **Introdução: **no Brasil, a partir da década de 1970, Wanda de Aguiar Horta, construir conceitos baseados nas Teorias das Necessidades Humanas Básicas e desenvolveu um modelo para sistematizar a assistência de enfermagem de maneira individualizada para proporcionar assistência eficaz e de qualidade. Desse modo o Processo de Enfermagem (PE), abrange seis etapas inter-relacionadas: o histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano assistencial, prescrição de enfermagem, evolução e prognóstico de enfermagem. A concepção de um PE considera o contexto do paciente em relação ao cuidado de enfermagem, assim como o da equipe de saúde, complementando-se ao planejamento interdisciplinar. O PE procura assegurar o cuidado holístico ao indivíduo e não à doença; focar nas necessidades do corpo, da mente e do espírito maximizando a independência; considerar como que o processo saúde-doença afeta a vida das pessoas; priorizar a segurança do paciente em qualquer contexto e local1 . A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) tem propósito de sintetizar o plano de cuidados elaborado para o paciente cirúrgico, promovendo a assistência integral, continuada, participativa, individualizada, documentada e avaliada, visando orientar o paciente e família a cerca do procedimento anestésico-cirúrgico, avaliar e minimizar os riscos ligados ao ambiente do centro cirúrgico e prever, promover e acompanhar a assistência de enfermagem prestada2,3 . **Objetivo:** Esse relato visa demonstrar a experiência da enfermeira de sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) de um hospital oncológico na utilização um impresso não específico para o registro de enfermagem no atendimento de paciente em situação perioperatória e descrever a proposta de elaboração de um instrumento eletrônico para substituí-lo, uma SAEP eletrônica. **Descrição da Experiência:** atualmente, o documento utilizado para registro do atendimento de enfermagem ao paciente na SRPA, não esta inserido no prontuário eletrônico da instituição. O impresso possui formato manual de registro além de que possui campos de preenchimento utilizados por outros profissionais da equipe. O sistema de informação hospitalar utilizado na instituição é o MV Sistemas, onde hospedam-se os registros relativos aos momentos perioperatórios no prontuário eletrônico do paciente (PEP). Dessa maneira não existe no setor uma SAEP eletrônica. No impresso atual em papel os registrados realizados pela enfermagem são relacionados aos dados sobre as condições gerais do paciente; tempo e horário de entrada na SRPA e intercorrências observadas; condições no momento da alta anestésica para ser encaminhado posteriormente ao setor de origem ou indicado de acordo com a complexidade do cuidado do paciente. São inexistentes os conteúdos relativos aos diagnósticos de enfermagem (DE), ou decisões de intervenções de enfermagem (IE) e ou resultados de enfermagem (RE). O registro é realizado em forma de check-list sobre os dados objetivos e subjetivos relacionados a ausência ou presença de sinais e sintomas. Não existe relação entre fenômenos observáveis das respostas do paciente ao estado perioperátorio e a nomeação de problemas e a decisão clínica do enfermeiro, assim como do desfecho. Diante disso, verifica-se a necessidade de construir uma SAEP mediante as necessidades do paciente no contexto da SRPA, e que possua uma linguagem de enfermagem. É evidente que com a experiência de alguns anos utilizando o formato atual e manual do processo de registro de enfermagem, há necessidade de direcionar as atividades realizadas pela equipe de enfermagem com um instrumento que proporcione visibilidade da qualidade da assistência, assegurando o registro da qualidade do cuidado realizado. **Lições aprendidas:**acredita-se que a SAEP deva ser direcionada para o processo do cuidar da SRPA, baseado nos fenômenos que o enfermeiro é responsável. Assim decidiu-se utilizar a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta como referencial teórico, com os conceitos das necessidades afetadas para reconstruir um instrumento que possa direcionar o cuidado individualizado. As necessidades são importantes para definir o nível de hierarquia para a definição dos problemas a serem identificados. A nomeação dos problemas utilizará a Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA-I4. Essa taxonomia representa a linguagem padronizada para nomear as necessidades afetadas. A padronização de linguagem guia de certa forma o enfermeiro à proposição de intervenções para que sejam alcançados os resultados de enfermagem. Os enfermeiros utilizam a nomeação dos diagnósticos de enfermagem na segunda etapa do processo de enfermagem. Os DE são classificados como: DE com foco no problema, DE de risco e DE de promoção da saúde. Pode ocorrer o DE de Síndrome, relativos a um conjunto de DE que ocorrem juntos, por exemplo, Síndrome da Dor Crônica. Para a elaboração da prescrições de enfermagem, será utilizada a Classificação das Intervenções de Enfermagem, denominação traduzida do inglês da Nursing Intervention Classification (NIC)5. As intervenções de enfermagem são formuladas a partir da identificação do DE, e represetam um conjunto de atividades de enfermagem. Frente as respostas do paciente às intervenções, a avaliação do enfermeiro deve ser direcionada por resultados e os indicadores. A partir do resultado atingido ou esperado, o enfermeiro avalia se as intervenções foram eficazes ou não, se proporcionaram melhora do estado observado de acordo com os indicadores de resultados eleitos para a avaliação. O referencial para essa etapa é o da Classificação dos Resultados ode Enfermagem, denominada a partir do inglês, Nursing Outcomes Classification (NOC)6 .**Considerações finais: a** implementação da SAEP eletrônica poderá direcionar o desempenho das atividades realizadas pela equipe de enfermagem, visando melhorar a qualidade da assistência prestada e promover segurança ao paciente. A relevância dessa re-construção do instrumento em papel para um novo formato, o eletrônico, reside na re-significação da assistência prestada pelos enfermeiros e na representação de atitude legítima de manutenção da autonomia profissional do enfermeiro.
Referências: 1. Roper N, Logan W, Tierney AJ. The Roper, Logan, Tierney Model of Nursing based on activities of living. London: Churchill Livingstone; 2000.
2. Medeiros ACT. Validação do Subconjunto terminológico da CIPE® para a pessoa idosa [tese]. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 2014.
3. Garcia TR. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®): versão 2017. Porto Alegre: Artmed; 2018.
4. Gordon M. Nursing diagnosis: process and application. 3ª. ed. St Louis: Mosby; 1994.
5. International Organization for Standardization. Health in formatics Categorial strctures for representation of nursing diagnoses and nursing actions in terminological systems (ISO/FDIS ISO 18104:2014). Geneva, Switzerland; 2014. |