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1667165 | UNIVERSIDADE E ESCOLA INTERAGINDO PARA REDUZIR RISCOS DE INFECÇÕES EM ADOLESCENTES | Autores: Arnildo Korb ; Ana Luísa Streck ; Ana Júlia Sandri da Silva |
Resumo: Introdução: A Extensão Universitária contribui para despertar no acadêmico
habilidades para a docência e permite aos professores envolvidos nessas
atividades repensarem suas práticas de ensino. Por meio da extensão
universitária realiza-se ações e constrói-se vivências, o conhecimento
científico é socializado especialmente em populações em risco social. Essas
práticas auxiliam ao acadêmico perceber a inter-relação entre ensino-pesquisa-
extensão. O entendimento sobre esse tripé é fundamental aos acadêmicos em
cursos em saúde, especialmente em enfermagem. O envolvimento de graduandos na
extensão estimula a integração através da troca e da produção de conhecimentos
entre a comunidade e as instituições de ensino para a melhoria da qualidade de
vida da comunidade alvo¹. Nessa perspectiva, as intervenções com escolas
assumem relevância ao incentivar e sensibilizar professores, servidores e
estudantes para a adoção de práticas saudáveis como as voltadas para a
prevenção das infecções do trato urinário (ITU). Essa infecção, comum na
adolescência, surge, também, quando alterações hormonais favorecem a
colonização vaginal por bactérias nefritogênicas que ao migrar para a área
periuretral, ascendem pelo trato urinário². É na adolescência que os episódios
de ITU são mais frequentes em virtude da atividade sexual mais intensa e os
cuidados serem menores, especialmente quanto a forma correta de higiene e uso
de preservativos³. Objetivos: Relatar os conhecimento obtidos por acadêmicos
de enfermagem envolvidos em atividades de extensão universitária com foco na
promoção da saúde e na prevenção de infecções. Descrição Metodológica: Tratou-
se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, elaborado no
contexto da extensão universitária a partir da vivência e percepções dos
graduandos de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC.
Essa ação foi realizada com estudantes do ensino fundamental, do sétimo ao
nono ano, no turno da tarde, no segundo semestre de 2017 em uma escola
municipal, localizada no município de Chapecó/SC. As ações ocorreram através
de a problematização e palestras. Para isso utilizou-se recursos
audiovisuais, folders e dinâmicas em grupo. Foram enfatizadas temáticas sobre
s ITU e infecções (ISTs). Dentre as atividades realizadas destacou-se a
descrição e explanação da anatomia do sistema geniturinário em um comparativo
ao sexo feminino e masculino. Abordou-se os cuidados básicos com a higiene
pessoal e íntima, e da importância desta ser realizada diariamente de forma
adequada. Na ITU se enalteceu os conceitos da doença, a etiologia e a
sintomatologia, ressaltando a importância do autocuidado e da procura por
auxílio qualificado em instituições de saúde após o aparecimento dos
primeiros sintomas. Explanações sobre exame de cultura de urina e
antibiograma, especialmente nos cuidados necessários na coleta do material,
armazenamento e transporte final de análises clínicas até o laboratório De
posse dessas informações, pacientes do SUS podem contribuir para a redução de
morbidade e mortalidade, auxiliando na elaboração de um melhor diagnóstico da
ITU e identificação do patógeno. A contaminação das amostras tem sido uma das
grandes responsáveis por resultados falso positivos e com isso prescrições
desnecessárias e que acentuam o problema da resistência bacteriana aos
antimicrobianos. Acompanharam as orientações, dicas sobre a realização do
correta da antibioticoterapia, isto para evitar infecções recidivas e a
resistência dos microrganismos aos fármacos Ao final da intervenção ocorreu,
por meio da dinâmica de grupo “caixa de perguntas”, onde os colegiais
depositavam questionamentos por eles elaborados e a equipe elaborava as
respostas mais apropriadas. Resultados: Observou-se interesse, por parte dos
alunos nos assuntos abordados, por meio da interação nos debates e nos
questionamentos realizados. As principais dúvidas estavam relacionadas a
práticas sexuais e a forma de transmissão de doenças, uso correto de
