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1911956 | A EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO POTENCIALIZADORA DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Rosa Maria Rodrigues ; Rubens Griep ; Alessandra Crystian Engles dos Reis ; Gilson Fernandes da Silva ; Solange de Fátima Reis Conterno |
Resumo: **Introdução:** A formação e a qualificação de profissionais e trabalhadores que atuam na saúde é uma necessidade histórica e um desafio posto para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido a formação continuada, a educação permanente em saúde é um elemento importante para a qualificação de ações que, de fato priorizem a assistência à população. Há tempo o campo da formação e da gestão do trabalho em saúde vem destacando que a qualidade da atenção à saúde exige a formação de pessoal específico, com domínio de conhecimentos, tecnologias, atitudes e compromisso profissional que qualifiquem a atenção individual e coletiva1. A atuação dos profissionais e trabalhadores vinculados à saúde é o alicerce para a implementação de ações e serviços de saúde à população, por esse motivo é essencial a qualificação permanente e a valorização profissional desses trabalhadores. Cabe destacar que “a utilização dos avanços tecnológicos e de alta tecnologia não substitui a atuação de um trabalhador de saúde na função essencial de atendimento àqueles que necessitam de atenção”1:20. Nesse sentido, a formação em enfermagem, sugerida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)2 indicam a educação permanente como uma das competências e habilidades do enfermeiro, o qual deveria tomar como responsabilidade e compromisso a educação/formação das futuras gerações de profissionais. O curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, ao formar profissionais para atuarem no SUS tem desenvolvido, nos últimos anos, por meio da disciplina de Prática de Ensino II, ações de educação permanente em instituições e espaços que desenvolvem atividades de saúde, com o intuito de levar o futuro enfermeiro a identificar demandas de educação permanente junto aos profissionais e trabalhadores de saúde, que atuam em diversos serviços, bem como, elaborar projetos e realizar atividades de educação permanente com os profissionais e trabalhadores do setor saúde. É nesta direção que se estabeleceu uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) do município de Cascavel/PR, desde o ano de 2015. **Objetivo:** Relatar experiência de desenvolvimento de projetos de educação continuada/permanente realizados em articulação entre uma universidade pública e Secretaria Municipal de Saúde de um município situado na região Oeste do Paraná. **Descrição metodológica:** A realização do trabalho ocorreu a partir do estabelecimento de parceria entre universidade e Sesau no ano de 2015, quando se elaborou levantamento das expectativas dos profissionais e trabalhadores acerca de temas que auxiliassem no cotidiano do seu trabalho. A partir do levantamento definiu-se, em conjunto com a Sesau quais setores teriam prioridade para a organização de atividades. Assim sendo, em 2015 realizou-se ações educativas com servidores do setor de endemias; em 2016 desenvolveu-se atividades com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e em 2017 com colaboradores do serviço de zeladoria das Unidades de Saúde. Para a realização das atividades elaborou-se de forma coletiva (acadêmicos, professores e equipe da Sesau) projetos de educação continuada; planos de aula e material didático para apoio às atividades educativas; foram desenvolvidas as atividades dos projetos de educação continuada e, ao final, avaliação por parte dos servidores que participaram. As ações são realizadas por acadêmicos da 4a série do curso de Enfermagem, matriculados na disciplina de Prática de Ensino II, uma das disciplinas centrais da licenciatura em enfermagem. Os acadêmicos sob a orientação direta de professores da área elaboram e desenvolvem os projetos educativos. **Resultados: **O levantamento das expectativas foi respondido por 519 profissionais e trabalhadores do setor saúde, dentre eles: assistentes sociais, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos/bioquímicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, nutricionistas, auxiliares/técnico em enfermagem, auxiliar/técnico em saúde bucal, auxiliar em serviço social, agentes comunitários de saúde (ACS), agentes administrativos, atendentes de serviço de saúde, atendentes de farmácia, zeladoras e trabalhadores e profissionais do setor de endemias. No ano de 2015 realizou-se atividades de educação permanente com os agentes de controle de endemias e os temas trabalhados foram os que os servidores apontaram, ou seja, ações inerentes ao servidores do setor de endemias e sua relação com o serviço público de saúde e características distintivas, quadro clínico, primeiros socorros e fluxo de atendimento para os acidentes com os principais animais peçonhentos. Nessa atividades participaram 124 servidores. No ano de 2016, o trabalho foi desenvolvimento com 142 ACS, tendo o projeto de ensino a seguinte denominação: O Agente Comunitário de Saúde e sua atuação na Atenção Básica e Estratégia de Saúde da Família. Em 2018 o tema central das atividades de educação continuada foi o estudo do Protocolo Operacional Padrão do Serviço de Zeladoria da Sesau, no qual participaram 132 zeladoras em atividades educativas que foram realizadas nos laboratórios de simulação do curso de enfermagem da Universidade. **Conclusão: **O desenvolvimento de atividades de educação continuada/permanente tem potencializado a integração do ensino com o serviço de saúde, pois nos últimos três anos tem ocorrido ações coletivas entre a universidade e a Sesau, desde o planejamento, desenvolvimento e avaliação de projetos de educação continuada/permanente em saúde. A avaliação dos acadêmicos indica que as atividades são enriquecedoras, pois podem vivenciar a docência com profissionais, com os quais ainda não tinham feito uma aproximação tão intensa, mas irão trabalhar diretamente quando exercerem a prática profissional. A avaliação dos servidores que participaram dos projetos, nos últimos anos, foram positivas e, de forma geral destacam as metodologias com que são encaminhadas as atividades; a possibilidade de participarem de ações educativas que os retiram do local de trabalho e promovam a reflexão sobre suas práticas cotidianas; muitos indicam que, ao participarem das ações sentiram-se valorizados e sugerem que os projetos sejam realizados a cada ano. **Contribuições para a enfermagem**: Identificar possibilidades de integração ensino-serviço por meio de ações educativas e incentivar o desenvolvimento de projetos de educação permanente e qualificar a inserção acadêmica nos processo de formação de profissionais e trabalhadores da saúde.
Referências: 1. Sasso GTMD. Telenfermagem no Brasil: concepções e avanços. J. Health Inform. Dez; 4, 1-2, 2012.
2. Salvador PTCO et al. Tecnologia no ensino de enfermagem. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 29, n. 1, p. 33-41, jan./mar. 2015.
3. Alami H et al. Exploring factors associated with the uneven utilization of telemedicine in Norway: a mixed methods study. BMC Medical Informatics and Decision Making. 17: 180, 2017.
4. Lopes JE, Heimann C. Uso das tecnologias da informação e comunicação nas ações médicas a distância: um caminho promissor a ser investido na saúde pública. J. Health Inform. 8 (1): 26-30, janeiro-março; 2016.
5. Salvador ME et al. Using de videoconferencing to discuss themes of nursing management in university hospitals. Acta Paul Enferm. 23 (5): 705-7; 2010. |