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1871052 | ENFERMEIRO PRECEPTOR DE RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS NO ATENDIMENTO DE IST NO SEXO MASCULINO | Autores: Cosme Sueli de Faria Pereira ; Ana Beatriz Azevedo Queiroz ; Gabriela Silva dos Santos ; Dirlei Domingues dos Santos |
Resumo: **Introdução:**
A residência multiprofissional visa favorecer a inserção qualificada de
profissionais da saúde no mercado de trabalho, orientada pelos princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde. Por conseguinte, a formação no ensino
lato sensu, por exemplo, de uma Residência multiprofissional em Saúde vai além
do treinamento do educando para uma performance de suas destrezas. Exigisse
dos profissionais educadores qualificação ao ponto de serem capazes de
desenvolver socialmente uma constante criação, difusão, compartilhamento,
adaptação e aplicação do conhecimento.1 O preceptor enfermeiro no
acompanhamento de residentes multiprofissionais no Hospital de Ensino, onde a
prática e o desenvolvimento técnico são enfatizados, tem em sua essência esses
atributos. Pois, no processo de aprendizagem construído entre preceptor e
educando se evita a fragmentação dos conhecimentos e ocorre a busca da
articulação da teoria com a prática, demonstrando uma rica atuação educativa
do preceptor. O enfermeiro preceptor contribui muito para esse processo de
formação. Embora ele não pertença à academia, como agente do serviço
desempenha um importante papel na formação, inserção e socialização do
graduando no ambiente de trabalho, demonstrando preocupação principalmente com
os aspectos de ensino-aprendizagem do desenvolvimento profissional, integrando
conceitos e valores da teoria e da prática.2 **Objetivo**: Descrever a
experiência de um enfermeiro preceptor do programa de residência
multiprofissional em saúde da Mulher no atendimento de Infecções Sexualmente
Transmissíveis ao sexo masculino. **Descrição metodológica: ** trata-se de um
estudo do tipo relato de experiência, da atuação do enfermeiro preceptor do
Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher no atendimento de
Infecções Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino, localizado no estado
do Rio de Janeiro. As atividades realizadas envolvem desde a recepção dos
residentes multiprofissionais no cenário específico para atendimento ao
público do sexo masculino até a saída, após realização da avalição. O Programa
de Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher recebe anualmente, por meio
do processo seletivo, doze residentes multiprofissionais, sendo eles das
seguintes categorias profissionais: 04 psicólogos, 04 enfermeiros e 04
assistentes sociais. Posteriormente, essa turma é subdivida em 04 trios de
residentes multiprofissionais, os quais desenvolverão suas atividades em
vários serviços de saúde, entre eles o cenário supracitado. O Cenário em
questão atende a clientela do sexo masculino de terça a sexta, no período da
manhã. No entanto, os residentes multiprofissionais em saúde da mulher
frequentam este campo de estágio uma vez por semana, durante dois meses, na
condição de residente do primeiro ano. A recepção do trio desses residentes
multiprofissionais acontece no campo de estágio, onde o preceptor enfermeiro
faz sua apresentação, conhece os profissionais que estarão com ele durante
aquele período de dois meses, apresenta a rotina do cenário e constrói, com os
educandos, o contrato de convivência. A rotina abrange consultas de primeira
vez e consultas subsequentes. É nas consultas de enfermagem de primeira vez
que são seguidos seis seguintes passos mais a abordagem sindrômica. O primeiro
passo: acolhimento- nesse momento identifica-se as queixas, o itinerário
terapêutico e faz-se o encaminhamento para abertura de prontuário. Segundo
passo: consulta clínica- onde se segue o desenvolvimento de uma consulta
preconizada, porém, identificando as diferentes vulnerabilidades e valorizando
o exame físico por serem estes os principais elementos diagnósticos das
Infecções Sexualmente Transmissíveis. Terceiro passo: inspeção- céfalo-caudal,
com olhar atento a cavidade oral, regiões ganglionares (pescoço, região axilar
e inguinal) e o exame da genitália (órgão genitais externos), região ano-retal
e por último o toque retal em busca de tumorações e saliências consequências
de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Quarto passo: diagnóstico sindrômico
através do uso do fluxograma baseado nas queixas e nos achados. Quinto passo:
tratamento. Sexto passo: agendamento para avaliação. Após o término da
consulta é realizado com o trio um breve momento de discussão sobre o caso
onde são feitos questionamentos sobre o diagnóstico de enfermagem, conduta,
tratamento, entre outros. Em se relação às consultas subsequentes ou de
controle, ocorre o reforço das orientação de cuidado em saúde ao sexo
masculino, a importância da adesão ao tratamento, a participação do(a)
parceiro (a) nesse tratamento ou prevenção e solicitações de exames pós-
tratamento. Outro aspecto relevante a ser apresentado aos residentes
multiprofissionais em saúde da mulher diz respeito ao contrato de convivência
entre os profissionais, tendo por finalidade um bom relacionamento
interpessoal e profissional. Tal contrato é construído em conjunto, onde os
principais pontos mencionados são: celular desligado durante o estágio e
pontualidade, uma vez que é inviável interromper o atendimento ao paciente
para a entrada e ambientação do residente em relação àquele caso. A passagem
dos trios de residentes multiprofissionais pelo atendimento de Infecções
Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino é encerrada com a avalição, que
por sua vez é realizada pelo preceptor em relação ao residente, auto avaliação
do residente e avaliação do setor por eles, de forma escrita e dialogada.
