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1817731 | A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES SOCIAIS NO AUTOCUIDADO À PESSOA COM DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Amanda Santos de Souza ; Michele Cristina Pires Semião ; Maria Fernanda Baeta Neves Alonso da Costa |
Resumo: A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES SOCIAIS NO AUTOCUIDADO À PESSOA COM DIABETES
_MELLITUS_: RELATO DE EXPERIÊNCIA
_Amanda Santos De Souza*_
Michele Cristina Pires Semião*
Maria Fernanda Baeta Neves Alonso Da Costa**
Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um problema de
saúde mundial e entre elas destaca-se o Diabetes_ Mellitus _(DM), que atingiu
382 milhões de pessoas no mundo em 2013, causando 5,1 milhões de mortes e um
custo de 548 bilhões de dólares aos serviços de saúde. A cada dez segundos
duas pessoas desenvolvem a DM no mundo e uma morre de alguma causa relacionada
a doença, colocando a DM em quinto lugar com maior causa mundial de
morte.1,2,3 Os determinantes sociais da saúde (DSS) estão diretamente ligados
no controle do diabetes, atuando positivamente ou negativamente, conforme as
particularidades de cada indivíduo no decorrer do processo saúde-doença. São
os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus
fatores de risco na população como a
[renda](https://pt.wikipedia.org/wiki/Renda),
[educação](https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o),
[emprego](https://pt.wikipedia.org/wiki/Emprego), [desenvolvimento
infantil](https://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_infantil),
[cultura](https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura),
[gênero](https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_(sociedade)) e condições
ambientais.4 Objetivos: Conhecer a influência dos determinantes sociais para o
autocuidado à pessoa com Diabetes Mellitus na Atenção Primária à Saúde.
Descrição Metodológica: Trata-se de um Relato de Experiência desenvolvido em
Centro de Saúde de um Município do Sul do Brasil, durante as atividades da
Disciplina Atenção Básica e Saúde Mental, da 7ª fase do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, (UFSC) no período de
novembro de 2017. Neste período, conhecemos e acompanhamos uma usuária do
serviço, do sexo feminino, 44 anos de idade, que descobriu em janeiro de 2017
possuir DM, com história familiar materna da doença e mora sozinha. Os dados
foram levantados durante a Consulta de Enfermagem e no prontuário eletrônico
da Atenção Primária de Saúde do Município. Resultados: Na Consulta de
Enfermagem, a usuária relatou ser tabagista; baixo nível de escolaridade
fundamental incompleto; possui como fonte de renda uma salário mínimo;
apresenta dificuldade para ler e não possui óculos; emagrecida, referiu
ingerir alimentos em pequenas quantidades e com bastante intervalo entre as
refeições; não realiza atividade física; diagnóstico de esquizofrenia e baixo
conhecimento sobre a gravidade da doença relacionado ao esquecimento de
verificação da glicemia e horário de aplicação da insulina. A falta de recurso
financeiro pode ser um fator determinante no tratamento da pessoa com DM_,
_uma vez que, dificulta o acesso a alimentação adequada. A dieta equilibrada
se constitui um fator importante na prevenção e no controle glicêmico,
melhorando o perfil lipídico e diminuindo os níveis de tensão arterial,
proporcionando uma melhor qualidade de vida, mantendo a doença sob controle e
facilitando o ajuste medicamentoso. A dificuldade para ler pode ser um fator
complicador para a manutenção adequada do seu tratamento, já que, iniciou a
insulinoterapia e faz a autoaplicação, necessitando fracionar as doses
adequadamente, sem auxílio de outra pessoa. O estilo de vida sedentário também
é determinante para a piora do quadro da DM, pois a usuária refere não sair de
casa e gosta apenas de ficar assistindo televisão o dia todo, quando sai de
casa é em companhia da sua filha, que a visita de vez em quando. As atividades
de lazer proporcionam redução do stress e contribuem significativamente para o
convívio harmônico entre o usuário e a doença. A ampliação da rede de apoio e
desenvolver novos laços seria uma maneira de potencializar a saúde e a
manutenção do bem-estar. O tabagismo aumenta o risco para o aparecimento da
doença e encurta o tempo para o surgimento de complicações devido à elevação
do cortisol, o aumento de marcadores inflamatórios e o estresse oxidativo
causados pelo hábito de fumar. O desconhecimento sobre a doença está
relacionado a baixa escolaridade e prevenção de complicações, assim como,
doenças renais, cardiovasculares, cegueira e amputações de membros. O Diabetes
Mellitus representa um considerável encargo econômico para o indivíduo e para
a sociedade, especialmente quando mal controlado, sendo a maior parte dos
custos diretos de seu tratamento relacionado às suas complicações, que
comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos,
e que, muitas vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas. 5 Conclusão:
Percebemos que o contexto social reflete diretamente no autocuidado da pessoa
com Diabetes Mellitus. A cultura e a educação, juntamente com a condição
socioeconômica influenciam negativamente ou positivamente no processo saúde -
doença como, a alimentação, o lazer e o sedentarismo, deixando a usuária mais
predisponente às complicações da doença. O desafio maior é sensibilizar os
profissionais de saúde em educar da melhor forma para o enfrentamento da
doença, considerando o processo de viver de cada indivíduo e instrui para o
autocuidado. Contribuições/Implicações para a Enfermagem: É de suma
importância o profissional enfermeiro entender e se sensibilizar acerca do
contexto em que cada pessoa está inserida na sociedade e o meio em que se
vive. Ter ciência das condições envolvidas que possam dificultar o manejo
adequado do processo saúde – doença, possibilita um melhor direcionamento das
ações, tornando o cuidado mais amplo e eficaz.
Descritores: Determinantes Sociais da Saúde, Diabetes Mellitus, Atenção
Primária à Saúde.
Área temática/Tema 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia
para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem
*Acadêmicas de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina.
** Enfermeira Doutora Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina.
Email: amandasouza062@gmail.com
**Referências:**
1 - AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (ADA) Standards of Medical Care in
Diabetes-2014. Diabetes Care, v. 33, January 2014
2 - ADA. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes
– 2015: summary of revisions diabetes care. Diabetes Care, v. 38, supl. 1, S4.
New York, 2015.
3 - SBD. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Cuidados de Enfermagem em Diabetes
Mellittus. Manual de Enfermagem. São Paulo, 2013.
4 - BUSS PM, FILHO AP. **A Saúde e seus Determinantes Sociais.** Revista Saúde
Coletiva, , v. 17, n.1, p. 77-93. Rio de Janeiro, 2017.
5 - McLELLAN KCP, et al**. Diabetes mellitus do tipo 2, síndrome metabólica e
modificação no estilo de vida.** Revista Nutrição, v. 20, n. 5, p. 515-524.
Campinas, 2007.
Referências: 1. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43ª ed. São Paulo: Paz e Terra; 2011.
2. Meirelles MEML, Cunha VNF. Educação em saúde a partir de círculos de cultura. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2010 June [cited 2018 Mar 23]; 63(3):397-403.
3. Silva KL, Sena RR, Grillo MJC, Horta NC, Prado PMC. Educação em enfermagem e os desafios para a promoção de saúde. Rev Bras Enferm 2009; 62(1):86-91. |