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2048790 | OFICINA COM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS ACERCA DAS DOENÇAS OSTEOMUSCULARES, ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Aline Marcelino Ramos ; Deciane Pintanela de Carvalho ; Bruna Ruoso da Silva Neutzling ; Jamila Geri Tomaschewski-barlem |
Resumo: **Introdução**: As doenças osteomusculares são identificadas como problemas no sistema de sustentação humano, que se apresentam como condições inflamatórias ou degenerativas1. Manifesta-se principalmente com dor osteomuscular, caracterizada por um fenômeno multidimensional que envolve aspectos físicos, sensoriais, emocionais, dentre outros2. Tais desordens estão relacionadas à organização do trabalho, aspectos psicológicos, contextos sociais e econômicos, o que reforça a complexidade do homem como um ser em constante interação com o ambiente2. No contexto acadêmico, os estudantes exercem atividades que podem favorecer o surgimento de distúrbios osteomusculares, especialmente ao assumir posturas inadequadas durante a jornada de estudos, havendo maior acometimento da região cervical, braquial e lombossacral2. Nessa perspectiva, para facilitar a realização destas atividades de forma ergonômica pode-se lançar mão da ginástica laboral, compreendida como uma atividade física diária, realizada durante aproximadamente 10 minutos, que acontece no próprio local de trabalho ou estudo, que age de forma terapêutica e preventiva, incluindo exercícios de alongamento, força e resistência muscular, consciência corporal, massagem e exercícios de relaxamento3. Portanto, a oficina de doenças osteomusculares, ergonomia e ginástica laboral, para estudantes universitários, viabiliza a reflexão do tema por meio de trocas de conhecimento, experiências e interação. Além disso, o conhecimento de doenças como tendinite, bursite, artrose, dorsalgias, desvios de coluna, dentre outros viabilizam o aprendizado e reconhecimento de hábitos preventivos para melhoria da qualidade de vida e aproveitamento acadêmico dos estudantes. **Objetivo:** Relatar a experiência da criação e desenvolvimento de uma oficina de doenças osteomusculares, ergonomia e ginástica laboral para estudantes universitários. **Metodologia: **Trata-se de um relato de experiência de discentes de graduação e pós-graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) acerca de uma oficina sobre doenças osteomusculares, ergonomia e ginástica laboral na 16º Mostra de Produção Universitária da FURG. Participaram da oficina 12 estudantes universitários de diferentes cursos. O evento ocorreu em outubro de 2017, sendo a oficina organizada e ministrada por uma equipe de três discentes de graduação em enfermagem, três discentes de pós-graduação em enfermagem e uma professora responsável. A duração da oficina foi de três horas e os temas foram abordados por meio de dinâmicas, material audiovisual, entrega de folder, aplicação de questionário no início e no final da atividade, com a finalidade de tornar a temática de fácil compreensão, evidenciando características vivenciadas pelos participantes. **Resultados:** O processo de criação da oficina ocorreu por meio da realização de encontros semanais durante um mês, com o grupo de trabalho para discussão acerca da temática, carga horária, forma de apresentação, recursos didáticos utilizados, entre outros. As atividades da oficina tiveram início por meio da aplicação de um questionário que visava conhecer os participantes, seus hábitos de vida e o conhecimento acerca das doenças musculoesqueléticas. Os estudantes apresentavam idade média de 28 anos, seis (50%) deles realizavam atividade física, sete (58,3%) realizam alongamentos, 10 (84%) relataram apresentar dores osteomusculares, entre eles, três (30%) referiram dor na região cervical, dois (20%) na região torácica, dois (20%) nos ombros, dois (20%) nos membros inferiores e um (10%) na região lombar, nenhum participante referiu que a dor impede de realizar atividades, nove (75%) afirmam desempenhar as atividades de estudo e/ou trabalho sentados e em pé na maior parte do tempo. Dentre eles, sete (58,3%) sabem o que são doenças osteomusculares e apenas um (8,3%) refere possuir uma doença osteomuscular diagnosticada. A apresentação da temática iniciou com uma reflexão a respeito da revolução industrial, avanço tecnológico, mudanças nos perfis de trabalho e o sedentarismo, buscando evidenciar especialmente a evolução postural dos estudantes para o desenvolvimento das suas tarefas. Para conhecer sobre as doenças osteomusculares, foi apresentado um vídeo sobre o corpo humano e destacado os principais ossos, articulações e músculos afetados pela má postura. A primeira dinâmica ocorreu neste momento, onde foram mostradas imagens de regiões do corpo afetadas por dores e os estudantes reconheciam-se nas figuras, buscando a participação de todos. Na sequência, optou-se por refletir em relação à ergonomia com os estudantes, por meio de diversas imagens e equipamentos e mobiliários. Logo, discutiu-se sobre a postura correta para sentar-se, carregar uma caixa e mochila, passar roupa ou lavar louça e dirigir. Para a abordagem da ginástica laboral, organizou-se a sala com colchonetes e os participantes foram conduzidos a realizarem exercícios de alongamentos e relaxamento. Posteriormente, foi entregue um folder de elaboração do grupo, destacando as principais doenças osteomusculares, imagens de posturas ergonômicas para a realização de atividades e alguns exercícios para o incentivo da realização de ginástica laboral. A aplicação do questionário final concluiu a oficina com o objetivo de avaliar as características utilizadas para sua realização, assim como sua contribuição para os estudantes. Entre eles, 11 (91,6%) caracterizaram como ótimo a relevância da temática escolhida, sete (58,3%) identificaram que a carga horária foi ótima, nove (75%) classificaram como ótimo o conteúdo apresentado, 11 (91,6%) avaliaram a forma de apresentação como ótima, 10 (83,3%) destacaram como ótimo os recursos didáticos apresentados. Com relação à contribuição para o conhecimento, 11 (91,6%) participantes identificaram que a oficina contribuiu muito para o conhecimento, assim como, 11 (91,6%) destacaram que a oficina ajudará muito na realização das atividades. **Conclusão:** A criação e o desenvolvimento desta oficina permitiu uma experiência única para os discentes de graduação e pós-graduação de enfermagem, tanto pela necessidade do aprofundamento da temática, quanto pelo comprometimento com a organização das atividades da oficina. Tais aspectos necessitaram de capacidade, criatividade, responsabilidade e motivação, os quais fazem parte da formação da enfermagem. **Contribuições/ implicações para a Enfermagem: **Esta experiência contribuiu para a reflexão e difusão do conhecimento, tendo em vista que a temática em questão ainda é pouco abordada na área da enfermagem, especialmente entre estudantes universitários, além disso, a atividade possibilitou identificar a percepção dos estudantes quanto ao tema, portanto, contribuiu para o crescimento, amadurecimento pessoal e profissional a respeito das doenças osteomusculares, ergonomia e ginástica laboral.
Referências: 1. Barba AV, Urien EL. La satisfacción del alumnado em la implementación de metodologías colaborativas de aprendizaje. Index Enferm, Granada 2009; 18(2): 142-146.
2. Fuly PSC, Leite JL, Lima SBS. Correntes de pensamento nacionais sobre sistematização da assistência de enfermagem. Rev Bras Enferm 2008; 61: 883-887.
3. Barros DG, Chiesa AM. Autonomia e necessidades de saúde na Sistematização da Assistência de Enfermagem no olhar da saúde coletiva. Rev Enferm USP 2007; 41: 793-798.
4. Silva, JP, Garanhani ML, Peres AM. Sistematização da Assistência de Enfermagem na graduação: um olhar sob o Pensamento Complexo. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2015;23(1):59-66. |