E-Pôster
2031344 | ANÁLISE DA FORMAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA | Autores: Luiz dos Santos ; Fátima Helena do Espírito Santo |
Resumo: **ANÁLISE DA FORMAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA**
_Luiz dos Santos_
Fátima Helena do Espírito Santo
**Introdução: **O contingente de enfermagem é o de maior quantitativo na área da saúde, sendo que os técnicos de enfermagem representam 54,79% do total de recursos humanos, conforme dados do COFEn1. A formação do técnico de enfermagem além dos conteúdos teóricos e teórico-práticos da sala de aula e do laboratório de simulações, se complementa com as experiências do campo de estágio. Desta forma a formação do técnico de enfermagem é de fundamental importância, sendo o **objetivo** deste estudo analisar a produção cientifica nacional sobre o tema anteriormente citado. **Método: **Trata-se de uma revisão integrativa de literatura que visa à busca de pesquisas já realizadas e consiste na síntese de múltiplos estudos que permitem conclusões gerais a respeito de uma área. O estudo foi elaborado nas seguintes etapas: identificação do problema com a definição da questão de pesquisa, acesso de artigos nas bases de dados, utilização de um formulário adaptado para a coleta de informações, inclusão dos dados em uma planilha Excel, agrupamento dos resultados em categorias internamente homogêneas e heterogêneas entre si e, apresentação da síntese do conhecimento. A busca foi realizada entre os meses de dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Critérios de inclusão: artigos em português; publicados entre 2008 a 2017, de modo a se obter uma revisão sobre a formação do técnico de enfermagem; disponíveis gratuitamente em texto completo e que respondessem à pergunta de pesquisa. Critérios de exclusão: publicações do tipo editorial, cartas ao editor, TCC, dissertações e teses, revisões de literatura, e publicações duplicadas, das quais foi selecionado o artigo apenas uma vez. **Resultados**: Mediante análise dos artigos selecionados o maior quantitativo foi encontrado na base de dados LILACS (06-54,5%), seguida do BDENF (04-36,4%) e uma única publicação na MEDLINE (1-9,1%). Quanto ao ano de publicação constatou-se certa uniformidade com dois artigos publicados nos anos de 2008, 2011 e 2012 num percentual de (18,2%) e uma nos anos de 2009, 2010, 2014,2015 e 2017 (9,1%). A região sudeste liderou o número de publicações acerca da temática com (05-45,4%). O Centro Oeste ficou em segundo lugar com (03-27,3%). A região nordeste teve (02-18,2%) e a sul (01-9,1%). Oportuno destacar que não foram identificadas publicações de artigos desenvolvidas na região Norte do Brasil. O quantitativo maior de artigos (10-90,9%) era vinculado a instituições de ensino como universidades e somente uma à institutos de pesquisa (01-9,1%). Nenhumas das publicações possuíam vínculos com instituições hospitalares. Quanto a vinculação das produções com os programas de pós-graduação obteve-se como resultado: produto de dissertação de mestrado (03-27,3%), produto de curso latu sensu (01-9,1%) e sem menção no artigo (07-63,6%) sendo oportuno sinalizar a inexistência de produtos de tese de doutorado. Quanto aos periódicos que mais publicaram na temática em estudo tivemos a REBEn com (03-27,3%) publicações, RevEscEnferm USP e a Texto Contexto Enferm com (02-18,2%) cada uma. As outras publicações ocorreram nos periódicos Trab.Educ.Saúde, Ciência & Saúde Coletiva, RevFundCare Online e Physis Revista de Saúde Coletiva com (01-9,1%) cada. A fim de atingir os objetivos desta revisão os artigos selecionados foram agrupados em três categorias temáticas. **D****iscussão: ****Formação profissional do técnico de enfermagem frente as políticas públicas: **Dos estudos, 45,4% (cinco) tem como foco projetos que buscam integrar a educação e os serviços de saúde (Projeto Larga Escala, PROFAE, PRÓ-SAÚDE). Todavia a visão acerca da competência profissional se difere em relação aos ministérios. Outro aspecto relevante abordado pelos autores de um dos artigos e que interfere sobre a profissão de enfermagem é a expansão de cursos técnicos de enfermagem em determinadas regiões do país. Também cabe destacar a influência sobre a qualidade dos egressos uma vez que embora se tenha o respaldo legal da oferta de espaços reais de aprendizagem seja nas redes básica e hospitalar, os grupos focais apontaram como uma das principais dificuldades a limitação de campo de estágio durante o processo formativo4. **Processo ensino-aprendizagem da formação do técnico de enfermagem: **Dentre os artigos que discorrem sobre o ensino, um deles chega a afirmar que todas as escolas se referiram à adoção de metodologias