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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2106912

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2106912

DIAGNÓSTICOS/RESULTADOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS À NUTRIÇÃO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA

Autores:
Juliana Duarte Chaibe Campos ; Thaluana Selvero de Souza ; Manuela Costa Melo ; Sarah França Villela ; Glauce Araujo Ideião Lins

Resumo:
**Introdução:**O processo de enfermagem é um instrumento metodológico, utilizado pelo enfermeiro, com a finalidade de identificar, explicar como os clientes respondem aos problemas relacionados à saúde e quando há necessidade de intervenção, seu uso favorece o raciocínio, o cuidado, e a documentação da prática clínica realizada, sendo que todo o processo de enfermagem precisa ter o referencial de uma teoria de enfermagem que mais se encaixe com o que se pretende, com o tipo de atendimento e a clínica. O enfermeiro, no serviço hospitalar, por realiza tarefas, desde a assistência à gestão, apresentando dificuldades para a prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Na clínica pediátrica, a Teoria das Necessidades Humanas Básicas (TNHB)³, de Wanda Horta, é uma teoria amplamente utilizada, busca identificar necessidades humanas que se encontram prejudicadas no processo saúde-doença e a partir delas, traçar um plano individualizado. Na infância, considerando a imaturidade do organismo, carência ou excesso nutricionais, podem contribuir para graves consequências como doenças diarréicas, respiratórias, infecções, o que pode comprometer o processo de crescimento e desenvolvimento, uma vez que estas doenças são causas de internação infantil. Considerando a complexidade dos clientes pediátricos, de um hospital escola, as dificuldades apresentadas pela equipe para a implementação SAE, e a necessidade do fortalecimento da linguagem padronizada, surgiu o seguinte questionamento: como seria a lista de diagnósticos/resultados CIPE® relacionada às alterações nutricionais da criança hospitalizada? **Objetivos:** Desenvolver enunciados diagnóstico/ resultados de enfermagem para a nutrição da criança hospitalizada. **Descrição metodológica: **Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, realizado em clínica pediátrica de um hospital- escola. Foi realizado um mapeamento cruzado entre os termos da CIPE 2017 com os termos de um protocolo de atenção à saúde da criança adotado pelo Ministério da Saúde brasileiro, onde foram destacados os termos constantes da CIPE 2017 para a elaboração de diagnósticos/resultados de enfermagem (DE/RE), com base norma para elaboração de terminologias de Enfermagem ISO 18.104, que foi publicada em 2003 e atualizada em 2014 , com as respectivas definições baseadas em artigos científicos e em dicionário de termos médicos. Os DE/RE foram elaborados, em uma planilha do programa _Excel for Windows 2007_ e colocados em ordem alfabética, sendo feitas correções gráficas, de gênero, número e uniformização com a CIPE®. Após, foi realizado um mapeamento com os DE/RE da CIPE e os DE/RE criados neste estudo, que resultou em uma lista de DE/RE constantes e não constantes CIPE®. Os DE/RE não constantes, foram analisados conforme a similaridade e abrangência aos DE/RE CIPE. Todas as afirmativas elaboradas neste estudo formaram uma lista de diagnósticos e resultados de enfermagem relacionados à nutrição da criança. A lista de enunciados foi submetida à um processo de validação com profissionais que atendessem aos critérios: trabalhar na área da saúde da criança há pelo menos 1 ano, e possuir graduação em enfermagem. Com isso, por conveniência, participaram do estudo seis enfermeiras. O instrumento utilizado para a validação das afirmativas foi o índice de validade de conteúdo (IVC) ², que considera validada a afirmativa que possuir IVC > 0,79. Foi montado um questionário _Google form_s, que contem linhas com os DE/RE e colunas com valores de escala Likert, que variou de 1 a 4, sendo os conceitos: 1 classificado como “irrelevante”, 2 “pouco relevante”, 3 “relevante” e 4 “muito relevante”. O questionário foi respondido pessoalmente através de _tablet_, em que cada profissional analisou as afirmativas dando a cada uma a pontuação na escala utilizada de acordo com o que julgasse mais apropriado. Após o preenchimento, a profissional selecionada a opção “enviar”, garantindo o envio de suas respostas e retroalimentado o gráfico gerado pelo _Google Forms_. Posteriormente, foram calculados os (IVC) de cada afirmativa, sendo os itens que obtiverem pontuação média na escala Likert entre 3-4 considerados IVC >0,79. As afirmativas validadas representarão a lista de Diagnósticos/Resultados de enfermagem CIPE para a criação de subconjunto terminológico para a criança com alteração nutricional. **Resultados: **Os termos constantes CIPE retirados do protocolo de atenção a saúde da criança resultaram em 402 termos distribuídos da seguinte forma: foco (223); julgamento (16); ação (23); local (64); meio (42); cliente (17); tempo (17).Os diagnósticos/resultados de enfermagem foram elaborados a partir dos termos constantes identificados no protocolo de saúde da criança e nos Sete Eixos da CIPE, com base na TNHB, considerando os aspectos nutricionais da criança, gerando uma lista de 51 afirmativas. Desse total de enunciados afirmativas, 11 (21,57%) se mostraram constantes nos Diagnósticos e Resultados de enfermagem da CIPE 2017 e 40 (78,43) não constantes. Os enunciados não constantes foram analisadas quanto à similaridade e abrangência, uma a uma, onde se obteve uma parcela de 19 afirmativas similares (47,5%), 2  mais abrangentes (5%), 10 mais restritos (25%) e 9 sem concordância (22,5). Todas as afirmativas, constantes e não constantes, geraram uma lista de DE/ RE, relacionados à nutrição da criança hospitalizada, que foi submetido a um processo de validação, com as enfermeiras da clínica pediátrica, através do uso de uma escala Likert que avaliou o grau de relevância de cada sentença. A análise do gráfico gerado pelo preenchimento dos questionários Google Forms pelas enfermeiras da clínica pediátrica, constatou-se que das 51 afirmativas elaboradas, 30 (58%) apresentaram ICV > 0,79, ou seja, foram validadas. Os diagnósticos que possuíram maiores pontuações na escala aplicada foram: Desnutrição e Vômito (pontuação 3,8); Diarréia, Dor abdominal, Ingestão normal de alimento (pontuação 3,6); Alergia a alimento, Baixa aceitação da alimentação, Baixo metabolismo, Constipação, Desidratação, Encoprese, Presença de apetite (pontuação 3,5). Já as afirmativas excluídas na validação, ou seja, aquelas que receberam ICV < 0,8, representam do total de 21 diagnósticos/resultados de enfermagem elaborados neste estudo, correspondendo à 42%. Os diagnósticos com maiores índices de reprovação foram: Desenvolvimento infantil normal (pontuação 2,1); Baixa deglutição, Dependência de amamentação, Desmaio, Moderada aceitação de alimento, Presença de Bulimia, Presença de ingestão de alimentos (pontuação de 2,5). **Conclusão: **Evidencia-se a criação de DE/RE validados relacionados à nutrição da criança hospitalizada ao direcionar as ações por meio das intervenções a serem implementadas, e a utilização da linguagem específica da área, e assim, garantir a comunicação assertiva entre todos os componentes da equipe de enfermagem. **Contribuições para a enfermagem:**A realização deste estudo auxiliará de forma positiva a implementação da sistematização da assistência na clínica pediátrica, facilitando o raciocínio clínico e a tomada de decisão. Este estudo possibilitará também a formação de um subconjunto terminológico CIPE voltado à nutrição da criança.