**Resultados: **a avaliação, durante o processo de ensino e aprendizagem nos
campos da prática da residência multiprofissional em saúde da mulher, consiste
como um indicador de interação entre os envolvidos e tem por finalidade o
saber articular teoria e prática na assistência ao usuário do Sistema Único de
Saúde e constitui como estratégias fundamentais visando à superação de algumas
das dificuldades.3 Na perspectiva dos residentes, a participação deles no
atendimento de Infecções Sexualmente Transmissíveis ao sexo masculino é uma
experiência inovadora. Além disso, é uma oportunidade para vivenciar uma
experiência singular que está inserida em uma residência multiprofissional na
saúde da mulher. As consultas de enfermagem ao público masculino são
diferenciadas e fecham o ciclo de atendimento aos cuidados oferecidos à saúde
da mulher. **Conclusão: **a qualidade da formação de residentes
multiprofissionais em saúde da mulher em parceria com o preceptor tem íntima
relação com a definição e a clareza dos objetivos de aprendizagem, com o
acompanhamento sistemático do cumprimento das metas estabelecidas para o seu
alcance, bem como a capacidade de adaptação às necessidades decorrentes das
necessidades do Sistema Único de Saúde em atender às demandas sociais.
**Contribuições/implicações para a Enfermagem:** vivenciar a prática das
atividades em campo de estágio de acordo com as discussões teóricas é um
desafio no que diz respeito aos princípios do Sistema Único de Saúde e ao
relacionamento interpessoal com residentes multiprofissionais. Considera-se
que tal abordagem contribui para o desenvolvimento dos residentes e da
instituição de ensino. Os hospitais escola são centros de formação de recursos
humanos e de desenvolvimento de tecnologia para a área de saúde, para tanto,
os preceptores precisam estar envolvidos na construção do conhecimento, educar
de forma ativa, participativa e com caráter dinamizador tendo em vista também,
despertar do senso crítico dos profissionais.
Referências: 1.Franco CP. A Plataforma Moodle como Alternativa para uma Educação Flexível. Rev EducaOnline. [Internet] 2010 [acesso em 2017 jan 18]; 4(1). Disponível em: http://www.latec.ufrj.br/revistas/index.php?journal=educaonline&page=article&op=view&path%5B%5D=97.
2. Souza APL, Silva DCS, Matos KC. A importância da utilização de ferramentas do MOODLE na educação à distância. Revista EDaPECI São Cristóvão (SE), 15(3):656-69, 2015.
3. Alves ED, Ribeiro LSN, Guimaraes DCSM, Costa CMA, Peixoto HM, Martins EF et al. MOODLE - folio para o ensino em saúde e enfermagem: avaliação do processo educacional. Rev Eletr Enf [Internet]. 2012 [acesso 2015 set 20];14(3):473-82. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/ v14/n3/v14n3a03.htm.
4. Nespoli G. Os domínios da Tecnologia Educacional no campo da Saúde. Interface (Botucatu). 17(47):873-84, 2013.
5. Costa PB, Prado C, Oliveira LFT, Peres HHC, Massarollo MCKB, Fernandes MFP et al. Fluência digital e uso de ambientes virtuais: caracterização de alunos de enfermagem. Rev Esc Enferm USP [online]. 2011 [acesso 2015 set 20];45(esp):1589-94. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/ v45nspe/v45nspea08.pdf. |