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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 2013024

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2013024

AÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO: ANÁLISE A PARTIR DE TAXONOMIA DE INTERVENÇÕES

Autores:
Milara Barp ; Suelen Gomes Malaquias ; Kelle Vanessa Alvares Amaral ; Viviane Santos Mendes Carneiro ; Valéria Pagotto

Resumo:
**INTRODUÇÃO: **O tromboembolismo venoso surge de uma desregulação patológica na formação de trombos no organismo, sendo manifestado pela trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP)(1-2). O tromboembolismo venoso é responsável por uma em cada quatro mortes no mundo, sendo considerada a terceira causa de morte cardiovascular, atrás somente do infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. No ambiente hospitalar, o tromboembolismo venoso é importante causa de morbidade e mortalidade, estima-se que 60% dos casos do TEV ocorram durante ou após a hospitalização, tornando-se uma das principais causas de óbito hospitalar(1). Nesse contexto, o Enfermeiro é o profissional que está de modo contínuo e ininterrupto prestando assistência aos pacientes hospitalizados, com a proximidade com o paciente são fundamentais na identificação do risco de tromboembolismo venoso e na implementação das intervenções profiláticas. Para isso, se faz necessário conhecimento científico por meio da literatura disponível. **OBJETIVOS: **O presente estudo tem como objetivo realizar a comparação entre as intervenções de enfermagem na prevenção do tromboembolismo venoso em pessoas em processo de hospitalização presentes na literatura com às intervenção de enfermagem Precaução contra embolia, contida na Classificação de Intervenção de Enfermagem (NIC)(3), para os diagnósticos da taxonomia NANDA-I(4) Risco de Perfusão Tissular Periférica Ineficaz e Perfusão Tissular Periférica Ineficaz. **DESCRIÇÃO METODOLOGICA:  **Inicialmente realizou-se uma revisão integrativa da literatura embasada  nas etapas metodológicas propostas por Mendes, Silveira e Galvão(5), a busca dos artigos foi realizada nas seguintes bibliotecas: Biblioteca Virtual em Saúde e Public/PublishMedline (PUBMED). Utilizou-se como estratégia de busca: “cuidados de enfermagem” AND “prevenção” AND “tromboembolismo venoso”. Foram considerados critérios de inclusão estudos experimentais e descritivos nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, publicados entre 2006-2016. A extração dos dados dos artigos incluídos foi feita por meio de um formulário elaborado pelos autores, contendo os seguintes itens: identificação, objetivos, características metodológicas (tipo de estudo, características da amostra), itens referentes ao cuidado de enfermagem, desfecho, conclusões, nível de evidência e limitações da pesquisa. Em um segundo momento, realizou-se a comparação dos resultados encontrados na revisão com a intervenção de enfermagem Precaução contra Embolia presente na Classificação de Intervenção de Enfermagem (NIC)(3).  A escolha da intervenção de enfermagem Precaução contra embolia foi proveniente dos diagnósticos da taxonomia NANDA-I(4) Risco de Perfusão Tissular Periférica Ineficaz e Perfusão Tissular Periférica Ineficaz.  Nesta etapa, realizou-se leitura minuciosa da intervenção da NIC(3) Precaução contra embolia, avaliando se cada atividade possuía intervenção de enfermagem correspondente na literatura levantada pelo estudo. **RESULTADOS: **Inicialmente foram identificados 169 estudos na busca nas bases de dados, após analise quanto aos critérios de inclusão ou exclusão, sete artigos foram incluídos na revisão. Os estudos incluídos trazem como intervenções de enfermagem para prevenção do TEV, o uso de ferramentas de estratificação do risco de TVP, aplicação da eletroestimulação, uso de meias elásticas compressivas, elevação dos MMII, exercícios de amplitude de movimento e ações educativas acerca do TEV. Ao analisar o referencial de Enfermagem Classificação de Intervenção de Enfermagem (NIC)(3),observou-se que a intervenção “Precauções contra embolia” não está incluída como prioritária para os diagnósticos “Risco de perfusão tissular periférica ineficaz” e “Perfusão tissular periférica ineficaz”da NANDA-I(4), os quais são os mais correspondentes à situação clínica de TEV. Observa-se, ainda, que no