Referências:
1. Brasil. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva - INCA. Tipos de câncer infantil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2016 [citado 6 mar 2016]. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/infantil 2. Vieira RFC, Souza TV, Oliveira ICS, Morais RCM, Macedo IF, Gois JR. Mães/acompanhantes de crianças com câncer: apreensão da cultura hospitalar. Esc Anna Nery Rev Enferm [Internet]. 2017 [citado 5 mar 2017];21(1):1-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v21n1/1414-8145-ean-21-01-e20170019.pdf 3. Anjos C, Santo FHE, Carvalho EMS. O câncer infantil no âmbito familiar: revisão integrativa. REME Rev Min Enferm. 2015;19(1):227-33. 4. Sarmento LS, Silva LF, Goes FGB, Paiva ED, Depianti JRB. The view of family members regarding guidance provided to the child undergoing anti-neoplastic chemotherapy. Cogitare Enferm [Internet]. 2016 [cited 2017 may 8];21(1):1-9. Available from: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/42835/27653 5. Nóia TC, Sant’Ana RSE, Santos ADS, Oliveira SC, Veras SMCB, Lopes-Júnior LC. Coping with the diagnosis and hospitalization of a child with childhood cancer. Invest Educ Enferm [Internet]. 2015 [cited 2017 Oct 20];33(3):465-72. Available from: http://www.scielo.org.co/pdf/iee/v33n3/v33n3a10.pdf