Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1871052

E-Pôster


1871052

ENFERMEIRO PRECEPTOR DE RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS NO ATENDIMENTO DE IST NO SEXO MASCULINO

Autores:
Cosme Sueli de Faria Pereira ; Ana Beatriz Azevedo Queiroz ; Gabriela Silva dos Santos ; Dirlei Domingues dos Santos

Resumo:
**Introdução:** A residência multiprofissional visa favorecer a inserção qualificada de profissionais da saúde no mercado de trabalho, orientada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.  Por conseguinte, a formação no ensino lato sensu, por exemplo, de uma Residência multiprofissional em Saúde vai além do treinamento do educando para uma performance de suas destrezas. Exigisse dos profissionais educadores qualificação ao ponto de serem capazes de desenvolver socialmente uma constante criação, difusão, compartilhamento, adaptação e aplicação do conhecimento.1 O preceptor enfermeiro no acompanhamento de residentes multiprofissionais no Hospital de Ensino, onde a prática e o desenvolvimento técnico são enfatizados, tem em sua essência esses atributos. Pois, no processo de aprendizagem construído entre preceptor e educando se evita a fragmentação dos conhecimentos e ocorre a busca da articulação da teoria com a prática, demonstrando uma rica atuação educativa do preceptor.  O enfermeiro preceptor contribui muito para esse processo de formação. Embora ele não pertença à academia, como agente do serviço desempenha um importante papel na formação, inserção e socialização do graduando no ambiente de trabalho, demonstrando preocupação principalmente com os aspectos de ensino-aprendizagem do desenvolvimento profissional, integrando conceitos e valores da teoria e da prática.2 **Objetivo**: Descrever a experiência de um enfermeiro preceptor do programa de residência multiprofissional em saúde da Mulher no atendimento de Infecções Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino. **Descrição metodológica: ** trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, da atuação do enfermeiro preceptor do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher no atendimento de Infecções Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino, localizado no estado do Rio de Janeiro. As atividades realizadas envolvem desde a recepção dos residentes multiprofissionais no cenário específico para atendimento ao público do sexo masculino até a saída, após realização da avalição. O Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher recebe anualmente, por meio do processo seletivo, doze residentes multiprofissionais, sendo eles das seguintes categorias profissionais: 04 psicólogos, 04 enfermeiros e 04 assistentes sociais. Posteriormente, essa turma é subdivida em 04 trios de residentes multiprofissionais, os quais desenvolverão suas atividades em vários serviços de saúde, entre eles o cenário supracitado. O Cenário em questão atende a clientela do sexo masculino de terça a sexta, no período da manhã. No entanto, os residentes multiprofissionais em saúde da mulher frequentam este campo de estágio uma vez por semana, durante dois meses, na condição de residente do primeiro ano. A recepção do trio desses residentes multiprofissionais acontece no campo de estágio, onde o preceptor enfermeiro faz sua apresentação, conhece os profissionais que estarão com ele durante aquele período de dois meses, apresenta a rotina do cenário e constrói, com os educandos, o contrato de convivência. A rotina abrange consultas de primeira vez e consultas subsequentes. É nas consultas de enfermagem de primeira vez que são seguidos seis seguintes passos mais a abordagem sindrômica. O primeiro passo: acolhimento- nesse momento identifica-se as queixas, o itinerário terapêutico e faz-se o encaminhamento para abertura de prontuário. Segundo passo: consulta clínica- onde se segue o desenvolvimento de uma consulta preconizada, porém, identificando as diferentes vulnerabilidades e valorizando o exame físico por serem estes os principais elementos diagnósticos das Infecções Sexualmente Transmissíveis. Terceiro passo: inspeção- céfalo-caudal, com olhar atento a cavidade oral, regiões ganglionares (pescoço, região axilar e inguinal) e o exame da genitália (órgão genitais externos), região ano-retal e por último o toque retal em busca de tumorações e saliências consequências de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Quarto passo: diagnóstico sindrômico através do uso do fluxograma baseado nas queixas e nos achados. Quinto passo: tratamento. Sexto passo: agendamento para avaliação. Após o término da consulta é realizado com o trio um breve momento de discussão sobre o caso onde são feitos questionamentos sobre o diagnóstico de enfermagem, conduta, tratamento, entre outros. Em se relação às consultas subsequentes ou de controle, ocorre o reforço das orientação de cuidado em saúde ao sexo masculino, a importância da adesão ao tratamento, a participação do(a) parceiro (a) nesse tratamento ou prevenção e solicitações de exames pós- tratamento. Outro aspecto relevante a ser apresentado aos residentes multiprofissionais em saúde da mulher diz respeito ao contrato de convivência entre os profissionais, tendo por finalidade um bom relacionamento interpessoal e profissional. Tal contrato é construído em conjunto, onde os principais pontos mencionados são: celular desligado durante o estágio e pontualidade, uma vez que é inviável interromper o atendimento ao paciente para a entrada e ambientação do residente em relação àquele caso. A passagem dos trios de residentes multiprofissionais pelo atendimento de Infecções Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino é encerrada com a avalição, que por sua vez é realizada pelo preceptor em relação ao residente, auto avaliação do residente e avaliação do setor por eles, de forma escrita e dialogada. **Resultados: **a avaliação, durante o processo de ensino e aprendizagem nos campos da prática da residência multiprofissional em saúde da mulher, consiste como um indicador de interação entre os envolvidos e tem por finalidade o saber articular teoria e prática na assistência ao usuário do Sistema Único de Saúde e constitui como estratégias fundamentais visando à superação de algumas das dificuldades.3 Na perspectiva dos residentes, a participação deles no atendimento de Infecções Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino é uma experiência inovadora. Além disso, é uma oportunidade para vivenciar uma experiência singular que está inserida em uma residência multiprofissional na saúde da mulher. As consultas de enfermagem ao público masculino são diferenciadas e fecham o ciclo de atendimento aos cuidados oferecidos à saúde da mulher. **Conclusão: **a qualidade da formação de residentes multiprofissionais em saúde da mulher em parceria com o preceptor tem íntima relação com a definição e a clareza dos objetivos de aprendizagem, com o acompanhamento sistemático do cumprimento das metas estabelecidas para o seu alcance, bem como a capacidade de adaptação às necessidades decorrentes das necessidades do Sistema Único de Saúde em atender às demandas sociais. **Contribuições/implicações para a Enfermagem:** vivenciar a prática das atividades em campo de estágio de acordo com as discussões teóricas é um desafio no que diz respeito aos princípios do Sistema Único de Saúde e ao relacionamento interpessoal com residentes multiprofissionais. Considera-se que tal abordagem contribui para o desenvolvimento dos residentes e da instituição de ensino. Os hospitais escola são centros de formação de recursos humanos e de desenvolvimento de tecnologia para a área de saúde, para tanto, os preceptores precisam estar envolvidos na construção do conhecimento, educar de forma ativa, participativa e com caráter dinamizador tendo em vista também, despertar do senso crítico dos profissionais.


