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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1817731

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1817731

A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES SOCIAIS NO AUTOCUIDADO À PESSOA COM DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Amanda Santos de Souza ; Michele Cristina Pires Semião ; Maria Fernanda Baeta Neves Alonso da Costa

Resumo:
A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES SOCIAIS NO AUTOCUIDADO À PESSOA COM DIABETES _MELLITUS_: RELATO DE EXPERIÊNCIA _Amanda Santos De Souza*_ Michele Cristina Pires Semião* Maria Fernanda Baeta Neves Alonso Da Costa** Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um problema de saúde mundial e entre elas destaca-se o Diabetes_ Mellitus _(DM), que atingiu 382 milhões de pessoas no mundo em 2013, causando 5,1 milhões de mortes e um custo de 548 bilhões de dólares aos serviços de saúde. A cada dez segundos duas pessoas desenvolvem a DM no mundo e uma morre de alguma causa relacionada a doença, colocando a DM em quinto lugar com maior causa mundial de morte.1,2,3 Os determinantes sociais da saúde (DSS) estão diretamente ligados no controle do diabetes, atuando positivamente ou negativamente, conforme as particularidades de cada indivíduo no decorrer do processo saúde-doença. São os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população como a [renda](https://pt.wikipedia.org/wiki/Renda), [educação](https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o), [emprego](https://pt.wikipedia.org/wiki/Emprego), [desenvolvimento infantil](https://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_infantil), [cultura](https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura), [gênero](https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_(sociedade)) e condições ambientais.4 Objetivos: Conhecer a influência dos determinantes sociais para o autocuidado à pessoa com Diabetes Mellitus na Atenção Primária à Saúde. Descrição Metodológica: Trata-se de um Relato de Experiência desenvolvido em Centro de Saúde de um Município do Sul do Brasil, durante as atividades da Disciplina Atenção Básica e Saúde Mental, da 7ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, (UFSC) no período de novembro de 2017. Neste período, conhecemos e acompanhamos uma usuária do serviço, do sexo feminino, 44 anos de idade, que descobriu em janeiro de 2017 possuir DM, com história familiar materna da doença e mora sozinha. Os dados foram levantados durante a Consulta de Enfermagem e no prontuário eletrônico da Atenção Primária de Saúde do Município. Resultados: Na Consulta de Enfermagem, a usuária relatou ser tabagista; baixo nível de escolaridade fundamental incompleto; possui como fonte de renda uma salário mínimo; apresenta dificuldade para ler e não possui óculos; emagrecida, referiu ingerir alimentos em pequenas quantidades e com bastante intervalo entre as refeições; não realiza atividade física; diagnóstico de esquizofrenia e baixo conhecimento sobre a gravidade da doença relacionado ao esquecimento de verificação da glicemia e horário de aplicação da insulina. A falta de recurso financeiro pode ser um fator determinante no tratamento da pessoa com DM_, _uma vez que, dificulta o acesso a alimentação adequada. A dieta equilibrada se constitui um fator importante na prevenção e no controle glicêmico, melhorando o perfil lipídico e diminuindo os níveis de tensão arterial, proporcionando uma melhor qualidade de vida, mantendo a doença sob controle e facilitando o ajuste medicamentoso. A dificuldade para ler pode ser um fator complicador para a manutenção adequada do seu tratamento, já que, iniciou a insulinoterapia e faz a autoaplicação, necessitando fracionar as doses adequadamente, sem auxílio de outra pessoa. O estilo de vida sedentário também é determinante para a piora do quadro da DM, pois a usuária refere não sair de casa e gosta apenas de ficar assistindo televisão o dia todo, quando sai de casa é em companhia da sua filha, que a visita de vez em quando. As atividades de lazer proporcionam redução do stress e contribuem significativamente para o convívio harmônico entre o usuário e a doença. A ampliação da rede de apoio e desenvolver novos laços seria uma maneira de potencializar a saúde e a manutenção do bem-estar. O tabagismo aumenta o risco para o aparecimento da doença e encurta o tempo para o surgimento de complicações devido à elevação do cortisol, o aumento de marcadores inflamatórios e o estresse oxidativo causados pelo hábito de fumar. O desconhecimento sobre a doença está relacionado a baixa escolaridade e prevenção de complicações, assim como, doenças renais, cardiovasculares, cegueira e amputações de membros. O Diabetes Mellitus representa um considerável encargo econômico para o indivíduo e para a sociedade, especialmente quando mal controlado, sendo a maior parte dos custos diretos de seu tratamento relacionado às suas complicações, que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e que, muitas vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas. 5 Conclusão: Percebemos que o contexto social reflete diretamente no autocuidado da pessoa com Diabetes Mellitus. A cultura e a educação, juntamente com a condição socioeconômica influenciam negativamente ou positivamente no processo saúde - doença como, a alimentação, o lazer e o sedentarismo, deixando a usuária mais predisponente às complicações da doença. O desafio maior é sensibilizar os profissionais de saúde em educar da melhor forma para o enfrentamento da doença, considerando o processo de viver de cada indivíduo e instrui para o autocuidado.  Contribuições/Implicações para a Enfermagem: É de suma importância o profissional enfermeiro entender e se sensibilizar acerca do contexto em que cada pessoa está inserida na sociedade e o meio em que se vive. Ter ciência das condições envolvidas que possam dificultar o manejo adequado do processo saúde – doença, possibilita um melhor direcionamento das ações, tornando o cuidado mais amplo e eficaz. Descritores: Determinantes Sociais da Saúde, Diabetes Mellitus, Atenção Primária à Saúde. Área temática/Tema 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem *Acadêmicas de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. ** Enfermeira Doutora Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Email: amandasouza062@gmail.com **Referências:** 1 - AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (ADA) Standards of Medical Care in Diabetes-2014. Diabetes Care, v. 33, January 2014 2 - ADA. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes – 2015: summary of revisions diabetes care. Diabetes Care, v. 38, supl. 1, S4. New York, 2015. 3 - SBD. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Cuidados de Enfermagem em Diabetes Mellittus. Manual de Enfermagem. São Paulo, 2013. 4 - BUSS PM, FILHO AP. **A Saúde e seus Determinantes Sociais.** Revista Saúde Coletiva, , v. 17, n.1, p. 77-93. Rio de Janeiro, 2017. 5 - McLELLAN  KCP, et al**. Diabetes mellitus do tipo 2, síndrome metabólica e modificação no estilo de vida.** Revista Nutrição, v. 20, n. 5, p. 515-524. Campinas, 2007.


Referências:
1. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43ª ed. São Paulo: Paz e Terra; 2011. 2. Meirelles MEML, Cunha VNF. Educação em saúde a partir de círculos de cultura. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2010 June [cited 2018 Mar 23]; 63(3):397-403. 3. Silva KL, Sena RR, Grillo MJC, Horta NC, Prado PMC. Educação em enfermagem e os desafios para a promoção de saúde. Rev Bras Enferm 2009; 62(1):86-91.