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1772072 | CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: PERFIL SOCIOEPIDEMIOLÓGICO E DEMOGRÁFICO DE MULHERES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO PARÁ. | Autores: Suzana Rosa André ; Bárbara Lopes Paiva ; Thayse Moraes de Moraes ; Rafael Bastos Cardoso |
Resumo: **INTRODUÇÃO:** O câncer do colo do útero constitui-se um grave problema de saúde pública no Brasil, sendo uma das cinco principais causas de mortalidade no sexo feminino, com números em torno de cinco mortes para cada 100.000 mulheres nas últimas três décadas(1). Para o ano de 2016, no Brasil, foram projetados 16.340 casos novos de câncer de colo do útero, com um risco de 15,85 casos a cada 100 mulheres, sem considerar os tumores de pele não melanoma. O câncer de colo de útero apresenta-se como o mais incidente na região Norte (23,97/100 mil), nas regiões Centro-Oeste (20,72/100 mil) e Nordeste (19,49/100 mil), ocupa a segunda posição; na região Sudeste (11,30/100 mil), a terceira; e, na região Sul (15,17 /100 mil), a quarta posição(2). Somente no Estado do Pará eram esperados aproximadamente 820 novos casos, o que corresponde a uma incidência de 20,52 por 100 mil habitantes(2).** OBJETIVO:** Analisar o perfil socioepidemiológico e demográfico dos casos de câncer do colo de útero em mulheres atendidas em um Hospital de Referência do Estado do Pará. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, desenvolvido com dados secundários referentes dos registros de câncer de colo de útero em mulheres residentes no Estado do Pará e que realizaram tratamento oncológico no Hospital de referência. Os dados utilizados nesta pesquisa tiveram origem no sistema de banco de dados da referida instituição, sob guarda da Divisão de Arquivo Médico e Estatística (DAME). A amostra foi constituída por 336 casos de câncer de colo de útero em mulheres atendidas na instituição, entre os anos de 2010 e 2014. As variáveis estudadas foram: município de residência, data do diagnóstico, idade e escolaridade. Para análise, foi utilizado teste não paramétrico Qui-quadrado de aderência para proporções esperadas iguais, considerando o nível de significância p = 0,05, processados no programa BioStat 5.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará por meio do parecer n° 1.929.380, e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital HOL, sob o parecer n° 1.979.961.**RESULTADOS:** De acordo com os dados amostrais (n=336) do número de casos de câncer de colo do útero relativos aos anos de 2010 a 2014 apresentaram maior taxa de ocorrência no ano de 2010, representando 77 (22,92%) casos, ocorrendo um decréscimo nos anos seguinte, sendo em 2011 com 70 (20,83%), 2012 com 66 (19,64%) e 2013 com 58 (17,26%), no ano de 2014 houve um aumento considerável comparado aos anos anteriores 65 (19,64%). O nível descritivo do teste não-paramétrico, Qui-quadrado de aderência (p = 0,5749) dá indícios que essas diferenças não são estatisticamente significantes considerando o nível de significância = 0,05, ou seja, entre 2010 e 2014, o número de casos de câncer de colo do útero diagnosticados no HOL foi constante. O nível de escolaridade preponderante foi de mulheres até o ensino fundamental completo, correspondendo a 209 (62,20%) casos, seguido pelas mulheres com o ensino médio completo com 34 (10,12%) do total de casos. Com relação à faixa etária, observou-se maioria com idade entre 50 e 63 anos, totalizando 113 (33,63%) casos, seguidas das mulheres entre 36 e 49 anos representando 111 (33,04%) casos. Verificou-se que a idade média das mulheres diagnosticadas com câncer de colo do útero foi de 51,65 anos. A procedência das mulheres foi principalmente municípios do interior do Estado, correspondendo a 204 (60,72%) casos, seguidas pelas mulheres da região metropolitana de Belém 129 (38,39%) casos.** CONCLUSÃO:** Os casos estudados são, em sua grande maioria, de mulheres com baixo grau de escolaridade e baixo nível socioeconômico, contrastando com as pacientes com maiores níveis de instrução, que realizam exames com frequência, possuem conhecimento sobre a doença e procuram o serviço de saúde para prevenção. Entende-se que o câncer do colo de útero tem forte conotação social e oferece maior risco às mulheres dos segmentos populacionais menos favorecidos, determinando a associação da doença com os baixos níveis de escolaridade, pois essas mulheres encontram barreiras no acesso aos serviços de saúde, poucas informações a respeito das formas de prevenção da doença e conflitos familiares, fatores que impossibilitam a realização do exame Papanicolau, se transformando em obstáculo para a prevenção da doença e a progressão do tratamento após a descoberta(3).Vários fatores estão diretamente ligados aos casos analisados neste estudo, e mulheres com idade entre 45 e 52 anos foram as mais presentes na amostra estudada, assim como as pacientes que foram referenciadas de suas cidades para receber o tratamento na capital. Portanto, seria de grande importância que os serviços especializados estivessem presentes nas mais diversas regiões do estado, considerando a dimensão territorial do estado do Pará e as dificuldades de acesso geográfico. **CONTRIBUIÇÕES PARA ENFERMAGEM:** Esta pesquisa consentiu uma análise socioepidemiológica e demográfica do câncer de colo de útero de mulheres acometidas pela doença. Este conhecimento é importante para equipe de enfermagem visto que se trata de informações que auxiliam na prevenção, tratamento e controle da doença, contribuindo com profissionais e gestores a compreender melhor a dimensão da doença e estratégias de assistência a paciente, desde a consulta de enfermagem a nível primário até os cuidados avançados com a enferma em atenções de nível mais avançado.
Referências: 1-Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior (Brasil). Resolução CNE/CES nº3, de 7 de Novembro de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial da União 9nov 2001. Seção 1. |