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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1822981

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1822981

EXPERIÊNCIA DE UM CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM - REFLEXÕES A CERCA DA CURRICULARIZACAO SOB A ÓTICA DE UMA VIVÊNCIA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Autores:
Darlyane Antunes Macedo ; Emanuella Soares Fraga Fernandes ; Tatiana Barreto Pereira ; Marcela Andrade Rios ; Sinara Patríca A Rocha Ávila

Resumo:
**Introdução - **As Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem são referenciais para o fortalecimento das mudanças na formação de profissionais competentes, críticos e comprometidos com a saúde da população. Tais Diretrizes delimitam um perfil profissional voltado para a formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, tendo como base o rigor científico e intelectual e pautado em princípios éticos. Os avanços e desafios no processo formativo do profissional de enfermagem vêm sendo inúmeros, principalmente no que tange as mudanças paradigmáticas no contexto acadêmico, como a adoção de metodologias ativas que visa a participação do aluno como sujeito do seu processo formativo, a interdisciplinaridade, a reorganização dos componentes curriculares oportunizando a flexibilização curricular, e o fortalecimento da articulação da pesquisa com o ensino e a extensão para a diversificação dos cenários de aprendizagem numa contínua aproximação do mundo do ensino com o mundo do trabalho (1) Nesse contexto, tomar a Extensão Universitária – EU, como instrumento formativo para a enfermagem, vem sendo cada vez mais necessária e desafiadora, pois representa a articulação do conhecimento científico advindo do ensino e da pesquisa com as necessidades da comunidade onde a universidade se insere. (2) A Extensão Universitária – EU no Brasil teve início em meados do século XX, com diversas ações, conforme o Plano Nacional de Extensão Universitária (3), verifica-se um marco quando ainda não era reconhecido com o termo extensão universitária. No fim dos anos 50, início dos anos 60, os estudantes universitários brasileiros, organizados na União Nacional dos Estudantes - UNE, empreenderam movimentos culturais e políticos reconhecidos como fundamentais para a formação das lideranças intelectuais de que carecia o país. Estavam assim definidas as áreas de atuação extensionista, antes mesmo que o conceito fosse formalmente definido. A EU vem sendo discutida há muito tempo, pelas universidades de maneira isolada, em princípio reconhecida pelos estudantes, com o passar dos tempos absorvida e reconhecida pelas universidades. No desenvolvimento de ações extensionistas ao longo dos anos, houve uma evolução no modelo de ação desenvolvida, pois a princípio as ações tinham características mais assistencialistas e em muitos momentos, realizadas de maneira autônoma a universidade. Com o passar do tempo percebe-se a importância dessas ações e o quão a universidade tem responsabilidades sobre elas, pois a EU tem como uma de suas bases à dissociação do conhecimento, promovido de maneira interativa entre academia e sociedade. Com essa evolução, o tripé universitário – ensino, pesquisa e extensão, vai tomando corpo e caracterizando cada vez mais a extensão como um meio de articular ações de ensino para além do espaço físico da universidade e assim produzindo e disseminando conhecimento, bem como contribuindo com o desenvolvimento de pesquisas, tendo em vista a possibilidade de produção de conhecimento na interface universidade/comunidade, como uma característica bem atraente. A saúde da mulher é um tema de vasta discussão, pois existem políticas específicas para esse público, contudo a mulher climatérica, tem em sua maioria a atenção e assistência negligenciadas. Nessa perspectiva a EU é um meio de busca para levar essa mulher um conhecimento e entendimento sobre essa fase, além de ser um instrumento para que essa tenha meios que permitam reconhecê-la, como algo natural na vida de uma mulher. O Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa (4) destaca o conceito de climatério assumido pelo OMS que define “como uma fase biológica da vida e não um processo patológico, que **Objetivo - A**nalisar os desafios acerca da curricularização da extensão universitária. **Descrição metodológica - **Esse trabalho perpassa pela experiência em realizar de maneira efetiva e contínua ações extensionistas no curso de bacharelado em Enfermagem de uma universidade pública, na região sudoeste da Bahia. Na construção do relato, foi realizada uma revisão sistemática do processo de construção da extensão universitária para compreender como e quando essas ações foram pensadas e inseridas no meio universitário, além da temática escolhida – Mulheres Climatéricas. A partir dessa leitura passou ao processo de reflexão dessa prática. O projeto de extensão Mulheres Climatéricas - Educação e Saúde em Unidades de Saúde da Família realizou ações quinzenalmente em quatro unidades de saúde da família na sede do município onde esta localizado o Campus, no período de fevereiro a dezembro, de 2017. As ações foram planejadas de maneira coletiva e propunham momentos de integração entre as mulheres, onde assuntos sobre a temática eram discutidos. A metodologia utilizada durante o planejamento - estudo e discussão da temática, para posterior ação em campo. No que tange essas, as metodologias foram variadas, aqui podemos destacar: varal de perguntas e respostas, rodas de conversa, atividades laborais, entre outras, sempre seguidas de um processo de avaliação da atividade. A demanda e a metodologia para uma nova atividade emergiam do encontro e dessa avaliação, assim todos os ajustes e escolhas eram feitos. **Resultados - **As atividades nos trouxeram reflexões sobre a assistência prestada às mulheres climatéricas, a partir das necessidades surgidas no que tange qualidade de vida, conforto físico com atenção a diminuição dos sinais e sintomas, assim como o bem-estar mental, pois as queixas nesses dois aspectos são inúmeras e predominaram nos discursos, especialmente sobre as alterações na vida sexual e as relações matrimoniais. No aspecto da extensão universitária como uma ação a ser curricularizada pelas universidades, esse projeto nos mostra alguns direcionamentos a partir das demandas e lacunas que surgiram ao longo da execução do mesmo, pois as intervenções foram riquíssimas, mas muito inquietantes. Essas geraram demandas diversas que em muitos momentos deixavam a equipe travada em virtude das limitações de autonomia e estabelecimento de rede que o projeto não tem. **Conclusão - **As ações de Educação e Saúde são um meio, mas não a solução para sanar as demandas dos encontros. É necessário fortalecer a rede de serviços para atender a mulher nessa fase da vida, que em sua maioria tem o cuidado negligenciado pelos profissionais de saúde. Nesse sentido, conclui-se que um meio para a curricularização da extensão de maneira que garanta uma maior efetividade no atendimento das demandas geradas pelas intervenções desse e de outros projetos de extensão, é necessário. Uma possibilidade é o estabelecimento de linhas de extensão, seguida da implementação de um programa de extensão universitária que agregasse projetos com características semelhantes, que poderia atuar em rede no âmbito acadêmico e comunitário. Um dos maiores desafios para o projeto em 2018 será garantir a continuidade dos encontros com mulheres já inseridas no projeto, concomitante com ações de Educação Permanente para buscar que os profissionais da rede de serviços atendam minimamente ações previstas no Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa do Ministério da Saúde de 2008. Conclui-se que as mulheres são negligenciadas pelos serviços de saúde e que ações, como as propostas pelo projeto de extensão geram resultados positivos, assim como demandas que precisam ser avaliadas processualmente. É importante destacar, a EU, pois essa promove uma aproximação com o público, que permite uma reflexão crítica sobre o que esta posto nos serviços de saúde, fazendo desse profissional em formação, um ser capaz de discernir criticamente sobre a prática no mundo do trabalho, assim como dissociar o conhecimento acadêmico para a comunidade que esta fora dos muros das universidades. **Contribuições/implicações para a Enfermagem - **Na formação do enfermeiro, generalista, capaz de atuar no SUS, em seus diversos níveis de complexidade, desde a assistência bem como na gestão dos serviços, a EU permite ao profissional em formação, se envolver e estabelecer vínculos com a comunidade e com a equipe que recebe o projeto.