Referências:
1.Franco CP. A Plataforma Moodle como Alternativa para uma Educação Flexível. Rev EducaOnline. [Internet] 2010 [acesso em 2017 jan 18]; 4(1). Disponível em: http://www.latec.ufrj.br/revistas/index.php?journal=educaonline&page=article&op=view&path%5B%5D=97. 2. Souza APL, Silva DCS, Matos KC. A importância da utilização de ferramentas do MOODLE na educação à distância. Revista EDaPECI São Cristóvão (SE), 15(3):656-69, 2015. 3. Alves ED, Ribeiro LSN, Guimaraes DCSM, Costa CMA, Peixoto HM, Martins EF et al. MOODLE - folio para o ensino em saúde e enfermagem: avaliação do processo educacional. Rev Eletr Enf [Internet]. 2012 [acesso 2015 set 20];14(3):473-82. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/ v14/n3/v14n3a03.htm. 4. Nespoli G. Os domínios da Tecnologia Educacional no campo da Saúde. Interface (Botucatu). 17(47):873-84, 2013. 5. Costa PB, Prado C, Oliveira LFT, Peres HHC, Massarollo MCKB, Fernandes MFP et al. Fluência digital e uso de ambientes virtuais: caracterização de alunos de enfermagem. Rev Esc Enferm USP [online]. 2011 [acesso 2015 set 20];45(esp):1589-94. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/ v45nspe/v45nspea08.pdf.