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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1667165

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1667165

UNIVERSIDADE E ESCOLA INTERAGINDO PARA REDUZIR RISCOS DE INFECÇÕES EM ADOLESCENTES

Autores:
Arnildo Korb ; Ana Luísa Streck ; Ana Júlia Sandri da Silva

Resumo:
Introdução: A Extensão Universitária contribui para  despertar no acadêmico habilidades para a docência e permite aos professores envolvidos nessas atividades repensarem suas práticas de ensino. Por meio da extensão universitária realiza-se ações e constrói-se vivências,  o conhecimento científico é socializado especialmente em populações em risco social. Essas práticas auxiliam ao acadêmico perceber a inter-relação entre ensino-pesquisa- extensão. O entendimento sobre esse tripé é fundamental aos acadêmicos em cursos em saúde, especialmente em enfermagem. O envolvimento de graduandos na extensão estimula a integração através da troca e da produção de conhecimentos entre a comunidade e as instituições de ensino para a melhoria da qualidade de vida da comunidade alvo¹. Nessa perspectiva, as  intervenções com escolas assumem relevância  ao incentivar e sensibilizar professores, servidores e estudantes para a adoção de práticas saudáveis como as voltadas para a prevenção das infecções do trato urinário (ITU). Essa  infecção, comum na adolescência, surge, também,  quando alterações hormonais favorecem a colonização  vaginal por bactérias nefritogênicas que ao migrar para a área periuretral, ascendem pelo trato urinário². É na adolescência que os episódios de ITU são mais frequentes  em virtude da atividade sexual mais intensa e os cuidados serem menores, especialmente quanto a forma correta de higiene e uso de preservativos³. Objetivos: Relatar os conhecimento obtidos por acadêmicos de enfermagem envolvidos em atividades de extensão universitária com foco na promoção da saúde e na prevenção de infecções. Descrição Metodológica: Tratou- se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, elaborado no contexto da extensão universitária a partir da vivência e percepções dos graduandos de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC. Essa ação foi realizada com estudantes do ensino fundamental, do sétimo ao nono ano, no turno da tarde, no segundo semestre de 2017 em uma escola municipal, localizada no município de Chapecó/SC. As ações ocorreram através de a problematização e  palestras. Para isso utilizou-se recursos audiovisuais, folders e dinâmicas em grupo. Foram enfatizadas temáticas sobre s ITU e infecções (ISTs). Dentre as atividades realizadas destacou-se a descrição e explanação da anatomia do sistema geniturinário em um comparativo ao  sexo feminino e masculino. Abordou-se os cuidados básicos com a higiene pessoal e íntima, e da importância desta ser  realizada diariamente de forma adequada. Na ITU se enalteceu os conceitos da doença, a etiologia e a sintomatologia, ressaltando a importância do autocuidado e da procura por auxílio qualificado em instituições de saúde  após o aparecimento dos primeiros sintomas. Explanações sobre exame de cultura de urina e antibiograma, especialmente nos cuidados necessários na coleta do material, armazenamento e transporte final de análises clínicas até o laboratório De posse dessas informações, pacientes do SUS podem contribuir para a redução de morbidade e mortalidade, auxiliando na elaboração de um melhor  diagnóstico da ITU e identificação do patógeno. A contaminação das amostras tem sido uma das grandes responsáveis por resultados falso positivos e com isso prescrições desnecessárias e que acentuam o problema da resistência bacteriana aos antimicrobianos. Acompanharam as orientações, dicas sobre a realização do correta da antibioticoterapia, isto para evitar infecções recidivas e a resistência dos microrganismos aos fármacos  Ao final da intervenção ocorreu, por meio da dinâmica de grupo “caixa de perguntas”, onde os colegiais depositavam questionamentos por eles elaborados e a equipe elaborava as respostas mais apropriadas. Resultados: Observou-se  interesse, por parte dos alunos nos assuntos abordados, por meio da interação nos debates  e nos questionamentos realizados. As principais dúvidas estavam relacionadas a práticas sexuais e a forma de transmissão