medicamentos, como antibióticos e anticoncepcionais, além questões
relacionadas à anatomia e fisiologia do corpo humano. A realização destas
perguntas, e de temas relacionados a conteúdos já estudados previamente como
os mesmos afirmaram, demonstram uma lacuna no que diz respeito ao ensino, a
forma como a temática é abordada com os alunos e a educação em saúde nas
escolas. Os professores da escola, e que acompanharam as atividades,
reconheceram a relevância dessas ações, pois, segundo eles, essas dinâmicas
contribuem para a problematização em sala de aula e a sanar dúvidas que eles
próprios têm sobre essas temáticas, como das infecções. Estas práticas
educativas em saúde mostram-se ser fundamentais nas diversas faixas etárias
entre os escolares, e para cada faixa são requeridas metodologias
diferenciadas. Através destas práticas incentiva-se o autocuidado, tornando-se
significativas para a modificação do núcleo escolar. Pelas ações realizadas
percebeu-se da importância da atuação da enfermagem no desenvolvimento da
promoção da saúde com adolescentes ao minimizar riscos por meio de
intervenções que possam reduzir as vulnerabilidades individuais e com isto
minimizar, também, danos futuros causados por infecções mais severas, como a
pielonefrite, cujo início ocorreu com uma simples infecção urinárias em algum
momento precoce da vida. Conclusão: Evidenciou-se os seguintes aspectos que
asseguraram da importância de práticas extensionistas de cursos de enfermagem
para com escolares: 1) a experiência na extensão universitária possibilita ao
acadêmico desenvolver competências e habilidades aplicáveis no exercício
profissional, principalmente aquelas voltadas para a educação. Entre essas
competências está em entender como acontece a aprendizagem e entre as
habilidades, estão as de desenvolver didáticas de ensino para diferentes
faixas etárias; 2) as constatações, a partir do debate com os jovens,
reforçam a importância na continuidade dessas ações em um contexto de educação
permanente como o controle de infecções, como ITU, e com isso, socializar
conhecimentos científicos no contexto da educação e saúde; 3) existe uma
lacuna no que diz respeito a educação em saúde voltada para a população nesta
faixa etária. A prova disso foram os questionamentos sobre sexualidade e
dúvidas sobre conceitos básicos em anatomia humana no ensino fundamental; 4)
de que é possível minimizar a incidência de ITU e da resistência bacteriana
aos antimicrobianos através da educação em saúde; 5) as tecnologias digitais,
amplamente utilizadas pelas gerações atuais, podem e devem ser utilizadas em
favor da realização de ações educacionais, pois facilitam a compreensão dessas
informações e que despertam o interesse do público alvo. Contribuições/
implicações para enfermagem: Ficou evidenciada a importância na adoção das
práticas educativas, e que vão em mão dupla. Uma que se alinha na construção
de conhecimentos científicos em jovens escolares a partir da realidade, e, a
outra, para a formação do profissional de enfermagem. Nessa formação,
acadêmicos se sentem desafiados a influenciar sobre os novos contextos, ou
aqueles por eles ainda não reconhecem e que necessitam de interferência
imediata. Diante a exposição a esses diferentes contextos, os acadêmicos
desenvolvem competências e habilidades, especialmente as relacionadas à
liderança e ao trabalho comunitário. As ações extensionistas, como a
realizada com escolares e professores da Educação Básica em Chapecó,
contribuem para o exercício do desenvolvimento interdisciplinar e do
pensamento crítico-reflexivo. São essenciais as ações direcionadas aos pré-
adolescentes e adolescentes devido às vulnerabilidades sociais e individuais
que esta população está exposta.
Referências: (1) Hutz CS, Bandeira DR, Trentini CM. (Org). Psicometria. São Paulo: Artmed, 2015.
(2) Sharmistha, S, Wongchan, P., Harthairat, S. (2014). A Survey of Nurses’ Knowledge Regarding Prevention and Management of Diabetic Foot Ulcer in Bangladesh. Birdem Medical Journal 2014; 4(1): 22–26.
(3) Shiu AT; Wong RY. Diabetes foot care knowledge: a survey of registered nurses. J Clin Nurs. 2011 Aug;20(15-16):2367-70.
(4) Pasquali L. Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas. Porto Alegre, Brasil: Artmed. 2010. |