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1660876 | EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ENFERMAGEM EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE RISCO HABITUAL NO MUNICÍPIO DE CURITIBA: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Mariana Guzzi Madalosso ; Otília Beatriz Maciel da Silva ; Sandra Maria Schefer Cardoso ; Fábio Henrique da Silva ; Rute Barbosa |
Resumo: No cenário das políticas nacionais de saúde, a educação permanente apresenta-
se como uma proposta de ação estratégica capaz de contribuir para a
transformação dos processos formativos, das práticas pedagógicas e
assistenciais e para a organização dos serviços, empreendendo um trabalho
articulado entre o sistema de saúde, em suas várias esferas, gestões e
instituições formadoras1. A educação dos profissionais de enfermagem necessita
de maior atenção, já que há necessidade de preparar as pessoas para as
mudanças que tem ocorrido no mundo e no contexto do trabalho, de forma que se
conciliem as necessidades de desenvolvimento pessoal e grupal com as
necessidades da instituição e as da sociedade. Na prática hospitalar, a
Educação Permanente é indispensável à formação dos trabalhadores, os quais
necessitam ter conhecimentos renovados em sua prática profissional2. A
educação permanente também pode ser compreendida como uma ação que possibilita
ao profissional maior capacidade de atuar dentro do mundo do trabalho, como
ser que constrói e destrói norteado por valores políticos, culturais e
éticos3. Em especial a educação permanente em saúde tem o enfoque educacional
reconhecido como o mais adequado para produzir mudanças na atuação
profissional e nos contextos de trabalho, fortalecendo a reflexão da ação, o
trabalho em equipes e a capacidade de gestão de processos4. Trata-se de um
sistema organizado de ação que pode abarcar em seu processo diversas ações
específicas de capacitação. No entanto, é imprescindível que estas práticas
estejam contempladas em um plano amplo e sustentável4. Desde que se encontrem
articuladas à estratégia geral de mudança organizacional, podem ser
direcionadas a grupos específicos de trabalhadores, como por exemplo,
profissionais de enfermagem. O sucesso e a efetividade de ações educativas
direcionadas a esses profissionais são relacionados aos resultados positivos
obtidos com a transformação da prática laboral. O **objetivo** desse estudo é
apresentar a produção anual de um serviço de educação permanente em uma
maternidade pública de risco habitual no município de Curitiba, referência
também para o ensino e a pesquisa dos profissionais da área de saúde. Trata-se
de um relato de experiência com abordagem quantitativa. A abordagem
quantitativa se caracteriza por permitir a mensuração de variáveis pré-
estabelecidas para verificar e explicar sua influência sobre outras variáveis,
a partir da análise da frequência de incidências e correlações estatísticas5.
O relato de experiência é um texto que **descreve precisamente uma dada
experiência que possa contribuir de forma relevante para sua área de
atuação.** O relato é feito de modo** **contextualizado**, **com**
**objetividade** **e** **aporte** **teórico****5**. **O objeto desse estudo é
a produção do serviço de educação permanente de uma maternidade. Neste
contexto institucional, deve-se destacar que há uma profissional exclusiva
para esta atribuição, o que evidencia vantagens e desvantagens para a prática
educacional. A enfermeira deste serviço possui a atribuição de desenvolver os
programas de educação em serviço relacionados à saúde da mulher, obstetrícia e
neonatologia, tendo como objetivo maior fomentar a discussão e a prática
assistencial em prol da qualidade e da segurança à esta clientela, bem como,
contribuir para a formação de novos profissionais. As produções divulgadas
estão relacionadas ao período de janeiro de 2017 a janeiro de 2018, tendo como
população-alvo os profissionais de enfermagem (auxiliares, técnicos,
enfermeiros generalistas, enfermeiros obstetras, enfermeiros neonatais e
estudantes de nível superior e pós-graduação). Vale ressaltar que a equipe de
enfermagem da instituição é composta por aproximadamente 200 profissionais,
distribuídas em 6 serviços assistenciais (Pronto Atendimento Obstétrico;
Ambulatório; Centro Obstétrico; Central de Materiais e Esterilização;
Alojamento Conjunto e Neonatologia). As ações são sempre disponibilizadas nos
três turnos, oportunizando a ampla participação. Há um planejamento anual que
respeita as portarias, normativas e diretrizes do Ministério da Saúde
específicas, relacionadas à saúde da mulher e do neonato. Os demais eventos
são pactuados entre os representantes de cada serviço, com o intuito de
abordar os temas que possuem maior fragilidade na assistência. O Serviço de
Educação Permanente da maternidade, utiliza de estratégias diferenciadas para
desenvolver suas ações educativas, procurando respeitar o conhecimento prévio
dos profissionais e desenvolver reflexões sobre a sua prática assistencial.
