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1723982 | A INFLUÊNCIA DA CONFIANÇA NO PARCEIRO NO AUTOCUIDADO DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM | Autores: Maria Itayra Padilha ; Stéfany Nayara Petry Dal Vesco |
Resumo: **Introdução: **Os jovens adultos são um dos maiores grupos de risco relacionados ao HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Esse número vem aumentando devido os contatos sexuais desprotegidos1. O método mais eficaz para evitar a transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis e prevenir a gravidez indesejada é o uso do preservativo em todas as relações sexuais. A pessoa corre o risco de contrair uma IST através de uma relação sexual desprotegida, independente da idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião2. Com relação ao enfrentamento da população jovem diante do vírus HIV, destaca-se a prática sexual desprotegida ou o uso descontinuado do preservativo, seja com parceiro estável ou eventual3. Chama-se de autocuidado a atividade que as pessoas praticam em benefício próprio com o objetivo de manter a vida, a saúde e o bem-estar. A ação de se autocuidar é a capacidade de realizar o autocuidado4. **Objetivo: **Compreender a influência da confiança no parceiro no autocuidado de estudantes de enfermagem de uma Universidade do Sul do Brasil. **Método: **Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa do tipo exploratória descritiva, com uso da história oral temática. A história oral surge como uma possibilidade de registrar relatos, podendo ser eles, individuais ou coletivos em arquivos de áudio. Nesses arquivos são registrados relatos, vivências e experiências das pessoas5. Foram realizadas 40 entrevistas com estudantes das fases iniciais e finais do curso de graduação em enfermagem de uma Universidade do Sul do Brasil. As entrevistas foram direcionadas através da aplicação de um roteiro de entrevista semiestruturado que buscava abordar a sexualidade dos estudantes de enfermagem e quais medidas de autocuidado eram utilizadas durante as atividades sexuais. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas e, após aprovação obteve-se e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados e chegou-se a 4 categorias. São elas: Medidas de autocuidado; status de relacionamento; influência da graduação no autocuidado; sorologia. Tratando-se de pesquisa que envolve seres humanos, foram respeitados todos os preceitos éticos da Resolução CNS n° 466/2012 assim como a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos de uma Universidade Federal do Sul do Brasil sob número de CAAE 20602613.4.0000.0121. **Resultados: **Dos 40 entrevistados, 37 estudantes são do sexo feminino e 3 do sexo masculino, 23 estudantes encontram-se em um relacionamento sério, união estável ou em um casamento e 17 estudantes estão solteiros. Os entrevistados, em sua maioria, explanam a gravidez e aquisição de Infecções Sexualmente Transmissíveis como os principais fatores para a prática sexual com o preservativo. Destacam, ainda, que o uso do preservativo é frequente em relações esporádicas, sem significado sentimental ou com pessoas conhecidas. Associam o não uso do preservativo quando se encontram em relacionamentos estáveis e de longa duração. O fator confiança no parceiro se torna o condicionante principal na decisão do uso ou não do preservativo nas relações sexuais. Alguns estudantes explicam que o não uso do preservativo é um acordo mútuo entre os parceiros e que demanda confiança e comprometimento. É apontado pelos estudantes que a graduação em enfermagem contribuiu na maneira como cuidam de si próprio e do parceiro, como também, as informações e conhecimentos adquiridos durante a graduação influenciam na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis. A graduação em enfermagem também se destaca na construção de conhecimentos sobre a temática e a possibilidade de propagar essas informações para a população. Os métodos contraceptivos mais utilizados pelas estudantes mulheres são os anticoncepcionais orais e os preservativos nos estudantes homens. Com relação ao exame sorológico para descoberta de Infecções Sexualmente Transmissíveis, a grande maioria dos estudantes diz nunca ter realizado o exame sorológico. Dos entrevistados, uma estudante aponta ter realizado o exame para início do pré-natal e outra por ter tido um comportamento de risco e estar preocupada com a sua saúde. Os acadêmicos de fases finais apontam ter realizado o exame sorológico durante a graduação para poder aprender e poder realizá-lo com a população. **Conclusão: **São percebidos como vulnerabilidade, o fato dos estudantes de enfermagem não utilizarem o preservativo em seus relacionamentos duradouros e estáveis assim como o fator confiança no parceiro. É percebido como uma potencialidade o uso do preservativo nas relações esporádicas sem o conhecimento do parceiro em questão. Em relação ao plano de autocuidado individual, a vulnerabilidade está associada basicamente aos comportamentos e características pessoais que possam condicionar a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis. O conhecimento adquirido sobre a temática durante a graduação em enfermagem é condicionante e impulsionador de adoção de medidas de autocuidado e de cuidado do próximo. A nível de propagação de informações na enfermagem, percebe-se que os estudantes de fases finais após trajetória da graduação se mostram aptos em disseminar a importância do autocuidado com relação aos Infecções Sexualmente Transmissíveis.** Contribuições/implicações para a Enfermagem: **As Infecções Sexualmente Transmissíveis estão, cada vez mais, se tornando rotineiras e apresentando altos níveis de contaminação na população jovem adulta. É dever do enfermeiro promover conversas e debates que possam esclarecer e alertar sobre o cenário atual, buscando através da informação auxiliar no rebaixamento dos índices das infecções. Com relação ao conhecimento repassado durante a graduação, nota-se a importância da graduação em enfermagem como um veículo de informações que possibilitam o autocuidado e influenciam o cuidado do próximo.
Referências: 1.Souza JAJ, Santos EC, Lobo AS, Melo LC. Concepções de universidade no Brasil: uma análise a partir da missão das universidades públicas federais brasileiras e dos modelos de universidade. Revista Gual. 2013;6 (4):216-233. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/gual/article/view/1983-4535.2013v6n4p216. |