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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1927111

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1927111

Análise curricular das competências gerais no curso de enfermagem segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais

Autores:
Sandra Nyedja de Lacerda Matos ; Aline Samara Dantas Soares Pinho ; Maria Neyze Martins Fernandes ; Edilma Gomes Rocha Cavalcante ; Antônia Silvanete Saraiva Silva

Resumo:
**Introdução:** As Diretrizes Curriculares Nacionais superam os currículos e seus conteúdos mínimos, sendo possível rever a responsabilização das instituições formadoras, na perspectiva de assegurar a autonomia didático-científica e fixar os currículos dos cursos de acordo com o perfil epidemiológico e social locorregional(1). As diretrizes gerais para a formação do profissional de enfermagem estão pautada na lei de Diretrizes de Bases da Educação (LDB) lei 93.94/96 e na Resolução nº 03 de 07 de novembro de 2001 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso em Enfermagem(2). Estas são referências para fortalecerem as mudanças na formação de profissionais competentes, críticos e comprometidos com a saúde da população(3.). Assim o futuro profissional deverá ter uma formação integrada com perfil generalista, humano, crítico e reflexivo. Além de ter desenvolvido competências e habilidades gerais com base no princípio científico, durante o seu processo de formação e articulação entre teoria e prática. Tem como perspectiva a atenção à saúde, a tomada de decisões, comunicação, a liderança, a administração/ gerenciamento e a educação permanente(1). Nessa primeira década das diretrizes identifica-se o fortalecimento na educação em enfermagem articulado com as políticas de educação e saúde(3).. A formação do graduando de enfermagem deve compor o projeto pedagógico do curso, contudo notadamente percebe-se que algumas competências e habilidades não estão sendo adquiridas pelos egressos, sendo assim, faz-se necessário que os docentes das instituições de ensino superior (IES) revejam seus currículos de graduação, metodologias e as práticas pedagógicas de forma que ocorra maior interdisciplinaridade e contextualização. De fato, a mudança da formação de profissionais implica em discutir esse processo nos contextos acadêmicos. Nessa perspectiva o Ministério da Saúde lançou o Programa de Educação pelo trabalho para a Saúde (Pet-Saúde/Gradua SUS) voltado para alunos de graduação visando incentivar as mudanças nos cursos de ensino superior na área da saúde e, especialmente, a formação qualificada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Tal iniciativa busca fortalecer as ações de integração ensino-serviço-comunidade envolvendo o tripé ensino, pesquisa e extensão universitária, além de incluir a participação social(4).  Diante do exposto teve-se como **objetivo**: Analisar as competências gerais identificadas no currículo de um curso de enfermagem segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais**. Método:**** T**rata-se de uma pesquisa descritiva e documental, realizada pelo PET Saúde/Gradua SUS, aprovado pelo Ministério da Saúde, que envolve uma secretaria de saúde e duas universidades (pública e federal) que contam com os cursos de enfermagem, medicina e educação física na Região Sul do Ceará. Na execução das atividades prevista no projeto, buscou desenvolveu ações curriculares alinhadas às Diretrizes Curriculares Nacionais, assim realizou a análise do currículo do curso de enfermagem, através de oficina em julho de 2016. Participaram da coleta oito discentes de enfermagem e três preceptores (profissionais de saúde), que foram divididos em três grupos, os quais ficaram responsáveis por dois ou três semestres dos dez que compõem o curso de enfermagem. Para coleta dos dados foram elaboradas três questões norteadoras para o registro das informações referentes ao referencial de competências (conhecimento, habilidade, atitude) gerais das Diretrizes Curriculares Nacionais, que foram: 1) Qual a competência é trabalhada (atenção à saúde; tomada de decisão; Comunicação; Educação permanente, Liderança; administração e gerenciamento)?; 2. Qual o perfil de competências por disciplina trabalhada (Conhecimento; Habilidade; Atitude)? e 3) Estão apresentados e desenvolvidos os tópicos da Didática (Conteúdos; Objetivos de aprendizagem; Metodologias de ensino-aprendizagem e Avaliação de aprendizagem). Os resultados foram apresentados em quadros.