ativas, privilegiando principalmente as estratégias problematizadoras e a metodologia de projetos interdisciplinares3. Na metodologia da Problematização, o facilitador/supervisor atua como mediador no processo ensino-aprendizagem, no qual o aluno é sujeito da história e não objeto dela. Ressalta-se nesta investigação que um único artigo fez menção a inserção de conteúdos relacionados ao ensino de gerontologia na formação de nível médio e a importância da incorporação destes conhecimentos pela comunidade acadêmica na formação de nível médio de enfermagem, é defendida por alguns autores quando colocam o expressivo avanço de uma tomada de consciência sobre a importância de propor soluções para o _bemviver _dos idosos. **Formação de recursos humanos e o mercado de trabalho: fortalezas e desafios: **Ao investigar a produção científica sobre o ensino profissionalizante nos anais dos 12º e 13º SENADEN os autores trazem em seus resultados que, por mais que a formação em saúde esteja direcionada para atender às orientações do sistema público de saúde, elas não esquivam às tendências racionalizadoras, orientadas ao mercado e à competição5. No caso particular do professor-enfermeiro e, em especial, daqueles que atuam nos cursos técnicos, organizados de forma a capacitar profissionais para atenderem um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e dinâmico, esperam-se a compreensão e o domínio de saberes técnicos e pedagógicos para suprirem essa necessidade de formação. Uma grande dificuldade observada nesse professor que é exigido hoje é a inadequação da sua formação inicial, tecnicista na maioria das vezes, não baseada na construção de competências, que diverge da formação pela qual ele é responsável ao atuar nos cursos técnicos de enfermagem. **CONCLUSÃO: **Diante da proposta desta investigação, percebe-se que os temas abordam a relação do ensino com o projeto político pedagógico, a qualificação profissional, as competências desenvolvidas e as políticas desta formação e, os resultados apontam para a formação por competências mediante à adoção de metodologias ativas com base na pedagogia problematizadora. Os resultados mostram que os assuntos mais explorados na literatura são as políticas da formação do técnico de enfermagem, o processo ensino aprendizagem através da educação problematizadora e, a orientação para o mercado de trabalho. Por outro lado, os resultados mostram também que, dentre os assuntos menos explorados na literatura, estão a avaliação do desempenho dos alunos, à docência de enfermagem, o ensino de campo de estágio e o ensino de gerontologia. Os dados encontrados neste estudo evidenciam que a temática em questão pode ser mais explorada haja vista a lacuna existente que consiste em estudos sobre a formação na perspectiva do binômio aluno-professor, estudos elaborados por enfermeiros docentes, estudos envolvendo o mundo do trabalho na educação, a rede privada de ensino, assim como, em estudos focando a trajetória dos egressos enquanto indivíduos e profissionais na sociedade. No que tange a limitação para a realização desta investigação nos cabe citar a carência de referências sobre a formação do técnico de enfermagem assim como a especificidade desta formação restrita à nível nacional. Finalmente espera-se que esta investigação colabore para a reflexão acerca desta formação a fim de possibilitar uma melhor formação destes profissionais que representam em torno de 50% da força de trabalho da enfermagem.
**Palavras chave: **educação em enfermagem, capacitação profissional, técnicos de enfermagem.
**TEMA 1: Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem**
Referências: 1- MEUCCI, RD.; FASSA, A.C.G.; FARIA, N.M.X. Prevalência de dor lombar crônica: revisão sistemática. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 49, 2015. 2- MACFARLANE, G.J. et al. The prevalence and management of low back pain across adulthood; Results from a population-based crosssectional study (the musician study). Pain, v. 153, p. 27-32, 2012. 3- DAGENAIS, S.; CARO, J.; HALDEMAN, S. A systematic review of low back pain cost of illness studies in the United States and internationally. The Spine Journal, v. 8, n. 1, p. 8-20, jan./feb. 2008. 4- TSUKIMOTO, G. R. Avaliação longitudinal da escola de postura para dor lombar crônica através da aplicação dos questionários Roland-Morrise Short Form Health Survey (SF-36). Dissertação (Mestrado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. 5- FOSCHIERA; F.; VIERA; C. S. O diagnóstico de enfermagem no contexto das ações de enfermagem: percepção dos enfermeiros docentes e assistenciais. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 2, p.189-198, 2004. |