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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1845663

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1845663

A EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS COMO DOCENTES DE CURSO TÉCNICO: UM RELATO PRETÉRITO

Autores:
Marilia de Fátima Vieira de Oliveira ; Ana Rafaela Souza Rodrigues ; Roberta Nayara Barroso Nery ; Dilton Luis Soares de Farias

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** O enfermeiro assume ao longo de sua vida profissional várias posturas, dentre elas a compreensão da enfermagem como profissão responsável por observar, cuidar, pesquisar e educar. São tantas as responsabilidades, que aqui destacamos o enfermeiro como educador de profissionais que estarão mais próximos do ser humano na prestação de assistência à saúde(1). Levando-se em consideração que o atual cenário do ensino em enfermagem traz o enfermeiro como o responsável pela promoção da educação do técnico de enfermagem, faz-se necessário a inserção do aluno de licenciatura de enfermagem cada vez mais cedo no exercício docente em sala de aula, para que ele se perceba como parte de uma educação transformadora capaz de criar subsídios na sua formação profissional de forma a se desenvolver como ser crítico reflexivo e criativo(2). De acordo com Paulo Freire(3), a educação é parte do processo de conscientização e nos movimentos de massas. Por considerá-la desafiadora e transformadora, destaca-se o diálogo crítico, a fala e a convivência. Educador e educando se movimentam no mesmo cenário onde as diferenças entre eles acontecem dentro de uma relação em que não é proibido ao educando exercer sua liberdade. Essa opção não é, apenas, pedagógica, mas, sobretudo, política, o que faz do educador um político e um artista, jamais neutro. Neste sentido, a educação libertadora, problematizadora, já não pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir “conhecimentos” e valores aos educandos, meros receptores passivos à maneira da educação “bancária”, mas um ato cognoscente. Vale registrar o antagonismo entre as duas concepções: enquanto uma serve à dominação, a outra é superação por meio da dialógica(4). **OBJETIVO: **Descrever a experiência pretérita de alunos de pós-graduação sobre suas vivências de prática da docência em atividade curricular do curso de Graduação em Enfermagem em um curso de ensino profissionalizante em Técnico em Enfermagem. **METODOLOGIA**: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que descreve aspectos vivenciados na oportunidade de um estágio obrigatório de uma atividade curricular do curso de graduação em enfermagem onde os autores, atualmente pós-graduandos, eram acadêmicos de enfermagem do 6º semestre. Trata-se de um olhar qualitativo, que abordou a questão de estudo desenhada a partir de métodos descritivos e observacionais. O cenário foi em uma escola para formação técnica em enfermagem localizada na área urbana da cidade de Belém-PA. **RELATO DA EXPERIÊNCIA: **No contexto do campo de estudo, como uma carga horária de 120 horas, durante 30 dias realizamos atividades de ensino referente a atividade curricular “Estágio de Ensino em Enfermagem” cuja finalidade era aproximar a experiência docente da formação de licenciatura em enfermagem, componente obrigatório da estrutura curricular. O primeiro passo foi investir na observação desse novo ambiente numa perspectiva além da condição de alunos, mas como docentes, mesmo estando ali como estagiários. Para nós esse momento foi oportuno para emergir a reflexão de como estaria acontecendo essa formação técnica, uma vez que após a outorga estaríamos aptos a atuar como educador. Observou-se os professores do curso quanto ao planejamento e didáticas utilizadas dentro de sala de aula. Um momento imprescindível de troca de informações e conhecimentos, salientando e discutindo-se temas por meio de recursos didático e audiovisuais, objetivando a maximização do aprendizado. As aulas tinham duração de 4 horas, as turmas variavam de 20 a 30 alunos, as disciplinas que estagiamos eram saúde coletiva, anatomia e auxilio ao diagnóstico. Na oportunidade ministramos, respectivamente, aula de legislação do SUS, Sistema Digestório e Dor como quinto sinal vital. Uma tarefa árdua em conciliar com os compromissos na faculdade, mas nos horários de intervalo pesquisávamos os assuntos com base no material impresso dos alunos, produzíamos os apresentações audiovisuais da aula, bem como as estratégias didáticas que seriam pertinentes naquele momento, como envolver o aluno e deixa-lo apresentar seu conhecimento prévio sobre o assunto e após isso construir um conhecimento mais sólido e técnico/cientifico. Enquanto que na holística atual como alunos de pós graduação, consegue-se perceber o docente como um sujeito ativo na questão do conhecimento, direto e indiretamente, onde se torna essencial a dinâmica em conhecer o sujeito participante do processo de ensino-aprendizagem, conhecer a si e ao outro. Isso são experiências que acrescentam um ideal de aprendizado diferenciado e necessário para qualquer formação. Para aquele momento como acadêmicos era necessário afinar os olhares para a função de um enfermeiro cumprindo com outra das suas responsabilidades, que é ser docente. Entendeu-se e aprimorou-se os conceitos com o tempo, atualmente mais maduros, compreendemos a educação como um estimulo de buscar-se aprofundar em mais conhecimentos. **CONCLUSÃO: **Sabemos que educar é uma tarefa complexa, que exige uma carga intelectual vasta e crítica, em que precisamos encarar o saber trabalhar de acordo com o contexto do educando sem deixar de lado a individualidade e subjetividade de cada aluno. Sempre existe a dúvida se estamos preparados para sermos facilitadores de informação e promotores de conhecimento. Quando se atua na prática da docência, mesmo ainda na condição de acadêmicos, temos a oportunidade de observar os professores e perceber a sua carga de responsabilidade no processo de educar. É nítido a expressão dos alunos quando o professor é dedicado e atende as necessidades dos mesmo em aprender e conhecer o desconhecido. Quando se assume uma turma que está buscando se profissionalizar é importante salientar sobre a questão de serem profissionais diferenciados. Não podem ser meros reprodutores de técnicas e cumpridores de protocolos, têm que desde a sua vida de aluno a pensar que tipos de profissional possam ser. É por isso que o enfermeiro que se dedica à docência deve ter ampliada sua capacidade de enxergar para além e fazer com que seu aluno sinta-se parte do processo formativo e consiga se dedicar na sua formação, pois estão ali não apenas para melhorarem de vida, mas, também, para serem mudanças significativas na vida de muitas pessoas que necessitam de um atendimento de qualidade. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **O enfermeiro por si só já é educador nas práxis do cotidiano, por isso a importância em se ter cada vez mais cedo acadêmicos de enfermagem inseridos nos cursos técnico profissionalizantes em enfermagem para que possam perceber o quanto importante é essa experiência para a sua formação que extrapola o campo acadêmico, pois é um aprendizado para a vida também. Com isso, formam-se enfermeiros capazes de atuar como docentes, desempenhando habilidades e competências que primem pela qualidade da educação de técnicos em enfermagem tornando-os profissionais transformadores, que pensem, critiquem, reflitam e contribuam com a mudança necessária no contexto da saúde.


Referências:
1. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde [internet]. [Acesso em: 10 mar. 2018]. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/index.php/sistema-unico-de-saude/sistema-unico-de-saude 2. Brasil, Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e conquistas. Brasília: Ministério da Saúde; 2000. 44 p. 3. Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró – Saúde). [s.l]: Ministério da Saúde; 2005. Disponível em: http://prosaude.org/not/prosaude-maio2009/proSaude.pdf 4. Brasil. Portaria interministerial nº 421, de 3 de março de 2010. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/pri0421_03_03_2010.html