** Resultado:** na avaliação do plano de ensino de cada disciplina, identificou-se nas competências, que as menos trabalhadas estavam a Tomada de Decisão, a Educação Permanente, a Liderança e a comunicação. Enquanto que a Atenção à Saúde foi a mais enfatizada, com conteúdos afins às ciências biológicas e humanas, necessitando serem desenvolvidas de forma mais interdisciplinar e contextualizada com a realidade da enfermagem. Verificou-se ainda que a lógica da Educação Permanente como prática de ensino–aprendizagem precisava ser efetivada no curso, uma vez que parte dos futuros profissionais irá trabalhar na Atenção Básica e atuarão como educadores e formadores de opiniões. Em relação ao perfil da competência: verificou-se que o conhecimento (saber) é predominante. Existem disciplinas que necessitam serem reavaliadas em relação a suas metodologias de ensino e seus conteúdos programáticos. Em relação ao alcance efetivo de seus objetivos, precisam enfocar o desenvolvimento de habilidades e atitudes. Nos tópicos da didática, quanto aos conteúdos, verificou-se que mesmo constando na ementa, de fato precisam ser administrados na íntegra em algumas disciplinas, pois se percebe que não são contemplados no processo ensino-aprendizagem. Nos objetivos de aprendizagem: algumas disciplinas demandam especificação e seguimento quanto aos objetivos de aprendizagem, numa descrição afim aos verbos saber, fazer, demonstrar, aplicar, caracterizar, desenvolver. A atender os níveis de competência “conhecimento, habilidade, atitude”. As Metodologias de ensino-aprendizagem: Não constam em toda disciplina, e quanto presente prevalecem as aulas expositivas, sem problematização de saberes, com relações assimétricas. Além de identificar muitas aulas com perfil “expositivo-conteudista. Na avaliação de aprendizagem eram aplicadas poucas estratégias, restritas à “prova convencional”. Exigência afim a algumas disciplinas, quanto à aprendizagem de conteúdos é imensa, sem explicitação de tópicos essenciais para o aprofundamento. Predominância de caráter classificatório e desclassificatório. Não é apresentada na maioria dos planos de disciplina, avaliação de aprendizagem, como parâmetro à melhoria do ensino a alcance de uma aprendizagem qualitativa. **Conclusão/implicações para enfermagem: **a análise do plano disciplinar permitiu identificar a necessidade dos docentes e discentes reconhecerem o perfil de egresso alinhados às competências das Diretrizes curriculares nacionais e contempladas no currículo. Verificou-se ênfase em algumas competências em detrimento de outras, como por exemplo, a demanda de Educação Permanente com foco no processo ensino-aprendizagem, que implica o contínuo desenvolvimento da cientificidade do fazer docente no âmbito da aprendizagem significativa e noutros referenciais didático-pedagógicos. Verifica-se a necessidade de inclusão de metodologias ativas, elaboração de objetivos que contemplem as competências e execução total dos conteúdos que permitam interação entre docentes-discentes. Demanda ainda a incorporação de diversidades de avaliações. O desafio da educação em enfermagem é conseguir espaços de discussão para o corpo docente e discente, com flexibilização e reestruturação dos currículos para adequá-los as novas exigências profissionais e aquisição de competências em cada disciplina.


Referências:
1. Egry EY. Saúde Coletiva: construindo um novo método em enfermagem. São Paulo: Ícone Editora; 1996. 2. Fonseca RMGS; Oliveira RNG; Fornari LF. Prática educativa em direitos sexuais e reprodutivos: a oficina de trabalho crítico-emancipatória de gênero. In: Kalinowski CE; Crozeta K; Costa MFBNA. (Org.). PROENF Atenção Primária e Saúde da Família. 6 ed. Porto Alegre: ARTMED; 2017, v. 1, p. 59-119. 3. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011. 4. Scott JW. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educ Real [Internet]. 1995 Jul/Dez [cited 2017 Dez 02];20(2):71-99. Available from: http://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721/4066 5. Egry EY, Fonseca RMGS, Oliveira MAC. Science, public health and nursing: highlighting the gender and generation categories in the episteme of práxis. Rev Bras Enferm [Internet]. 2013 Ago [cited 2017 Nov 10];66(esp.):119-133. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v66nspe/v66nspea16.pd