diagnóstico “Risco de perfusão tissular periférica ineficaz”, não havia fator de risco que atribuísse à situação de hospitalização. Esse achado reforça a sugestão de que a atuação do enfermeiro no contexto de atendimento a pacientes hospitalizados em risco de TEV, ainda se encontra pouco estabelecida entre as taxonomias investigadas, bem como refletem a prática clínica no que se refere à sistematização da assistência de enfermagem em nível institucional. Ao comparar às intervenções levantadas pelos estudos com a Classificação de Intervenção de Enfermagem (NIC)(3), verificou-se que a avaliação do risco de TEV é descrita somente como a realização da coleta de informações sobre fatores de risco, sem sugerir os fatores de risco ou as ferramentas que poderiam auxiliar na  avaliação. O uso de meias compressivas é citado na literatura e pela NIC(3) como medida de prevenção, todavia no referencial de Enfermagem falta detalhamento sobre o tipo de meia indicado para os diferentes graus de risco da doença, sugerindo somente realizar a aplicação deste cuidado embasado em protocolo. Da mesma forma, na revisão da literatura os exercícios e elevação dos MMII são sugeridos para prevenção do TEV, sendo descrito às populações que se beneficiaram com estes cuidados e maior detalhamento de como deve ser realizado, em contrapartida na NIC(3) é descrito de forma sucinta o encorajamento ao paciente realizar os exercícios e posicionamento. Na NIC(3), à educação do paciente sobre embolias tem maior enfoque sobre o uso dos tromboprofiláticos, sendo descrito o que deve ser orientado aos familiares e paciente sobre o uso destas medicações, na literatura levantada, além de focar na prevenção tromboprofilática sugere-se o ensino sobre os fatores de risco, medidas preventivas durante hospitalização e complicações. **CONCLUSÕES: **Observou-se, apesar da pertinência dos cuidados apresentados na NIC(3), limitação dessa taxonomia no que se refere ao atendimento específico, como o direcionado a indivíduos com risco de desenvolver TEV, fato este que indica a necessidade de busca permanente à literatura especializada para maior abrangência das intervenções. Por outro lado, o uso de taxonomia contribui ao estabelecimento de área de especialidade, com vistas para o fortalecimento e autonomia da enfermagem. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: **Os resultados desse estudo permitem reunir as principais ações de enfermagem recomendadas para o atendimento à população estudada, possibilitando refletir esse atendimento pela perspectiva de taxonomia de intervenções. Dessa forma, apontam-se contribuições para prática clínica e ensino, além de ressaltar a relevância das informações apresentadas pela NIC(3) e consequente estímulo ao aprimoramento da sistematização da assistência nessa área de atuação de enfermagem. **REFERÊNCIAS** 1. Jha AK, Larizgoitia I, Audera-Lopez C, Prasopa-Plaizier N, Waters H, Bates D. The global burden of unsafe medical care: analytic modeling of observational studies. BMJ Quality and Safety. 2013; 22(10):809-15. 2. Steering committee for world thrombosis day. Thrombosis: a major contributor to the global disease burden. J Thromb Haemost. 2014; 24(11):1580–90. 3. McCloskey JC, Bulecheck GM. Classificação das Intervenções de Enfermagem. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 4. NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações: 2015-2017. 10ªed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 5. Mendes KDS, Silveira RCC, Galvao CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto Enferm. 2008; 17(4): 758-64


Referências:
CLEMENTE, RosenicePerkins Dias da Silva; SANTOS, Elaine da Hora. A não-ressuscitação, do ponto de vista da enfermagem, em uma Unidade de Cuidados Paliativos Oncológicos, Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v.2, n.53, p.231-236, abr. 2007. MORITZ, R. D. et al. Terminalidade e cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. jan. 2012; v. 20, n. 4: p. 422- 428. RODRIGUES, Icaro Arcênio de Alencar. Paciente terminal: como dar sentido ao sofrimento diante da morte?. In Revista Tema. Campina Grande. jan/jun 2011;vol 11, n° 16. SILVEIRA, M. H. et al. Percepção da equipe multiprofissional sobre cuidados paliativos. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de Janeiro, 2014; v. 17, n. 1: p. 7-16.