Referências:
1 Acioli S. A prática educativa como expressão do cuidado em saúde pública. RevBrasEnferm. 2008;61(1):117-21. 2 Henriques, Amanda Haissa Barros; Lima, Gigliola Marcos Bernardo de;Trigueiro, Janaína Von Sõhsten; Saraiva, Alynne Mendonça; Pontes, Monise Gleyce de Araújo; Cavalcanti, Joseane da Rocha Dantas; Baptista, Rosilene Santos. Grupo de gestantes: Contribuições e potencialidades na complementaridade da assistência pré-natal / Group of pregnant women: contributions and potential complementarity of prenatal care. Rev. bras. promoç. saúde (Impr.); 28(1): ­-­, mar. 2015. 3 Zampieri M, Gregório V, Custódio Z, Regis M, Brasil C. Processo educativo com gestantes e casais grávidos: possibilidade para transformação e reflexão da realidade. Texto Contexto Enferm, Out-Dez de 2010;19 (4): 719-27. 4 Zampieri M, Gregório V, Custódio Z, Regis M, Bolsoni E, Copelli F, Coelho M. Grupo de gestantes e casais grávidos: parceria do departamento de enfermagem e hospital universitário/UFSC. 31º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul. 4 de agosto de 2013. Florianópolis/Santa Catarina; Set 2014:1-5.