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1826222 | VALIDAÇÃO DO SUBCONJUNTO TERMINOLÓGICO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DA ENFERMAGEM SOBRE AMAMENTACÃO | Autores: Marcos Antônio Gomes Brandão ; Márcia Valéria de Sousa Almeida ; Cândida Caniçali Primo ; Fabíola Zanetti Resende ; Odelle Mourão Alves |
Resumo: **Introdução:** O Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) percebendo a necessidade de um sistema de classificação unificado que representasse os elementos da prática de enfermagem de forma confiável no âmbito mundial de saúde, então, desenvolveu a Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CIPE®). Posteriormente, buscando facilitar a utilização pelos enfermeiros, o CIE sugeriu a construção de subconjuntos terminológicos CIPE®, os quais representam um conjunto de enunciados preestabelecidos de diagnósticos, resultados (DE/RE) e intervenções de enfermagem (IE) direcionados para prioridades de saúde (condições específicas de saúde, ambientes ou especialidades de cuidado), grupos de clientes (indivíduo, família e comunidade) ou a fenômenos de enfermagem. Esses subconjuntos surgem, então, como uma ferramenta de suporte a documentação sistemática, apoio a prática clínica e ao processo de tomada de decisão do enfermeiro(1). O desenvolvimento desses subconjuntos terminológicos no cenário mundial é crescente. Atualmente já foram desenvolvidos e publicados pelo CIE oito subconjuntos/catálogos; duas Tabelas de equivalência também consideradas pelo CIE como catálogos da CIPE® e outros cincos estão em desenvolvimento(1). O Centro CIPE® no Brasil tem contribuído para o desenvolvimento de subconjuntos terminológicos da CIPE® e já elaborou diversos subconjuntos para o cuidado de enfermagem relacionados a diferentes clientelas(2). Tendo em vista, que o Ministério da Saúde no Brasil considera como uma das linhas de cuidado prioritárias a proteção, promoção e apoio à amamentação e como estratégia essencial para a redução da morbimortalidade infantil (BRASIL, 2009), foi elaborado o subconjunto terminológico da CIPE® para assistência à mulher, à criança e à família em processo de amamentação(3)orientado pela Teoria Interativa da Amamentação(4). No entanto, precisa ser submetido a um processo de validação. A validação de conteúdo por juízes é uma etapa fundamental para a construção de uma linguagem em consonância com evidência dos enunciados da prática cotidiana dos enfermeiros que prestam assistência ao binômio mãe-bebê e seus familiares durante o processo de amamentação em toda sua complexidade(1,5). **Objetivo:** Validar o subconjunto terminológico da CIPE® para assistência à mulher, à criança e à família em processo de amamentação. **Método: **Estudo metodológico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob CAAE n. 57083816.7.0000.5060. Para esse estudo o subconjunto terminológico da CIPE® para assistência à mulher, à criança e à família em processo de amamentação(3), foi revisado e atualizado antes do processo de validação de conteúdo por juízes. Em virtude da quantidade de enunciados contidos no subconjunto terminológico optou-se em realizá-la em duas etapas. A primeira etapa, refere-se à validação dos 98 DE/RE, enquanto a segunda etapa tratou da validação das 396 IE relacionadas com os DE/RE validados na primeira etapa. **Resultados:** Foram selecionados 651 enfermeiros, houve aceitação de 77 profissionais e após análise dos critérios de inclusão foram considerados elegíveis 64 juízes para a validação de DE/RE que ocorreu de julho a agosto de 2017. Na validação das IE dos 651 enfermeiros, 42 responderam e 37 atenderam os critérios de inclusão, essa etapa ocorreu de outubro a novembro. Do total, apenas 27 enfermeiros participaram das duas etapas de validação. Houve representatividade de 18 estados brasileiros. Os juízes da primeira e segunda etapa possuem média de 41 anos; maioria do sexo feminino (92,2-86,5%), residem na região Sudeste (57,8-51,3%) e formaram em instituição pública (67,2 - 73%); tem média de 13 anos de graduação (3 a 41 anos) e média de 12 anos de experiência com amamentação (3 a 31 anos) e; predominância de enfermeiros com titulação de mestre (31,2-37,9%). Acerca do estudo de classificações de enfermagem durante a graduação, observa-se que a classificação NANDA-I foi a mais estudada (75-78,4%) e que 33,3% e 21,6% dos juízes da primeira e segunda etapa, respectivamente não estudaram classificação. Cerca de 25% dos especialistas não utilizam classificação na assistência, e cerca de 10,0% utilizam CIPE® na prática clínica. Em relação a validação dos 98 DE/RE contidos no Subconjunto CIPE®: 13 obtiveram IVC maior ou igual a 0,8 (13,3%); 34 de 0,6 a 0,79 (34,7%) e; 51 menores que 0,6 (52%). O IVC total do conjunto DE/RE foi de 0,62. No entanto, para os Diagnósticos “Falta de privacidade para amamentação” e “Tomada de decisão pela amamentação, eficaz” observou-se que não houve resultado validado, assim, optou-se em acrescentar “Privacidade para amamentação, eficaz” (IVC=0,47) e “Tomada de decisão pela amamentação, prejudicada” (IVC= 0,53%). O mesmo, aconteceu com os enunciados, “Desempenho de papel de mãe, eficaz”, “Desempenho de papel de mãe, melhorado” e, nesse caso, foi adicionado o resultado “Desempenho de papel de mãe, prejudicado” (IVC=0,59). Totalizando 50 enunciados validados. Para os 50 DE/RE validados foram relacionadas 396 IE para validação, o que resultou em 350 enunciados com IVC maior ou igual a 0,80, o IVC total do conjunto das IE foi de 0,9.**:** **Conclusão:** O subconjunto ficou composto por 50 diagnósticos/resultados e 350 intervenções de enfermagem estruturado e organizado pela Teoria Interativa de Amamentação. O processo de validação do subconjunto envolveu enfermeiros de todas as regiões do Brasil o que evidencia a representatividade dos enunciados CIPE® na prática clínica vivenciadas em maternidade, unidade de terapia intensiva neonatal, banco de leite humano e na atenção primária** Contribuições para a Enfermagem**. Esse subconjunto apresenta-se como uma nova tecnologia na área da Enfermagem que poderá trazer subsídios para o desenvolvimento do Processo ou Consulta de Enfermagem, uma vez que auxiliará o enfermeiro na identificação de fatores que influenciam positivamente ou negativamente esse fenômeno, no pensamento crítico e na tomada de decisões e, por sua vez, na seleção dos diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem.
Referências: 1. Kawakame PMG, Miyadahira AMK. Avaliação do processo ensino-aprendizagem de estudantes da área da saúde: manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Rev Esc Enferm USP • 2015; 49(4):657-66
2. Gonzalez MM, Timerman S, Oliveira RG, Polastri TF, Dallan LA, Araújo S, et al. I Guideline for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care - Brazilian Society of Cardiology: executive summary. Arq Bras Cardiol. 2013;100(2): 105-13
3. Fernandes JMG, Leite ALSL, Bruna de Sá Duarte Auto BSD, et al. Ensino de Suporte Básico de Vida para alunos de escolas pública e privada do ensino médio. Arq. Bras. Cardiol. 2014; 102 (6): 593-601.
4. Hazinski MF, Michael S, Michael WD, et al. Destaques da American Heart Association 2015. Atualização das Diretrizes de RCP e ACE. Edição em Português: Guimarães, HP, e a equipe do projeto de destaques das diretrizes da AHA. American Heart Association, Dallas, 2015. |