Destaca-se as modalidades: cursos de capacitação e habilitação, eventos
científicos e comemorativos e treinamentos em serviços. Nos cursos foram
trabalhados os seguintes temas: Inserção de Dispositivo Intrauterino;
Sistematização da Assistência de Enfermagem; Iniciativa Hospital Amigo da
Criança, este sendo trabalho em dois momentos durante o ano de 2017. Os
eventos realizados foram: Dia Internacional da Mulher; Dia das Mães; Semana de
Enfermagem; Agosto Dourado; Outubro Rosa; Novembro Azul; Dia da Prematuridade;
Dia Mundial de Doação de Leite Humano; Semana de Lixo Zero; I Simpósio de
Obstetrícia e Neonatologia da MVFA; participação no III Seminário Paranaense
de Aprimoramento em Enfermagem Obstétrica e seus reflexos para o modelo de
atenção no Parto e Nascimento. Quanto aos treinamentos foram realizados sobre
os mais variados temas, que são inerentes à prática de enfermagem obstétrica.
Os **resultados **do primeiro semestre de 2017 foram: 3 cursos de capacitação,
6 treinamentos em serviço, 11 eventos científicos totalizando uma carga
horária de 182 horas com 647 participantes. No segundo semestre, foram
desenvolvidos: 1 curso de capacitação, 23 treinamentos em serviço e 5 eventos,
com carga horária total de 127 horas e 486 participantes. Em janeiro de 2018
ocorreram 1 curso de capacitação e 9 treinamentos em serviço, com a
participação de 187 participantes em um total de 55 horas de atividades
educativas. Apurou-se como resultado deste relato, utilizando a frequência
absoluta: 5 cursos de capacitação, 68 treinamentos em serviço, 16 eventos
científicos computando 364 horas de atividades educativas abrangendo 1320
participantes. A média mensal de atividades no período dos 13 meses foi de 28
horas de ações educativas, com a participação média de 101,5 profissionais e
estudantes. Destaca-se a relevância da participação do Serviço de Educação
Permanente nas diferentes comissões institucionais tornando-se uma ferramenta
para a implementação de boas práticas em humanização, segurança do paciente,
aleitamento materno e APICE ON (Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino
em Obstetrícia e Neonatologia). **Considerações finais**: Entretanto, mesmo
com cronograma anual discutido coletivamente, trabalho árduo para organização
dos momentos de discussão e incentivo da instituição, as dificuldades
persistem, pois para a efetividade destas ações é necessária uma “via de mão
dupla” onde os profissionais devem aplicar os conhecimentos adquiridos,
fortalecendo e tornando a prática assistencial mais segura e com maior
qualidade. Como contribuição para a enfermagem: destaca-se a parceria entre a
academia e a assistência diminuindo a lacuna sempre comentada entre teoria e
prática; desenvolvimento do raciocínio clínico e crítico entre os
profissionais; aproximação das relações interpessoais e possibilidade de troca
de experiências entre os setores da maternidade. E as contribuições para a
comunidade destaca-se um ambiente com abertura para inovação, discussão e
aplicação das melhores práticas para a assistência de enfermagem.
Referências: 1. INCA. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – Rio de Janeiro:, 2015. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa-2016-v11.pdf Acesso: 20 de abril de 2017
2. URSI, E.S. GAVÃO, C. M. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n1/v14n1a17.pdf Acesso em: 15 de março de 2017.
3. MINEO, F. L. V. et al. Assistência de enfermagem no tratamento do câncer de mama. Revista Eletrônica Gestão & Saúde Vol.04, Nº. 02, Ano 2013 p.2238-2260. Disponivel em: http://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/viewFile/22951/16474 Aceso: 20 de abril de 2017
4. SOUSA, R.M. SANTO, F.H.E. SANTANA R.F. LOPES, M.V.O. Diagnósticos de enfermagem identificados em pacientes onco-hematólogicos: mapeamento cruzado. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 19(1) Jan-Mar 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20150008. Acesso em: 20 de março de 2017. |