de doenças, uso correto de medicamentos, como antibióticos e anticoncepcionais, além questões relacionadas à anatomia e fisiologia do corpo humano. A realização destas perguntas, e de temas relacionados a conteúdos já estudados previamente como os mesmos afirmaram, demonstram uma lacuna no que diz respeito ao ensino, a forma como a temática é abordada com os alunos e a educação em saúde nas escolas. Os professores da escola, e que acompanharam as atividades, reconheceram  a relevância dessas ações, pois, segundo eles, essas dinâmicas contribuem para a problematização em sala de aula e a sanar dúvidas que eles próprios têm sobre essas temáticas, como das infecções. Estas práticas educativas em saúde mostram-se ser fundamentais nas diversas faixas etárias entre os escolares, e para cada faixa são requeridas metodologias diferenciadas. Através destas práticas incentiva-se o autocuidado, tornando-se significativas para a modificação do núcleo escolar. Pelas ações realizadas percebeu-se da importância da atuação da enfermagem no desenvolvimento da promoção da saúde com adolescentes ao minimizar riscos por meio de intervenções que possam reduzir as vulnerabilidades individuais e com isto minimizar, também,  danos futuros causados por infecções mais severas, como a pielonefrite, cujo início ocorreu com uma simples infecção urinárias em algum momento precoce da vida. Conclusão: Evidenciou-se  os seguintes   aspectos que asseguraram da importância de práticas  extensionistas de cursos de enfermagem para com escolares: 1) a experiência na extensão universitária possibilita ao acadêmico desenvolver competências e habilidades aplicáveis  no exercício profissional, principalmente aquelas voltadas para a educação. Entre essas competências está em entender como acontece a aprendizagem e entre as habilidades, estão as de desenvolver didáticas de ensino para diferentes faixas etárias; 2) as constatações, a partir do debate com os jovens, reforçam a importância na continuidade dessas ações em um contexto de educação permanente como o controle de infecções, como ITU, e com isso, socializar conhecimentos científicos no contexto da educação e saúde; 3) existe uma lacuna no que diz respeito a educação em saúde voltada para a população nesta faixa etária. A prova disso foram os questionamentos sobre sexualidade e dúvidas sobre conceitos básicos em anatomia humana no ensino fundamental; 4) de que é possível minimizar  a incidência de ITU e da resistência bacteriana aos antimicrobianos através da educação em saúde; 5) as tecnologias digitais, amplamente utilizadas pelas gerações atuais, podem e devem ser utilizadas em favor da realização de ações educacionais, pois facilitam a compreensão dessas informações e que despertam o interesse do público alvo. Contribuições/ implicações para enfermagem: Ficou evidenciada  a importância na adoção  das práticas educativas, e que vão em mão dupla. Uma que se alinha na construção de  conhecimentos científicos em jovens escolares a partir da realidade, e, a outra, para a formação do profissional de enfermagem. Nessa formação, acadêmicos se sentem desafiados a influenciar sobre os novos contextos, ou aqueles por eles ainda não reconhecem e que necessitam de interferência imediata.  Diante a exposição a esses diferentes contextos, os acadêmicos desenvolvem competências e habilidades, especialmente as relacionadas à liderança e ao trabalho comunitário.  As ações extensionistas, como a realizada com escolares e professores da Educação Básica em Chapecó, contribuem para o exercício do desenvolvimento interdisciplinar e do pensamento crítico-reflexivo. São essenciais as ações direcionadas aos pré- adolescentes e adolescentes devido às vulnerabilidades sociais e individuais que esta população está exposta.


Referências:
(1) Hutz CS, Bandeira DR, Trentini CM. (Org). Psicometria. São Paulo: Artmed, 2015. (2) Sharmistha, S, Wongchan, P., Harthairat, S. (2014). A Survey of Nurses’ Knowledge Regarding Prevention and Management of Diabetic Foot Ulcer in Bangladesh. Birdem Medical Journal 2014; 4(1): 22–26. (3) Shiu AT; Wong RY. Diabetes foot care knowledge: a survey of registered nurses. J Clin Nurs. 2011 Aug;20(15-16):2367-70. (4) Pasquali L. Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas. Porto Alegre, Brasil: Artmed. 2010.