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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2021333

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2021333

A PERCEPÇÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM DIANTE DA IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHANTE A GESTANTES NO CENTRO OBSTÉTRICO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DA FOZ DO RIO ITAJAÍ

Autores:
Thaís Ender Fagundes ; Patrícia Daiana de Andrade

Resumo:
**A PERCEPÇÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM DIANTE DA IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHANTE A GESTANTES NO CENTRO OBSTÉTRICO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DA FOZ DO RIO ITAJAÍ** _Patrícia Daiana de Andrade ___[1]__ Thaís Ender Fagundes [2] Tatiana Raquel Stumm da Cruz [3] **Introdução:** Florence Nightingale acreditava na necessidade de um cuidado humanizado, e que o paciente é um ser dotado de cultura e espiritualidade1. Este pensamento pode servir de caminho no cuidado e atenção as gestantes, pois o parto é uma experiência de grande significância psicológica a mulher e sua família, porém esse momento lhes traz angústias, dúvidas, medo, em reflexo cuidado fragmentado. Para que houvesse melhorias em todos esses aspectos, foi necessário à criação de leis, protocolos pelo Ministério da Saúde e educação permanente nos serviços de atenção as gestantes. Esse processo se deu de forma lenta, degrau a degrau, mas que representou mudanças em todas as instâncias do sistema de saúde, desde os estabelecimentos de saúde, profissionais e principalmente à gestante e familiares2. A Atenção Obstétrica do Sistema Único de Saúde (SUS) está alicerçada nas legislações que visam garantir o que é preconizado, sendo demostrado, por exemplo, através da capacitação de profissionais e do investimento em especializações/residências, bem como a fiscalização dos exercícios oferecidos nos diversos níveis de atenção3; e umas das estratégias mais importantes para as gestantes é a Rede Cegonha que foi criada em 2011 como uma estratégia do Ministério da Saúde para fomentar um novo modelo de atenção à saúde da mulher, veio como uma ferramenta baseada em evidências cientificas, com o intuito de assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez e termos do documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1996,” Boas Práticas de Atenção à Saúde ao parto e o nascimento4, Possati nos remete a refletir sobre a atenção humanizada e necessidade de um olhar sem julgamentos que permeia somente o bem estar da mãe e filho nos períodos clínicos do parto2. Sabendo dessas estratégias de cuidado a parturiente, não existe possibilidades de atuar nas boas práticas, sem inserir o acompanhante no centro obstétrico, e essa inserção é respaldada pela lei federal 11.108/2005, e foi chamada de lei do acompanhante5. O acompanhante deve ser alguém da escolha da gestante, seja o pai da criança, companheiro, familiar ou pessoa próxima a ela, alguém que apoiará a gestante, que a auxiliará a minimizar sua ansiedade e a encorajará, lhe transmitir segurança no momento do trabalho de parto e parto. Diante deste cenário e da vivência durante estágio curricular em Saúde da Mulher do curso de Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, campus Itajaí, emerge a motivação em realizar este relato com o objetivo de descrever a percepção de um grupo de acadêmicos de enfermagem durante o estágio curricular em saúde da mulher, sobre a importância do acompanhante durante o momento de dar à luz**. Metodologia: **A metodologia adotada no presente trabalho é a descrição e análise reflexiva, que consiste em relatar a experiência vivenciada, com a reflexão dos resultados ao longo do estágio curricular no Centro Obstétrico de um hospital da região da Foz do Rio Itajaí, com atendimento exclusivamente público, integrante e referência da Rede Cegonha na referida região. **Resultado: **É oportuno destacar que o curso Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí, possui em sua matriz curricular, o estágio supervisionado, que se tornou um facilitador para vivenciar as boas práticas de atenção ao parto e o nascimento. Este campo de estágio não somente trouxe conhecimento clínico obstétrico, mas proporcionou aos acadêmicos momentos singulares de apoio, segurança, empoderamento, com as gestantes e acompanhantes. Momento este só foi possível, pela acolhida da maternidade em oportunizar a inserção do acompanhante a todas as parturientes desde a sua admissão na atenção hospitalar. Ato ainda não realizado de forma plena, em grande parte das maternidades públicas do país, apesar dos benefícios reconhecidos na literatura e da obrigação legal da presença do acompanhante. **Conclusão/Considerações finais:** Dar à luz a uma criança é um momento de vulnerabilidade para a mulher, sendo que a parturiente se sente fragilizada por vários fatores como, por exemplo, dor, relatos de outras pessoas e o medo pelo novo, é devido a isso que se faz importante à presença de um acompanhante, para que se sinta mais segura e confiante para esse momento tão magnífico de sua vida. Nesse estágio oportunizou observar que tal confiança estimula a condução do parto seguro, com respeito e dignidade. Esse processo holístico desmistificou os próprios medos e inseguranças dos estudantes, se tratando de algo novo para sua vida acadêmica, podendo transmitir calma e carinho as gestantes neste momento único que é o parto, além de contribuir para a contextualização das Boas Práticas de Parto e Nascimento.  **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A enfermagem se faz presente durante toda a vida reprodutiva da mulher, desde a realização da consulta de enfermagem, coleta de material para exame ginecológico, instruções sobre o autoexame das mamas, orientações sobre métodos contraceptivos /planejamento reprodutivo, pré-natal, puerpério e etc., destacando que é durante o pré-natal que o enfermeiro deve preparar e/ou instruir a gestante sobre o pré-parto, parto e pós-parto. O preparo dessa parturiente feito durante o pré-natal se faz de magnifica importância, pois é nesse período que a gestante esclarece dúvidas, sana seus medos e entende seus direitos. O cuidado prestado pelo enfermeiro dentro de um centro obstétrico vai além de realizar classificação de risco, dinâmica uterina, cardiotocografia, passagem de sonda vesical de demora ou assistir a um parto. A assistência fornecida vai desde um olhar, uma conversa, escuta a sensibilidade de percepção das necessidades que essa mulher apresenta, no apoio emocional, até a realização das técnicas de sua competência. * * *


Referências:
1-Ministério da Saúde (BR). Lei federal n. 10.216, de 06 de abril de 2001: dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília (DF); 2001. 2-Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005.